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A Agravada não apresentou contraminuta ao agravo de instrumento nem contrarrazões ao recurso de revista.

Transcrição:

PROCESSO TRT/SP Nº 0002415-58.2013.5.02.0053 RECURSO ORDINÁRIO RECORRENTE: OFICIAL DE REGISTRO CIVIL 8º SUB SANTANA RECORRIDO: MARIA CECÍLIA FRANÇA PINTO RECORRIDO: ERNESTO FRANÇA PINTO (ESPÓLIO DE) OUTRO 1 ORIGEM: 53ª VT DE SÃO PAULO SUCESSÃO TRABALHISTA DE CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE. A delegação dos serviços notariais e de registro aos cartórios extrajudiciais foi conferida pela Constituição Federal de 1988 ao titular do Ofício e não ao próprio Cartório. Dessarte, a sucessão somente tem lugar entre titulares. In casu, tendo em vista que a reclamante não prestou serviços ao atual Oficial, investido no cargo por concurso público, a jurisprudência predominante do C. TST entende pela inexistência de sucessão trabalhista. Inteligência do art. 236, da Constituição Federal. Recurso Ordinário a que se dá provimento. Recurso Ordinário da reclamada, pelas razões de fls. 268/298, pretendendo a reforma da r. sentença de fls. 237/243, complementada pela de fl. 262, que julgou parcialmente procedentes os pedidos da reclamatória. Irresignação fundada, em síntese, nos seguintes pontos: (I) nulidade por negativa de prestação jurisdicional; (II) nulidade por ausência de fundamentação; (III) ilegitimidade passiva; (IV) sucessão trabalhista; (V) opção pelo regime celetista; (VI) danos morais; e (VII) prescrição do FGTS. Aditamento às fls. 113/117. Contrarrazões às fls. 307/310. Não consta parecer da D. Procuradoria. É o relatório.

V O T O 1. Juízo de admissibilidade 1.1. Ilegitimidade de parte Não conheço do pedido de ilegitimidade de parte do Sr. Vinicius Barbosa de Oliveira, pois a r. sentença expressamente decidiu que ele não integra o polo passivo do presente processo (fl. 238v ). 1.2. Admissibilidade recursal Preparo recolhido (fl. 299). Por tempestivo e regular (fl. 112), conheço do recurso, à exceção ao item precedente. 2. Preliminares 2.1. Nulidade por negativa de prestação jurisdicional A recorrente alega que lhe foi negada a prestação jurisdicional, pois, mesmo após a oposição de Embargos de Declaração, restaram pontos omissos e a necessidade de esclarecimentos. Sem razão, contudo. Os pontos suscitados referem-se ao inconformismo da parte com a decisão sobre a ilegitimidade de parte. Contudo, a questão foi apreciada às fls. 237v /238, não havendo omissão ou obscuridade. O não acolhimento de tese da reclamante não importa em nulidade, eis que hipotético error in judicando é passível de reforma em sede de mérito. Ademais, os fundamentos da r. decisão de origem são suficientes para a conclusão do julgado, sendo certo que o juízo não está obrigado a manifestar-se quanto a todos os argumentos das partes. Rejeito.

2.2. Nulidade por ausência de fundamentação A recorrente não tem razão. Não há ausência de fundamentação em relação à responsabilidade, pois ela teve suporte na sucessão reconhecida. A ocorrência ou não de sucessão é matéria de mérito, sendo que ambas as matérias nele serão apreciadas. Rejeito. 2.3. Ilegitimidade passiva Há legitimidade passiva em face da pertinência subjetiva das partes, autora e ré. O simples fato de a reclamante indicar a ré como devedora da relação jurídica material, basta para legitimá-la a figurar no polo passivo da relação jurídica processual. A responsabilidade da reclamada é questão de mérito, que será apreciada oportunamente. Rejeito. 3. Juízo de mérito. Sucessão trabalhista A recorrente não se conforma com a r. sentença que reconheceu a sucessão trabalhista e a responsabilidade da ré pelas verbas da condenação. A reclamante alega que foi admitida pelo Ofício de Registro Civil das Pessoas Naturais do 8º Subdistrito de Santana, na Capital, em 4/4/1994, sendo que à época, o Oficial era o Sr. Ernesto França Pinto Junior, falecido em 11/2/2012. Temporariamente, fora designado para a vaga o Sr. Renato França Pinto, até a investidura do Sr. Vinícius Barbosa de Oliveira, aprovado em concurso público. Aduz que com a nova investidura houve sucessão trabalhista e que foi dispensado pelo Sr. Vinícius, em 1/7/2013, sem o recebimento das verbas a que tinha direito. A r. sentença reconheceu, além do vinculo de emprego com o Ofício, a sucessão pela substituição de um tabelião por outro, com fundamento nos arts. 10 e 448, da CLT, com a consequente responsabilização do Ofício de Registro, sendo responsáveis solidários o Espólio do Sr. Ernesto e o Sr. Renato.

O art. 236 da Constituição Federal prevê que Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público., de modo que o titular do cartório extrajudicial equiparase ao empregador, sendo-lhe plenamente aplicáveis as regras da sucessão de empresas. Deve ser ressaltado que é pacífico o entendimento de que a delegação foi ao titular do cartório e não ao próprio cartório, de modo que a relação de emprego dá-se apenas com o titular, atualmente investido somente por concurso público. Incabível, portanto, a responsabilização do Ofício, que não possui personalidade jurídica. Necessário esclarecer que a r. sentença não condenou o Sr. Vinícius Barbosa de Oliveira. Ante o quadro exposto, não seria necessário apreciar a ocorrência de sucessão, pois ela somente seria possível de um titular para outro titular do Ofício, e o atual registrador, como já dito, não integrou o polo passivo. Contudo, em razão do escopo da jurisdição, importante discorrer sobre essa questão. In casu, a reclamante foi dispensada em 1º/7/2013 e o Termo de Investidura juntado pela reclamada comprova que a investidura do Sr. Vinícius ocorreu em 2/7/2013 (fl. 217), de modo que a autora nunca prestou serviços ao novo registrador. Nesse contexto, o entendimento predominante no C. TST é pela inexistência de sucessão, como se pode observar nos seguinte julgados: RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMANTE. [...] 3. SUCESSÃO TRABALHISTA DA QUINTA RECLAMADA. ANA ALICE MARTINELLI PESSOA. Em se tratando de cartório, a sucessão de empregadores pressupõe não só a transferência da unidade de um titular para outro, mas que a prestação de serviços pelo

empregado do primeiro prossiga com o segundo. Portanto, somente quando o sucessor no cartório aproveitar os empregados do titular sucedido, hipótese não configurada nos autos, poderá ser reconhecida a sucessão trabalhista. Recurso de revista não conhecido, no aspecto. 4. LIMITAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO SEGUNDO RECLAMADO. OSNILDO BARTEL. Tendo o Regional limitado a responsabilidade do segundo reclamado até 26/2/2009, data em que ele perdeu, em definitivo, a condição de titular do serviço notarial, bem como dos benefícios decorrentes dos serviços prestados pela reclamante, tem-se por ilesos os arts. 927 e 932, V, do CC. Recurso de revista não conhecido, no particular. (RR - 1898-79.2013.5.12.0019, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 09/03/2016, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 11/03/2016) RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. [...] CARTÓRIO. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO NOVO DELEGATÁRIO. SUCESSÃO TRABALHISTA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. O caput do artigo 236 dispõe que os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado por delegação do Poder Público. Nesse contexto, pode-se entender que, embora não seja dotado de personalidade jurídica própria, mas especial, como sustenta o agravante, o titular do cartório extrajudicial pode ser equiparado ao empregador comum e a ele podem ser aplicadas as regras da sucessão trabalhista nos mesmos moldes aplicáveis às empresas (artigos 10 e 448 da CLT). Contudo, no caso dos autos, não se configurou a sucessão trabalhista, tendo em vista que as verbas postuladas pela reclamante decorrem exclusivamente da relação de emprego mantida com o titular anterior do cartório.

Precedentes. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. [...] (RR - 603-83.2012.5.24.0091, Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas Brandão, Data de Julgamento: 02/03/2016, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 04/03/2016) [...] CARTÓRIO. SUCESSÃO TRABALHISTA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AO TITULAR SUCESSOR. Sendo certo que a relação de emprego nos serviços notariais se dá com o titular da serventia, em caso de sucessão na titularidade do cartório, somente se reconhece a sucessão trabalhista na hipótese da continuidade da prestação de serviços em favor do novo titular. Com efeito, não caracteriza sucessão trabalhista quando o empregado do titular anterior não prestou serviços ao novo titular do cartório. Recurso de Embargos de que conhece em parte e a que se nega provimento." (E-ED-RR-AIRR e RR-6613200-94.2002.5.09.0900, Relator Ministro João Batista Brito Pereira, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT de 8/10/2010); Dessarte, ante a não ocorrência de sucessão, não seria possível responsabilizar o novo titular pelas verbas da condenação. Por fim, importante salientar que em que pese o dispositivo da r. sentença faça referência ao Oficial de Registro, a condenação recaiu sobre o Ofício, pois o Oficial investido no cargo, Sr. Vinicius Barbosa de Oliveira, como já mencionado, não é parte neste processo. Portanto, reformo, para afastar a responsabilidade do Ofício de Registro Civil do 8º Subdistrito de Santana. Ficam prejudicados os demais pedidos. 4. Dispositivo Ante o exposto, ACORDAM os Magistrados da 8ª

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em: CONHECER do Recurso Ordinário, exceção à alegação de ilegitimidade de parte; REJEITAR as preliminares; no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO para afastar a responsabilidade do recorrente pelas verbas da condenação, prejudicados os demais pedidos, nos termos da fundamentação do voto do relator. No mais, fica mantida a sentença recorrida pelos seus próprios e jurídicos fundamentos. SIDNEI ALVES TEIXEIRA Desembargador Relator Gcsj/SAT