UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ KAROLINE MUNARINI

Documentos relacionados
O risco de desenvolver perda auditiva em razão de exposição a ruído no ambiente de trabalho aumenta conforme o tempo de exposição em anos

ORIENTAÇÃO PARA OS CUIDADOS COM A SAÚDE AUDITIVA EM PROFISSIONAIS DA MÚSICA

Perda de audição pode gerar indenização por acidente de trabalho. por Kendra Chihaya Qua, 11 de Janeiro de :44

PREVALÊNCIA DA PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO E O RISCO RELACIONADO À EXPOSIÇÃO: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PESCADORES E TRABALHADORES DE FRIGORÍFICO

INVESTIGAR AS EMISSÕES OTOACÚSTICAS PRODUTO DE DISTORÇÃO EM TRABALHADORES DE UMA MADEREIRA DO INTERIOR DO PARANÁ

Os danos causados pelo Fone de Ouvido

LUCIANA THEODOROVICZ TESCH O USO ABUSIVO DE FONES DE OUVIDO COMO CAUSA DE PROBLEMAS AUDITIVOS EM ADOLESCENTES IBAITI

Cinco importantes razões para você fazer triagem auditiva. por Kendra Chihaya Dom, 21 de Julho de :53

C A R T I L H A E D U C AT I VA MINISTÉRIO PÚBLICO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ESTUDO COMPARATIVO COM BRINQUEDOS RUIDOSOS COMPARATIVE STUDY WITH NOISY TOYS

FACULDADE SÃO LUCAS JOISILANE DOS SANTOS FERREIRA

Cuide de sua audição. Saiba como evitar danos com as dicas e informações no verso deste folheto.

PROJETO DE LEI N o, DE 2010 (Do Sr. Homero Pereira)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE MEDICINA. Maruza Souza Ramos Nívia Dayane Fernandes Silva

Procedimentos de avaliação audiológica conforme Portaria 19 de 09 de abril de 1998 do Ministério do Trabalho e Emprego.

60 TCC em Re-vista 2012

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC - SP

Revista CEFAC ISSN: Instituto Cefac Brasil

FACULDADE SÃO LUCAS SUZE DA ROCHA BARROSO QUEIXAS AUDITIVAS E NÃO AUDITIVAS DE PROFESSORES EM ACADEMIA DE GINÁSTICA

Ana Gonçalves. Curso: TSHT- Técnico de Segurança e Higiene no trabalho UFCD: Unidade de Formação de Curta Duração

Benefício do implante coclear em crianças com paralisia cerebral

Pesquisa realizada pela UFPR revela que poluição sonora não causa danos somente à audição, mas principalmente a qualidade de vida das pessoas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ESPECIALIZAÇÃO EM MEDICINA DO TRABALHO DEPARTAMENTO DE SAÚDE COMUNITÁRIA SETOR DE CIENCIAS DA SAÚDE

ÍNDICE DE ANEXOS. Anexo 1 Figuras Anexo 2 Questionário Anexo 3 Caracterização das variáveis estudadas... 10

HÁBITOS DE JOVENS USUÁRIOS DE DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS INDIVIDUAIS E SINTOMAS ADVINDOS DA EXPOSIÇÃO À MÚSICA EM FORTE INTENSIDADE*

Ocorrência de queixas auditivas em escolares com e sem dificuldade de aprendizagem

Prevenção da perda auditiva no contexto escolar frente ao ruído de lazer

Prof. Ricardo Ferreira Bento

ANEXO I NORMAS PARA O ATENDIMENTO EM SAÚDE AUDITIVA

CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS ANA CAROLINE ALMEIDA PORTELLA LINDOMAR PEREIRA LIMA

Contexto escolar: a influência de professores, pares e pais sobre o comportamento de crianças

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Lidiane de Oliveira Carvalho

CONTRIBUIÇÕES DE UM PROGRAMA DE ASSESSORIA EM VOZ PARA PROFESSORES

Faculdade de Ciências Humanas de Olinda. Acadêmica de Enfermagem: Laicy Albuquerque

UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE A SAÚDE AUDITIVA DAS COSTUREIRAS QUE ATUAM EM CONFECÇÕES NOS ESTADO DO RJ E MG

Autor(es): Amanda Bozza ( UNICENTRO Coordenadora do Projeto)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Faculdade de Medicina / Departamento de Fonoaudiologia

PREVALÊNCIA DE CEFALEIA EM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE CARUARU-PE

CENTRO UNIVERSITÁRIOSÃO LUCAS ELAINE BEZERRA GUIMARÃES

Licenciada em Matemática. Mestre e Educação nas Ciências pela UNIJUI. Docente DCEEng

Análise das ações educativas sobre a saúde auditiva em crianças escolares

GUIA DEFINITIVO: OS CUIDADOS ESSENCIAIS COM SUA AUDIÇÃO

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE CAMBIRA- PR

PROJETO DE LEI N o, DE 2010 (Do Sr. Homero Pereira)

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ SIMONE BARANOVSKYJ

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

SDE0183 TEORIA E PRÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA Aula 5: Atividade Motora Adaptada as PcD s Auditivas

IMPLANTE COCLEAR EM CRIANÇAS DE 1 A 2 ANOS DE IDADE

ANA LUIZA PEREIRA CAMPOS

Título: Perfil de Extensão vocal em cantores com e sem queixas de voz

ESTUDO COMPARATIVO DA AUDIOMETRIA TONAL DE ALTA FREQÜÊNCIA (AT-AF) EM CRIANÇAS COM E SEM RESPIRAÇÃO BUCAL.

Orientação preventiva sobre os efeitos da exposição a níveis sonoros elevados em músicos

Brazilian Journal of OTORHINOLARYNGOLOGY.

Como a poluição sonora influencia até na obesidade

A MATRIZ DE CONFUSÃO E A CONTAGEM FONÊMICA COMO PROTOCOLOS PARA A ANÁLISE DA ACLIMATIZAÇÃO

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DAS QUEDAS EM CRIANÇAS INTERNADAS EM HOSPITAL PEDIÁTRICO

pode magoar A música também

Aprendendo sobre o Zumbido

AVALIAÇÃO DAS CAPACIDADES FÍSICAS EM ESCOLARES COM IDADE DE 9 E 10 ANOS NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA-PR

Trânsito Consciente. Survey A balada, o carona e a Lei Seca. Ciclo de Palestras para o Ensino Médio

Perfil epidemiológico do consumo de álcool entre os estudantes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

PERFIL DE TRABALHADORES RURAIS ATENDIDOS EM UM CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO AUDITIVA DA REGIÃO NOROESTE DO RS 1

Tabagismo entre estudantes de profissões de saúde: prevalência, conhecimento, atitudes e opiniões

Roger Focus. Porque toda criança e todo adolescente merece a chance de se concentrar

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ JUSSARA MASSOTTI

10 FATOS SOBRE A SEGURANÇA DO PACIENTE

AVALIAÇÃO DA PERDA AUDITIVA EM MOTORISTAS DE ÔNIBUS DE CURITIBA

O ruído e a audição. Breve descrição de ruídos, das fontes de ruídos e do que se pode fazer para evitá-los.

Uso alternativo do sistema de frequência modulada (FM) em crianças com perda auditiva

FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS - FUCAPE ESTEFANIA FALQUETO MILANEZ

II ENCONTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA PERCEPÇÃO DOS ACADEMICOS QUANTO AO CONSUMO DE BEBIDAS ALCOOLICAS DURANTE PROCESSO DE GRADUAÇÃO EM UMA FACULDADE

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Percepção e o impacto da música na audição de integrantes de banda militar

O conhecimento dos trabalhadores sobre a importância do uso do equipamento de proteção individual para a saúde auditiva

DESCRIÇÃO DO PERFILVOCAL DE PROFESSORES ASSISTIDOS POR UM PROGRAMA DE ASSESSORIA EM VOZ

O ESTUDO DO SOM NO ENSINO MÉDIO: UMA ABORDAGEM SOBRE A POLUIÇÃO SONORA NO CENTRO COMERCIAL DE BRAGANÇA-PARÁ

Marina Emília Pereira Andrade

Ondas sonoras. Qualidades fisiológicas de uma onda sonora

UNICAMP Faculdade de Ciências Médicas Fonoaudiologia. Filipe Modesto

Segundo a American Speech-Language-Hearing Association (ASHA), existem atualmente mais. Medicamentos que contribuem para a perda auditiva

ANÁLISE DA GESTÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO AUDITIVA DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA DE CONTAGEM-MG

Estratégias em Telesserviços. Josimar Gulin Martins 1

RESULTADO DAS AVALIAÇÕES DA REUNIÃO PLENÁRIA DO CEP - CESUMAR DO DIA 26/08/2011

Análise do Perfil Audiométrico de Escolares

Audiological profile of young users of personal listening devices. Perfil audiológico de jóvenes usuarios de dispositivos de escucha personal

RESULTADOS AUDIOLÓGICOS DE IDOSOS ATENDIDOS EM CLÍNICA- ESCOLA

2 MATERIAIS E MÉTODOS

QUEIXAS AUDITIVAS DE TRABALHADORES DE UMA INDÚSTRIA CERÂMICA DA CIDADE DE JOÃO PESSOA/PB

J. Health Biol Sci. 2016; 4(2):82-87 doi: / jhbs.v4i2.659.p

Área: Audiologia Laboratório de Próteses Auditivas Núcleo de Seleção e Adaptação de Próteses Auditivas (NUSEAPA)

QUEIXAS AUDITIVAS E VESTIBULARES DE HIPERTENSOS DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA Renata da Silva Cardoso Rocha Tavares (1), Rita Mor (2)

HABILIDADES AUDITIVAS DE DETECÇÃO, LOCALIZAÇÃO E MEMÓRIA EM CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS DE IDADE. Palavras Chave: audição, percepção-auditiva, pré-escola.

Brazilian Journal of health Review

PROJETO DE EXTENSÃO EM AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DO PROCESSAMENTO AUDITIVO : UMA PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DO SERVIÇO NA CLÍNICA-ESCOLA

Tabela 7: Estudo do Benefício (%) obtido no questionário APHAB segundo a variável grau de escolaridade

AVALIAÇÃO DA PERDA AUDITIVA EM MOTORISTAS DE ÔNIBUS DE CURITIBA

SINTOMAS VOCAIS RELACIONADOS À HIDRATAÇÃO MONITORADA

XINOTM ... SOLUÇÃO DE TRATAMENTO PARA ZUMBIDO. Distribuidor Autorizado

Conforto Ambiental Sonoro - 6ARQN

Transcrição:

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ KAROLINE MUNARINI HÁBITOS AUDITIVOS E CONHECIMENTOS DE ESTUDANTES RELACIONADOS AOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A CAPITAL E UMA CIDADE NO INTERIOR DO PARANÁ CURITIBA 2015

KAROLINE MUNARINI HÁBITOS AUDITIVOS E CONHECIMENTOS DE ESTUDANTES RELACIONADOS AOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A CAPITAL E UMA CIDADE NO INTERIOR DO PARANÁ Artigo apresentado no Curso de ESPECIALIZAÇÃO em Audiologia Clínica, na Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), como requisito para o título de Especialista em Audiologia. Orientadora: Prof a. Dra. Adriana Lacerda CURITIBA 2015

RESUMO OBJETIVO: Comparar hábitos auditivos e o conhecimento relacionados ao ruído, de estudantes de escolas públicas, no interior e na capital do Paraná. MÉTODO: Esse estudo é do tipo transversal, quantitativo, foi realizado em escolas públicas, sendo duas em uma cidade do interior do Paraná e uma da capital do Paraná. No interior a coleta de dados foi realizada em junho de 2014, na capital em setembro de 2013. Fizeram parte da amostra 227 escolares de duas escolas públicas do interior e 269 escolares de uma escola pública da capital. Ambos os grupos cursavam o ensino fundamental (5 ao 9 ano) e médio (1 ao 3 ano), a faixa etária variou de 11 a 18 anos, do gênero masculino e feminino. RESULTADOS: Houve diferenças significativas entre a capital e o interior.com relação aos hábitos sonoros (p<0,05). Também em relação ao conhecimento relacionado à prevenção e a proteção auditiva (p<0,05). Quanto aos sintomas auditivos, foram observados diferenças significativas na pressão no ouvido, (p= 0,0000), tontura, (p= 0,0000), infecção no ouvido, (p= 0,0070), dificuldade para escutar (p= 0,0001), dor de ouvido, (p= 0,0001). CONCLUSÃO: Houve presença de diferenças significativas nas respostas dos escolares da capital comparativamente com os do interior, demonstrando hábitos e comportamentos específicos para cada região, nesse sentido programas de promoção de saúde auditiva devem contemplar as especificidades de cada região do estado. Palavras-chave: Adolescentes, Atividades de lazer, Ruído.

ABSTRACT OBJECTIVE: To compare auditory habits and knowledge related to noise, public school students, inside and on the capital of Paraná. METHODS: This study is cross, quantitative, was carried out in public schools, two in a town in the interior of Paraná and the capital of Paraná. Inside the data collection was held in June 2014 in the capital in September 2013. The sample consisted of 227 students from two public schools in the interior and 269 students from a public school in the capital. Both groups were enrolled in elementary school (5th to 9th grade) and secondary (1st to 3rd year), age ranged from 11 to 18, male and female. RESULTS: There were significant differences between the capital and the interior.com relation to sound habits (p<0.05). Also in relation to knowledge related to prevention and hearing protection. (p<0.05) As for the auditory symptoms, differences were observed in significant "pressure in the ear", (p= 0.0000), "dizziness" (p= 0.0000), "ear infection" (p= 0.0070), difficulty hearing (p= 0.0001), "earache", (p= 0.0001). CONCLUSION: There was the presence of significant differences in the responses of students from comparatively capital with the interior, showing habits and behaviors specific to each region, accordingly hearing health promotion programs should address the specificities of each region of the state. Keywords: Teens, Leisure Activities, Noise.

5 INTRODUÇÃO O ruído na atualidade constitui-se um dos agentes nocivos à saúde, nos ambientes de trabalho e lazer. Nos últimos anos, as mudanças nos modelos de produção industrial, resultaram em diversos estudos que analisam o impacto dessas transformações na saúde das pessoas. A sociedade sofre as consequências dessas condições de trabalho e lazer, o que poderá potencializar problemas de saúde já existentes ou desencadear novos (MORATA E ZUCKI, 2005). Nas últimas décadas, os níveis de pressão sonora elevados (NPSE) foram considerados os mais presentes agentes nocivos à saúde nos ambientes urbanos e sociais, sendo encontrados frequentemente em locais de atividades de lazer, na forma de música em intensidade elevada, transformando-se num problema ambiental crescente na atualidade (GONÇALVES; LACERDA, 2015). As exposições a NPSE podem ser prejudiciais para a cóclea e causar perdas auditivas permanentes, como a Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) (LACERDA; FRANÇA, 2014). Sabe-se que grande parte dos estudos está voltada para PAIR nos adultos, principalmente os expostos à NPSE elevados oriundos das atividades de trabalho. Já as atividades recreacionais, incluindo os dispositivos de uso pessoal, como MP3 e Ipods, os brinquedos, as comemorações populares, entre outras merecem mais atenção. Estas exposições podem ultrapassar os limites de segurança e causar danos na cóclea resultando a PAIR em idades precoces (MORATA, 2007; LACERDA, 2011). A exposição contínua à música alta é considerada o fator mais importante para o aumento da prevalência de perda auditiva em jovens (WEICHBOLD E ZOROWKA, 2007). Uma pesquisa feita nos USA por Rowool, (2008) com 238 estudantes colegiais revelou um numero significativo (44 de jovens que usam frequentemente equipamentos de som e estes, em sua maioria, relataram não acreditar que poderiam desenvolver uma perda auditiva ainda na juventude. Esses jovens desconhecem que ruídos de lazer relacionados à música (boates, shows, som de carro, fones de ouvido) podem acarretar prejuízos à audição.

6 Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca que 1,1 bilhão de jovens em todo o mundo correm risco de sofrer perda auditiva devido à exposição causada pelo uso inseguro de dispositivos pessoais de áudio. Quase metade de todos os adolescentes e os jovens adultos (12-35 anos), em países de média e alta renda, estão expostos a níveis inseguros de som a partir do uso de dispositivos de áudio pessoais e cerca de 40% deles estão expostos a níveis de ruído potencialmente prejudiciais em clubes, discotecas e bares. (OMS, 2015) A análise dos dados do National Health and Nutrition Examination Survey nos Estados Unidos sugere que, entre 1994 e 2006, a prevalência de perda auditiva entre os adolescentes (12-19 anos de idade) passou de 3,5% para 5,3% (SHARGORODSKY et al., 2010). Para Gomes e Lacerda (2014), estudos demonstram que os adolescentes apresentam atitudes positivas para o ruído, o que poderia dificultar a conscientização sobre os seus efeitos. Por esta razão, atualmente, destaca-se a importância de ações preventivas educativas voltadas à promoção da saúde auditiva, baseadas no comportamento relacionado às atitudes e aos hábitos auditivos de crianças e jovens. Nesse sentido, a escola é vista como um espaço privilegiado para promover a saúde e educação das crianças e adolescentes de forma integral, pois é nesse espaço de socialização e informação que os escolares passam maior parte do seu tempo. O perfil de saúde dos adolescentes requer atenção quanto aos hábitos auditivos, porque estudos demonstram que os escolares apresentam comportamentos e hábitos relacionados às atividades de lazer ruidosas, podendo comprometer a audição. (SERRA et al., 2005; SERRA et al., 2007; MORATA, 2007; ZOCOLI, MORATA E MARQUES, 2009; LACERDA et al., 2010; LACERDA 2011 ; VOGEL, 2011). Um estudo feito por Lacerda et al., (2011) com 125 adolescentes estudantes do ensino fundamental e médio de escolas de diversos municípios paranaenses, de ambos os gêneros, com média de idade de 16 anos, concluiu que escutar música utilizando fone de ouvido é o hábito mais frequente relatado pelos jovens.

7 Em outro estudo com 1.687 adolescentes holandeses entre 12 e 19 anos, foi demostrado que 90% relataram ouvir musica através de fones de ouvido em MP3; dentre eles, 28,6% foram classificados como ouvintes em risco para a perda auditiva devido à exposição estimada de 89 db para 1 hora por dia (VOGEL et al. 2011). Nessa perspectiva, o estudo em questão, tem como objetivo analisar hábitos auditivos e o conhecimento de estudantes de escolas públicas, relacionados ao ruído, no interior e na capital do Paraná, visando identificar a influência das características sóciodemográficas a fim de implementar programas de promoção da saúde auditiva, específicos para cada região do estado.

8 MATERIAL E MÉTODO Esse estudo é do tipo transversal, quantitativo, foi realizado em escolas públicas, duas no interior do Paraná, e uma escola na capital do Paraná. No interior a coleta de dados foi realizada em junho de 2014, na capital em setembro de 2013. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Hospital das Clinicas da Universidade Federal do Paraná, CAAE sob nº 0214.0.208.000-11 e registro no CEP: 2576. 183/2011-8. Todos os participantes assinaram o termo de assentimento à pesquisa. O trabalho foi escrito conforme as normas do livro de normas técnicas- elaboração de trabalhos acadêmico-científicos da Universidade Tuiuti do Paraná (2012). Foram entrevistados 227 escolares de escolas públicas, de ensino fundamental (5 ao 9 ) e médio (1 ao 3 ). A faixa etária variou de 11 a 18 anos, do gênero masculino e feminino, no interior do Paraná. Na capital do Paraná, foram entrevistados 269 escolares de uma escola pública do ensino médio (1º ao 3º). A faixa etária variando entre 11 e 18 anos, média da idade de 16 anos. Inicialmente a pesquisadora, fonoaudióloga, entrou em contato com as escolas do interior do PR de da Capital, para esclarecer o projeto de pesquisa e seus objetivos. Após a visita à escola e parecer favorável da direção, a pesquisadora pôs em prática seu objetivo. Foi realizada a aplicação de dois questionários, nas turmas já selecionadas pela direção das escolas. (Apêndice 1 e 2). O primeiro questionário é formado por 16 questões, relacionado aos hábitos auditivos e queixas auditivas de criança e adolescentes. E foi baseado no questionário A do programa Dangerous Decibels (Martim, 2008). O segundo questionário é formado de 10 questões, relacionados ao conhecimento sobre os efeitos de hábitos auditivos na saúde auditiva. Foram entrevistados alunos matriculados nas séries do 5 ano do ensino fundamental ao 3 do ensino médio. Antes de realizar a aplicação, os questionários foram lidos pela pesquisadora, para esclarecer quaisquer dúvidas. Em seguida os escolares responderam e entregaram.

9 Os dados foram analisados de modo a obter a caracterização dos participantes (gênero, idade, dentre outros) atitudes e conhecimentos sobre riscos para a saúde auditiva e condutas frente a estes riscos. Os resultados foram tratados estatisticamente ao nível de significância de 0,05 e estão apresentados a seguir.

10 RESULTADOS A amostra foi constituída por um grupo de escolares do ensino fundamental e médio. Trata-se de 269 escolares da Capital e 227 escolares do interior do Estado do Paraná. Do total de escolares, (44,61 na capital e (45,81 no interior são do sexo masculino e (46,84 e (54,19 do sexo feminino respectivamente, com idade média de 14,7 anos na capital e 14,5 anos no interior. TABELA 1 HÁBITOS RELACIONADOS AO NPSE (N=496) Hábitos CURITIBA INTERIOR p Sim Não Sim Não Usei fones de ouvidos ou MP3 player 242 (89,96 23 (8,55 179 (78,85 48 (21,15 0,0006* Usei cortador de grama 28 237 54 172 0,0001* (10,41 (88,10 (23,79 (75,77 Disparei uma arma de fogo 22 243 19 208 0,9390 (8,18 (90,33 (8,37 (91,63 Andei em uma moto 117 148 150 76 0,0000* (43,49 (55,02 (66,08 (33,48 Fui a uma apresentação de carros barulhentos 67 198 49 178 0,3846 (24,91 (73,61 (21,59 (78,41 Andei em um carro equipado com som potente no porta-malas 133 (49,44 132 (49,07 98 (43,17 129 (56,83 0,1637 Toquei em uma banda 15 250 19 208 0,2212 (5,58 (92,94 (8,37 (91,63

11 Fui a uma corrida de carros ou moto 33 232 23 204 0,4534 (12,27 (86,25 (10,13 (89,87 Fui a um show de música 79 186 170 56 0,0000* (29,37 (69,14 (74,89 (24,67 FONTE: A Autora, 2015 LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; * = diferença significativa. A tabela 1 demonstra os hábitos relacionados aos NPSE em função dos grupos. Os hábitos mais prevalentes foram o uso de fones de ouvidos ou MP3 players, sendo (89,96 na capital e (78,85 no interior, o hábito de andar em uma moto, sendo (43,49 na capital e (66,08 no interior e o andar em um carro equipado com som potente no porta-malas, sendo (49,44 na capital e (43,17 no interior. TABELA 2 SENSAÇÃO OU DESCONFORTO POR ZUMBIDO SEM EXPOSIÇÃO AO SOM OU APÓS EXPOSIÇÃO A SONS INTENSOS (N=496) Q.: Durante o último ano, eu estive perto de sons altos que doeram meus ouvidos ou ficaram com um zumbido. CURITIBA INTERIOR p N % N % Sim 106 39,41 83 36,56 0,5153 Não 117 43,49 95 41,85 0,7132 Não tenho certeza 40 14,87 49 21,59 0,0526 Q.: Você sente algum zumbido ou outro tipo de barulho em seu ouvido? Sempre 17 6,32 7 3,08 0,0945 Às vezes 116 43,12 135 59,47 0,0003* Nunca 119 44,24 85 37,44 0,1258 Sem resposta 17 6,32-0,00 - FONTE: A Autora, 2015

12 LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; * = diferença significativa. A tabela 2 demonstra diferenças significativas relacionadas a presença de zumbido. TABELA 3- CUIDADOS DOS ESCOLARES COM A PROTEÇÃO AUDITIVA EM RELAÇÃO À EXPOSIÇÃO AO SOM ALTO (N=496) Q.: Eu uso proteção auricular quando estou próximo a som alto. CURITIBA INTERIOR p N % N % Sempre 6 2,23 1 0,44 Nsa Às vezes 26 9,67 10 4,41 0,0250* Nunca 228 84,76 216 95,15 0,0002* FONTE: A Autora, 2015 LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; NSA= Não se aplica; * = diferença significativa. Na tabela 3, houve diferença significativa relacionada ao uso de proteção auricular, uma prevalência maior de resposta em às vezes fazerem o uso da proteção auricular, sendo (84,76 de respostas na capital e (95,15 no interior. TABELA 4 - CONHECIMENTO DOS ESCOLARES SOBRE FONTES PREJUDICIAIS À AUDIÇÃO (N=496) Q.: Quais dos seguintes sons são altos o suficiente para prejudicar sua audição? CURITIBA INTERIOR p Sim Não Sim Não Fones e MP3 players 155 108 119 108 0,2465 (57,62 (40,15 (52,42 (47,58 Máquina de lavar pratos 94 170 2 225 0,0000* (34,94 (63,20 (0,88 (99,19

13 Fogos de artifício 75 189 63 163 0,9743 (27,88 (70,26 (27,75 (71,81 Máquina de lavar roupas 14 250 9 218 0,5130 (5,20 (92,94 (3,96 (96,04 Disparo de armas de fogo 16 248 77 150 0,0000* (5,95 (92,19 (33,92 (66,08 Shows 126 138 125 100 0,0684 (46,84 (51,30 (55,07 (44,05 Q.: Quais dessas maneiras são boas para proteger sua audição quando você está próximo de sons altos? Afastar-se do som alto 140 125 138 88 0,0510 (52,04 (46,47 (60,79 (38,77 Colocar cotonete ou lenço de papel no ouvido 32 233 20 207 0,2637 (11,90 (86,62 (8,81 (91,19 Diminuir o volume 183 82 184 43 0,0011* (68,03 (30,48 (81,06 (18,94 Usar protetores auriculares 84 181 73 152 0,8245 (31,23 (67,29 (32,16 (66,96 Escutar sons altos por longos períodos para acostumar-se 24 (8,92 241 (89,59 15 (6,61 212 (93,39 0,3414 Sempre que possível, passar menos tempo próximo a sons altos 122 (45,35 143 (53,16 124 (54,63 103 (45,37 0,0400* Q.: Pessoas com perda auditiva geralmente

14 têm dificuldades com o seguinte: Ouvir alarmes, campainha da porta ou telefone tocando 172 (63,94 93 (34,57 173 (76,21 54 (23,79 0,0032* Entender sinais de sinalização de rodovias 38 226 9 218 0,0001* (14,13 (84,01 (3,96 (96,04 Entender o que é dito em um grupo 157 107 168 59 0,0003* (58,36 (39,78 (74,01 (25,99 Conseguir um trabalho 91 174 83 144 0,5259 (33,83 (64,68 (36,56 (63,44 Entender o que é dito em filmes, peças de teatro e TV 158 (58,74 107 (39,78 157 (69,16 70 (30,84 0,0167* Entender o que é dito na sala de aula 153 112 166 60 0,0002* (56,88 (41,64 (73,13 (26,43 FONTE: A Autora, 2015 LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; * = diferença significativa. Em relação a tabela 4, diferenças significativas foram observadas. Os escolares da capital acreditam que fazer o uso de Fones e MP3 players traz um prejuízo maior a audição (57,62, já em relação à cidade do interior os escolares acreditam que ir a shows traz um maior risco a audição, (55,07, ainda referente à mesma questão, na capital eles acreditam que as máquinas de lavar roupas não prejudicam a audição (92,94 e na cidade do interior acreditam que as máquinas de lavar pratos são as que não prejudicam a audição, com um percentual de (99,19. Os escolares da capital também responderam em sua maioria, que se deve diminuir o volume para proteger a sua audição quando próximo ao som alto (68,03 e na cidade do interior obteve-se a mesma resposta com o

15 percentual de (81,06. Na opção de escutar sons altos por longos períodos para acostumar-se, a resposta Não apresentou maior porcentagem nas duas populações estudadas. No que diz respeito às dificuldades encontradas com pessoas com perda auditiva, obteve-se a mesma resposta nas respectivas cidades, onde afirmaram que pessoas com perda auditiva apresentam dificuldade em ouvir alarmes, campainhas da porta ou telefone tocando, com (63,94 na capital e com (76,21 no interior, já em relação à pergunta no que diz respeito a não sentir dificuldades de ouvir, ambas as cidades apresentaram o mesmo resultado. Referente a entender sinais de sinalização de rodovias, os escolares da capital apresentaram (84,01 e (96,04 os da cidade do interior. TABELA 5 DEMONSTRATIVO DOS ESCOLARES SOBRE O QUE PODE PREJUDICAR A AUDIÇÃO (N=496) Q.: Eu tenho conhecimento quanto aos sons que podem causar perda auditiva CURITIBA INTERIOR p N % N % Verdadeiro 159 59,11 101 44,49 0,0012* Falso 25 9,29 25 11,01 0,5264 Não tenho certeza 74 27,51 101 44,49 0,0001* Sem resposta 11 4,09-0,00 Q.: Eu tenho conhecimento de como proteger minha audição quando estou próximo a som alto Verdadeiro 132 49,07 118 51,98 0,5197 Falso 37 13,75 21 9,25 0,1208 Não tenho certeza 92 34,20 88 38,77 0,2713 Sem resposta 8 2,97-0,00 - Q.: Ouvir som extremamente alto, mesmo que apenas uma vez, pode levar a uma perda de parte de sua audição Verdadeiro 109 40,52 86 37,89 0,5505

16 Falso 56 20,82 41 18,06 0,4404 Não tenho certeza 97 36,06 100 44,05 0,0706 Sem resposta 7 2,60-0,00 - Q.: Som muito alto pode danificar as pequenas células ciliadas do ouvido interno. Verdadeiro 165 61,34 141 62,11 0,8606 Falso 17 6,32 10 4,41 0,3508 Não tenho certeza 80 29,74 76 33,48 0,3719 Sem resposta 7 2,60-0,00 - Q.: Perda auditiva é um problema somente de idosos. Verdadeiro 26 9,67 4 1,76 Nsa Falso 207 76,95 211 92,95 0,0000* Não tenho certeza 22 8,18 12 5,29 0,2051 Sem resposta 14 5,20-0,00 - Q.: Ter uma perda auditiva não é um problema. Concordo 54 20,07 49 21,59 0,6778 Discordo 175 65,06 156 68,72 0,3892 Não tenho certeza 20 7,43 22 9,69 0,3681 Sem resposta 20 7,43-0,00 - Q.: Crianças que escutam música alta todo o tempo parecem não ter perda auditiva, então eu não tenho que me preocupar. Concordo 48 17,84 15 6,61 0,0002* Discordo 160 59,48 175 77,09 0,0000* Não tenho certeza 43 15,99 37 16,30 0,9255 Sem resposta 18 6,69-0,00 -

17 Q.: Se eu for a um show de música alta, eu irei usar um protetor auricular. Sim 47 17,47 14 6,17 0,0002* Não 167 62,08 186 81,94 0,0000* Não tenho certeza 40 14,87 27 11,89 0,3338 Sem resposta 15 5,58-0,00 - Q.: Você já participou de alguma campanha sobre a audição na escola? Sim 55 (20,45) 9 3,96 0,0000* Não 175 65,06) 194 85,46 0,0000* Não tenho certeza 22 (8,18) 24 10,57 0,3610 Sem resposta 17 (6,32) - 0,00 - FONTE: A Autora, 2015 LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; NSA= Não se aplica, * = diferença significativa. Analisando a tabela 5, diferenças significativas foram observadas. Em relação ao conhecimento dos sons que podem causar perda auditiva e temas relacionados. TABELA 6 SINTOMAS AUDITIVOS SEGUNDO QUESTIONÁRIO (N=496) Q.: Você apresenta ou apresentou algum(s) desse sintoma(s)? Sim CURITIBA INTERIOR p Não ou Sem resposta Sim Não ou Sem resposta Pressão no ouvido 26 196 94 133 0,0000* (11,71% ) (88,29 (41,41% ) (58,59 Tontura 43 179 85 142 0,0000* (19,37% (80,63 (37,44% (62,56

18 ) ) Secreção no ouvido líquido 15 207 15 212 0,9493 (6,76 (93,24 (6,61 (93,39 Desconforto na presença de barulho 47 (21,17% ) 175 (78,83 57 (25,11% ) 170 (74,89 0,3230 Sensação de dificuldade para escutar 32 (14,41% ) 190 (85,59 25 (11,01% ) 202 (88,99% 0,2798 Infecção de ouvido otite 12 210 29 198 0,0070* (5,41 (94,59 (12,78% ) (87,22 FONTE: A Autora, 2015 LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; * = diferença significativa. Com base na análise da tabela 06, sobre o demonstrativo dos sintomas auditivos, obteve-se diferenças significativas nos sintomas pressão no ouvido, para tontura, resposta epara infecção de ouvido, observando maior ocorrência de sintomas nos escolares do interior. TABELA 7- SINTOMAS AUDITIVOS PRESENTES ENTRE OS ESTUDANTES (N=496) Q.: Você tem dificuldade para escutar? CURITIBA INTERIOR p N % N % Sim 43 19,37 16 7,05 0,0001* Não 177 79,73 211 92,95 Sem resposta 2 0,90-0,00 Q.: Você tem zumbido (chiados nos ouvidos)?

19 Sim 59 26,57 65 28,63 0,6898 Não 160 72,07 162 71,37 Sem resposta 3 1,35-0,00 Q.: Você tem dor de ouvido? Sim 78 35,13 42 18,50 0,0001* Não 142 63,96 185 81,50 Sem resposta 2 0,90-0,00 FONTE: A Autora, 2015 LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; *=diferença significativa. Conforme os dados da tabela 7, em relação aos sintomas, houve diferenças significativas nas questões: apresenta alguma dificuldade para escutar e na pergunta sobre a presença de dor de ouvido. TABELA 8- SINTOMAS DE TONTURA EM ESCOLARES (N=496) CURITIBA INTERIOR p Você tem tonturas: Sim Não ou Sem resposta Sim Não ou Sem resposta Ao se movimentar 18 204 37 190 0,0084* (8,11 (91,89 (16,30% ) (83,70 Quando está dentro do ônibus 11 211 27 200 0,0085* (4,95 (95,05 (11,89% ) (88,11 Quando o carro está se movimentando 9 (4,05 213 (95,95 46 (20,26% ) 181 (79,74 0,0000* Outros 11 211 32 195 0,0010* (4,94 (95,05 (14,10% ) (85,90 FONTE: A Autora, 2015

20 LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; *=diferença significativa. Conforme analisado na tabela 8, diferenças significativas foram observadas entre as cidades, com piores resultados nos escolares do interior.

21 DISCUSSÃO Os dados da tabela 1 demostram os hábitos relacionados aos NPSE, os mais prevalentes foram os hábitos de uso de fones de ouvidos ou MP3 players, sendo (89,96 na capital e (78,85 no interior e; para o uso de cortador de grama, sendo (10,41 na capital e (23,79 no interior e, para andar em uma moto, sendo (43,49 na capital e (66,08 no interior e, fui ao um show de música, sendo (29,37 na capital e (74,89 no interior. Os mesmos foram descritos em outros estudos, nos ambientes onde os jovens costumam se encontrar como bares, danceterias, shows, etc. Geralmente a intensidade do som é superior a 100 db NPS e nos equipamentos portáteis individuais com fones de ouvido podem até ultrapassar esta intensidade (SAWITZKI, 2009; SERRA, 2007). Sendo no interior, os hábitos mais relatados pelos escolares como o uso do cortador de grama e show de música. Com relação ao frequentar shows com um alto nível de ruido, muitos adolescentes e jovens não estão conscientes de que a exposição à música alta pode resultar em perda auditiva (CHUNG & EAVEY & MEUNIER & ROCHES, 2005). Com relação a tabela 2, foi observado presencas diferenças significaticas (p= 0,0003) relacionados ao zumbido ocasional foram observadas, apresentando maior ocorrência no interior. Corrobora com estudos de Silvestre et al., (2013) que identificou a ocorrência de zumbido em adolescentes que usam sistemas de som pessoais (SSP) de 40% e 33%, respectivamente, e 22% relataram a ocorrência de zumbido induzido pelo uso de SSP. E o estudo de Zocoli (2009) realizado com 245 adolescentes, 69% deles relataram queixa de zumbido temporário após exposição a níveis elevados de pressão sonora após participar de: discoteca, shows e ouvir músicas com fones de ouvido. No estudo de Figueiredo et al., (2011), com 100 participantes, faixa etária de 15 e 30 anos, as principais queixas relatadas por usuários de estéreos pessoais foram a hipoacusia, a tontura, o zumbido e a plenitude auricular. Lacerda et al., (2011) demonstrou que 38,4% dos participantes, da sua pesquisa, referiram zumbido temporário e sensibilidade ao ruído. Porém,

22 apenas 8,8% preocupam-se antes de ir a shows, discotecas ou outros locais ruidosos devido às experiências precedentes de zumbido. Na tabela 3 relacionada ao uso da proteção auditiva, pode-se observar diferenças significativas entre a capital e o interior do Paraná, nas respostas às vezes (p= 0,0250) e nunca (p=0,0002). Comparando a outros estudos, a falta de conhecimento e interesse dos adolescentes acerca das medidas de prevenção auditiva pode ser atribuída ao fato da perda auditiva não se manifestar durante os primeiros anos de exposição ao ruído. A maioria das pessoas com perdas auditivas leves em altas frequências não está ciente do problema, não usa proteção adequada e também não imagina o impacto que a perda auditiva pode causar em sua qualidade de vida no futuro, (ZOCOLI, 2009; VOGEL, 2008). Na tabela 4 sobre os conhecimentos dos escolares sobre as fontes sonoras prejudiciais, apesar de haver conhecimentos por parte dos grupos, houve diferença significativa em relação máquinas de lavar pratos (p= 0,0000), e disparo de armas de fogo (p= 0,0000). Esta diferença poderia ser explicada pela diferença cultural entre a capital e o interior. É possível observar esta informação em outros estudos onde profissionais de saúde estão preocupados com a perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR) para atividades de lazer, principalmente com a prática de esportes em ginásios e/ou academias, a frequência em boates e o uso de equipamentos portáteis com fones de ouvido (WIDÉN, 2006; HIDECKER, 2008). Em relação à proteção auditiva (tabela 4) os escolares da capital e do interior responderam em sua maioria, que se deve diminuir o volume (p= 0,0011) e sempre que possível passar menos tempo próximos a sons altos (p= 0,0400). Nesta mesma questão a prevalência da resposta Não para a Capital (89,59 e a cidade do interior (93,39 foi para a opção de escutar sons altos por longos períodos para acostumar-se. O estudo de Tarantino (2006), revela que os tocadores de música portáteis podem causar danos auditivos a longo prazo para quem ouve música em alto volume por um tempo prolongado. Um estudo com 700 adolescentes de ambos os sexos de faixa etária entre 14 e 20 anos, expostos à música amplificada de alta intensidade, especialmente nas suas atividades de lazer, revelou que 88% da população

23 estudada afirmou ter conhecimento de que ruídos de alta intensidade podem causar perdas auditivas; dentre eles, 90% não sabem como proteger sua audição ou usam métodos ineficientes. Com os dados desde estudo os autores destacaram a necessidade de implementar um programa educacional de conscientização da população acerca dos riscos que a exposição a ruídos pode causar à saúde (BORJA et al., 2002). No que diz respeito às dificuldades encontradas com pessoas com perda auditiva (tabela 4), os escolares afirmaram que pessoas com perda auditiva apresentam dificuldade em ouvir alarmes, campainhas da porta ou telefone tocando, com (63,94 na capital e com (76,21 no interior (p= 0,0032) e entender sinais de rodovias (p= 0,0400). Conforme estudo, a incapacidade auditiva é verificada na medida em que essa deficiência afeta o desempenho e habilidade do indivíduo de utilizar a audição nas atividades diárias, como percepção de sons da fala ou do ambiente (OLIVEIRA; SAMPAIO; COSTA, 2007). Na tabela 5 houve diferença significativa entre os grupos nas questões relacionadas ao conhecimento dos sons que podem causar perda auditiva, para as respostas, verdadeiro (p= 0.0012), não tenho certeza (p= 0,0001), e para à perda auditiva ser um problema somente de idosos, para a resposta falso (p= 0,0000), crianças que escutam música alta o tempo todo não tem perda auditiva, então não tenho que me preocupar, para as respostas, concordo (p= 0,0002), discordo (p= 0,0000), se eu for a um show de música alta eu irei usar um protetor auricular, para as respostas, sim (p= 0,0002), não (p= 0.0000), você já participou de alguma campanha sobre a audição na escola, para as respostas, sim (p= 0,0000), não (p= 0,0000). A falta de conhecimento e interesse dos adolescentes acerca das medidas de prevenção auditiva pode ser atribuída ao fato da perda auditiva não se manifestar durante os primeiros anos de exposição ao ruído (LACERDA et al., 2011). Estes dados foram descritos em outros estudos em que as perdas auditivas podem ser de origem congênita ou adquirida e estas últimas podem relacionar-se a maus hábitos auditivos como: utilizar objetos para limpar a orelha, ouvir som alto e usar fones de ouvido, o que remete à importância de

24 ações promotoras de saúde nessa área a fim de capacitar a população a adquirir hábitos auditivos saudáveis, (SANTOS et al., 2009). No entanto, um estudo da Universidade Federal do Pará com 35 adolescentes estudantes de uma escola particular no município de Bragança, Pará, de ambos os sexos e idade média de 13 anos, foi observado falta de conhecimentos sobre a surdez e que os mesmos ignoravam o fato do uso contínuo do fone ouvido poder ocasionar lesões a ponto de gerar surdez ou desconfortos com zumbidos (ALVÃO et al., 2014) Com a análise de outros estudos, muitos jovens referiram que sabem que é possível perder a audição se expostos à música alta, porém, afirmaram que isto só pode acontecer quando a exposição é muito frequente, em um volume muito alto, o que não era o caso deles. Alguns disseram que seria uma boa ideia estabelecer limite de volume para os MP3, porém, a maioria disse que preferiria decidir como deveriam usá-lo (VOGEL, 2008). No estudo, os adolescentes também concordam que deveria haver mais regras ou regulamentos sobre o ruído ambiental (LACERDA et al., 2011). Com base em outros estudos, a função do protetor auricular é reduzir os níveis de ruído que chegam até a orelha, reduzindo, portanto os efeitos que estes possam causar à sua audição, por isso quando exposto ao lugar com excesso de ruído por um longo tempo é necessário à utilização dos protetores auriculares (FERREIRA et al., 2003). Com base na análise da tabela 06, sobre o demonstrativo dos sintomas auditivos, obteve-se diferenças significativas nos sintomas pressão no ouvido (p= 0,0000), tontura (p= 0,0000) e infecção de ouvido (p= 0,0070). Com base em outro estudo, as infecções da orelha média afetam primariamente lactentes e crianças pequenas, sendo menos frequentes em crianças maiores e adolescentes, e relativamente infrequentes nos adultos (RAMOS, 1998). A questão do clima frio da capital pode ter influenciado na queixa (LACERDA, 2015). Em relação a apresentar alguma dificuldade para escutar (p= 0,0001) e dor de ouvido (p= 0,0001), houve diferença significativa, na tabela 7. Com relação ao demonstrativo dos sintomas de tonturas em escolares (tabela 8), houve diferença significativa entre os grupos. Com base em outros

25 estudos, as vertigens mais freqüentes ocorrem em determinadas posições da cabeça (vertigem postural) ou à mudança de posição da cabeça (vertigem posicional) (MOR, et al, 2004). Este sintoma deve ser melhor explorado nessa população, pois outros fatores, além dos NPSE, poderiam contribuir para o agravamento da tontura.

26 CONCLUSÃO Os questionários mostraram-se de fácil aplicabilidade com os escolares. Os dados evidenciaram a necessidade de orientação aos estudantes da cidade do interior e da capital em relação à prevenção, as causas e consequências da perda auditiva, através de programas de promoção da saúde auditiva, específicos para escolares de cada região. Houve presença de diferenças significativas nas respostas dos escolares da capital comparativamente com os do interior, demonstrando hábitos e comportamentos específicos para cada região, nesse sentido programas de promoção de saúde auditiva devem contemplar as especificidades de cada região do estado.

27 REFERÊNCIAS BRAMATTI; MORATA; MARQUES. Ações Educativas Com Enfoque Positivo Em Programa De Conservação Auditiva E Sua Avaliação. Rev CEFAC, São Paulo, v.10, n.3, 398-408, jul-set, 2008. Nome do livro ou capítulo deve estar em itálico. BORJA; LUZ. Sintomas auditivos em usuários de estéreos pessoais. Int. Arch. Otorhinolaryngol, São Paulo - Brasil, v.16, n.2, p. 163-169, Abr/Mai/Junho - 2012. BENTO.R.F et al. Zumbido em pacientes com audiometria normal: caracterização clínica e repercussões. Rev Brasileira De Otorrinolaringologia 71 (4) Parte 1 Julho/Agosto 2005. FIGUEIREDO, R. R.; Azevedo, A. A.; Oliveira, P. M.; Amorim, S. P. V.; Rios, A. G.; Baptista, V.; - Incidence of tinnitus in mp3 player users. - Braz. j. otorhinolaryngol. vol.77 no.3 São Paulo May/June 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s180886942011000300004&script=sci_artt ext&tlng=pt. Acesso em: 18/11/2014. IORIO,.M.C.M; GIL,.D;HANAZUMI,A.2013. Estéreos pessoais: hábitos auditivos e avaliação audiológica. Audiol., Commun. Res. vol.18 no.3 São Paulo 2013. LACERDA, A. B. M., Gonçalves, C. G. O., Zocoli, A. M. F., Diaz, C., Paula, K.; - Hábitos auditivos e comportamento de adolescentes diante das atividades de lazer ruidosas - Rev. CEFAC vol.13 no.2 São Paulo Mar./Apr. 2011 Epub Dec 03, 2010. LACERDA, ABM. Saúde Auditiva no Contexto da Educação: práticas voltadas à promoção e prevenção. Tratado de Audiologia. 2ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015, v, p. 414-424. LACERDA, A, FRANÇA. A. G. Promoção da saúde auditiva: estratégias educativas desenvolvidas por estudantes do ensino médio. Distúrb Comun, São Paulo, 26(1): 365-372, março, 2014. MORATA E ZUCKI. Ruído Urbano em atividades de lazer e Auditivos. Saúde Auditiva.1ed.São Paulo, 2005,v.p 13-15. MELLO, J.M; FARIA,M.C. Poluição Sonora: Um Inimigo Sorrateiro. Disponivel em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/249-4.pdf. Acesso em: 15/09/2015 MATTOR,C.R;BASTOS,P.W.Física Para Uma Saúde Auditiva. 2005.USP/Pós- Graduação Interunidades em Ensino de Ciências USP/Instituto de Física USP. MOR,R.RESENDE.B.D;KOGA,K.A. Estudo Da Prevalência De Tontura/Vertigens E Das Alterações Vestibulares Relacionadas À Mudança De

28 Posição De Cabeça Por Meio Da Vectoeletronistagmografia Computadorizada. 2004. Rev CEFAC, São Paulo, v.6, n.2, 197-202, abr-jun, 2004. OLIVEIRA; SAMPAIO; COSTA. Avaliação do Benefício da Prótese Auditiva Digital e da Percepção da Desvantagem Auditiva ou Handicap em Idosos não Institucionalizados. Arq. Int. Otorrinolaringol. / Intl. Arch. Otorhinolaryngol., São Paulo, v.11, n.2, p. 159-168, 2007. OMS - World Health Organization - Hearing loss due to recreational exposure to loud sounds - A review- World Health Organization 2015. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/154589/1/9789241508513_eng.pdf?ua= 1. Acesso em: 23/08/2015. OMS - World Health Organization - Make Listening Safe - World Health Organization 2015. Disponível em: HTTP://WWW.WHO.INT/PBD/DEAFNESS/ACTIVITIES/MLS_BROCHURE_EN GLISH_LOWRES_FOR_WEB.PDF. Acesso em: 10/09/2015. PAULA,K;DIAZ,C;ZOCOLI,A.M.F;GONÇALVEZ.C.G.O.LACERDA,A.B.M. Hábitos Auditivos E Comportamento De Adolescentes Diante Das Atividades De Lazer Ruidosas. Rev. CEFAC, São Paulo. RAMOS; PEREIRA. Otite média aguda e secretora. J Pediatr (Rio J) 1998;74(Supl.1):S21-S30. SANTOS.J.N et al. Conhecimento auditivo da população usuária do Sistema Único de Saúde. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(1):75-82. SHARGORODSKY, J., Curhan, S.G., Curhan, G.C., Eavey R., - Change in prevalence of hearing loss in US adolescents. - August 18, 2010, Vol 304, No. 7; JAMA. 2010; 304 (7): 772-8. Disponível em: http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=186427. Acesso em: 23/08/2015. SILVESTRE, R. A. A.; Ribas. A.; Marques, J. M.; Lacerda, A. B. M.; - Tinnitus in adolescents and its relation to the use of personal sound systems - International Tinnitus Journal. 2013;18(2):138-142. Disponível em: http://www.tinnitusjournal.com/imagebank/pdf/v18n2a07.pdf. Acesso em: 21/07/2015. UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ. Referências. In: Normas técnicas - elaboração e apresentação de trabalho acadêmico-científico. 3 edição- Revisada e Atualizada Curitiba, 2012. 160p. VOGEL, I., Verschuure, H., van der Ploeg, C.P., Brug, J., Raat, H.; - Estimating adolescent risk for hearing loss based on data from a large school - based survey. Am J Public Health. 2010; 100 (6):1095-100.Disponível em: http://www.researchgate.net/profile/hein_raat/publication/43160109_estimatin g_adolescent_risk_for_hearing_loss_based_on_data_from_a_large_school-

29 based_survey/links/00b7d53ab11f4a4942000000.pdf?disablecoverpage=true. Acesso em: 10/09/2014. VOGEL I, Brug J, Van der Ploeg CP, Raat H. Adolescents risky MP3-player listening and its psychosocial correlates. Health Educ Res 2011; 26:254-64. Disponível em: http://her.oxfordjournals.org/content/26/2/254.full.pdf, VOGEL, I., Brug, J., Hosli, E. J., Ploeg, C. P. B. D., PHD, RAAT, H.; - MP3 PLAYERS AND HEARING LOSS: ADOLESCENTS PERCEPTIONS OF LOUD MUSIC AND HEARING CONSERVATION - J PEDIATR, 2008; 152, 400 404. Disponível em: HTTP://WWW.RESEARCHGATE.NET/PROFILE/HEIN_RAAT/PUBLICATION/5 571045_MP3_PLAYERS_AND_HEARING_LOSS_ADOLESCENTS%27_PER CEPTIONS_OF_LOUD_MUSIC_AND_HEARING_CONSERVATION/LINKS/00 B7D53AB11F799CD2000000.PDF?DISABLECOVERPAGE=TRUE. Acesso em: 10/09/2014.

30 ANEXOS QUESTIONÁRIO A: PROGRAMA DE SAÚDE AUDITIVA NA ESCOLA Data: Iniciais: Turma: 1. Durante o último ano, eu: (marque todos que se aplicarem a você) Usei fones de ouvidos ou MP3 player Usei um cortador de grama Disparei uma arma de fogo Andei em uma moto Fui a uma apresentação de carros barulhentos Andei em um carro equipado com som potente no porta-malas Toquei em uma banda Fui a uma corrida de carros ou motocicletas Fui a um show de música 2. Durante o último ano, eu estive perto de sons altos que doeram meus ouvidos ou ficaram com um zumbido. Sim Não Não tenho certeza 3. Eu uso proteção auricular quando estou próximo a som alto.

31 Sempre Às vezes Nunca 4. Quais dos seguintes sons são altos o suficiente para prejudicar sua audição? Fones e MP3 players Máquina de lavar pratos Fogos de artifícios Máquina de lavar roupas Disparo de arma de fogo Shows 5. Quais dessas maneiras são boas para proteger sua audição quando você está próximo de sons altos? (marque todos que se aplicarem a você) Afastar-se do som alto Colocar cotonete ou lenço de papel no ouvido Diminuir o volume Usar protetores auriculares Escutar sons altos por longos períodos para acostumar-se Sempre que possível, passar menos tempo próximo a sons altos 6. Eu tenho conhecimento quanto aos sons que podem causar perda auditiva Verdadeiro Falso Não tenho

32 certeza 7. Eu tenho conhecimento de como proteger minha audição quanto estou próximo a som alto Verdadeiro Falso Não tenho certeza 8. Ouvir um som extremamente alto, mesmo que apenas uma vez, pode levar a uma perda de parte de sua audição. Verdadeiro Falso Não tenho certeza 9. Som muito alto pode danificar as pequenas células ciliadas do ouvido interno. Verdadeiro Falso Não tenho certeza 10. Perda auditiva é um problema somente de idosos. Verdadeiro Falso Não tenho certeza 11. Pessoas com perda auditiva geralmente tem dificuldades com o seguinte: (marque todos que se aplicarem a você) Ouvir alarmes, campanhia da porta ou telefone tocando Entender sinais de sinalização de rodovias Entender o que é dito em um grupo Conseguir um trabalho

33 Entender o que é dito em filmes, peças de teatro e TV Entender o que é dito na sala de aula 12. Ter uma perda auditiva não é um problema Concordo Discordo Não tenho certeza 13. Crianças que escutam música alta todo o tempo parecem não ter perda auditiva, então eu não tenho que me preocupar Concordo Discordo Não tenho certeza 14. Se eu for a um show de música alto, eu irei usar um protetor auricular Sim Não Não tenho certeza 15. Você sente algum zumbido ou outro tipo de barulho em seu ouvido ou cabeça? Sempre Às vezes Nunca 16. Você já participou de alguma campanha sobre a audição na escola? Sim Não Não tenho certeza

34 QUESTIONÁRIO 2: SAÚDE FONOAUDIOLÓGICA E QUALIDADE DE VIDA DO ADOLESCENTE NA ESCOLA. Seu nome: Turma: FAVOR RESPONDER AS PERGUNTAS ABAIXO: ATENÇÃO: Seus dados são confidenciais e não serão divulgados individualmente, seja sincero para podermos identificar o perfil dos adolescentes dessa escola, e para proporcionar ações de saúde efetivas. Obrigada. SAÚDE AUDITIVA (ouvir/escutar) 1. Você tem dificuldade para escutar? Não( _) Sim( ) 2. Você tem zumbidos (chiados nos ouvidos)? Não( ) Sim( ) Explique: 3. Você tem dor de ouvido? Não( ) Sim( ) Explique: 4. Você já foi ao médico por causa de problemas no ouvido? Não( ) Sim( ) Explique: 5. Você já fez avaliação auditiva/do ouvido? Não( ) Sim( ) Explique: 6. Você tem alguma queixa relacionada à sua audição ou ao seu ouvido? Não( ) Sim( ) Explique: 7. Há casos de problemas de audição na sua família (alguém usa aparelho auditivo ou não escuta direito?) Explique: 8. Você apresenta ou apresentou algum(s) desses sintoma(s)? ( ) pressão no ouvido ( ) tontura ( ) secreção no ouvido líquido ( ) desconforto na presença de barulho ( ) sensação de dificuldade para escutar ( ) infecção de ouvido - otite ( ) outros, quais ( ) não, nenhum 9. Você tem problema de falta de equilíbrio? Explique: 10. Você tem tonturas: ao se movimentar ( ), quando está dentro do ônibus ( ), quando o carro está se movimentando ( ), outros ( ), não tenho tontura ( )