Acompanhamento processual e Push Pesquisa Login no Push Criar usuário Obs.: Este serviço é de caráter meramente informativo, não produzindo, portanto, efeito legal. Nº 0000391 33.2016.6.21.0023 PRESTAÇÃO DE CONTAS PROCESSO: UF: RS MUNICÍPIO: IJUÍ RS PROTOCOLO: 1464962016 11/10/2016 15:46 CANDIDATO: CLAUDIOMIRO GABBI PEZZETTA ADVOGADO: Telmo Elemar Ramos Alves ADVOGADO: JOSÉ MAURICIO DE ALMEIDA ARBO ADVOGADO: GIOVANE BORTOLINI MUNICÍPIO: IJUÍ/RS JUIZ(A): EDUARDO GIOVELLI ASSUNTO: PRESTAÇÃO DE CONTAS ELEITORAIS 2016 LOCALIZAÇÃO: 023ZRS 023 ZE IJUÍ/RS FASE ATUAL: 14/12/2016 12:20 Intimação 23ª ZONA ELEITORAL N. Origem: Andamento Despachos/Sentenças Processos Apensados Documentos Juntados Todos Visualizar Imprimir Despacho Despacho em 12/12/2016 PC Nº 39133 Dr. EDUARDO GIOVELLI Vistos. Intime se o Ministério Público Eleitoral da sentença. Após, remeta se os autos ao Egrégio Tribunal Regional Eleitoral do RS. Diligências legais. Ijuí, 12 de dezembro de 2016. EDUARDO GIOVELLI, Sentença em 07/12/2016 PC Nº 39133 Dr. EDUARDO GIOVELLI Vistos etc. I RELATÓRIO
Trata se de prestação de contas de CLAUDIOMIRO GABBI PEZZETTA, candidato(a) a vereador(a) do Município de Ijuí pelo Partido Democrático Trabalhista, referente às eleições municipais de 2016. Publicado o edital, decorreu o prazo legal sem impugnação (fl. 13). Sobreveio Parecer Técnico Conclusivo pela aprovação das contas (fl. 14) O Ministério Público Eleitoral requereu a juntada de documentos e a intimação do candidato (fl.16). Após a manifestação do candidato (fls. 175/189), o Ministério Público apresentou parecer pela desaprovação das contas (fl. 192/203). Novamente intimada, a defesa requereu, entre outras, o julgamento pela regularidade das contas (fls. 209/227). É O RELATÓRIO. DECIDO. II FUNDAMENTAÇÃO Cuida se de apreciar contas de campanha eleitoral oferecidas por candidato(a) ao cargo de vereador(a). Registre se que a prestação de contas, apresentada tempestivamente, foi instruída com os documentos exigidos pela Resolução TSE nº 23.463/2015, estando suas peças devidamente
assinadas. O processo foi apresentado por advogado, com procuração juntada aos autos. Analiso, inicialmente, as questões processuais/procedimentais postas. Não procede a alegação do candidato de que o parecer do parquet, que se deu fora do prazo de 48 (quarenta e oito) horas, deva ser desconsiderado, pois além dele atuar como fiscal da lei na espécie, trata se este de prazo impróprio, que não se submete a preclusão e não prejudica, portanto, o devido processo legal, conforme decisão no Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 25641.2012.618.0024: ELEIÇÕES 2012. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. PREFEITO E VICE PREFEITO. DESAPROVAÇÃO. COMPROMETIMENTO DA CONFIABILIDADE DAS CONTAS. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. INAPLICABILIDADE. IRREGULARIDADES GRAVES. 1. Pode o relator proferir decisão monocrática, nos termos do art. 36, 6º, do RITSE, para negar seguimento a recurso manifestamente improcedente ou contrário à jurisprudência do Tribunal sem que isso caracterize usurpação da competência do Plenário ou cerceamento de defesa. 2. Não há falar em violação ao devido processo legal quando o Ministério Público Eleitoral, atuando como fiscal da lei, oferece parecer após o prazo de 48 horas e junta novos documentos que comprovariam a omissão de despesa e receita, pois, além de cuidar se de prazo impróprio, o candidato manifestou se sobre aqueles documentos (contraditório) e apresentou contraprova (ampla defesa). Não pode ser declarada a nulidade do ato processual sem a efetiva demonstração de prejuízo material, nos termos do art. 219 do Código Eleitoral. Precedentes do STJ e do TSE. ( ) Também, não assiste razão à defesa do candidato impugnando a juntada de documentação oriunda de expediente invstigativo em curso nesta Zona Eleitoral, prova esta que invoca "não ser judicializada e estranha à lide". Isto pois cabe a esta justiça especializada, em havendo indício de irregularidade na prestação de contas, conforme aventado pelo Ministério Público, determinar
diligências para verificar a regularidade das contas, conforme o art. 30 da Resolução TSE 23.463/15: Art. 30 A Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas de campanha, decidindo: ( ) 4º Havendo indício de irregularidade na prestação de contas, a Justiça Eleitoral poderá requisitar do candidato as informações adicionais necessárias, bem como determinar diligências para a complementação dos dados ou o saneamento das falhas. Portanto, inexiste óbice na determinação de juntada de documentos ou solicitação de informações necessárias e pertinentes ao feito. Negar esta possibilidade de instrução probatória, ainda que singela, como pretende o candidato, implica sim em um verdadeiro "processo de faz de conta" pois restaria ao MPE e ao Juízo tão somente homologar contas apresentadas sem qualquer possibilidade de esclarecimento, justamente o que se tem pretendido por esta Justiça Especializada evitar quando se trata de procedimentos de prestação de contas de campanha. Ainda, tais expedientes estão tramitando e se encontram em fase de investigação/instrução probatória, os quais resultaram por indicar fortes indícios de irregularidades para o exame das contas em questão, guardando sim relação com o presente expediente e sua finalidade. Outrossim, depois da juntada dos documentos e de parecer final do Ministério Público, a defesa foi intimada para se manifestar conforme o art. 64, 5º, da Resolução TSE 23.463/15, preservando a garantia à ampla defesa e ao contraditório. De outra banda, e como bem observado pelo Ministério Público, o parecer conclusivo não vincula o julgamento do feito, servindo, assim como o seu parecer final, como mais um elemento para fundamentar a decisão do juízo, mas por lógico, sem caráter vinculativo. Apreciadas as preliminares, analiso o mérito em si do expediente.
Embora emitido parecer prévio pela aprovação das contas, o Ministério Público requereu aós a emissão daquele a juntada de farta documentação ao feito, oriundo de outro expediente em tramitação. E esta farta documentação comprova, extreme de dúvida ao meu sentir, a movimentação e o fluxo de valores arrecadados pelo ora candidato e de gastos por este realizados da campanha eleitoral os quais não foram declarados. Não só não foram declarados como foram efetivados, tanto sua arrecadação quanto os pagamentos respectivos, em absoluto desacordo com as normas da legislação eleitoral. E esta ocorrência ora constatada conduz assaz à desaprovação das mesmas, conforme o art. 22, 3º, da Lei 9.504/97 e art. 13 da Resolução TSE 23.463/15: Art. 22. É obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica para registrar todo o movimento financeiro da campanha. ( ) 3o O uso de recursos financeiros para pagamentos de gastos eleitorais que não provenham da conta específica de que trata o caput deste artigo implicará a desaprovação da prestação de contas do partido ou candidato; comprovado abuso de poder econômico, será cancelado o registro da candidatura ou cassado o diploma, se já houver sido outorgado. (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006) Art. 13. O uso de recursos financeiros para pagamentos de gastos eleitorais que não provenham das contas específicas de que tratam os arts. 8º e 9º implicará a desaprovação da prestação de contas do partido ou do candidato. Verifica se nas fls. 04 06 que as receitas financeiras declaradas na prestação de contas apresentada pelo candidato somam R$ 9.200,00 (nove mil e duzentos reais) e, descontando a sobra de campanha no valor de R$ 14,92 (noventa e dois reais e noventa e dois centavos), o total de gastos foi de R$ 9.185,08 (nove mil, cento e oitenta e cinco reais e oito centavos), sendo o valor de
R$ 996,75 (novecentos e noventa e seis reais e setenta e cinco centavos) em gastos com combustíveis e não houve gastos com alimentação (fl. 04). Assim consta na prestação de contas apresentada pelo candidato. Contudo, os documentos acostados indicam realidade fática de arrecadação de recursos e gastos da campanha eleitoral totalmente diversa da que o candidato apresentou na prestação de contas protocolada. Na apreensão realizada no Posto de Combustíveis Burmann foram apreendidos 18 (dezoito) vales de gasolina com as letras CP no averso (fl. 28), 23 (vinte e três) vales, contendo as letras PZ (fl. 30), uma anotação da agenda apreendida no mesmo posto com valores para Claudiomiro Pezzettta no valor de R$ 2.260,00 (dois mil, duzentos e sessenta reais) (fls. 32 e 198) e outra anotação Pezzetta (Tirar notas) 55,00 (fls. 34 e 198). Consta também desta documentação ora acostada que o candidato recebeu recursos financeiros no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), conforme apreensão de um canhoto de cheques, constando a anotação PIZZETA (fl. 161). Também, apreendido no mesmo estabelecimento vale compra com a anotação Pezzeta, no valor de R$ 75,48 (setenta e cinco reais e quarenta e oito centavos), na mesma folha. O candidato declarou R$ 996,75 (novecentos e noventa e seis reais e setenta e cinco centavos) em gastos com combustíveis (fl. 04), valor muito aquém do verificado acima, evidenciando, claramente, que aqueles recursos não transitaram pela conta bancária e foram realizados no mais absoluto desacordo da legislação regente. Da mesma maneira os gastos com alimentação também transitaram fora da conta bancária. Às fls. 39 há o depoimento de Edemar FEller perante o MPE, prestado perante à Sra. Promotora Eleitoral, onde este admite a vinculação do ora candidato com aquisições de alimentação para jantares, retirando compras em nome deste para alimentação no comitê de trabalhadores da campanha. Contudo, como já dito, não há na prestação de contas apresentada pelo candidato nenhum valor relativo a gastos com alimentação, o que indica o desrespeito à legislação pois estas aquisições e pagamentos circularam fora da prestação de contas oficial de campanha. Ou seja, em ambas as situações restou descumprido o art. 22, 3º, da Lei n.º 9.504/97 e art. 13 da Resolução TSE 23.463/15, sendo considerada falha grave nas contas apresentadas tal infringência. De sorte que nos termos do art. 68, III, da Resolução 23.463/2015, constatadas falhas que comprometem a regularidade das contas, cabe sua desaprovação.
III DISPOSITIVO Isso posto, DESAPROVO as contas do(a) candidato(a) CLAUDIOMIRO GABBI PEZZETTA, candidato(a) a vereador(a) do Município de Ijuí pelo Partido Democrático Trabalhista, relativas às eleições municipais de 2016, nos termos do art. 68, III, da Resolução TSE nº 23.463/2015, ante os fundamentos declinados. Publique se. Registre se. Com o trânsito em julgado remeta se cópia de todo o processo ao Ministério Público Eleitoral. Após, arquive se com baixa. Despacho em 29/11/2016 PC Nº 39133 Dr. EDUARDO GIOVELLI Vistos. Vista ao candidato por 3 (três) dias, após voltem conclusos para sentença. Diligências legais. Ijuí, 29/11/2016. Eduardo Giovelli, Despacho em 25/11/2016 PC Nº 39133 Dr. EDUARDO GIOVELLI
Vistos, Ao Ministério Público Eleitoral. Os requerimentos da defesa serão apreciados com julgamento do mérito, quando do retorno dos autos. Diligências legais. Ijuí, 25 de novembro de 2016. EDUARDO GIOVELLI, Despacho em 21/11/2016 PC Nº 39133 Dr. EDUARDO GIOVELLI Vistos. Defiro a juntada requerida e o compartilhamento das provas. Juntados, vista ao candidato por 3 (três) dias, após o Ministério Público Eleitoral em 48 horas. Diligências legais. Ijuí, 21 de novembro de 2016. EDUARDO GIOVELLI, Despacho em 11/10/2016 PC Nº 39133 Dr. EDUARDO GIOVELLI Vistos. Autue se e aguarde o recebimento da Prestação de Contas Final para ser juntada aos autos. Designo o servidor Valdeci Vanderlei da Cunha para realizar a análise das contas. Recebida a Prestação de Contas, publique se o edital comunicando que se encontram disponíveis as informações do art. 48, inciso I, e art. 51 da Resolução TSE nº 23.463/15. Decorrido o prazo para impugnação, proceda se o exame das contas e a emissão do Parecer Conclusivo. Após, vista dos autos ao Ministério Público Eleitoral para parecer no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. Com a manifestação do Ministério Público Eleitoral, voltem os autos conclusos para sentença. Ijuí, 11 de outubro de 2016. EDUARDO GIOVELLI,