ACÓRDÃO Nº (Processo nº. 2009/ )

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1 Tribunal de Contas do Estado do Pará ACÓRDÃO Nº. 54.483 (Processo nº. 2009/52821-2) Assunto: Prestação de Contas relativa ao Convênio nº 023/2008 firmado entre a SECRETARIA DE ESTADO DE ESPORTE E LAZER e o DETRAN. Responsável: Sr. CARLOS ALBERTO DA SILVA LEÃO, Secretário à época. Relator: Conselheiro NELSON LUIZ TEIXEIRA CHAVES EMENTA: I - Prestação de Contas. Contas irregulares. Condenação do responsável. Devolução do valor conveniado. Dano ao erário. Intempestividade. Aplicação de multas. II Ausência de laudo de acompanhamento e execução do convênio. Aplicação de multa ao ex-diretor Geral do DETRAN. Relatório lido em Sessão Ordinária de 29.10.2014 pelo Exmo. Sr. Conselheiro NELSON LUIZ TEIXEIRA CHAVES: Processo nº. 2009/52821-2. Tratam os autos da Prestação de Contas do Convênio nº 023/2008, celebrado entre o DETRAN Departamento de Trânsito do Estado do Pará e a SEEL Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, no valor de R$ 30.000,00, cujo objeto é o apoio financeiro para realização de mídia executiva durante a II fase da série C do Campeonato Brasileiro de Futebol, sendo os responsáveis os Srs. Lívio Rodrigues Assis Diretor Geral do DETRAN e Carlos Alberto da Silva Leão Secretário da SEEL. O DCE, às fls. 15/18 informa que: 1. Em decorrência da ausência de conta corrente específica para a movimentação dos recursos do convênio, balancete financeiro e dos comprovantes de despesas e dos respectivos pagamentos, a constatação da existência de saldo financeiro foi prejudicada; 2. O termo de Convênio não está acompanhado do Plano de Trabalho; 3. Não foi emitido pelo DETRAN, responsável pela fiscalização do convênio, o Laudo Conclusivo demonstrando a execução do recurso repassado; 4. A composição das contas está em desacordo com o estabelecido no art. 152, incisos I a XI, do Regimento Interno, em função da ausência dos documentos já citados. Além disso, não restaram comprovados os serviços contratados, os contratantes e a comprovação dos pagamentos efetuados a esses, o que enseja a devolução dos recursos recebidos (R$30.000,00). Conclui o DCE pela IRREGULARIDADE com devolução de R$30.000,00, com sugestão de multas regimentais previstas no art. 233, I e II, do RITCE, considerando o Sr. Lívio Rodrigues de Assis, responsável solidário pelo descumprimento das normas de formalização do convênio e

2 Tribunal de Contas do Estado do Pará responsável pela também emissão do laudo conclusivo. Citados na forma regimental, os Srs. Carlos Alberto da Silva Leão e Lívio Rodrigues de Assis, apresentaram defesa, de acordo com as fls. 37/38 e 73/77, respectivamente. O Órgão Técnico se manifestou acerca das defesas, às fls. 78/79 dos autos. Os argumentos do Sr. Carlos Alberto da Silva Leão não foram acatados. Quanto ao Sr. Lívio, foi retificada a sugestão de aplicação da multa, pois o seu argumento de que não podia ser responsabilizado solidariamente por estar impossibilitado de tomar providências que não eram de sua competência em função do seu afastamento da gestão do órgão, foi acatado. O Ministério Público de Contas, às fls. 81/84, acompanha o entendimento do órgão técnico de fls. 15/18, opinando pela irregularidade, com a responsabilização e aplicação de multa aos responsáveis. Em documento à fl. 88 dos autos, mediante o ofício nº 05.528/2010, foi solicitado ao DETRAN o laudo conclusivo do convênio. Após isso, foram encaminhados vários documentos, como cópia de convênio, notas de empenho, ordem bancária, entre outros, porém, não foi enviado o laudo conclusivo. Logo, o DCE, à fl. 98, mantém o posicionamento anterior. Observando a defesa do Sr. Lívio Rodrigues e a alteração de entendimento do DCE, que retirou multa antes cominada, solicitou-se, à fl. 102, a informação do período de gestão do Sr. Lívio Rodrigues. A fl. 104, o DCE, informou que o período de administração ocorreu de 01/01/07 a 28/05/09. Ora, diante da nova informação e considerando que a vigência do convênio tinha início em 20/08/2008 e término em 18/10/2008, ou seja, ainda na época de gestão do Sr. Lívio Rodrigues (fl. 106), o DCE, em nova manifestação, afirmou que o mesmo é responsável solidário ao convenente pelo descumprimento das normas de formalização do convênio (...), voltando ao seu entendimento anterior. O Ministério Público de Contas, à fl. 113, mantém o seu entendimento de fls. 81/84. Através da Resolução TCE/PA nº 18.505, de 13 de agosto de 2013, foi autorizada a reabertura da instrução processual, face a apresentação da defesa oral do responsável e da juntada de documentos. O DCE em nova manifestação de fls. 167/169, considera que a documentação juntada aos autos não versam sobre o convênio em questão e que a fotografia juntada às fls. 144 é similar a de fls. 11/13 e que ambas não fazem alusão ao que foi descrito no objeto do convênio em questão. Diante do exposto ratifica seu posicionamento anterior quanto a irregularidade com devolução, devendo o Sr. Carlos Alberto da Silva Leão restituir o valor de R$30.000,00 devidamente atualizado e acrescido dos consectários legais, ficando passível da multa regimental pelo não atendimento do prazo para remessa das contas. O Ministério Público de Contas, às fls. 172, mantém o seu

entendimento de fls. 81/84, no sentido de opinar pela irregularidade das contas, com devolução, de responsabilidade do Sr. Carlos Alberto da Silva, passível das multas pelo débito apontado e pela remessa intempestiva e ao Sr. Lívio Rodrigues de Assis, sugere-se multa pela não emissão do laudo conclusivo. É o Relatório. Defesa oral, feita em Plenário pelo responsável, senhor CARLOS ALBERTO DA SILVA LEÃO, na forma do art. 90 da Lei Orgânica deste Tribunal, presente à Sessão Ordinária, por ocasião do julgamento do processo supra: 3 Bom dia, senhores Conselheiros, estou eu novamente, desta vez sobre o mesmo processo. Eu não sei, Excelência, se é possível uma retomada dessa análise, mas que, digamos, fosse olhado o conjunto dos processos, porque eu estive aqui fazendo uma defesa, e este Colegiado aqui acatou, num processo semelhante: da Cosanpa. Na verdade, é importante entender o que se passou naquele ano lá de 2008. Os Clubes estavam com dificuldade, inclusive eu lembro bem que o Clube do Remo não ia jogar uma partida em outro Estado aqui da região, não sei se Roraima, por dificuldade de passagens, e as rádios cobrando, e eu até estava ouvindo, quase meia noite, uma rádio, e liguei ao programa dizendo que tinha ligado para a Governadora à época e que o Estado ia ajudar de alguma forma para que as equipes não deixassem de participar. E a saída encontrada foi exatamente oferecer os serviços de mídia eletrônica do Mangueirão e a transmissão dos jogos na televisão, que, eu digo sempre, foi um embrião do que hoje tem um processo já consolidado dessa transmissão dos jogos. Então, o Detran entrou com um convênio de R$30.000,00 (trinta mil reais), que é exatamente esse, a Cosanpa com um convênio de R$18.000,00 (dezoito mil reais), que é o convênio 040/2008, cujo processo 2009/53122-8 é o que eu me referi que foi, inclusive, aprovado, que é muito semelhante a este aí. O que foi apontado pelo órgão técnico, aqui pelo Setor Técnico, foi juntado no processo o plano de trabalho às fls. 161, 162 e 163. Estão no processo. Também, e a análise comprova, está no processo a comprovação da transferência dos R$30.000,00 (trinta mil reais) da conta do Detran para a conta da SEEL, e aí eu queria aqui, eu sei que não é uma coisa menor, mas está juntado também no processo a lei que criou a SEEL e que criou um fundo estadual de cultura, e que lá determina que o gestor, qualquer recurso arrecadado na Secretaria, deva ser direcionado a este fundo, muito embora o Tribunal e os órgãos de fiscalização entendem que todo convênio tenha que ter uma conta específica.

Então, pode ser que esse ex-gestor tenha errado ao ter cumprido uma determinação da lei que criou a Secretaria em colocar estes 30 mil no fundo. Recurso de arrecadação de estacionamento, qualquer recurso que entra, principalmente via Mangueirão, vai para uma conta única. E as comprovações estão todas aí, e aí está também e eu juntei o convênio com a Federação, que os Clubes à época não poderiam à época receber recursos por não ter todas as suas certidões negativas. Então a saída foi fazer um convênio dos 70 mil com a Federação, e aí está, na fl. 135, a comprovação da transferência dos 70 mil, na fl. 146 o pagamento ao Clube do Remo, salvo engano, de 30 mil, porque cada jogo era um valor, daí a diferença, não é porque eu era remista, era não, ainda sou. O Paissandu recebeu também, salvo engano, 20 mil, porque era por número de jogos transmitidos, e o Águia 10 mil, então, estes comprovantes estão aí. Eu confesso a vocês que fiquei assustado ontem, quando eu só pude vir ontem olhar esse telegrama, e vi a devolução dos R$30.000,00 (trinta mil reais). Primeiro, pela dificuldade de devolver R$30.000,00 (trinta mil reais) e, segundo, porque está comprovada nos autos a transferência do recurso para a conta do SEEL e os pagamentos efetuados pela Federação aos Clubes. O plano de trabalho está presente, e também está às fls. 142 e 145 o documento da Microdata, que é a empresa que à época, não sei se ainda hoje, é quem administrava a inserção no placar eletrônico, e também da TV Cultura. E eu repito aqui, este processo eu entendo que ele deva ser olhado, porque o processo do Cosanpa teve este tratamento. Foi aceito aqui a transferência do recurso da Cosanpa para a conta da SEEL e o repasse para a Federação e depois aos Clubes, assim como a comprovação. Eu lembro à época até que, digamos, uma nota fiscal com a comprovação dos serviços e a SEEL não é um órgão que possa emitir essa nota. O que houve, sim, foi a prestação dos serviços pela SEEL pela divulgação da mídia, e as fotos, as fotos mostram aí, às fls. 10, 11, 12 e 13, as fotos originais e depois eu junto até cópia destas fotos. Então, senhores, eu gostaria que fosse acatada essa defesa, inclusive a última juntada ao processo, o relatório final não menciona, porque eu pedi aqui que o tratamento fosse dado ao mesmo a que foi dado a Cosanpa, juntei alguns documentos citando ao da Cosanpa e depois fiz nova juntada com um novo plano de trabalho. Era essa a defesa que eu tinha a fazer e peço acatamento. 4

VOTO: Diante do exposto voto pela IRREGULARIDADE da Prestação de Contas de responsabilidade do Sr. Carlos Alberto da Silva Leão, de acordo com o artigo 166, III, alíneas a e b do Ato 24/94, com a devolução da importância de R$30.000,00, devidamente corrigida e acrescida de seus consectários legais. Aplico-lhe, ainda, multas regimentais pela devolução apontada, no valor de R$3.000,00 (10% do valor do débito) e de R$719,00 pela remessa intempestiva, de acordo com os artigos 242 e 243, III, b c/c artigo 283 do Ato 63/12 TCE/PA. Quanto ao Sr. Lívio Rodrigues de Assis, pela não emissão do laudo conclusivo, aplico multa no valor de R$719,00 em decorrência do descumprimento da Resolução 13.989/95, de acordo com o artigo 243, III, a, c/c artigo 283, do Ato nº 63/12-TCE/Pa. Voto do Exmº. Sr. Conselheiro IVAN BARBOSA DA CUNHA: De acordo com o relator. Voto do Exmº. Sr. Conselheiro LUIS DA CUNHA TEIXEIRA: Julgar as contas irregulares sem devolução de valores. Voto do Exmº. Sr. Conselheiro ANDRÉ TEIXEIRA DIAS: Na forma do art. 186 do Regimento, peço vista dos autos. Voto do Exmº. Sr. Conselheiro ANDRÉ TEIXEIRA DIAS em Sessão Ordinária de 10.02.2015: Os presentes autos tiveram seu julgamento suspenso, em razão do meu pedido de vistas, nos termos do que dispõe o art. 186 do Regimento Interno deste Tribunal de Contas. VOTO: Após uma análise mais detalhada dos autos, acompanho a manifestação do Exmo. Conselheiro Relator. Voto do Exmº. Sr. Conselheiro MARIA DE LOURDES LIMA DE OLIVEIRA: Acompanho o voto do Relator. Voto do Exmº. Sr. Conselheiro ODILON INÁCIO TEIXEIRA: Acompanho o voto do Relator. 5

Voto do Exmº. Sr. Conselheiro LUIS DA CUNHA TEIXEIRA Presidente: Julgar as contas irregulares, sem importar em devolução de valores. ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Pará, por maioria, nos termos do voto do Exmo. Sr. Conselheiro Relator, com fundamento no art. 56, inciso III, alíneas b, c e d, c/c os arts. 62, 82 e 83, inciso VIII da Lei Complementar nº. 81 de 26 de abril de 2012, o que segue: I - Julgar irregulares as contas e condenar o Sr. CARLOS ALBERTO DA SILVA LEÃO, Secretário da SEEL à época, CPF nº. 173.459.102-10, ao pagamento da quantia de R$-30.000,00 (trinta mil reais), atualizada a partir de 22/10/2008 e acrescida de juros até o seu efetivo recolhimento e aplicar-lhe as multas de R$-3.000,00 (três mil reais), pelo dano causado ao erário e R$-719,00 (setecentos e dezenove reais), pela remessa intempestiva das contas; II Aplicar ao Sr. LÍVIO RODRIGUES DE ASSIS, Diretor Geral do DETRAN à época, CPF nº. 001.267.722-15, multa de R$-719,00 (setecentos e dezenove reais), pela ausência do laudo de acompanhamento e execução do convênio; As multas deverão ser recolhidas na forma do disposto na Lei Estadual n. 7.086/2008, c/c os arts. 2, IV, e 3 da Resolução TCE n. 17.492/2008; Os valores supracitados deverão ser recolhidos, no prazo de trinta (30) dias contados da publicação desta decisão no Diário Oficial do Estado. Este Acórdão constitui título executivo, passível de cobrança judicial da dívida líquida e certa decorrente do débito e das multas imputadas, em caso de não recolhimento no prazo legal, conforme estabelece o art. 71, 3º da Constituição Federal. Plenário Conselheiro Emílio Martins, em 10 de fevereiro de 2015. LUIS DA CUNHA TEIXEIRA Presidente NELSON LUIZ TEIXEIRA CHAVES Relator Presentes à sessão os Exmºs. Srs. Consºs.: MARIA DE LOURDES LIMA DE OLIVEIRA ANDRÉ TEIXEIRA DIAS ODILON INÁCIO TEIXEIRA Procurador-Geral do Ministério Público de Contas: Dr. Antônio Maria Filgueiras Cavalcante. NNM/0100200 6