Normalização: Noções Básicas

Documentos relacionados
Dependência Funcional e Normalização)

Normalização. Normalização. Noção central: qualidade do projeto. Normalização : na Prática. Qual o problema desta imagem? Zoom

Banco de Dados. Dependências Funcionais e Normalização de Bancos de Dados Relacionais. João Eduardo Ferreira Osvaldo Kotaro Takai Marcelo Finger

Aula 12 BD1 Dependências Funcionais e Normalização. Profa. Elaine Faria UFU

Normalização para Bancos de Dados Relacionais

DCC011 Introdução a Banco de Dados

Normalização para Bancos de Dados Relacionais

Banco de Dados. Dependências Funcionais e Normalização de Bancos de Dados Relacionais. João Eduardo Ferreira Osvaldo Kotaro Takai

Dependência Funcional e Normalização. Qualidade de um Projeto. Semântica dos Atributos. Dependência Funcional e Normalização

INF1383 -Bancos de Dados

GES013 Sistema de Banco de Dados Normalização de Relações em Projeto de BD (1FN a FNBC)

GBC043 Sistemas de Banco de Dados

NORMALIZAÇÃO. Lílian Simão Oliveira

Banco de Dados - Senado

Roteiro. Normalização. BCC321 - Banco de Dados I. Ementa. Para que serve a normalização? Posicionamento

Banco de Dados I. Aula 17 - Prof. Bruno Moreno 08/11/2011

Roteiro da aula. Dependência Funcional e Normalização. Semântica dos Atributos. Qualidade de um Projeto. Dependência Funcional e Normalização

26/03/2012. É uma restrição entre dois conjuntos de atributos do banco de dados. Definição formal: Significa que: Exemplos

Banco de Dados I Módulo II: Modelagem Entidade- Relacionamento versus Relacional. (Aula 5) Clodis Boscarioli

Profa. Flávia Cristina Bernardini

Bancos (Bases) de Dados Aula #6 Dependência Funcional Dependência Multivalorada

Banco de Dados I Módulo II: Modelagem Entidade- Relacionamento versus Relacional. (Aula 4) Clodis Boscarioli

Normalização. Prof. Rogério Gonçalves Bittencourt, M.Sc.

GBC043 Sistemas de Banco de Dados Normalização de Relações em Projeto de BD

Banco de Dados - INE Projeto de Banco de Dados Relacionais. Prof. Mario Dantas

Objetivos:

Modelo Entidade Relacionamento Estendido (ERE)

Modelo Lógico de Dados (MLD) Origens do modelo relacional

Redundância é a causa de vários problemas com esquemas relacionais: armazenamento redundante, anomalias de inserção, de exclusão e de atualização.

UERJ Oscar Luiz Monteiro de Farias 1. Bancos de Dados. Mestrado em Engenharia de Computação área de concentração Geomática

Uma base de dados está num estado de integridade se contém apenas dados válidos. Os dados armazenados devem estar de acordo com a realidade

Qualidade de projeto de BD relacional

Introdução aos Sistemas de Bancos de Dados 1 a versão - MAC5760 DCC-IME-USP J.E.FERREIRA e O.TAKAI Terceira Forma Normal (3FN)

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

DCC/UFRJ Bancos de Dados IPedro Manoel da Silveira. Projeto de BD Relacionais. Objetivos do Projeto de BD. PMS v2bancos de Dados Relacionais 1

Dependência Funcional e Normalização. Relembrando: Primeira Forma Normal (1FN) Relembrando: Segunda Forma Normal (2FN) Terceira Forma Normal (3FN)

MODELO RELACIONAL PARTE 2

. Um modelo que represente fielmente a realidade. Um modelo capaz de responder às funcionalidades que se pretendem

Bases de Dados. Normalização. Formas Normais. 1FN : atomicidade dos atributos. 2FN : proíbe dependência parcial de chaves

Técnicas de Modelação de Dados

Bases de Dados. Parte VII Normalização

MATA60 BANCO DE DADOS Aula 5- Modelo Relacional. Prof. Daniela Barreiro Claro

Curso Superior de Tecnologia em BD Curso Superior de Tecnologia em DAI

Unidade 4 Projeto de BD Relacional

Bases de Dados. Parte VIII: Normalização

Modelo Relacional. Modelo Relacional. Modelo Relacional. Banco de Dados. Modelo Relacional. Modelo Relacional. Fernando Fonseca Ana Carolina

Banco de Dados I 2007 Módulo II: Modelagem Entidade- Relacionamento versus Relacional. (Aula 6) Clodis Boscarioli

Refinamento de Esquemas e Normalização

Normalização. Banco de Dados. Profa. Dra. Cristina Dutra de Aguiar Ciferri. Profa. Dra. Cristina Dutra de Aguiar Ciferri.

4.1 Introdução. Unidade 4 Dependências funcionais e normalização para bancos de dados relacionais. Esta unidade tem como objetivo:

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE NORMALIZAÇÃO

Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Tecnologia da Informação

Teoria e Metodologia de Projeto de Banco de Dados

Modelo Relacional. Gerenciamento de Dados e Informação. Modelo Relacional Sejam os domínios D 1 (D- Pessoa) e D 2 (D- Endereço) Modelo Relacional

Tornou-se um padrão de fato para aplicações comerciais, devido a sua simplicidade e performance.

Bancos (Bases) de Dados Aula #4 Modelo Relacional

UFLA - Universidade Federal de Lavras Professora Olinda Paes Banco de Dados COM 111

Transformação de Diagramas MER em Diagramas DR

MATA60 BANCO DE DADOS Aula 3- Modelo de Entidades e Relacionamentos. Prof. Daniela Barreiro Claro

Informática II Cap. 5-1 Modelo Relacional, Normalização e Diagramas E-R

Normalização. Anomalias Dependência e determinantes Normalização

O que é modelo lógico. Tipos de modelo

Arquitetura dos SBDs Características e Benefícios Visão Geral de Projeto de BD MER: Entidades e Atributos Atividade.

Banco de Dados I Engenharia Reversa e Normalização

Modelo Entidade-Relacionamento (E-R)

Banco de Dados Modelagem e Normalização

Modelo Relacional. Relacionamento. Processo de Projeto de. Programa. Modelo Entidade Relacionamento

MODELO DE BANCO DE DADOS RELACIONAL

Dependências funcionais e normalização

Prof. Fabiano Taguchi

Engenharia Reversa e Normalização

Engenharia Reversa e Normalização

António Rocha Nuno Melo e Castro

Normalização: 3 a Forma Normal

UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO PROGRAD FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Revisão e Exercícios. Relacionamento. Projeto de Bancos de Dados. Chave e Domínio. Tipos de Atributos

Normalização. Curso: Técnico em Informática (Integrado) Disciplina: Banco de Dados Prof. Abrahão Lopes

Restrições do modelo relacional

Introdução ao Modelo Relacional

Objectivos com o Desenho de Bases de Dados Dependências funcionais 1ª Forma Normal Decomposição Forma Normal de Boyce-Codd 3ª Forma Normal

Dependências Funcionais e Formas Normais. Formas Normais Pedro Sousa 1

INTRODUÇÃO AO MODELO RELACIONAL

UNINGÁ UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO PROJETO DE BANCO DE DADOS RELACIONAL. Profº Erinaldo Sanches Nascimento

2010 Diagrama Entidade - Associação

MC536. Modelo Relacional

Parte II Modelo de Dados Relacional. Evandro E. S. Ruiz

Forma Normal de Boyce Codd 3 a Forma Normal

Modelagem de Dados MODELAGEM DE DADOS. Lista de Exercícios 01. Luiz Leão Lista de Exercícios AV1

Projeto de Banco de Dados. Componentes de um Sistema de Informação. Arquitetura de SI. Sistema de Informação (SI) SI nas Organizações

Modelo Relacional e Normalização de Dados. ENG1518/3VC Sistemas de Informação Gerenciais Prof. Marcos Villas

Engenharia Reversa de Arquivos e Normalização

NORMALIZAÇÃO. Adão de Melo Neto

Cadeira de Tecnologias de Informação. Ano lectivo 2008/09. de Tabelas

Normalização de BD 19:08:54. Fundamentos de Banco de Dados - Normalização 1

Banco de dados. Conteúdo: Modelo relacional Prof. Patrícia Lucas

1FN: os atributos de uma relação têm que ser atómicos. FNBC: para qualquer dependência funcional α β numa relação, ou α β é trivial ou α é super-chave

Parte NORMALIZAÇÃO. As regras mais importantes oferecidas pelo Sistema Gerenciador de Banco de Dados. são:

Modelo de Dados Relacional

Transcrição:

Normalização: Noções Básicas Além de corresponder a uma representação relacional do diagrama ER discutido no livro-texto, o esquema relacional acima possui alguma propriedade específica que o qualifica como um bom esquema para a aplicação considerada? 1

Normalização Processo através do qual esquemas de relação são sucessivamente decompostos até que satisfaçam determinadas propriedades ou formas normais Medidas (propriedades) informais de qualidade do projeto de um esquema relacional: Compatibilidade semântica entre os atributos de uma mesma relação Ausência de valores redundantes nas relações (inexistência de anomalias de atualização) Existência reduzida de valores nulos nas relações Impossibilidade de se gerar tuplas espúrias (com valores ilegítimos) ao se recompor relações decompostas Semântica dos Atributos de uma Relação Diretriz 1: Projete um esquema de relação de modo que seja fácil explicar o seu significado (intuitivamente, cada esquema de relação deve representar um tipo de entidade ou de relacionamento). 2

Redundância nas Tuplas e Anomalias de Atualização Diretriz 2: Projete os esquemas de relação de modo que não exista redundância de dados e, portanto, não ocorram anomalias de atualização (inserção, remoção ou alteração) nas relações. Exemplos de esquemas de relação em que ocorrem anomalias de atualização:? 3

Valores Nulos A existência de valores nulos nas relações pode causar desperdício de espaço físico de armazenamento além de gerar problemas de entendimento do siginificado dos atributos e do resultado de determinadas operações. Interpretação de valores nulos: O atributo não se aplica O valor do atributo é desconhecido O valor do atributo está ausente (não foi registrado) Diretriz 3: Até onde possível, deve-se evitar a inclusão em um esquema de relação de atributos que possam ser frequentemente nulos. Geração de Tuplas Espúrias Diretriz 4: Projete esquemas de relação de modo que as operações de junção possam ser formuladas por meio de condições de igualdade definidas sobre atributos que sejam chaves primárias ou estrangeiras (satisfaçam a propriedade de decomposição sem perdas). 4

Geração de Tuplas Espúrias Formas Normais Processo de normalização: 1FN 2FN 3FN Formas normais definidas a partir do conceito de dependência funcional. Primeira Forma Normal (1FN): Um esquema de relação R está na 1FN se todos os seus atributos forem atômicos. 5

Gera anomalias de atualização Dependências Funcionais Definição: Uma dependência funcional entre dois atributos (ou conjuntos de atributos) X e Y de um esquema de relação R, denotada por X Y, é uma restrição de integridade que estabelece que, para quaisquer tuplas t1 e t2 de uma instância de R tal que t1[x] = t2[x], t1[y] = t2[y]. Exemplos: EMP-DEPT(ENOME,SSN,DATANASC,ENDERECO,DNUMERO,DNAME,DGERSSN) SSN {ENOME,DATANASC,ENDRECO,DNUMERO} DNUMERO {DNOME,DGERSSN} Atenção: Não confundir a notação X Y com a notação R1[X] R2[Y] que denota a RIR entre os esquemas de relação R1 e R2. 6

Segunda Forma Normal (2FN) Um esquema de relação R está na 2FN se todo atributo de R não pertencente a uma de suas chaves for totalmente dependente da chave primária. O esquema de relação EMP-PROJ(SSN,PNUMERO,HORAS,ENOME,PNOME,PLOCALIZACAO) não está na 2FN porque SSN ENOME e PNUMERO {PNOME,PLOCALIZACAO}, ou seja, há atributos em EMP-PROJ que não são totalmente dependentes da chave primária {SSN,PNUMERO}. 7

Terceira Forma Normal (3FN) Um esquema de relação R está na 3FN se estiver na 2FN e nenhum atributo de R não pertencente a uma de suas chaves for transitivamente dependente da chave primária. O esquema de relação EMP-DEPT(ENOME,SSN,DATANASC,ENDERECO,DNUMERO,DNOME,DGERSSN) não está na 3FN porque SSN DNUMERO e DNUMERO {DNOME,DGERSSN}, ou seja, há atributos em EMP-DEPT que são transitivamente dependentes da chave primária {SSN}. 8

Exemplo de Decomposição Seja o esquema de relação R(A,B,C,D,F,G). Considerando as DFs {A,B} G, A C, A D e D F válidas em R, podemos decompor R da seguinte forma: 1º passo: R não está na 2FN Eliminando-se A C, A D e D F de R R 1 (A,C,D,F) R 2 (A,B,G) 2º passo: R 1 e R 2 estão na 2FN, mas R 1 não está na 3FN Eliminando-se D F de R 1 R 11 (A,C,D) R 12 (D,F) R 2 (A,B,G), R 11 (A,C,D) e R 12 (D,F) estão na 3FN Definição Geral Informalmente, podemos dizer que um esquema de relação R está normalizado (ou seja, na 3FN) se todos os seus atributos são dependentes exclusivamente de suas chaves. Representa um tipo de entidade ou de relacionamento (Diretriz 1) 9

Propriedades do Processo de Decomposição Seja R um esquema de relação e F o conjunto de dependências funcionais válidas sobre os seus atributos. A decomposição de R em R 1, R 2,, R n deve satisfazer às seguintes propriedades: 1. Preservação das dependências funcionais (F 1 U F 2 U F n ) + = F + onde F 1, F 2,, F n são os conjuntos de dependências funcionais válidas em R 1, R 2,, R n e F + é o conjunto de todas as dependências funcionais derivadas de F. 2. Decomposição sem perdas R = R 1 R 2 R n Resumo Normalização Processo de decomposição sucessiva de esquemas de relação para que satisfaçam determinadas formas normais Propriedades informais de um esquema de relação Formas normais 1FN, 2FN, 3FN (outras FNs: FNBC, 4FN) Dependência funcional Propriedades do processo de decomposição 10

Questões e Exercícios Sugeridos 10.2, 10.3, 10.4, 10.5, 10.6, 10.13, 10.14, 10.15, 10.17, 10.22, 10.25, 10.26, 10.28, 10.30. 11