Curso Técnico de Informática e Sistemas. Comunidade Muçulmana

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Transcrição:

Curso Técnico de Informática e Sistemas CP5-DR4- Comunidade Global Comunidade Muçulmana O Islão é uma religião monoteísta que tem como único e indiscutível Deus Alá, surgiu na Península Arábica no século VII, baseada nos ensinamentos religiosos do profeta Maomé (Muhammad) e numa escritura sagrada, o Alcorão. A religião é conhecida ainda por islamismo. Na visão muçulmana, o Islão surgiu desde a criação do homem, ou seja, desde Adão, sendo este o primeiro profeta dentre inúmeros outros, para diversos povos, sendo o último deles Maomé. Cerca de duzentos anos após Maomé, o Islão já se tinha difundido em todo o Médio Oriente, no Norte de África e na Península Ibérica, bem como na direcção da antiga Pérsia e Índia. Mais tarde, o Islão atingiu a Anatólia, os Balcãs e a África subsaariana. Recentes movimentos migratórios de populações muçulmanas no sentido da Europa e do continente americano levaram ao aparecimento de comunidades muçulmanas nestes territórios. A mensagem do Islão caracteriza-se pela sua simplicidade: para atingir a salvação, basta acreditar num único Deus, rezar cinco vezes por dia voltado para Meca, submeter-se ao jejum anual no mês do Ramadão, pagar dádivas rituais e efectuar, se possível, uma peregrinação à cidade de Meca. O Islão é visto pelos seus aderentes como um modo de vida que inclui instruções que se relacionam com todos os aspectos da actividade humana, sejam eles políticos, sociais, financeiros, legais, militares ou interpessoais. A distinção ocidental entre o espiritual e temporal é, em teoria, alheia ao Islão. No aspecto da abertura ao mundo exterior existem diferentes formas, que muitas vezes são condicionadas pelas politicas dos países onde as comunidades se encontram e pelos acontecimentos. Desde os acontecimentos do 11 de Setembro a comunidade internacional tende a olhar para o mundo islâmico como ofensor apesar de a sua maioria não o ser. Nos países para onde imigram

tendem a ser interpelados pelas políticas governamentais condicionando a sua cultura e a sua forma de vida, se bem que algumas vezes essas comunidades se apoiam na sua qualidade de minoritários para chantagearem o poder apelando à imagem de vítima. Por exemplo a França ao promover a abolição do véu pelas alunas nas escolas, desencadeou um discussão e "inflamou" um assunto que se provavelmente tivesse continuado na "sombra" em poucos anos se resolveria por si só, pois grande parte das meninas ao integrarem a sociedade ocidental com todos os apelos publicitário/consumistas e pela liberdade vivida nestas sociedades deixariam naturalmente de usar o véu. Também porque a religião muçulmana se prende com a interpretação dos textos do Alcorão para a relação com todos os aspectos da actividade humana, assim e na posse de informação que é cada vez mais difundida principalmente via Web estes cidadãos tenderão a fazer valer a sua individualidade e tomar as suas próprias decisões, provocando uma viragem de opinião e consequente liberdade de expressão. As mulheres muçulmanas vivem num papel de submissão em relação aos homens pois os textos sagrados assim o definem. Causam muito sofrimento e por vezes atingem tratamento desumano. Os textos dão aos homens direito de castigarem as mulheres, ao contrário de qualquer código de Boas relações sociais no qual nenhum ser Humano tem o direito de maltratar outro ser Humano física ou psicologicamente. Exemplo, Extracção de parte do texto do Alcorão: Os homens são os protectores das mulheres, porque Deus dotou uns com mais (força) do que as outras, e pelo seu sustento do seu pecúlio. As boas esposas são as devotas, que guardam, na ausência (do marido), o segredo que Deus ordenou que fosse guardado. Quanto aquelas, de quem suspeitais deslealdade, admoestai-as (na primeira vez), abandonai os seus leitos (na segunda vez) e castigai-as (na terceira vez); porem, se vos obedecerem, não procureis meios contra elas.

A comunidade muçulmana é usualmente retratada como representando uma minoria religiosa, que em muitos casos é também etnicamente distinta da sociedade acolhedora. Os homens vestem sobriamente (calça, camisa, casaco e alguns turbante na cabeça) e as mulheres geralmente usam vestidos largos e compridos e algumas usam um véu para cobrir os cabelos e pescoço. No campo arquitectónico são os edifícios das mesquitas com os clássicos minaretes que se destacam.

Comunidade Cigana A história do povo cigano ou ROM é ainda hoje objecto de controvérsia. Existem várias opiniões que explicam a obscuridade que envolve este assunto. Em primeiro lugar, a cultura cigana é fundamentalmente ágrafa e despreocupada com a sua história, de maneira que não foram conservados por escrito a sua procedência. A sua história foi estudada sempre pelos não ciganos, com frequência através de um cariz fortemente etnocentrista. Os primeiros movimentos migratórios datam do século X, talvez muita informação perdeu-se, se é que alguma vez existiu. É importante assinalar também que os primeiros grupos de ciganos chegados a Europa ocidental fantasiavam acerca das suas origens, atribuindo uma procedência misteriosa e lendária, em parte como estratégia de protecção frente a uma população em que eram minoria. Gypsies, gitanos, zíngaros, ciganas pessoas Rom, juntamente com os Sintos e os Calon ou Calé são designados vulgarmente por "Ciganos". São pessoas tradicionalmente nómadas, que poderão ter origem no norte da Índia e que hoje vivem espalhadas pelo mundo,

especialmente na Europa, sendo sempre uma minoria étnica nos países onde vivem. A maioria dos Roms fala alguma forma do idioma romanês, língua muito próxima das modernas línguas indo-europeias do norte da Índia e do Paquistão. A moderna antropologia relacionou a língua romani com as línguas punjabi e potohari, faladas no norte do Paquistão. As primeiras notícias da sua presença em Portugal datam da segunda metade do século XV. Algumas dezenas de anos depois de se instalarem em Portugal, já os ciganos estavam identificados com a imagem negativa que irá perdurar até aos nossos dias e que continuamente será evocada para os reprimir ou expulsar. E quanto aos costumes, segundo descrevem escritores desse tempo, eram os mesmos de hoje, isto é, vaguear de terra em terra, roubar quanto podiam, ler a buena dicha, pouca religião, vestidos imundos, rosto trigueiro amarelado, cabelos pretos. À buena dicha juntaram práticas supersticiosas de feitiçaria para melhor armar os efeitos rapinantes. A família é sagrada para os ciganos. Os filhos normalmente representam uma forte fonte de subsistência. As mulheres através da prática de esmolar e da leitura de mãos. Os homens, atingida uma certa idade, são frequentemente iniciados em outras actividades como acompanhar o pai às feiras para ajudá-lo na venda de produtos artesanais. Uma criança sempre é bem-vinda entre os ciganos. É claro que sua preferência é para os filhos homens, para dar continuidade ao nome da família. Logo que uma criança nasce, uma pessoa mais velha, ou da família, prepara um pão feito em casa, semelhante a uma hóstia e um vinho para oferecer ás três fadas do destino, que visitarão a criança no terceiro dia, para designar sua sorte. Esse pão e vinho serão repartidos no dia seguinte com todas as pessoas presentes, principalmente com as crianças. Em linhas gerais, os Sintos são menos conservadores e tendem a esquecer com maior rapidez a cultura dos pais. Talvez este facto não seja recente, mas de qualquer modo é atribuído às condições socioculturais nas quais por longo tempo viveram. Quanto aos Rom de imigração mais recente, nota-se por outro lado uma maior tendência à conservação das tradições, da língua e dos

costumes próprios dos diversos subgrupos. A sua origem desde países essencialmente agrícolas e ainda industrialmente atrasados (leste europeu) favoreceu certamente a conservação de modos de vida mais consoantes à sua origem. No casamento tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens económicas. Um cigano pode casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não cigana, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições ciganas. Desde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em casamento. Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos, que decidem unir suas famílias. O casamento é uma das tradições mais preservadas entre os ciganos, representa a continuidade da raça, por isso o casamento de mulheres ciganas com os não ciganos não é permitido em hipótese alguma. Quando isso acontece a pessoa é excluída do grupo. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser devolvida aos pais e estes terão que pagar uma indemnização aos pais do noivo. A importância do dote é fundamental especialmente para os Rom; no grupo dos Sintos o casamento tende a realizar-se através da fuga e consequente regularização. No que se refere à morte, o luto pelo desaparecimento de um companheiro dura em geral muito tempo. Junto aos Sintos parece prevalecer o costume de queimar-se a kampína (o trailer) e os objectos pertencentes ao defunto. Entre os ritos fúnebres praticados pelos Rom está a pomána, banquete fúnebre no qual se celebra o aniversário da morte de uma pessoa. A abundância do alimento e das bebidas exprimem o desejo de paz e felicidade para o defunto. A influência trazida do oriente é muito forte na música e na dança cigana. A música e a dança cigana possuem influência hindu, húngaro, russo, árabe e espanhol. Mas a maior influência na música e na dança cigana dos últimos séculos é sem dúvida espanhola, reflectida no ritmo dos ciganos espanhóis que criaram um novo estilo baseado no flamenco.

A dissertação que posso elaborar sobre as comunidades que apresentei atrás é de que ambas são vistas de certa forma como estranhos á nossa sociedade. São comunidades com hábitos e formas de pensar diferentes daqueles a que estamos habituados, então a nossa sociedade (portuguesa) tem dificuldade em aceitar apesar de respeitar, não se conhecendo conflitualidade com qualquer uma delas, apesar da comunidade cigana por vezes provocar alguma agitação em locais públicos mas o povo português tende a desvalorizar esses comportamentos. Nós como povo, corremos mundo e cruzamo-nos com muitas raças diferentes mas mesmo assim, dentro de portas a nossa capacidade de aceitarmos plenamente outros povos dentro do seio das nossas famílias é reduzida, talvez sejamos um povo individualista com necessidade de afirmarmos as nossas raízes dentro do nosso país. Qualquer das comunidades vive perfeitamente à vontade nesta terra mas sempre rodeados dos seus companheiros sem nunca sentir conforto suficiente no povo português para se misturar e desenvolver família, reciprocamente essas comunidades não possuem abertura para constituir família com comunidades estranhas. Associações culturais institucionais são importantes, na integração de residentes estrangeiros em território nacional porque acompanham e encaminham esses cidadãos que á partida não se encontram familiarizados com os processos de países diferentes. Os residentes estrangeiros vêem em situação vulnerável, pois deixaram os seus países de origem, as suas famílias, o conforto de conhecer onde se movem, e partem para um pais diferente em usos e costumes com uma língua que não facilita a integração. Desta forma as associações de acolhimento facilitam enormemente o primeiro contacto dessas pessoas com a realidade local, ajudando com os papéis da legalização encontrando alojamento para viverem e fazendo a mediação com entidades empregadoras para que o mais rapidamente possível comecem a ganhar dinheiro. Minimizam o desconforto de quem chega sem conhecer o meio que o rodeia.

Casamento entre indivíduos do mesmo sexo na minha opinião, é só mais uma forma do nosso Governo regularizar essas situações e com essa medida tirar dividendos, ou seja receber contribuições, taxar a papelada da legalização. Resumindo, enquadrar fiscalmente mais umas quantas situações que passavam ao lado. Concordo com a união de pessoas que se gostam e que se Amam, se decidem fazer vida em conjunto não importa de que sexo se trata. Não deveria existir, leis para autorizar, pessoas que desejam partilhar as suas vidas, pois cada pessoa deve ter o livre direito de decidir sobre o destino a dar à sua própria vida, independentemente do enquadramento legal. O casamento como instituição é uma maneira de manter a maquina burocrática oleada e fazer dinheiro para muita gente, Igreja, Notários, Advogados, IRS e muitos mais. Clonagem, se falamos em clonar seres humanos não concordo, pois a nossa individualidade é a marca indelével da nossa raça e também que a torna tão interessante, pela sua multiplicidade. Enquanto seres humanos racionais devemos elevar a nossa consciência para que isso nunca venha a acontecer.

Em relação à clonagem de outros seres, apesar de ser repugnante, aceito, no sentido de que a ciência precisa de evoluir e para isso esse tipo de experiencias são cruciais. A clonagem é uma área da ciência como outra qualquer, deverá desenvolver-se pacificamente pois os seus resultados fazem depender a aplicação à vida real e a novos desenvolvimentos para a ciência. Eutanásia, penso que Portugal ainda está civicamente longe de deliberar sobre esse assunto, apesar de alguns países já o terem feito. Na minha opinião é uma decisão pessoal e com obrigatoriedade de apresentar sanidade mental e diagnósticos suficientemente provados, para que só aconteça caso não exista outra saída possível, para um caso de incapacidade total ou de morte eminente. É uma decisão muito difícil de tomar pois põe em jogo muitos factores, incluindo familiares próximos, que são muitas vezes fortes razões para uma tomada de decisão. A pessoa que se encontre num estado de saúde terminal tem razões para deliberar sobre o prolongamento ou não da sua vida, pois tudo à sua volta se relaciona com a sua condição incluindo o seu estado psíquico que provoca fortes impulsos para uma decisão, nem sempre bem acolhida pelos seus entes queridos. O meu apoio para a livre consciência e respeito por quem decide. As pessoas que se suicidam, decidem terminar com as suas próprias vidas e ninguém pode fazer nada, ora se uma pessoa em sofrimento físico ou psíquico decidir pôr fim à vida e precisar de apoio exterior para o fazer com enquadramento legal, porque não tê-lo?. Barrigas de aluguer não concordo, pois uma Mãe, que depois de engravidar passa noves meses a fazer nascer um novo ser, provoca uma relação impossível de substituir. Qualquer outra mulher ou homem que vá educar uma criança nascida de uma barriga de aluguer nunca lhe vai conseguir retirar o desejo de procurar e conhecer a sua genuína mãe (isto é mais uma lei da natureza que o homem não consegue contrariar) seremos capazes de imaginar o sofrimento de uma pessoa em busca da sua origem. Tantas crianças órfãs que existem no Mundo, hoje mais que nunca devido a guerras insanas, precisando de guarda, de educação, de Amor e afecto. Qual é a ideia dos homens, desejar uma criança e alugar uma barriga a

troco de fortunas, quando o dinheiro é tão pouco para milhares de famílias. Aborto, concordo com a decisão da mulher, se ela decide prosseguir com esse processo é porque terá razões fortes para o fazer pois um aborto não é um acto que se tome de animo leve. Existem muitas situações em que o futuro ser não é desejado; violação, máformação, entre outras. Quando o aborto tem que ser feito, deverá sê-lo em boas condições de higiene e tecnicamente assistido, isto é em locais próprios e com enquadramento legal, por isso a Lei da I V G foi tão importante ter sido aprovada por rectificação do povo Português. João Pedro J A Correia 30/ Setembro/ 2010