Proposições para a Retomada da Competitividade

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Transcrição:

Proposições para a Retomada da Competitividade João Alfredo Saraiva Delgado ENITEC XIV, Rio de Janeiro 18 de julho de 2016

Agenda Emergencial para a Retomada: 1. Ampliar o atual prazo de recolhimento dos impostos em 90 dias adicionais. 2. Criar uma linha de financiamento direcionada exclusivamente para o capital de giro das PMEs, com recursos do compulsório, com juros iguais ao IPCA futuro mais 3% de juros reais, ou seja, iguais à rentabilidade das empresas, quando em condições normais, carência mínima de 18 meses e amortização em três anos. 3. Para cobrir as garantias exigidas pelos bancos utilizar, em até 70% do valor destas garantias, o fundo de seguro federal já existente. 4. Considerando que as indústrias precisarão ter condições de retomar os investimentos a partir de 2017 e, para obter financiamentos para tanto não podem ter pendências fiscais, o governo deverá lançar um novo programa de refinanciamento dos débitos fiscais com carência de dois anos, custo anual igual ao IPCA futuro mais 3p.p., e prazo de pagamento de 15 anos.

Agenda para a Retomada: MACROECONOMIA - Quaisquer políticas de desenvolvimento, que tenham foco no avanço do desenvolvimento tecnológico, na inovação, na produtividade e numa maior competitividade da indústria brasileira, precisam, para ter alguma chance de sucesso, de um ambiente macroeconômico favorável ao investimento produtivo ou, ao menos, de um entorno que não lhe seja hostil, como tem ocorrido nas últimas três décadas. Isto pressupõe, no mínimo, a existência das seguintes condições: CÂMBIO COMPETITIVO - Um câmbio com baixa volatilidade e mantido competitivo ao longo do tempo é essencial para o crescimento da indústria. INFLAÇÃO BAIXA - Inflação baixa e estável é indispensável para o ambiente de negócios. É imprescindível para permitir o planejamento dos cidadãos e das empresas a médio e longo prazo. JUROS ADEQUADOS - O investimento produtivo, numa economia de mercado, pressupõe que o custo de capital dos empréstimos seja inferior ou, na pior das hipóteses, igual ao retorno do capital investido o que não ocorre no Brasil há muito tempo. CARGA TRIBUTÁRIA MENOR - O Brasil tem uma carga tributária de, pelo menos, dez pontos percentuais acima da média dos países em estágio de desenvolvimento semelhantes ao Brasil. A reforma tributária é necessária para melhorarmos a competitividade sistêmica do país

Falta tempo para esperar a estabilização econômica, ao mesmo tempo o mundo passa por grande mudanças tecnológicas e está criando um novo perfil de produção. A indústria brasileira não pode ficar à margem! A Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia deve voltar a priorizar e dar destaque à Promoção de Inovação no Setor Produtivo

Plano Emergencial Temos em curso um retrocesso nas políticas de fomento à inovação: Contingenciamento de recursos dos Fundos Setoriais Redução do orçamento da Finep Tentativa de Suspensão dos benefícios da Lei do Bem Uso excessivo de ações transversais em instrumentos de fomento à inovação setorial Insegurança jurídica para a utilização dos incentivos fiscais da Lei do Bem Precisamos efetuar mudanças significativas no ambiente regulatório da inovação Recomenda-se que possamos reunir todos os esforços para definir um plano emergencial que: 1) reduza a burocracia na área de pesquisa e desenvolvimento (simplificar processos, eliminar etapas desnecessárias, modernizar estruturas de decisão e instituições públicas, entre outros) (novos critérios de aprovação e acompanhamento de projetos apoiados); 2) defina uma carteira de projetos que, no curto prazo, possam trazer contribuições que auxiliem o país a sair da crise (combate à doenças como a dengue, melhorar a competitividade do agronegócio e da indústria de transformação, entre outros; e 3) aprimore o sistema de incentivos fiscais e econômicos para a inovação empresarial.

Propostas para Política de Inovação Aprimorar o sistema de incentivos fiscais e econômicos para as empresas, modernizando o sistema de financiamento e fomento e garantindo a continuidade dos programas de financiamento da Finep e BNDES com a recomposição dos recursos do FNDCT e recursos de subvenção, para tal é fundamental: Reestruturar o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico FNDCT, dividindo os fundos em dois: um para Ciência a cargo do MCTI, com gestão da FINEP e outro a cargo do MDIC, com gestão do BNDES. Rever o Estatuto dos Fundos Setoriais, transformando-os de Fundos Orçamentários (sujeitos a contingenciamentos) para Fundos Financeiros (garantindo recursos financeiros para projetos de inovação aprovados nas várias modalidades); Reintegração dos dispositivos vetados no Código Nacional de CT&I Regulamentação da Lei nº 13.243/2016 sem impedimentos ao bom funcionamento da lei. Melhoria operacional do INPI

Propostas para Política de Inovação Convocar a indústria para participar da definição e acompanhamento de prioridades de uma carteira de projetos de alto impacto, com visão de médio e longo prazo: 1. MODERNIZAÇÃO DO PARQUE INDUSTRIAL Iniciar um programa de modernização do Parque Industrial no arco médio de 20 anos. Montar um programa de incentivos à renovação do parque industrial, priorizando os Bens de Capital nacionais, com garantia de sucateamento das máquinas antigas, e que conte com estímulos fiscal, tributário e de financiamento. Desenvolvimento do Programa Inova Máquinas, de forma a promover o aumento a competitividade de produtos, serviços e soluções em máquinas e equipamentos e a integração com as empresas brasileiras em áreas prioritárias e estratégicas da Política Industrial.

Propostas para Política de Inovação 2. MANUFATURA AVANÇADA Criar competências em tecnologias desruptivas e na incorporação destes avanços no nosso parque empresarial. Elaborar diretrizes para políticas e estratégias sobre o desenvolvimento da manufatura avançada no Brasil, novos paradigmas de produção, buscando: Fortalecer as empresas de engenharia integradoras de automação de processos industriais (mecânico, mecatrônica, elétrica) Incluir o Brasil na agenda das discussões sobre protocolos de comunicação, baseado na Internet de alta Velocidade (Internet V6) (OPC UA)(MTConect) Acesso e capacitação em ferramentas de softwares (PLM, MES, ERP) e aplicativos em Comissionamento Virtual e Realidade Aumentada (Sistemas Ciber-Físico) Eficiência Energética e de Recursos Materiais Redução de perdas Programa para modernizar máquinas existentes no Conceito da Manufatura Cadeia de Suprimentos Inteligentes (Smart Logistic, Smart Supply chain, Intelligent Supply) Capacitações de Recursos Humanos nas novas profissões Reduzir de custos com engenharia Desenvolvimento Normas e Regulamentos Técnicos

Propostas para Política de Inovação 3. Promover o fomento a Ecossistemas de Inovação de Classe Mundial, através de: Novas Startups de base tecnológica em setores mais avançados e de prioridade para o País. Promover parceria de startups com empresas brasileiras 4. Novas formas de financiamento: Estímulo a implantação de Crowdfunding (modalidade de investimento onde várias pessoas podem investir pequenas quantias de dinheiro no seu negócio) Atrair e fortalecer o investimento pelo setor financeiro e corporativo privado Auxílio do Governos com investimentos de alto risco para que as startups vençam o vale da morte

Plano Emergencial 5. Ampliação do Programa Brasil mais Produtivo O Programa Brasil mais Produtivo é uma boa iniciativa, porém o atendimento de 3 mil empresas em setores específicos não vai alterar o quadro atual da baixa produtividade. É necessário um programa mais agressivo, dez a vinte vezes maior para atingir de 30 à 60 mil empresas e assim dar um salto em gestão, transbordando efetivamente a experiência. O tecido industrial brasileiro é bastante heterogêneo, existindo ainda, muitas empresas com modestos padrões de desempenho, que podem ser melhorados, com obtenção de ganhos no curto prazo.