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Unidades UBS Ponta da Lama UBS Três Vendas UBS Saturino Braga UBS Baixa Grande UBS Murundu UBS Serrinha UBS Lagoa das Pedras UBS Morangaba UBS Mata da Cruz UBS Poço Gordo UBS Alair Ferreira UBS Lebret UBS Ips UBS Ponta Grossa Localização Bairro Ponta da Lama Rod. Campos-Itaperuna Av. Alair Ferreira Estr. do Açúcar Rua Ponte s/n Rod. BR-101 R2 s/n Rua Principal s/n Rua Augusto Oliveira Rua Vicente Lima Av. Francisco Lamêgo s/n Rua Municipal Rua dos Goytacazes Rua João Cabral Neto Tabela 3.4.1 Unidade Básica de Saúde UBS no município de Campos dos Goytacazes por localização. Fonte: TabNet DATASUS. A estrutura turística de Campos dos Goytacazes contabiliza cerca de quarenta e nove estabelecimentos hoteleiros, de acordo com dados do Sebrae/RJ, nos estudos socioeconômicos realizados para o ano de 2011. O município de Campos dos Goytacazes conta com a Casa de Cultura Villa Maria, sendo um órgão cultural da UENF Universidade Estadual do Norte Fluminense se localiza na região central do município, a Casa de Cultura é imbuída de fonoteca, sala de leitura, videoteca mais o centro de internet comunitária Villa Livre. Há também no município órgãos e entidades beneficentes, que são: Associação Beneficente ao Pé da Cruz Associação Mão Amiga Apoio a Pessoas com Câncer Associação de Pais Amigos dos Excepcionais Associação de Proteção e Orientação aos Excepcionais Associação Beneficente Maria Auxilio dos Cristãos Casa da Criança Educandário Para Cegos Liga Espírita de Campos Obra Social São Geraldo Patronato São José Sociedade Beneficente Maçônica José do Patrocínio 70

3.5 SANEAMENTO O Saneamento Básico é peça fundamental na infraestrutura da sociedade, trazendo salubridade e qualidade de vida à população, quando atende de forma plena a sociedade como um todo. Para garantir o acesso aos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem e manejo de águas pluviais urbanas foi estabelecida a Lei n 11.445, que trata das Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico e assegura a implementação dos serviços. O município de Campos dos Goytacazes conta com dispositivos legais que tratam sobre os serviços de saneamento básico e visa à preservação dos recursos, logo a qualidade de vida de seus habitantes. Dados do Censo IBGE mostraram que em 1991, 64,5% dos domicílios permanentes possuíam saneamento adequado, tendo este percentual aumentado para 67,0% no ano de 2000. O índice de atendimento com rede de esgoto no município de Campos dos Goytacazes, de acordo com dados do SNIS (2010), mostra que 60,2% da população total tem acesso a rede de esgoto. Ainda, de acordo com dados do DATASUS, Campos dos Goytacazes, no ano de 1991, o percentual de instalações sanitárias com fossa rudimentar era de 40,5%, sendo o de rede geral ou de esgoto pluvial apenas 25,9%. No ano de 2000, o índice de instalações do tipo fossa rudimentar caiu para 30,7% e o de rede geral de esgotos passou para 33,4%. O abastecimento de água tratada e coleta de esgoto em Campos dos Goytacazes até a década de 90 era bastante precário. A água oferecida não era de boa qualidade e 100% do esgoto coletado era lançado nos rios, canais e lagoas, gerando grande impacto ambiental. As melhorias deste setor surgiram a partir de 1997 com a concessão do sistema de água e esgoto a iniciativa privada. Na figura abaixo, observa-se que dez do quatorze distritos do município de Campos dos Goytacazes, praticamente não tem esgotamento sanitário, apresentando menos de 5% dos seus domicílios ligados à rede geral. 71

Tabela 3.5.1 Porcentagem de Domicílios Ligados à Rede de Esgoto/Pluvial. Fonte: Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes. O Sistema de Abastecimento de Água do município de Campos dos Goytacazes é representado pela figura 3.5.1, que expõe os índices de atendimento á população por porcentagens a cada localidade, ao analisar o mapa constata-se que a maioria no território do município tem atendimento de 0 a 20% e 20 a 60%, as áreas que possuem maior capacidade de atendimento se configuram na malha urbana de Campos dos Goytacazes ou mesmo nos distritos de Ibitioca, Tocos, São Sebastião, Mussurepe e Santo Amaro. A coleta de esgoto em Campos dos Goytacazes, exposto na figura 3.5.2, registra índices concentrados, em termos espaciais, limitando-se principalmente ao distritosede e suas proximidades, enquanto que o restante do município, incluindo os demais distritos de Campos dos Goytacazes possuem índices carentes relativos à coleta de esgoto. No que diz à coleta de resíduos sólidos urbanos, o município de Campos dos Goytacazes registra índices razoáveis, boa parte do território possui 40 a 100% de coleta de resíduos sólidos urbanos, as áreas com baixas porcentagens se concentram a sul e noroeste de Campos dos Goytacazes. 72

Figura 3.5.1 - Mapa do Município de Campos dos Goytacazes % Abastecimento de Água. Fonte: DRZ. 73

Figura 3.5.2 - Mapa do Município de Campos dos Goytacazes % Coleta de Esgoto. Fonte: DRZ. 74

Figura 3.5.3 - Mapa do Município de Campos dos Goytacazes % Coleta de RSU. Fonte: DRZ 75

3.6. SAÚDE A falta de investimentos no setor do saneamento tem acarretado altos gastos em saúde pública, diminuindo a qualidade de vida da população campista. A figura abaixo mostra os custos estimados nos tratamento das doenças encontradas no município, por falta de saneamento. Campos dos Goytacazes apresenta os seguintes indicadores de saúde: Gráfico 3.6.1 Valor Estimado do Tratamento de Pacientes. Fonte: DATASUS - Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde Natalidade (2010) Mortalidade Infantil (X/1.000) (2010) Morbidade (2010) Fecundidade (2010) 6.882 nascidos vivos 4 190 7.685 Tabela 3.6.1 - Dados Epidemiológicos do Município de Campos dos Goytacazes. Fonte: DATASUS - Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde 3.6.1 Aspectos Epidemiológicos Segre (1997) define saúde como [...] não apenas a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social. E ainda, a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) define o termo saúde pública como [...] Ações coletivas e individuais, tanto do Estado como da Sociedade Civil, voltadas à melhoria da saúde da população. Isso ultrapassa a noção de saúde como um bem público com altas externalidades. A partir disso, pode-se afirmar que a saúde está totalmente ligada ao termo saúde pública, sendo estes fatores diretamente vinculados ao saneamento, através do qual 76

busca-se alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental. A falta de saneamento e todo o conjunto de ações que este traz, implica inúmeras consequências, dentre elas, a contaminação da população por vetores resultantes da falta de saneamento básico e/ou existência precária, que traz consigo um grande risco a saúde pública. Os resíduos sólidos são, dentre vastos fatores, um dos principais causadores da proliferação de doenças infecciosas, e é uma das principais características da falta de saneamento e higiene. Neste sentido torna-se de extrema importância a análise minuciosa de cada doença derivada da falta de saneamento básico, desde os modos de transmissão até as formas de proliferação e técnicas de controle. Para a geração de um diagnóstico da saúde é importante espacializar as principais doenças relacionadas ao saneamento e que assolam países em desenvolvimento como o Brasil. Dentre as principais doenças relacionadas com os resíduos sólidos, na Tabela 3.6.2 (Barros, 1995) explicitam os vetores, as formas de transmissão e principais doenças relacionadas ao mau manejo ou falta deste em relação ao lixo. Ratos Moscas Mosquitos Baratas Suínos Vetores Formas de Transmissão Principais Doenças - através da mordida, urina e fezes; - através da pulga que vive no corpo do rato; - por via mecânica (através das asas, patas e corpo); - através das fezes e saliva; - através da picada da fêmea; - por via mecânica (através das asas, patas e corpo) e pelas fezes; - pela ingestão de carne contaminada - peste bubônica; - tifo murino; - leptospirose; - febre tifóide; - salmonelose; - cólera; - amebíase; - desinteria; - giardíase; - malária; - leishmaniose; - febre amarela; - dengue; - filariose; - febre tifóide; - cólera; - giardíase; - cisticercose; - toxoplasmose; - triquinelose; - teníase; Aves - através das fezes - toxoplasmose. Tabela 3.6.2 - Doenças relacionadas com o lixo. Fonte: Escola de Engenharia da UFMG, 1995. 77

Grupo de Doenças Transmitidas pela via feco-oral (alimentos controlados por fezes) Controladas pela higienização (associadas ao abastecimento insuficientes de água) Associadas a água (uma parte do ciclo da vida do agente infeccioso ocorre em um animal aquático) Transmitidas por vetores que se relacionam com a água Formas de Transmissão O organismo patogênico (agente causador da doença) é ingerido A falta de água e a higiene pessoal insuficiente criam condições favoráveis para a sua disseminação. O patogênico penetra pela pele ou é ingerido As doenças são propagadas por insetos que nascem na água ou picam perto dela Tabela 3.6.3 - Doenças relacionadas com a água. Principais Doenças - diarréias e desinterias, como a cólera e a giardíase; - febre tifóide e paratifóide; - leptospirose; - amebíase; - hepatite infecciosa; - ascaridíase (lombriga) - infecção na pele e óleos, como tracoma e o tifo relacionado com piolhos e a escabiose. - esquistossomose - malária; - febre amarela; - dengue; - filariose (elefantíase) Formas de Prevenção - proteger e tratar as águas de abastecimento e evitar o uso de fontes contaminadas; - fornecer água em quantidade adequada e promover higiene pessoal, domestica e dos alimentos; - fornecer água em quantidade adequada e promover higiene pessoal e domestica; - evitar o contato de pessoas com águas infectadas; - proteger mananciais; - adotar medidas adequadas para a deposição de esgotos; - combater o hospedeiro intermediário; - combater os insetos transmissores; - eliminar condições que possam favorecer criadouros; - evitar contato com criadouro; - utilizar meios de produção individual. Fonte: BARROS, R.T. de V. et. al., 1995. As doenças infecciosas têm sido associadas com menores níveis socioeconômicos da população, aferidos, por exemplo, através de indicadores de pobreza. Menores níveis de renda e escolaridade, habitações precárias, abastecimento de água e coleta de esgoto inapropriados, não são responsáveis pela ocorrência direta destas doenças, mas favorecem alguns determinantes. O baixo peso ao nascer, por exemplo, resultante da pobreza da mãe, que não teve assistência adequada durante a gravidez e um estado nutricional propício, é um fator de risco para a morbimortalidade durante a infância. Sistemas de abastecimento d água e esgotamento sanitário inadequados em domicílios com elevada densidade de moradores, favorecem maior contaminação do ambiente e conduzem a ocorrência de 78

diarréias nas crianças, agravada pelo prévio estado nutricional débil (FUCHS, VICTORIA e FACHEL, 1996). Com relação às Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado DRSAI, Um relatório do Unicef e da OMS aponta a diarreia como sendo a segunda maior causa de mortes em crianças menores de 5 anos de idade. Estima-se que 1,5 milhões de crianças nesta idade morram a cada ano vítimas de doenças diarreicas, sobretudo em países em desenvolvimento, em grande parte devido a falta de saneamento, bem como a subnutrição e uma saúde mais débil (UNICEF & WHO, 2009). No Brasil, as diarreias representam mais de 80% das doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI). Possuem etiologias diversas, o que faz a determinação das suas causas ser uma tarefa complexa, sendo evidente o papel da melhoria das condições de saneamento na redução destes agravos. As doenças diarreicas consideradas foram: cólera, shiguelose, amebíase, infecções por salmonella, infecções intestinais bacterianas, doenças intestinais por protozoários, infecções intestinais virais, diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível. O indicador Internação hospitalar por doenças diarreicas em crianças, que expressa a proporção das internações por diarreias em crianças menores de 5 anos em relação ao número total de internações por diarreia, apresenta o nível de exposição das crianças desta faixa etária a este tipo de doenças. Considerando a média das cidades analisadas, mais da metade dos casos de internação hospitalar por diarreia ocorre em menores de 5 anos (54% em 2007 e 58% em 2008), o que mostra a susceptibilidade desta parcela da população. A seguir serão apresentados alguns dados referentes ao município de Campos dos Goytacazes: 79

PADRÕES MUNICÍPIO 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Taxa de Internação* Hospitalar por Diarreia nos municípios brasileiros com mais de 300.000 habitantes Padrões de Comportamento da Serie Histórica 2003-2008 Queda Campos dos 170,5 136,5 146,9 140,6 131,4 131,5 Oscilante Goytacazes Posição no Ranking da Taxa de Internação Hospitalar por Diarreia 14º Campos dos 23 26 25 23 21 20 Goytacazes Morbidade por Diarreia em Crianças Menores de Cinco Anos de Idade Município Número de Internações por Diarreia de Crianças Menores de 5 anos de idade Ranking Participação das Internações de Crianças no Total das Internações por Diarreia (%)* Campos dos Goytacazes 2003 2004 2005 2006 2007 2008 560 329 53 57,9 40 46 Posição no Ranking da Taxa de Mortalidade dos Municípios Brasileiros 14º Campos dos 75 43 55 36 24 39 Goytacazes Taxa de Letalidade por Diarreia dos municípios brasileiros número de óbitos por diarreia/n.º de internações por diarreia *100 Oscilante Campos dos 0,14 0,87 0,48 0,83 1,25 0,35 Goytacazes Posição no Ranking da Taxa de Letalidade dos Municípios Brasileiros 14º Campos dos 76 52 62 54 41 51 Goytacazes Custo Total* das Internações Hospitalares por Diarreia por 100 000 Habitantes Estado / Município Valor Total de Internação (R$) por 100 mil habitantes Rio de Janeiro / Campos 2003 2004 2005 2006 2007 2008 dos Goytacazes 48215 44527 52444 43097 40992 47386 Posição no Ranking dos Custos Totais de Internação Hospitalar por Doenças Diarreicas nos Municípios Brasileiros 14º Campos dos 26 29 23 26 23 19 Goytacazes Participação Percentual do Gasto com Internações por Diarreia no Gasto com Internação por DRSAI Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado Campos dos Goytacazes 64,2 90,3 90,8 89,2 63,8 28,9 Tabela 3.6.4 - Doenças apresentadas em Campos dos Goytacazes em 2011 e 2012. Fonte: elaborados com base nos dados do Ministério da saúde, DATASUS. 80

4. DIAGNÓSTICO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO 81

4.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA O abastecimento de água, dentro dos limites do perímetro urbano e em suas áreas contínuas do município de Campos dos Goytacazes, é de responsabilidade da empresa privada Águas do Paraíba S/A, através de Contrato de Concessão que teve seu início em 16/09/1999, com vencimento previsto para 30/09/2038. Na zona rural, o abastecimento de agua também é realizado pelo Município, seja através de poços ou fontes drenadas, ou ainda de forma coletiva e nesse caso, estão organizados sob a forma de associações, onde as comunidades são as administradoras dos Sistemas, bem como das soluções e alternativas a serem tomadas, com apoio da Administração Municipal. O município de Campos dos Goytacazes contratou através de licitação uma empresa para prestar serviço de implantação, ampliação, manutenção e operação dos sistemas de tratamento e distribuição de água em 45 sistemas nos distritos, assim distribuídos: ITEM LOCALIDADE VAZÃO (M³/H) DISTRITO DE SANTA MARIA 01 Mata da Cruz 8,10 02 Palmares 18,00 DISTRITO DE MORRO DO COCO 03 Seis Marias 18,00 DISTRITO DE VILA NOVA 04 Barro Vermelho 9,50 05 Morro da Parabólica 27,00 DISTRITO DE TRAVESSÃO 06 Matutu 9,00 07 São Diogo 3,60 08 Guandú 13,50 09 Brejo Grande 6,80 11 Ribeiro do Amaro 9,00 12 Balança Rangel 10,40 13 Caxias de B. Rangel 6.80 14 Caxeta de Santa Ana 20,30 15 Mundeus 4,50 16 Fazenda Colégio 4,50 DISTRITO DE GUARUS 17 Minha Deusa 4,50 DISTRITO DE CAMPOS 18 Santa Cruz 13,50 19 e 20 Carvão I e II 38,30 21 Fazendinha 9,90 22 Usina São João 11,30 DISTRITO DE GOYTACAZES 23 Veiga 18,70 24 Campo Limpo 18,00 25 Paus Amarelo 6,80 26 Mussurepe / Coqueiro / São Bento 9,00 DISTRITO IBITIOCA 27 Pedra Negra 6,80 29 Pernanbuca 2,30 30 São Bento / Lagoa de Cima 3,90 DISTRITO DE MORANGABA 82

31 e 32 Conceição do Imbé e Aleluia 5,90 DISTRITO DE SÃO SEBASTIÃO 33 Alto do Elizeu 6,80 34 Lago do Garcia 6,80 35 Beira do Tai 6,80 36 Campo Novo 27,00 37 Venda Nova 22,50 38 Balança do Jai 15,80 DISTRITO DE DORES DE MACABU 28 e 29 Ponta da Lama e Posto Flexa 68,00 10 e 40 Quilombo e Santa Ana 23,90 DISTRITO DE SANTO AMARO 41 Terminal Pesqueiro 4,50 42 Caboio 6,80 ETA 43 Martins Lage ETA 33,80 44 Correnteza ETA 22,50 45 Marcelo ETA 15,80 Tabela 4.1.1 - Sistema de Água Potável no Município de Campos dos Goytacazes Fonte: PMCG/2012 83

Figura 4.1.1 - Mapa do Município de Campos dos Goytacazes Localidades. Fonte: DRZ. 84

4.1.1 Informações Gerais As características sobre os mananciais de abastecimento de água para o município de Campos dos Goytacazes são relevantes, pois sem as mesmas não é possível que se realize a captação de água, etapa essencial para todo o procedimento de abastecimento de água no município. Segue abaixo as principais características dos mananciais de Campos dos Goytacazes. Rio Itabapoana: Localizado no norte do município, tem largura média de 56 metros. Passa pelo município entre as coordenadas UTM 24S 243618,764 m E 7653391,478 m S e 264165,768 m E 7648989,464 m S. As cabeceiras do Rio Itabapoana localizam-se na Serra do Caparaó. Formado pelo encontro do Rio Preto com o Rio São João, na divisa dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. A partir daí, se estende por aproximadamente 250 km, servindo de limite entre o Espírito Santo e o Rio de Janeiro até desaguar no Oceano Atlântico, próximo à cidade de São Francisco de Itabapoana. Rio Preto: Localiza-se no distrito de Morangaba, tem sua foz no rio Ururaí. Sua nascente está nas coordenadas UTM 24S 222779,8 m E 7588662,42 m S e a foz nas coordenadas 244930,101 m E 7592145,857 m S. Possui largura média de 5 metros. Lagoa Feia: é a terceira maior lagoa de água doce do Brasil, está localizada na divisa dos municípios de Campos dos Goytacazes e Quissamã no estado do Rio de Janeiro. É alimentada principalmente pelo Rio Macabu, que deságua a noroeste, e pelo rio Ururaí, que desagua ao norte, sendo este o principal abastecedor dulcícula (de água doce). Ambos estão completamente retificados no seu trecho próximo à Lagoa Feia, sendo suas águas muito consumidas na irrigação. Rio Paraíba do Sul: Atravessa o município e a área urbana de Campos dos Goytacazes, passa por este entre as coordenadas UTM 24S 236760,962 m E 7606369,311 m S e 278710,734 m E 7601209,926 m S. O rio possui uma extensão total de aproximadamente 1150 km e o comprimento que passa pelo município é próximo de 52 quilômetros, com largura média de 550 metros. O Rio Paraíba do Sul é a principal fonte de abastecimento de água no Estado do Rio de Janeiro, são trinta e sete municípios que fazem parte da Bacia Hidrográfica, o rio se estende por grande parte do território, são aproximadamente doze milhões de pessoas abastecidas pelo Rio Paraíba do 85

Sul, incluindo a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que mesmo fora do perímetro de abrangência da Bacia Hidrográfica, é servida pela mesma através da captação do Rio Paraíba do Sul. Ao longo de seu percurso o rio Paraíba do Sul passa por diversas fontes de poluição, em áreas rurais e urbanas, sejam domiciliares, industriais, agropecuárias, etc., e quando suas águas chegam ao município de Campos dos Goytacazes, por estar relativamente próximo de sua foz, é de se esperar que sua qualidade seja comprometida e relativamente degradada. Lagoa de Cima: Situa-se na parte oeste de Campos, mede cerca de 15 km² de área, 18 km de circunferência e profundidade média de 4 metros. É formada pelos rios Urubu e Morto, cujas nascentes localizam-se na APA do Imbé e o escoadouro das águas pelo Rio Ururaí. Com a construção de um Iate Clube, em sua margem, houve um surto de construções de casas populares, atraídas pelas oportunidades de empregos nas propriedades marginais e no próprio Iate Clube.Com todo o desenvolvimento, o local vem sofrendo profunda ação de degradação. A Lagoa de Cima, por possuir características diferenciadas dos outros corpos hídricos da região, vem sendo colocada nos últimos anos como grande opção turística para os campistas e moradores de outros municípios próximos. A lagoa, em toda sua extensão, vem sofrendo ação antrópica, promovida pelo uso desordenado dos seus recursos. A política de desenvolvimento turístico, não está sendo acompanhada de uma infraestrutura e conscientização ambiental capaz de manter esse ecossistema equilibrado. Com três acessos, dois pela BR 101, no sentido Rio de Janeiro, e um sentido no sentido Campos - São Fidelis percebe-se que a degradação começa pelos morros que se situam em volta da lagoa, o plantio de cana de açúcar, seguida de desmatamento que vem se agravando, já que existem várias nascentes nessa região. Outro fator degradante são os detritos, que vão de produtos alimentícios a resíduos de material de construção, deixados pelos turistas e moradores, e as ocupações irregulares no entorno das suas margens, já que o local é área estadual de preservação ambiental e deveria ter uma faixa limite para construções de casas e outros tipos de edificações. Rio Muriaé: O Rio Muriaé nasce na Serra das Perobas, no Município de Miraí, Estado de Minas Gerais, pela confluência de dois ribeirões: Samambaia e o Bonsucesso, sua extensão é de aproximadamente 295 km. Passa pela parte oeste do município, percorrendo neste uma extensão 86

aproximada de 17 km, com largura média de 100 metros. Está degradado em virtude dos tipos de uso que são feitos na beira de suas margens e na sua bacia hidrográfica. Canal das Flechas: O Canal das Flexas, ou simplesmente Furado, é um canal artificial que serve como principal sangradouro da Lagoa Feia no mar. Possui cerca de 17 km de extensão no município e largura entre 100 e 120 m. Inicia-se no lado sudeste da Lagoa Feia (coordenadas UTM 24S 265447,831 m E 7563825,756 m S), seguindo na direção sudeste confrontando com o limite municipal nas coordenadas UTM 24S 279618,942 m E 7555454,322 m S. Percorre hoje uma extensa área rural utilizada para pecuária de corte bovino e plantação de cana, nas quais se podem perceber os antigos canais naturais que atuavam como sangradouros da Lagoa Feia. Há várias lagoas conectadas com a Lagoa Feia, entre as quais se destacam: Ao norte; lagoas do Jesus, Cacumanga, Piabanha, Olhos d Água, Sussunga e Tambor, a lagoa de Cima (que alimenta o rio Ururaí); Ao sul; a lagoa de Dentro e o rio Iguaçu (que é, na realidade, uma lagoa estreita e comprida); Leste; as lagoas Abobreira, Coqueiros, Goiaba, Salgada, Baixio, Capim e Martinho; Oeste; as lagoas da Ribeira e do Luciano. Em 50 anos, a lagoa teve seu espelho d água reduzido de 370 km² para os atuais 170 a 200 km². Que resulta numa perda de cerca de 50%. Na área urbana do município de Campos dos Goytacazes, o despejo de esgotos domésticos e efluentes industriais é reunido no chamado Canal da Cula ou Grande Canal, que é uma parte do secular canal Macaé-Campos. As águas poluídas seguem pelo canal Macaé-Campos e pelo canal dos Tocos, que por sua vez deságua na Lagoa do Jacaré que se comunica com a Lagoa Feia. As principais atividades econômicas desenvolvidas na bacia são: exploração de petróleo e gás, atividades sucroalcooleiras, comércio e serviços, cerâmica, fruticultura, agropecuária, laticínios e mineração. Muitos investimentos são esperados para a região, principalmente devido à construção do Complexo Portuário do Açu no município de São João da Barra. Segundo o Censo 2010 realizado pelo IBGE, dos 142.416 domicílios do Município, 105.323 são abastecidos por rede geral de água e 33.814 por poços ou nascente com canalização em pelo menos um dos cômodos. 87

Já a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico também do IBGE, indica que o volume total de água distribuída é de 70.694 m 3 /dia, 58.409 m³ de água são distribuídos diariamente via tratamento convencional, sendo que o volume de abastecimento de água tratada distribuída por dia, para simples desinfecção e cloração é de 2.016 m 3 /dia. Segundo dados do SNIS 2010, o índice de atendimento com rede de abastecimento de água chegou a 77,37% da população total, sendo 89,23% o correspondente à população urbana do município. Já o consumo médio de água per capita foi de 120,5 l/hab.dia e o índice de perdas na distribuição de 26,1%. O município também apresentou 77.375 ligações ativas e 128.760 economias residenciais ativas. Segundo a concessionária Águas do Paraíba no ano de 2012 o município apresentou 101.682 ligações ativas e consumo médio de 151,5 l/hab. dia, sendo que o atendimento segundo a companhia chega a 99,1% de área atendida. Segue abaixo, nas figuras 4.1.2, 4.1.3 e 4.1.4 os mapas que representam o Sistema de Abastecimento de Água de Campos dos Goytacazes, incluindo a área de abrangência, rede de abastecimento e a localização das Estações de Tratamento de Água ETAs. 88

Figura 4.1.2 - Mapa do Município de Campos dos Goytacazes Abrangência do SAA. Fonte: DRZ. 89

Figura 4.1.3 - Mapa do Município de Campos dos Goytacazes Rede de Abastecimento de Água. Fonte: DRZ. 90

Figura 4.1.4 - Mapa do Município de Campos dos Goytacazes ETAs/Centros Operacionais. Fonte: DRZ. 91

4.1.2 Características Gerais Sobre a Concessionária dos Serviços A concessionária de Águas do Paraíba atua no município de Campos dos Goytacazes desde o ano de 1999, seu contrato com a prefeitura municipal tem a duração até setembro de 2038. A concessionária Águas do Paraíba é responsável pelos serviços de água e esgoto de Campos dos Goytacazes, desde 1999. A empresa tem o compromisso de universalização do saneamento. Para isso já foram investidos mais de R$ 120 milhões de reais. E outros R$ 100 milhões de reais começam a ser aplicados a partir de 2010. Águas do Paraíba é uma concessionária do Grupo Águas do Brasil, formado pelas empresas: Developer S.A., Queiroz Galvão Participações-Concessões S.A., Trana Construções Ltda., e Construtora Cowan S.A. O Grupo Águas do Brasil está presente em diversos municípios, nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. No Rio de Janeiro, opera em Petrópolis e Nova Friburgo, na Região Serrana; em Niterói, entre a Baía de Guanabara e a Região Oceânica; em Araruama, Saquarema e Silva Jardim, na Região dos Lagos; em Resende, no sul do Estado, e em Campos dos Goytacazes, no norte, ambas às margens do rio Paraíba do Sul. O contrato da concessionária Águas do Paraíba com Campos dos Goytacazes prevê a concessão em caráter de exclusividade da gestão integrada dos sistemas e serviços de saneamento básico de água e de esgoto, incluindo operação, conservação, manutenção, modernização, ampliação, exploração e cobrança direta aos usuários dos serviços. O prazo de concessão vai até 2038, este prazo, por acordo entre as partes, poderá ser prorrogado, mediante termo aditivo desde que a concessionária se manifeste, expressamente, com antecedência mínima conforme contrato. Em termos de deveres com serviços à população, a concessionária tem a obrigação de executar e realizar projetos e estudos, direta ou indiretamente, assim como obras acessórias ou complementares aos serviços satisfatórios, os problemas de saneamento básico no município, obedecendo às prioridades previamente definidas de comum acordo entre a concessionária e município e a comunidade. O município de Campos dos Goytacazes para atender os distritos, contratou uma empresa através de licitação, em regime de empreitada para prestação de serviço de implantação, ampliação, manutenção e operação dos sistemas de tratamento e distribuição de águas de 45 sistemas localizados em diversos distritos, atendendo uma população de aproximadamente 51.700 habitantes. 92

Figura 4.1.5 Dados da ANA sobre o Abastecimento Urbano de Água em Campos dos Goytacazes. Fonte: Agência Nacional de Águas. A figura 4.1.5 expõe o quadro sobre o abastecimento de água no município, onde a Companhia Águas do Paraíba consta como prestador de serviços para Campos dos Goytacazes. De acordo com dados produzidos pela Agência Nacional de Águas ANA. O município possui cinco mananciais que abastecem a demanda existente, são eles o Rio Paraíba do Sul, Poços Campos dos Goytacazes, Rio Itabapoana, Rio Preto e Lagoa Feia. O cenário elaborado para o ano de 2015 prevê que a demanda urbana de Campos dos Goytacazes será equivalente a 1.206 litros/segundo. 93

4.1.3 Poder Regulatório Dentre as formas de exercer a regulação do Sistema de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário, destacam-se a agências reguladoras, no caso do Estado do Rio de Janeiro, a AGENERSA Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio de Janeiro. A função da AGENERSA é a de exercer o poder regulatório, realizando o acompanhamento, controle e fiscalização as concessões e permissões de serviços públicos concedidos em energia e saneamento básico. Os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem e manejo de águas pluviais urbana, no município de Campos dos Goytacazes são regulados pela Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio de Janeiro, tendo relação direta no que diz a gestão de serviços de Saneamento Básico através da prestadora de serviços, Águas do Paraíba, vigente em Campos dos Goytacazes desde o ano de 1999. Criada através da Lei Estadual n 4556/05 de seis de junho de 2005 e regulamentada pelo Decreto Estadual 38.618 de oito de dezembro de 2005, vinculando-se à Secretaria de Estado da Casa Civil, conforme Decreto Estadual n 40.486 de primeiro de janeiro de 2007. A Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Rio de Janeiro tem como áreas de atuação: - Energia do Estado do Rio de Janeiro, questões correspondentes á distribuição de gás canalizado e outras formas de energia. - Serviços de esgotamento sanitário, questões relativas á indústria e abastecimento de água e coleta e disposição de resíduos sólidos, executados por empresas outorgadas, concessionárias e permissionárias, também por serviços autônomos do referente município. Os Atos Internos, na AGENERSA, são Atos Administrativos, portanto manifestações unilaterais de vontade que visam disciplinar o funcionamento da Administração Pública e alcançam efeitos, tais como: adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações, para com os administrados ou a si própria. Incidindo tanto internamente, quanto externamente sobre direitos, obrigações, negócios ou condutas perante a Administração, esses Atos Internos só entram em vigor ou execução depois de divulgados pela Agência, dado o interesse do público do seu conhecimento. São espécies de Atos Internos praticados na AGENERSA: - Resoluções: são atos administrativos normativos expedidos pelo Presidente da AGENERSA para administrar matéria de sua competência específica. 94