Disciplina: ERGONOMIA. 17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.



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O empregador deve assegurar ao trabalhador condições de segurança e de saúde em todos os aspectos do seu trabalho.

Transcrição:

NR17 ERGONOMIA. 17.2. Levantamento, Transporte e Descarga Individual de Materiais 17.3. Mobiliário dos Postos de Trabalho 17.4. Equipamentos dos Postos de Trabalho 17.5. Condições Ambientais de Trabalho 17.6. Organização do Trabalho ANEXO I - Trabalho Dos Operadores De Checkout ANEXO II - Trabalho em Teleatendimento/Telemarketing 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. 17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora. 17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais. 17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora: 17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga. 17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas. 17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito anos e maior de quatorze anos. 17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança. 17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, devem receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. 17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão ser usados meios técnicos apropriados. 17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança. 17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. 17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. Disciplina: Ergonomia. Página 1

17.3. Mobiliário dos postos de trabalho. 17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. 17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais. 17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser executado. 17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto: a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento; c) borda frontal arredondada; d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar. 17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. 17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. 17.4. Equipamentos dos postos de trabalho. 17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia deve: a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual; b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento. 17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem observar o seguinte: Disciplina: Ergonomia. Página 2

a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendoa contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador; b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas; c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho- teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais; d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. 17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho. 17.5. Condições ambientais de trabalho. 17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto: a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO; b) índice de temperatura efetiva entre 20 o C (vinte) e 23 o C (vinte e três graus centígrados); c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. 17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no subitem 17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 db (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 db. 17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador. 17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade. 17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. 17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. 17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO. 17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência. Disciplina: Ergonomia. Página 3

17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso. 17.6. Organização do trabalho. 17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no mínimo: a) as normas de produção; b) o modo operatório; c) a exigência de tempo; d) a determinação do conteúdo de tempo; e) o ritmo de trabalho; f) o conteúdo das tarefas. 17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte: a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; b) devem ser incluídas pausas para descanso; c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento. 17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte: a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie; b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado; c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual; d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho; e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivament Disciplina: Ergonomia. Página 4

NIOSH. Em 1980, nos Estados Unidos, sob iniciativa do National Institute for Ocupational Safety and Health NIOSH, patrocinouse o desenvolvimento de um método para determinar a carga máxima a ser manuseada e movimentada manualmente numa atividade de trabalho NIOSH Work Practices Guide for Manual Lifting (1981). Para isto, um grupo de pesquisadores reuniu-se para a formulação de um método consistente sobre o assunto, levantando referências bibliográficas de todo o mundo e concluíram que este método deveria levar em conta quatro aspectos básicos: O epidemiológico Que é o estudo das doenças, sua incidência, prevalência, efeitos e os meios para sua prevenção ou tratamento (Barbanti, 1994). O psicológico que considera o comportamento humano numa determinada situação. No caso do trabalho, observamos que a imposição de certas tarefas depende da aceitação do próprio trabalhador; O biomecânico levando em conta as estruturas e funções dos sistemas biológicos, usando conceitos, métodos e leis da mecânica; O fisiológico estudando as funções do organismo vivo. Procurou-se por meio da fisiologia do exercício, estudar as funções do organismo em relação ao trabalho físico. O QUE FICOU ESTABELECIDO NO MÉTODO NIOSH. Estabelecido um critério não baseado em determinada carga, acima da qual seria problemático e abaixo da qual haveria segurança, nem se basearam em estabelecer uma freqüência máxima, nem uma técnica especifica para se fazer um esforço. O método utilizado estabeleceu que, para uma situação qualquer de trabalho, no levantamento manual de cargas, existe um L.P.R. Limite de Peso Recomendado. O L.P.R. Limite de Peso Recomendado, uma vez calculado, compara-se com a carga real levantada, obtendo-se então o Índice de Levantamento (I.L). Assim, estipula-se que se o valor do I.L for menor que 1.0, a chance de lesão será mínima e o trabalhador estará em situação segura; se o valor for de 1.0 a 2.0, aumenta-se o risco; e se a situação de trabalho for maior que 2.0, aumentará o risco de lesões na coluna e no sistema músculo-ligamentar (Waters, 1993; Couto, 1995). Segundo os pesquisadores uma carga abaixo dos limites recomendados: A incidência de lesões dorsais e de acidentes não aumenta significativamente; A carga limite induz uma força de compressão da ordem de 350 kg sobre o disco L5-S1, que pode ser tolerado pela maioria dos trabalhadores jovens e em boas condições de saúde; Disciplina: Ergonomia. Página 5

O gasto energético ultrapassaria 240 Watts quando a tarefa é superior a CLR; Mais de 75% das mulheres e 95% dos homens são muscularmente capazes de levantar cargas correspondentes a CLR Carga Limite Recomendada. A Fórmula de cálculo Limite de peso recomendado: LPR = 23 x FDH x FAV x FDVP x FFL x FRLT x FQPC ou; LPR = 23 x HM x VM x DM x FM x AM x CM Onde o valor 23, corresponde ao peso limite ideal, quer dizer, aquele que pode ser manuseado sem risco particular, quando a carga está idealmente colocada, compreendendo: FDH (Fator de Distância Horizontal em relação à carga) = 25 cm; FAV (Fator de Altura Vertical em relação ao solo) = 75 cm FRLT (Fator de Rotação Lateral do Tronco) = 0 FFL (Fator Freqüência de Levantamento) menor que uma vez a cada 5 minutos; Pega da carga fácil e confortável (boa). Disciplina: Ergonomia. Página 6

Como realizar o cálculo. Variáveis presentes na fórmula: FDH corresponde a distância horizontal (em centímetros) entre a posição das mãos no início do levantamento e o ponto médio sobre uma linha imaginária ligando os dois tornozelos. Calcula-se dividindo a constante 25 pela distância mensurada. Portanto se a carga está 30 cm de distância do corpo, teremos: 25/30= 0,83 (fator de multiplicação da fórmula) FAV corresponde à distância vertical (em cm) das mãos com relação ao solo no início do levantamento. O cálculo se dá por meio da fórmula: 1 (0,003 x [V-75]) para alturas até acima de 75 cm e; 1 (-0,003 x [V-75]) para alturas até 75 cm. Lembramos que os números apresentados são constantes da fórmula e não devem ser modificados, cabendo apenas ao analista a mensuração da distância das mãos (na pega) no início do levantamento Fator V. Por exemplo, se no levantamento de uma caixa sobre um palet de 20 cm: 1 (-0,003 x [20-75]) = 0,835 (Fator de multiplicação) FDVP corresponde à distância vertical percorrida desde do início do levantamento até o término da ação. Sua fórmula de cálculo é assim utilizada: (0,82 + 4,5/D); onde D é a distância total percorrida. Muitas pessoas acabam se confundindo neste fator em situações em que a carga encontra-se em alturas elevadas, como por exemplo, esteiras rolantes (trabalho de sacaria). Nesta condição podemos encontrar alturas iniciais de até 200 cm (ou 2 metros). O que fazer? Na verdade o procedimento é o mesmo: se o trabalhador apanha um saco nesta altura e leva até o palet (40 cm), teremos: altura inicial (200) altura final (40) = distância percorrida D (160 cm). Ai é só substituir na fórmula de cálculo: (0,82 + 4,5/160) = 0,85 (fator de multiplicação); FFL o fator freqüência de levantamento é obtido por meio de uma tabela pré-estabelecida. Nesta tabela deveremos observar quantas vezes o funcionário realiza o levantamento dentro de um minuto, a duração desta atividade e a distância vertical (V) em que o levantamento acontece. Disciplina: Ergonomia. Página 7

FRLT o fator rotação lateral do tronco como o próprio nome sugere, verifica a rotação em graus durante o transporte da carga. A fórmula de cálculo se dá por: 1-(0,032 x A). Então se um funcionário realiza uma pega a sua frente e leva até uma esteira lateral esse ângulo pode aproximar-se de 90º, então: 1-(0,032 x 90) = 0,71 será o fator de cálculo; FQPC o fator qualidade de pega da carga segue alguns fatores mais qualitativos. Disciplina: Ergonomia. Página 8

O Índice de Levantamento O Índice de Levantamento (IL) do método Niosh é o que determina se uma atividade apresenta risco de lesão músculo esquelética e ainda quantifica esse risco. Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o índice de 23 Kg amplamente difundido não é aplicável à todas as situações de trabalho encontradas; e sim o IL. O IL nada mais é do que a divisão da constante (23 kg) pela multiplicação de todos os outros fatores como ja apresentados previamente. A interpretação dos resultados segue os seguintes parâmetros: IL menor que 1,0 condição segura chance mínima de lesão; IL entre 1,0 e 2,0 condição insegura médio risco de lesão; IL acima de 2,0 condição insegura alto risco de lesão. A utilização do método O Niosh é um método amplamente difundido e utilizado no Brasil e no mundo. Podemos citar aqui algumas situações em que pode ser aplicado, mas não podemos nos restringir a elas: Análise de postos de trabalho; Perícias ocupacionais; Priorização de riscos entre diversos postos; Adequação à legislação; Simulação de projetos de melhoria fazemos um parêntese neste ponto pois consideramos a melhor aplicabilidade do método. Por meio de simulações através dos diversos indicadores, podemos agir precisamente no posto de trabalho, melhorando os itens mais críticos ou até mesmo determinando a interrupção de uma atividade até que melhorias sejam feitas. A Diretiva 90/269/CEE estabelece as prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes à movimentação manual de cargas que comportem riscos, nomeadamente dorso-lombares, para os trabalhadores. A movimentação manual de cargas pode ser definida como sendo: qualquer operação de transporte ou sustentação de uma carga que, devido às suas características ou a condições ergonômicas desfavoráveis, comporte riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. A movimentação manual de cargas está intrinsecamente associada a todos os sectores de atividade (desde as PME às grandes empresas), no entanto, há alguns onde assume um papel de destaque, como por exemplo: armazenamento, metalomecânica, indústria têxtil, construção civil, etc. A movimentação manual de cargas pressupõe a utilização do corpo do trabalhador como próprio instrumento de trabalho. A movimentação manual de cargas é uma atividade susceptível de envolver vários riscos não só adjacentes ao trabalho físico desenvolvido pelo trabalhador para movimentar as cargas, mas também relacionados com a própria composição dessas mesmas cargas muitas vezes constituídas por diversificados materiais, nem sempre completamente inócuos. Em termos biomecânicos, no processo de movimentação de cargas, o peso dos segmentos corporais juntamente com a carga transportada corresponde à resistência e a força muscular exercida para realizar o trabalho corresponde à força de potência. Os trabalhos de transporte manual impõem a existência de uma carga estática a diversos músculos. Disciplina: Ergonomia. Página 9

Desta forma, os vasos sanguíneos são comprimidos em conseqüência da contração dos músculos pelo, o fluxo sanguíneo fica reduzido, com a correspondente falta de oxigênio para a combustão do açúcar muscular. Acontece, também, que na contração muscular repetida ou duradoura a evacuação de produtos ácidos do metabolismo, faz-se devido à compressão quase permanente dos vasos, com alguma dificuldade. Esta dificuldade traduz-se posteriormente no aparecimento da sensação de fadiga. Esta, por sua vez, pode desencadear uma redução nos reflexos dos trabalhadores, o que pode estar na origem de alguns acidentes ou incidentes. Conseqüências para a segurança e saúde, resultantes do desrespeito pelos princípios ergonômicos na movimentação manual de cargas. Cerca de 25% de todas as lesões que ocorrem na indústria estão diretamente relacionadas com o levantamento, transporte e deslocação de materiais. Dores nas costas, hérnias, lesões nos pés e mãos são conseqüências normais dos levantamentos que estão para além da capacidade física dos trabalhadores ou ainda da aplicação de métodos de trabalho impróprios. Podem surgir ainda os seguintes problemas ou complicações: Aumento do número de acidentes e incidentes; Aumento do absentismo; Elevada incidência de traumatismos músculo-esqueléticos; Aparecimento de patologias, nomeadamente: Componentes da coluna. Disciplina: Ergonomia. Página 10

Hérnias discais uma hérnia discal consiste numa ruptura parcial do disco intervertebral (a substância mole do seu interior escapa-se através de uma área débil da camada exterior, que é dura), para fora do espaço entre as vértebras, podendo assim exercer um efeito de compressão sobre as raízes nervosas adjacentes, provocando dor. Geralmente, as hérnias discais surgem na zona inferior das costas (coluna lombar) e costumam afetar somente uma perna. As hérnias discais na zona lombar costumam também provocar debilidade nas pernas e, por isso, a pessoa pode ter muita dificuldade em levantar a parte anterior do pé (pé pendente). Uma hérnia discal de grande dimensão localizada no centro da coluna costuma afetar os nervos que controlam a função intestinal e da bexiga urinária, alterando a capacidade de defecar ou de urinar. Lumbagos - situação dolorosa da região lombar ocorrida após um esforço brusco. É muitas vezes considerada como a conseqüência do deslocamento do núcleo do disco inter-vertebral. Trata-se do segundo estádio de gravidade: à lombalgia se junta uma noção de esforço deslocante assim como uma noção de blocagem lombar, desencadeando uma atitude anti-dor (geralmente uma inclinação para frente). Disciplina: Ergonomia. Página 11

Ciática regra geral, a dor ciática é caracterizada pelo fato de ser muito intensa. Está situada ao longo do trajeto do nervo ciático e suas ramificações. Encontra-se, portanto, por trás da coxa, depois atrás da rótula ou sobre o seu lado externo. A sua origem está na agressão do nervo ciático, geralmente por uma hérnia do disco intervertebral, quer entre a 4ª e a 5ª vértebras lombares, quer entre a 5ª lombar e a 1ª vértebra sagrada. Distração e fadiga que podem desencadear vários erros. Isto acontece especialmente quando para além da incumbência de movimentação manual de cargas os trabalhadores também são solicitados para realizarem operações de comando de máquinas; Regras de boas práticas Quando numa empresa existe um ou mais trabalhadores responsáveis pela movimentação manual de cargas, é necessário tomar algumas medidas, no intuito de salvaguardar a segurança e saúde dos trabalhadores. Assim sendo, é necessário ter em consideração os seguintes pontos: a) Características e tipo de carga que é necessário movimentar / transportar: Constituição da carga (material, forma, volume, etc.); Localização da carga no contexto do espaço de trabalho; Disciplina: Ergonomia. Página 12

Intensidade (peso da carga). b) Esforço físico exigido na tarefa: Intensidade das forças que é necessário exercerem para vencer a resistência que a carga oferece; Tipo de músculos e órgãos envolvidos na manipulação da carga; Freqüência do número de elevações e outros movimentos efetuados. c) Condições físicas dos trabalhadores: Sexo; Idade; Capacidade e condição física no momento; Outras características individuais. d) Exigências específicas de cada atividade em particular: Condições ambientais do local / espaço de trabalho onde é efetuada a movimentação das cargas; Duração e freqüência dos ciclos de trabalho; Percurso e deslocamentos que os trabalhadores têm de percorrer. Exemplos de procedimentos desadequados Como já foi referida, a movimentação manual de cargas pode acarretar uma série de riscos e patologias para os trabalhadores, caso as condições de trabalho não sejam as mais indicadas. Para que se possa compreender melhor, as situações de perigo e risco associadas à movimentação manual de cargas apresentam-se a seguir, alguns exemplos de más práticas: Carga mal equilibrada ou com conteúdo sujeito a oscilações; Carga mal posicionada, de tal modo que tenha que ser mantida ou manipulada a grande distância do tronco ou com flexão / torção do tronco; Carga susceptível, devido ao seu aspecto exterior e/ou à sua consistência, de provocar lesões no trabalhador, nomeadamente em caso de choque ou balanceamento; Carga demasiado pesada ou demasiado volumosa; Carga muito pesada (inadequada às características fisiológicas do trabalhador) ou difícil de agarrar; Inexistência de espaço suficiente para o trabalhador se movimentar juntamente com a carga; Movimentação da carga a alturas inapropriadas ou adaptando posturas incorretas; Disciplina: Ergonomia. Página 13

Pavimento degradado com desníveis; Movimentação de cargas a diversos níveis (ex. ter que transportar cargas entre diferentes pisos); Ponto de apoio instáveis ex.: existência de tapetes ou carpetes não fixadas ao chão; Condições ambientais desfavoráveis (temperatura, umidade, velocidade do ar); Utilização de calçado inapropriado ex.: calçado com saltos altos; Realização de esforços que solicitem a coluna vertebral por períodos demasiadamente prolongados; Tempo insuficiente de descanso fisiológico ou de recuperação quando se realizam tarefas que implicam esforços mais pesados; Necessidade de movimentos de abaixamento ou elevação das cargas demasiado grandes; Ritmos de trabalho excessivo sem possibilidade de os trabalhadores efetuarem pequenas pausas. Caso alguma destas regras de más práticas seja identificada, convém que seja alvo de correção imediata. A sua continuidade ao longo do tempo pode provocar sérias lesões nos trabalhadores atingidos, ou ainda, determinados tipos de acidentes ou incidentes. A correção das referidas não conformidades deve pautar-se pela correta aplicação dos vários princípios ergonômicos a fim de otimizar a compatibilidade entre o homem, as máquinas e o ambiente físico de trabalho. Isto se conseguirá através do equilíbrio entre as exigências das tarefas, das máquinas e as características anatômicas, fisiológicas, cognitivas e perceto-motoras do homem. É necessário ter sempre em conta que se deve tentar sempre proceder à adequação do trabalho ao Homem e não do Homem ao Trabalho. O conhecimento dos fatores de risco é importante, visando a prevenção das lombalgias. A seguir, será referido alguns fatores intrinsecamente relacionados com os trabalhadores que são necessários ter em consideração, uma vez que podem limitar ou mesmo impedir a realização de trabalho movimentação manual de cargas: Altura superior a 1,80 m no homem, e 1,70 m na mulher; Obesidade; Gravidez; Alterações da estática da coluna, nomeadamente as escolioses, as hiper cifoses dorsais e as hiper lordoses lombares. Escolioses Disciplina: Ergonomia. Página 14

Hiper cifoses dorsais e as hiper lordoses lombares. A hiper cifose e a hiper lordose são exageros das curvas normais da coluna vertebral. As escolioses são desvios laterais da coluna, e nem sempre são patológicas. Malformações da coluna vertebral; MIELOMENINGOCELE - Mais conhecida como Espinha Bífida, é uma malformação congênita da coluna vertebral da criança, dificultando a função primordial de proteção da medula espinhal, o qual funciona como uma "ponte" de comunicação entre o cérebro e os nervos periféricos do corpo humano. As malformações esperadas podem ser detectadas ainda intra-uterinamente, através da ultra-sonografia e de achados de elevados níveis séricos maternos de alfafetoproteína AFP. Traumatismos diversos; Disciplina: Ergonomia. Página 15

Trabalhos com máquinas ou utilização de ferramentas susceptíveis de provocar elevados níveis de vibrações; Desportos violentos ou atividades radicais. Recomendações a adotar na Movimentação de Cargas. Evitar manuseamento de cargas não adequadas em termos de volume ou peso de acordo o NIOSH (não superior a 23 Kg); Conceber embalagens com formas e tamanhos apropriados ao tipo de objeto a manusear; Procurar adaptar pegas ergonômicas na carga manuseada para facilitar o levantamento e transporte; Usar técnicas adequadas em função do tipo e especificidade da carga evitar a utilização do tronco como alavanca, mantendo-o na posição vertical e procurar utilizar os membros inferiores como alavanca; Sempre que possível, colocar as cargas em planos elevados relativamente ao solo (antes de proceder à elevação); Evitar ao máximo dobrar a coluna; esta deve servir como suporte; A quando da movimentação e levantamento/abaixamento de cargas, o trabalhador deve evitar rir, tossir, falar ou efetuar outros movimentos bruscos; Os movimentos de torção do tronco em torno do corpo devem ser sempre evitados; As cargas transportadas devem ser suportadas pela coluna e membros inferiores, sendo a coluna apenas elemento estático de transmissão e nunca de articulação; Suspender cargas iguais em cada uma das mãos (quando possível); Ter em consideração os pesos a suspender, conforme a idade, constituição física e sexo do trabalhador; Promover o exercício físico e o reforço muscular dos músculos que participam mais ativa na movimentação de cargas; A movimentação de cargas deve ser efetuada, em zonas, em que o pavimento se encontre devidamente nivelado e desobstruído de obstáculos, entulho, cabos e fios condutores de eletricidade. Disciplina: Ergonomia. Página 16

Sempre que tecnicamente possível, utilizar meios auxiliares de elevação e transporte para movimentar as cargas; As cargas a transportar devem estar devidamente acondicionadas e simetricamente distribuídas de modo a evitar oscilações e sobre-esforços; Se possível proceder à deslocação das cargas por rolamento, ex. deslocação de barris de cerveja; Os braços devem estar posicionados junto ao corpo de uma forma descontraída; Quando o tipo de trabalho implica movimentos muito repetitivos ou monótonos, deve-se procurar efetuar pequenas pausas acompanhadas de alguns exercícios, de forma a desentorpecer os músculos e articulações e melhorar a circulação. É importante relembrar que apesar de todas estas recomendações, será necessário ter sempre em consideração que o desempenho de todos trabalhadores, vai depender diretamente da sua aptidão física e psíquica paralelamente à qualidade da formação que lhes é ministrada. Referência Internacional NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health) para a movimentação de cargas: Equação de NIOSH relativa à carga máxima admissível para os trabalhadores: Carga Máxima = 23 x CM x CH x CV x CF x CD x CA (Kg) Variáveis referenciadas na equação: CM (coeficiente de manuseamento da carga); CV (cm) distância vertical entre a carga e o corpo; CH (cm) distância horizontal entre a carga e o corpo; CF freqüência do levantamento das cargas (quanto maior, menor será esta variável compreendida entre 0,1); CD (cm) deslocamento da carga sobre a vertical; CA (graus) - rotação exercida pelo tronco. Coeficiente a utilizar para o Manuseio da Carga CM Tipo de Manuseamento CV < 75 cm CV 75 cm Fácil 1,00 1,00 Normal 0,95 1,00 Com dificuldade 0,90 0,90 Devem ser criadas condições favoráveis para o levantamento de pesos. Disciplina: Ergonomia. Página 17

Verificar estas condições de forma a perceber a importância de adotar determinadas ações no sistema Indústria escola, etc. Se o levantamento manual de pesos (até 23 kg) não puder ser evitado é necessário criar condições favoráveis para isso. a) Manter a carga próxima do corpo (distância horizontal entre a mão e o tornozelo em torno de 25 cm); b) A carga deve estar colocada sobre uma bancada de altura aproximada de 75 cm, antes de começar o levantamento; c) O deslocamento vertical do peso não deve ser maior que 25 cm; d) Deve ser possível segurar o peso com as duas mãos; e) A carga deve ter alças ou furos para encaixe dos dedos; f) Deve ser possível escolher a postura mais adequada para o levantamento; g) O tronco não deve ficar torcido durante o levantamento; h) Os levantamentos não devem ter a freqüência superior a um por minuto; i) O tempo de atividade de levantamento não deve ser maior que uma hora, seguindo um período de descanso ou tarefas mais leves de 120% da duração da atividade de levantamento. Somente nas condições descritas acima, uma pessoa pode levantar 23 kg. Quando não existem todas essas condições, o limite deve ser reduzido não podendo exceder alguns quilos. Equação de NIOSH para cálculo da carga máxima Utilizar a equação de NIOSH (criada nos Estados Unidos pelo National Institute for Occupational Safety and Health Instituto Nacional para Segurança e Saúde Ocupacional) para determinar a carga máxima em condições desfavoráveis. A equação é composta pelas variáveis: Distância horizontal (H) Distância vertical (V), A rotação do tronco (A), O deslocamento vertical da carga (D), A freqüência do levantamento (F) E a dificuldade de manuseio da carga (M). Ela supõe que o trabalhador pode escolher a própria postura e que a carga é segura com as duas mãos. Assim, a carga máxima de 23 kg é multiplicada por seis coeficientes, que representam as variáveis, já observadas. Disciplina: Ergonomia. Página 18

Equação de NIOSH Onde: H = Distância horizontal (cm) V = Distância vertical (cm) F = Freqüência (levantamentos/minuto) D = Deslocamento vertical da carga (cm) A = Fator de assimetria (graus) M = Fator de manuseio Carga máxima = 23 kg x CM x CH x CV x CF x CD x CA Determinação do fator de pega (CM) Coeficiente vertical (CV) Disciplina: Ergonomia. Página 19

Deslocamento vertical de carga (CD) Coeficiente de freqüência (CF) Coeficiente de assimetria (CA) Disciplina: Ergonomia. Página 20