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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente) e MARIA LÚCIA PIZZOTTI.

Transcrição:

1 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO N 075.2007.005373-3/001 RELATOR: Des. Genésio Gomes Pereira Filho APELANTE: Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A, sucedida pela VRG LINHAS Aéreas S/A (VRG). ADVOGADOS: Carlos Gomes Filho, Adilson de Queiroz Coutinho Filho e outros APELADA: Ana Amélia Araújo Arruda ADVOGADO: Robson Espínola Feitosa RECORRENTE: Ana Amélia Araújo Arruda ADVOGADO: Robson Espínola Feitosa RECORRIDA: Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A, sucedida pela VRG LINHAS Aéreas SIA (VRG). ADVOGADOS: Carlos Gomes Filho, Adilson de Queiroz Coutinho Filho e outros CIVIL E CONSUMIDOR - Apelação Cível e recurso Adesivo - Questão de ordem - Retificação do pólo passivo - Indeferimento - Manutenção da Gol na condição de ré - Preliminar de nulidade Rejeição - Preliminares rejeitadas - Mérito - Ação de Indenização por danos morais - Responsabilidade Objetiva - Indenização devida - Requisitos comprovados - Procedência mantida - Pedido de majoração do valor - Arbitramento ínfimo - Majoração devida - Correção Monetária - Incidência a partir do novo arbitramento - Aplicação da Súmula n 362 do STJ - Provimento do recurso adesivo e apelo prejudicado. - É inegável a responsabilidade da recorrente ante ao cancelamento do vôo, visto que, apesar de ter garantido o complemento do percurso em veículo diferente do previsto no contrato, ocorreu atraso no cumprimento da obrigação. Há,

portanto, indubitavelmente, conduta da apelante, dano e nexo de causalidade entre elas. "A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento." (Súmula 362 do STJ). VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os integrantes da E. Terceira Câmara Cível do Colendo Tribunal de Justiça, à unanimidade, rejeitar as preliminares, dar provimento ao recurso adesivo e julgar prejudicado o recurso de apelação, nos termos do voto do relator e da certidão de julgamento de fl. 356. RELATÓRIO Trata-se de apelação cível interposta pela Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A, sucedida pela VRG LINHAS Aéreas S/A (VRG), inconformada com a sentença do Juizo da 3a Vara da Comarca de Bayeux que julgou parcialmente procedente o pedido da autora para condená-la a pagar a promovente a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a título de indenização por danos morais, acrescida de juros de mora, no percentual de 1% ao mês, a contar da citação, bem como correção monetária pelo INPC do período, a incidir a partir da data do vôo não realizado, além do ressarcimento do valor referente ao trecho não percorrido, bem como em honorários advocaticios na base de 10% (dez por cento) do valor da condenação. Afirma a apelante que o juízo a quo decretou indevidamente a revelia, ocorrendo o cerceamento de seu direito de defesa. No mérito, aduz que não causou qualquer dano de ordem moral a apelada, pois não provou o dano advindo do cancelamento do vôo. Afirma ainda, que o fato do vôo ter sido cancelado não enseja danos morais a recorrida, já que a empresa forneceu devidamente o transporte para conclusão do seu trajeto. Pede ao final, a redução do valor da indenização fixado na sentença, além de redução do percentual dos honorários de sucumbência e que a data do inicio da atualização do quantum indenizatório seja a partir da fixação (fls. 221/243). Intimada, a apelante apresentou recurso adesivo (fls. 272/276), pedindo pela majoração do valor da indenização e c,ontrarrazões (fls. 277/285). Contrarrazões ao recurso adesivo ás fls. 325/340. A douta Procuradoria de Justiça emitiu parecer pelo desprovimento dos recursos, mantendo-se inalterado a sentença recorrida (fls. 347/349) É o relatório. VOTO

Cuida-se de Apelação Cível e Recurso Adesivo, o primeiro interposto pela Gol Linhas Aéreas Inteligentes S/A, sucedida pela VRG Linhas Aéreas (VRG), pretendendo, preliminarmente, a retificação/substituição no pólo passivo na demanda pela empresa sucessora, a nulidade da sentença, em virtude do cerceamento de defesa, e no mérito, o provimento para negar o pedido de indenização, ou, alternativamente, minorá-lo. O Segundo, interposto pela autora, Ana Amélia Araújo Arruda, pretende apenas a majoração do valor da indenização. Passo a análise da questão de ordem aduzida pela recorrida, quando da apresentação das contrarrazões ao recurso adesivo. Quanto à questão de ordem, que se prende à retificação do pólo passivo da relação processual para que conste somente a VRG Linhas Aéreas S/A (VRG), ao argumento de que em 30 de julho de 2008 a Gol Linhas Aéreas S.A., controladora das empresas Gol Transportes Aéreos (GTA) e VRG Linhas Aéreas S.A. (VRG), anunciou o projeto de reestruturação societária do grupo Gol que, em resumo, consiste na incorporação da Gol Transportes Aéreos S.A. (GTA) pela VRG, entendo que não merece acolhida. Ao compulsar os autos, verifica-se que o fato narrado ocorreu antes da dita incorporação; assim, o que sucedeu após esta data diz respeito somente às empresas em questão, não devendo ser levado em consideração nesta demanda em particular, a fim de que não haja prejuízo à celeridade na prestação jurisdicional, ferindo com isso o maior dos princípios processuais, pois isso implicaria reiniciar todo o procedimento judicial proposto. Ora, a substituição do pólo passivo não atinge o mérito da demanda, visto que, de uma forma ou de outra, com a incorporação havida, a responsabilidade pelo pagamento das dividas da Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. passa a ser da VRG Linhas Aéreas S.A., independentemente da troca do pólo passivo da demanda, não sendo, por isso, necessária a retificação deste pólo passivo. Além disso, as próprias empresas parecem se confundir, pois apresentam defesa processual em conjunto, como pode ser notado no recurso voluntário interposto pela Gol Linhas Aéreas S/A e nas contrarrazões ao recurso adesivo subscrita pela VRG Linhas Aéreas S.A. Pelos motivos expostos, rejeito a questão de ordem apresentada, reeconhecendo a legitimidade passiva da Gol para a demanda em julgamento. No que concerne à preliminar de nulidade da sentença guerreada, passo a sua análise. Pretende a apelante que seja também declarada a nulidade do "decisum" sob o argumento de que a revelia foi decretada em desconformidade com o melhor direito, implicando em ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Observo que inexiste a violação da garantia

constitucional do contraditório e da ampla defesa com a decretação da revelia pelo Magistrado "a quo", na medida em que o inicio do prazo para contestação se iniciou com a juntada do mandado de citação, não da certidão que apenas corrigiu erro material. Assim, rejeito a preliminar. No mérito, em razão da conclusão, por mim chegada no que tange ao valor da indenização devida à apelada/recorrente, passo a analisar, conjuntamente, o mérito do apelo e do recurso adesivo apresentada pela autora. Pois bem, conforme apurado nos autos, a Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. alega a necessidade da reforma da decisão proferida no Juizo singular devido à ausência dos elementos ensejadores do dever de indenizar, e que o fato do vôo ter sido cancelado não enseja danos morais a recorrida, já que a empresa forneceu devidamente o transporte para conclusão do seu trajeto. Entretanto, é inegável a responsabilidade da recorrente ante ao cancelamento do vôo, visto que, apesar de ter garantido o 110 complemento do percurso em veículo diferente do previsto no contrato, ocorreu atraso no cumprimento da obrigação. Há, portanto, indubitavelmente, conduta da apelante, dano e nexo de causalidade entre elas. Ademais, para as relações de consumo, à contratação de transporte aéreo firmada no Brasil será aplicado o Código de Defesa do Consumidor, que, por seu turno, adotou uma posição inovadora abandonando o clássico conceito de culpa como fundamento da responsabilidade civil. Em seu art. 6, VI, estabelece que um dos direitos básicos do consumidor é a efetiva prevenção e reparação dos danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. Portanto, aquele que causar um dano é obrigado a repará-lo, independentemente de culpa. No que respeita ao quantum da indenização, o arbitramento do valor deve observar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, em atenção às peculiaridades do caso concreto, levando em consideração a dor moral, as condições econômicas do ofendido e do ofensor, o grau de culpa com que este agiu ao ensejar o dano. Atendendo às peculiaridades do caso concreto, e tendo em vista a impossibilidade de quantificação do dano moral, recomendável que a indenização seja fixada de tal forma que, não ultrapassando o princípio da razoabilidade, compense condignamente os desgastes emocionais provocados à vitima, como forma de amenizar de alguma forma o sofrimento impingido e de infligir ao causador sanção e alerta para que não volte a repetir o ato. Assim, percebo que a hipótese ora tratada não está a evidenciar meros aborrecimentos, dissabores, contratempos ou transtornos normais da vida. Ponderando tais parâmetros, tenho que por mais que não se possa valorar a dor sofrida pela violação à honra e à imagem de uma

pessoa, o valor da indenização de ser majorado para R$ 4.000,00 (Quatro mil reais) encontra-se dentro dos limites da razoabilidade, e a correção monetária, diferente do fixado pelo juízo a quo, deverá incidir desde o novo arbitramentou, ou seja, da sessão deste julgamento, em conformidade com o STJ, que sumulou o entendimento de que nas indenizações por dano moral, o termo inicial para a incidência da correção monetária é a data em que foi arbitrado o valor, ex vi da súmula 362 do STJ' Quanto ao pedido de redução do percentual da condenação em honorários advocatícios entendo que não deve prosperar tal pleito. Ora, o Magistrado "a quo" fixou os honorários advocatícios na base de 10% (dez por cento) do valor total da condenação, percentual adequado ao trabalho desenvolvido pelo causídico, não merecendo reparo. Assim, pelos motivos acima exposto, o recurso adesivo interposto pela autora merece provimento, para se majorar a indenização para R$ 4.000,00 (quatro mil reais), incidindo, juros de mora a partir da citação e correção monetária a partir deste arbitramento, ficando, no que tange ao mérito do apelo, prejudicada a análise da matéria apresenta pela Gol. Isso posto, dou provimento ao recurso adesivo para majorar o valor da indenização para R$ 4.000,00 (quatro mil reais), e determinar que a correção monetária incida a partir da data da sessão de julgamento. Apelo, no mérito, prejudicado. É como voto. Presidiu a Sessão o Exmo. Sr. Des. Saulo Henriques de Carvalho Soares. Participaram do julgamento, além do Relator, o Des. Genésio Gomes Pereira Filho, o Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos e o Exmo. Des. Saulo Henriques de Carvalho Soares. Presente ao julgamento o Exmo. Sr. Dr. Alcides 1) Orlando de Moura Jansen, Procurador de Justiça. Sala de Sessões da Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, João Pessoa, 07 de dezembro de 2010. '"A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento:" (Súmula 362 do ST1).

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