Análise Demográfica (Santiago do Cacém) Índice. Índice 1. Breve Apresentação do Concelho de Santiago do Cacém 3



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Transcrição:

Índice Índice 1 Introdução 2 Breve Apresentação do Concelho de Santiago do Cacém 3 Volumes e Dinâmicas Populacionais 6 Distribuição da População pelo Espaço 8 Repartição por Sexos e Idades 12 Análise da Mortalidade 25 Análise da Natalidade/Fecundidade 37 Análise dos Movimentos Migratórios Conclusões Bibliografia Anexos (Cálculos) 1

Introdução Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Princípios e Métodos de Análise Demográfica integrada na Licenciatura em Sociologia. Este estudo está centrado na população do concelho de Santiago do Cacém que em termos de unidades geográficas pertence à Nut II Alentejo, à Nut III Alentejo Litoral e está integrado no distrito de Setúbal. O concelho em análise situa-se a cerca de 140 Km de Lisboa, é o concelho mais meridional do distrito de Setúbal e ocupa uma área de 1058.62 Km2 (2º maior concelho do país), com uma população de 31105 habitantes. É constituído por 11 freguesias: Abela, Alvalade, Cercal do Alentejo, Ermidas-Sado, Santiago do Cacém, Santo André, São Bartolomeu, Santa Cruz, São Domingos, São Francisco, e a recém criada freguesia de Vale de Água (desde 1997) 1. Nesta análise pretendo analisar a trajectória demográfica do concelho de Santiago do Cacém tendo como momento de partida os resultados definitivos do XIII Recenseamento Geral da População (referente a 15 de Abril de 1991) e como último os resultados definitivos do XIV Recenseamento Geral da População (referente a 12 de Março de 2001). Para analisar a trajectória da população do referido concelho vou privilegiar o estudo das variáveis do estado da população (dimensão, distribuição no espaço, perfil etário, repartição por sexos); e, das variáveis demográficas comportamentais como a mortalidade, natalidade /fecundidade, movimentos migratórios. O trabalho apresentado está estruturado de uma forma que compreende, por um lado, a resolução dos cálculos dos índices e taxas e, posteriormente uma análise detalhada dos resultados tendo sempre como pano de fundo a realidade nacional. Em alguns casos considerei ser importante fazer acompanhar os resultados de representações gráficas, com o objectivo de facilitar uma primeira leitura. Espero conseguir, através da minha análise, retractar a evolução demográfica do concelho de Santiago do Cacém nas mais variadas componentes. 1 Alerto desde já para o facto de Vale de Água só ter sido constituída freguesia em Junho de 1997 o que de certa forma está presente em alguns resultados nomeadamente no que se refere ao cálculo do Coeficiente de Localização. 2

Breve Apresentação do Concelho de Santiago do Cacém Santiago do Cacém é cidade desde 20 de Junho de 1991, sede de concelho desde 1510, situada a cerca de 140 Km de Lisboa, implantada numa região habitada desde tempos remotos. É o concelho mais meridional do distrito de Setúbal e ocupa uma área de 1058.62 Km2 (segundo maior concelho do país), com uma população residente de 31105 habitantes, segundo os dados dos Censos de 2001. É formado por 11 freguesias: Abela, Alvalade, Cercal do Alentejo, Ermidas-Sado, Santiago do Cacém, Santo André, S. Bartolomeu, Santa Cruz, S. Domingos, S. Francisco e a recém criada freguesia de Vale de Água (desde 1997). A norte é limitado pelo concelho de Grândola, a nascente pelos concelhos de Ourique, Odemira, Ferreira e Aljustrel. A poente confina com o concelho de Sines e o Oceano Atlântico. O concelho de Santiago do Cacém constitui-se como uma subunidade da região do Alentejo, o Alentejo Litoral. Esta subunidade ocupa cerca de 70 % da superfície total da Nut Alentejo Litoral, mas agrega apenas cerca de 11 % da população, com uma densidade populacional média na ordem dos 28 Km2. O Alentejo Litoral é a região onde o sector secundário se revela menos dinâmico, tendo este sector registado mesmo, de 1990 a 1994, um crescimento negativo nesta região. O sector terciário é aquele que tem maior expressão. De momento, o Alentejo Litoral é um destino turístico crescente. Trata-se de um concelho dotado de serviços públicos como repartição de finanças, cartório notarial, conservatória do registo civil, tribunal, posto policial, corporação de bombeiros. Em termos de ensino, o concelho beneficia da existência de estabelecimentos de educação pré-escolar, ensino básico público, ensino secundário e profissional e um estabelecimento de ensino superior (Instituto Piaget, na freguesia de Santo André). Beneficia, ao nível da saúde, de um hospital geral, centro de saúde com internamento e extensões de centro de saúde em algumas das freguesias. Encontra-se ainda equipado com creches, um lar de idosos e centros de dia também dispersos pelas várias freguesias. O concelho é abrangido por uma rede de transportes razoavelmente boa exceptuando o transporte rodoviário que apresenta algumas insuficiências. Relativamente à área de construção, em 2001, as câmaras municipais da Região do Alentejo concederam 3913 licenças, 2193 das quais para construções novas destinadas à habitação. Santiago do Cacém foi um dos concelhos que concedeu o maior número de licenças. 3

Este Santiago do Cacém também se encontrava, em 2001, no top dos concelhos com o maior número de empresas sediadas. Por estar tão próximo, este concelho colhe frutos do enorme potencial do Porto de Sines. O Projecto do Gás Natural, o Porto de Sines e a sua Plataforma Industrial são evidentes oportunidades para a reconversão, diversificação e afirmação da base produtiva da região. Saliento que uma boa parte da população activa encontra-se empregada no complexo industrial de Sines. 4

Localização Geográfica Para o seu trabalho e apresentação dos seus resultados, o Instituto Nacional de Estatística dividiu Portugal em unidades geográficas segundo quatro níveis hierárquicos: NUT II NUT III Alentejo Alentejo Litoral NUT III Distrito De Setúbal 5

Volumes e Dinâmicas Populacionais Começarei a minha análise pelo estudo dos aspectos globais da população, ou seja, a análise dos ritmos de crescimento, das densidades e das estruturas demográficas. Isto porque, é por este ponto que devemos começar uma investigação de carácter demográfico. Taxa de Variação Pn P0 x 100 Pn = 31105 P0 P0 = 31475 91 = 31475 (P0) 01 = 31105 (Pn) T.V. = 31105 31475 x 100 31475 31600 31500 31400 T.V. = - 0.01176 x 100 T.V. = - 1.18 % 31300 31200 31100 31000 30900 1991 2001 Ao contrário do que se verificou a nível nacional uma ligeira variação positiva da população o concelho de Santiago do Cacém viu a sua população diminuir 1.18%. 6

TX de Crescimento Anual Média Log Pn = n log (1 + a) P0 * Cálculos (Anexo 2) Período Censitário TCAM (%) 1991-2001 - 0.01 Como podemos verificar, em média, a população no concelho de Santiago do Cacém, diminuiu cerca de 0.01 % por ano. O inverso do que aconteceu a nível nacional cuja taxa de crescimento anual média se situou nos 0.49 %. Estas variações são em certa medida consequência directa do comportamento das duas componentes do sistema demográfico: componente natural e componente migratória. Estes dois elementos, embora mais concretamente o primeiro, podem ser explicativos das variações da população observadas entre os dois recenseamentos (91 01). Variações positivas como as que se verificaram em Portugal Continental ou ao nível negativo no que reporta ao concelho de Santiago do Cacém mais particularmente. * O facto da Taxa de Variação do concelho em análise ser negativa não me permite prever o tempo, em anos, que a população demorará a duplicar-se (Tempo de Duplicação em Anos). 7

Distribuição da População pelo Espaço Densidade Populacional Nº total de habitantes Nº de Km2 91 = 31475 hab Km2 = 983.5 01 = 31105 hab Km2 = 1059.1 91 31475 = 32.0 hab/km2 983.5 01 31105 = 29.4 hab/km2 1059.1 A Densidade Populacional indica-nos o nº de habitantes existentes por Km2. Como nos mostram os dados, no concelho de Santiago do Cacém verifica-se uma ligeira variação na distribuição da população de 1991 para 2001 no primeiro ano existiam 32 habitantes por cada Km2, enquanto que no que remonta ao ano de 2001 esse valor reduziu para cerca de 29 habitantes por Km2. Coeficiente de Localização (ver págs. 10 e 11) Através deste indicador é-nos possível perceber o modo como a população se distribui no espaço físico do concelho em análise. E conclui-se que, em ambos os momentos censitários, o desequilíbrio/assimetrias é relativamente elevado (91 67.14%; 01 78.84%), isto é, a população distribui-se pelo espaço de modo irregular. Esta composição espacial é condicionada por um tipo de povoamento fortemente marcado pela repulsão demográfica exercida pelas zonas rurais periféricas, de onde a população se tem vindo a transferir para fora da região ou para a localidade sede de concelho (Santiago do Cacém). 8

Esta situação pode, em parte, ser explicada pelo facto duma parcela da população se ter deslocado nos últimos anos e começado a residir nas duas maiores freguesias do concelho (Santiago do Cacém e Santo André), pois é nelas que se encontram a maioria dos serviços e equipamentos. Se observarmos a população residente na freguesia de Santiago do Cacém deparamo-nos com um aumento dos efectivos do primeiro momento censitário para o segundo, facto que só ocorreu nesta freguesia, todas as outras viram o seu número de efectivos diminuir de 91 para 2001. A freguesia de Santiago do Cacém tem fixado população, conseguindo evitar o êxodo sempre constante para os grandes centros urbanos. Também a nível nacional se verifica um modelo de ocupação assimétrica do espaço que tem tendência a agravar-se com o tempo. Cada vez são menos os portugueses que vivem longe das cidades e em pequenos aglomerados populacionais. Esta situação tem um grande interesse a nível sociológico. Os estilos e modos de vida rurais que durante tanto tempo acompanharam a trajectória das pessoas para as cidades foram substituídos por uma nova realidade, em que (...)os modos de vida urbanos ultrapassam os limites físicos das principais cidades 2. Distribuição da População pelo Concelho em 1991 Distribuição da População pelo Concelho em 2001 Abela Alvalade Cercal Ermidas S. Cruz S.Cacém S.André S.Bartolomeu S.Domingos S.Francisco Abela Alvalade Cercal Ermidas S. Cruz S.Cacém S.André S.Bartolomeu S.Domingos S.Francisco Vale d'água Superfície das Freguesias do Concelho em 1991 Superfície das Freguesias do Concelho em 2001 Abela Alvalade Cercal Ermidas S. Cruz S.Cacém S.André S.Bartolomeu S.Domingos S.Francisco Abela Alvalade Cercal Ermidas S. Cruz S.Cacém S.André S.Bartolomeu S.Domingos S.Francisco Vale d'água 2 Rosa, M. J. Valente e C. Vieira (2003), A população portuguesa no século XX: Análise dos Censos de 1900 a 2001, Lisboa, ICS; pág.83. 9

Análise Demográfica (Santiago do Cacém) (1991) Freguesias Abela Alvalade Cercal Ermidas Sado Santa Cruz Santiago do Cacém Santo André São Bartolomeu São Domingos São Francisco Coeficiente de Localização População Superfície (Km2) % População % Superfície % Pop. - % Sup. 1221 137.8 3.88 14.01-10.13 2544 161.8 8.08 16.45-8.37 4177 137.4 13.27 13.97-0.7 2607 82.3 8.28 8.37-0.09 518 26.2 1.65 2.66-1.01 6039 119.5 19.19 12.15 7.04 10751 75 34.16 7.63 26.53 532 62.3 1.69 6.33-4.64 2119 129.8 6.73 13.20-6.47 967 51.4 3.07 5.23-2.16 C.L. = 67.14 % 10

Análise Demográfica (Santiago do Cacém) (2001) Freguesias Abela Alvalade Cercal Ermidas Sado Santa Cruz Santiago do Cacém Santo André São Bartolomeu São Domingos São Francisco Vale d Água Coeficiente de Localização População Superfície (Km2) % População % Superfície % Pop. - % Sup. 1107 137.8 3.56 13.01-9.45 2315 161.8 7.44 15.28-7.84 3882 137.4 12.48 12.98-0.5 2206 82.3 7.09 7.77-0.68 500 26.2 1.61 2.47-0.86 7274 119.5 23.39 11.28 12.11 10696 75 34.39 7.08 27.31 455 62.3 1.46 5.88-4.42 1024 129.8 3.29 12.26-8.97 890 51.4 2.86 4.85-1.99 756 75.6 2.43 7.14-4.71 C.L. = 78.84 % 11

Repartição Por Sexos e Idades Neste ponto irei analisar a repartição da população por sexos e idades. Isto porque, a população masculina e feminina desempenham diferentes funções na sociedade devido a um conjunto de factores biológicos, sociais, culturais. Também se torna importante por duas razões fundamentais: a necessidade de se analisar os efeitos específicos de cada idade que, por sua vez, influenciam os comportamentos e capacidades (efeito de idade); e a necessidade de se comparar determinados aspectos das fases fundamentais da vida em pessoas com diferentes idades (efeito de geração). Relação de Masculinidade H x 100 M Relações de Masculinidade por Grandes Grupos de Idades no Concelho de Santiago do Cacém em 1991 e 2001 (em %) * Cálculos (Anexo 3) Grupos de Idade 1991 2001 0 14 99 102 15 64 101 102 65 e + 81 83 Global 97 98 Começo por analisar os diferentes equilíbrios existentes entre os sexos nas diversas idades através de um indicador denominado de Relação de Masculinidade. Este indicador mostra como os efectivos existentes num determinado momento são partilhados entre o sexo masculino e o sexo feminino. Através dos resultados obtidos podemos desde logo notar que é nas primeiras idades que existem mais homens por cada 100 mulheres (por exemplo, no ano de 2001 podemos observar que em cada 100 mulheres existem 102 efectivos do sexo masculino) e que nas idades mais avançadas a situação inverte-se (81 homens em cada 100 mulheres no ano de 1991 e 83 no segundo momento censitário). Esta situação deve-se fundamentalmente a dois efeitos de idade: a sobremasculinidade dos nascimentos e sobremortalidade masculina. Isto é, nascem 12

mais rapazes do que raparigas fazendo com que nos primeiros anos exista mais população masculina que feminina. O segundo efeito é evidente na medida em que, a mortalidade é sempre mais precoce nos homens do que nas mulheres, deste modo, à medida que a idade avança, a superioridade dos efectivos masculinos começa a diminuir. Nas idades medianas, por volta dos 20/30 anos, verifica-se que a importância dos sexos é idêntica 101 homens para cada 100 mulheres em 1991 e 102 homens para cada 100 mulheres em 2001 no que se refere ao concelho de Santiago do Cacém. Ao nível global, se compararmos a situação do concelho em estudo com os valores a nível nacional percebemos que embora a importância do sexo feminino seja maior nos dois casos, em Santiago do Cacém essa superioridade é ligeiramente menos acentuada. No caso do concelho em análise ronda os 98 % enquanto que a nível nacional se situa nos 93%. Pirâmide Etária (ver págs.15 e 16) A melhor forma de analisar a distribuição duma população por sexos e idades é através duma representação gráfica conhecida pelo nome de Pirâmide de Idades. Estas são gráficos que permitem ter uma visão de conjunto da repartição por sexos e idades duma população. Como podemos constatar, no caso do concelho de Santiago do Cacém, apesar de se verificar uma pirâmide envelhecida em ambos os momentos censitários, essa realidade acentua-se consideravelmente de 1991 para 2001. Verificamos uma diminuição acentuada da base (até aos 20 anos) e um forte aumento da população situada nas idades activas, mais concretamente entre os 40 e os 50 anos. No topo também é visível um alargamento das barras, nomeadamente a partir dos 65 anos de idade. De 1991 para 2001 acentua-se uma configuração da pirâmide etária da população de Santiago do Cacém do tipo «urna», em que a base (correspondente à população mais jovem) se estreita e o topo (correspondente à população mais velha) se alarga. 3 Esta evolução está associada ao processo de envelhecimento da população, ou seja, dá-se uma diminuição da importância estatística da população nas idades mais jovens e um aumento da população nas idades superiores. Em termos demográficos, esta situação evidência os dois tipos de envelhecimento: «envelhecimento na base» (a percentagem de jovens está a diminuir de tal forma que a base da pirâmide de idades fica bastante reduzida) e «envelhecimento no topo» (a percentagem de idosos está a aumentar fazendo com que a parte superior da pirâmide esteja a alargar). Embora hajam outras variáveis envolvidas podemos destacar a variável natural como sendo a principal responsável por esta realidade. Isto é, a considerável diminuição do número de nascimentos (ver anexo 1) produziu na estrutura etária deste concelho uma diminuição progressiva dos efectivos mais jovens e consequentemente um aumento da importância dos mais idosos. 3 Rosa, M. J. Valente e C. Vieira (2003), A população portuguesa no século XX: Análise dos Censos de 1900 a 2001, Lisboa, ICS. 13

Outro aspecto importante que podemos verificar é um aumento considerável dos efectivos em idades mais avançadas (75 anos e mais). Elemento este que se encontra relacionado com o facto da esperança de vida ter vindo a aumentar. Nesta análise não pode deixar de ser referido os efeitos de idade. Não tão visível nas primeiras idades, mas com uma importância considerável quando se trata das idades mais avançadas. A partir dos 70 anos verifica-se a supremacia do sexo feminino apresentando, nos dois momentos censitários, valores superiores aos homens. Este facto prende-se com o efeito da sobremortalidade masculina, isto é, os homens morrem mais prematuramente que as mulheres. No que respeita a marcos históricos importantes também há referências a fazer. Verificamos uma certa estagnação nos valores quando reportamos aos anos de 1931-1941 (período da II Guerra Mundial) e consequentemente um aumento das gerações nascidas no pós-guerra (1951-1961) Especialmente na pirâmide etária correspondente ao ano de 1991 podemos observar um aumento das gerações nascidas na segunda metade dos anos 70 e início dos anos 80, facto relacionado fundamentalmente com o regresso de indivíduos das ex-colónias bem como a construção do Complexo Industrial de Sines (elemento dinamizador da região forte imigração). Invertendo-se esta tendência por volta dos anos 85 86 em que houve uma quebra bastante acentuada de gerações. A partir dos anos 90, vemos os efectivos diminuírem consideravelmente, destacando-se o facto de em 2001 as barras correspondentes à população jovem (até aos 15 anos) serem menos largas que as correspondentes aos efectivos com 65 anos e por aí adiante. O que demonstra que o concelho de Santiago do Cacém se encontra com uma estrutura etária deveras envelhecida. Estrutura Etária Estrutura Etária 91 01 Homens Mulheres 0-4 2.3 2.4 5-9 3.4 3.3 10-14 4.1 4.2 15-19 3.6 3.5 20-24 2.7 2.8 25-29 2.9 3.2 30-34 3.8 4.1 35-39 3.9 3.5 40-44 3.5 3.1 45-49 2.9 2.9 50-54 3.2 3.1 55-59 3.2 3.3 60-64 3.1 3.0 65-69 2.5 2.7 70-74 1.7 2.1 75-79 1.4 1.7 80-84 0.7 1.0 85 ou + 0.4 0.7 Homens Mulheres 0-4 1.9 1.9 5-9 2.0 2.0 10-14 2.6 2.4 15-19 3.5 3.4 20-24 3.9 3.6 25-29 3.1 2.7 30-34 2.6 2.7 35-39 3.2 3.5 40-44 4.0 4.2 45-49 4.0 3.7 50-54 3.5 3.1 55-59 3.0 3.1 60-64 3.1 3.3 65-69 3.2 3.4 70-74 2.7 2.8 75-79 1.9 2.3 80-84 0.9 1.4 85 ou + 0.5 1.1 Fonte:XIII e XIV Recenseamentos Gerais da População, INE, Lisboa 14

Pirâmide Etária do concelho de Santiago do Cacém no ano de 1991 15

Pirâmide Etária do concelho de Santiago do Cacém no ano de 2001 16

Grupos Funcionais Quando se quer ter uma visão rápida da evolução ou da diversidade das estruturas, opta-se por compactar a informação segundo determinados critérios. O critério mais importante é o da idade, ou seja, concentra-se num reduzido número de grupos a totalidade da informação, de modo a tornar mais funcional a análise. A população total, em vez de aparecer dividida em grupos de idade anuais ou quinquenais, passa a estar dividida em três grandes grupos. No primeiro grupo contempla-se a população com menos de 15 anos (Jovens); num segundo grupo, condensa-se a população dos 15 aos 64 anos (População em Idade Activa); e, por último temos o grupo que engloba a população com 65 e mais anos (Idosos). Optei por esta escala pois é a mais usualmente utilizada por estar mais próxima do que tem a ver com o ciclo da vida: fase escolar; fase activa; e, fase da reforma. Distribuição da População por Grupos Funcionais em 1991 Distribuição da População por Grupos Funcionais em 2001 Jovens Pop. Idade Activa Idosos Jovens Pop. Idade Activa Idosos Distribuição da População Residente em Santiago do Cacém por Grupos Funcionais, em 1991 e 2001 (sexos reunidos e separados) Grupos Funcionais 1991 HM H M 2001 HM H M Jovens 6205 3089 3116 3973 2010 1963 Pop. em Idade Activa 20558 10318 10240 20853 10525 10328 Idosos 4712 2105 2607 6279 2854 3425 Total da População 31475 15512 15963 31105 15389 15716 Índices Resumo Uma vez decomposta uma estrutura demográfica em grupos funcionais, torna-se necessário proceder à sua manipulação no sentido de os transformar em indicadores que 17

resumam a abundância de informação existente numa repartição por sexos e idades: são os índices-resumo. % Grupos Funcionais Jovens Pop. em Idade Activa Pop. Jovem x 100 Pop. total Pop. em Idade Activa x 100 Pop. Total Idosos Pop. Idosa x 100 Pop. Total Repartição da População por Grandes Grupos de Idade, no concelho de Santiago do Cacém, em 1991 e 2001 (em %) - Cálculos (Anexo 4) Grupos Funcionais 1991 HM H M 2001 HM H M Jovens 19.7 9.8 9.9 12.8 6.5 6.3 Pop. em Idade Activa 65.3 32.8 32.5 67 33.8 33.2 Idosos 15 6.7 8.3 20.2 9.2 11 Total da População 100 50 50 100 50 50 A Percentagem dos Jovens, População em Idade Activa e Idosos é um dos índices-resumo mais utilizados para analisar demograficamente uma população. Isto porque nos possibilita medir a importância da juventude na população, o potencial demográfico dos activos e a importância dos idosos na sociedade em análise. Através do quadro apresentado podemos desde logo destacar a forte concentração de efectivos nas idades activas. Mais de metade da população do concelho de Santiago do 18

Cacém está concentrada neste grupo etário, verificando-se, inclusive, um aumento de cerca de 2% do ano de 1991 para 2001. Contudo, embora se tenha verificado uma variação esta não é muito expressiva, nomeadamente se for comparada com a que se observou no caso dos outros dois grupos de idade: jovem e idosos. A situação que merece maior relevo é o facto da percentagem de população jovem ter diminuído consideravelmente do 1º momento censitário para o segundo (de 19.7% para 12.8%) e a população idosa por seu lado ter aumentado cerca de 5%. Constata-se que a percentagem de jovens regista o valor mais baixo e a percentagem de idosos o mais alto alguma vez observado no séc. XX. Ora, com a alteração da importância dos grupos de idade jovem e idosos, a estrutura etária do concelho começa a modificar-se, começando a caracterizar-se por uma população envelhecida em que os jovens constituem cada vez mais uma minoria. Embora duma forma ligeiramente mais acentuada, esta situação referente ao concelho de Santiago do Cacém não é mais do que um retrato daquilo que se passa a nível nacional. Índice de Envelhecimento Pop. Idosa x 100 Pop. Jovem Índice de Envelhecimento (em %) no concelho de Santiago do Cacém, 1991 e 2001 * Cálculos (Anexo 5) 1991 HM H M 2001 HM H M Índice de Envelhecimento 75.9 68.1 83.7 158 142 174.5 O Índice de Envelhecimento permite-nos uma percepção mais rápida do número de pessoas com 65 ou mais anos por cada 100 com menos de 15 anos. Deste modo, podemos ver que em 2001, no concelho de Santiago do Cacém, acontece o resultado de algo que já se vinha a manifestar nas últimas décadas o número de jovens é superado pelo número de pessoas idosas. Em termos de sexos reunidos encontramos, em 2001, por cada 100 jovens 158 efectivos com 65 ou mais anos, enquanto no primeiro momento ainda existiam mais jovens que idosos (76 idosos por cada 100 jovens). Note-se que, apesar desta realidade ser observada também ao nível nacional, este concelho em particular apresenta valores muito mais elevados o que reflecte o alto grau de envelhecimento. Por exemplo, enquanto a nível nacional os idosos do sexo 19

masculino ainda não ultrapassam os jovens do mesmo sexo, em Santiago do Cacém tal não acontece, revelando uma superioridade dos idosos em qualquer um dos sexos (142 idosos do sexo masculino por cada 100 jovens do mesmo sexo; e, 175 idosos do sexo feminino para cada 100 jovens do mesmo sexo). É importante também referir a diferença observada entre os dois sexos. As mulheres apresentam, em ambos os momentos censitários, um índice de envelhecimento mais elevado consideravelmente, devido ao efeito da sobremortalidade masculina os homens morrem mais cedo que as mulheres logo, não atingem geralmente idades tão avançadas. Relações de Dependência Relação de Dependência Total RDT = Pop. Jovem + Pop. Idosa x 100 Pop. em Idade Activa Relação Estatística de Dependência Total no concelho de Santiago do Cacém, 1991 e 2001 (em %) * Cálculos (Anexo 6) 1991 HM H M 2001 HM H M RDT 53.1 50.3 55.9 49.2 46.2 52.2 O Índice de Dependência Total mede o peso conjunto dos jovens e dos idosos na população em idade activa, ou seja, é-nos bastante útil para medir os encargos potenciais que pesam sobre os efectivos em idade activa. Sendo assim, no concelho de Santiago do Cacém, verifica-se uma tendência decrescente. Isto porque, passamos de cerca de 53 efectivos em idade jovem e idosa por cada 100 em idade activa no ano de 1991 para 49 efectivos em idade «não activa» por cada 100 em idade activa no segundo momento censitário (2001). Note-se que, com o avançar do tempo, para a evolução dos valores da RDT, contribui cada vez mais a relação de dependência das idades idosas (RDI), isto é, o número de pessoas idosas por cada por cada 100 pessoas no grupo 15-64 anos. No ano 20

de 2001, a população jovem tem um peso cada vez menor sobre a que se encontra em idade activa, enquanto a idosa passa a ter uma importância cada vez maior. Relação de Dependência Jovem RDJ = Pop.Jovem x 100 Pop. em Idade Activa Relação Estatística de Dependência Jovem no concelho de Santiago do Cacém, 1991 e 2001 (em%) * Cálculos (Anexo 7) 1991 HM H M 2001 HM H M RDJ 30.2 29.9 30.4 19.1 19.1 19 Este indicador dá-nos uma visão do peso dos jovens na população em idade activa. E um breve olhar sobre o quadro dos resultados é suficiente para percebermos o forte decréscimo da importância dos jovens na população em idade activa. Verificamos, no caso do concelho de Santiago do Cacém que de 1991 para 2001 passámos de 30 jovens por cada 100 efectivos em idade activa para somente cerca de 19. Uma diferença bastante acentuada que reflecte a forte diminuição da população jovem no conjunto da população efectiva deste concelho. Esta realidade não é mais do que um reflexo do que se passa a nível nacional embora não de forma tão acentuada. Mas de qualquer forma, ao nível de Portugal Continental, em 2001, a população jovem (menos de 15 anos) já só equivale a cerca dum quarto da população em idade activa. Em Santiago do Cacém, por sua vez, esta só já representa um quinto, verificando-se assim um decréscimo ainda mais acentuado. 21

Relação de Dependência Idosos RDI = Pop. Idosos x 100 Pop. em Idade Activa Relação Estatística de Dependência Idosos no concelho de Santiago do Cacém, 1991 e 2001 (em %) * Cálculos (Anexo 8) 1991 HM H M 2001 HM H M RDI 22.9 20.4 25.5 30.1 27.1 33.2 A Relação de Dependência Idosos permite-nos medir o peso dos idosos na população activa. E uma vez mais se torna bem visível o crescente envelhecimento da população do concelho de Santiago do Cacém. Se no momento censitário de 1991 existiam cerca de 23 idosos por cada 100 pessoas em idade activa, no segundo momento de análise (2001) o peso de idosos subiu para 30 efectivos por cada 100 em idade activa. Encontramos assim, no concelho em análise, um panorama caracterizado por uma forte quebra da importância das proporções de jovens e um aumento das proporções de pessoas idosas. Esta situação é também a que se verifica ao nível mais global (Portugal Continental), o que faz com que a temática envelhecimento da população se torne uma referência central quando se trata da sociedade portuguesa. Relação de Dependência Total das Pessoas Idosas RDPI = Pop. em Idade Activa Pop. Idosa 22

Relação Estatística de Dependência Total das Pessoas Idosas no concelho de Santiago do Cacém, 1991 e 2001 * Cálculos (Anexo 9) 1991 HM H M 2001 HM H M RDI 4.4 4.9 3.9 3.3 3.7 3 Este indicador fornece-nos o número de efectivos em idade activa por cada idoso. E o quadro mostra-nos muito claramente o já anteriormente referido envelhecimento da população em Santiago do Cacém. Passamos de 4 pessoas do grupo 15 64 anos por cada idoso no momento censitário de 1991 para apenas 3 no ano de 2001. Verifica-se assim uma tendência decrescente que também é reflexo do que se passa a nível nacional, cada vez mais o conjunto de efectivos em idade activa perde importância relativamente à população idosa. Índice de Longevidade I.L. = Pop. mais Idosa (75 e + anos) x 100 Total da População Idosa Índice de Longevidade no concelho de Santiago do Cacém, 1991 e 2001 (em %) * Cálculos (Anexo 10) 1991 HM H M 2001 HM H M I L 39.2 36.9 41 40.5 36.6 43.7 O Índice de Longevidade é um indicador de medida do envelhecimento demográfico e compara o peso dos idosos mais jovens (população com 65 e mais anos) com o peso dos idosos menos jovens (75 e mais anos). E é desde logo visível o facto de a população idosa para além de ser estatisticamente mais significativa começa já a apresentar sinais de envelhecimento 23

interno. Isto é, cada vez é mais elevada a percentagem de pessoas com 75 e mais anos no grupo de idades idosas. Os valores apresentados no quadro acima são referentes ao concelho de Santiago do Cacém mas os resultados são muitos semelhantes à realidade nacional. Embora os reflexos do processo de envelhecimento tenham sido manifestos em ambos os sexos, as mulheres apresentaram, em qualquer dos momentos em análise, níveis de envelhecimento superiores aos dos homens (efeito da sobremortalidade masculina). Também, e no seio da população com 65 e mais anos, as percentagens de mulheres com 75 e mais anos são superiores às dos homens, sendo os níveis de envelhecimento interno da população idosa superiores no sexo feminino. Idade Média da População Idade Média da população no concelho de Santiago do Cacém, 1991 e 2001 * Cálculos (Anexo 11) 1991 HM H M 2001 HM H M Idade Média 38.7 38.1 39.2 42.8 38.9 43.7 Através do cálculo efectuado podemos constatar que a população do concelho de Santiago do Cacém se situa, em média, tanto num momento censitário como no outro, na idade activa (15 64 anos). Contudo, observa-se que de 1991 para 2001, a idade média subiu consideravelmente. Passamos de cerca de 39 anos em 1991 para cerca de 43 anos em 2001. Em ambos os momentos, o sexo feminino apresenta uma idade média mais elevada, diferença mais notória em 2001. Embora com uma ligeira diferença, esta situação não foge muito à realidade nacional em que em 1991 a idade média se situava nos 37 anos e em 2001 nos 40. 24