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Transcrição:

fls. 1 Registro: 2016.0000407118 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0038141-30.2013.8.26.0068, da Comarca de Barueri, em que é apelante ANA MARIA DE SOUZA PINTO, é apelado PREFEITURA MUNICIPAL DE BARUERI. ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 12ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Deram provimento em parte ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores JOSÉ LUIZ GERMANO (Presidente) e EDSON FERREIRA. São Paulo, 14 de junho de 2016. J. M. Ribeiro de Paula Relator Assinatura Eletrônica

fls. 2 APELAÇÃO CÍVEL Nº 0038141-30.2013.8.26.0068. Comarca de BARUERI VFP Juíza Graciella Salzman. Apelante: ANA MARIA DE SOUZA PINTO. Apelado: MUNICÍPIO DE BARUERI. VOTO Nº 21.592. Relatório RESPONSABILIDADE CIVIL Furto de rodas de veículo em estacionamento de Escola Pública Municipal Responsabilidade civil subjetiva por faute du service Precedentes do TJSP Danos materiais comprovados Ressarcimento de honorários advocatícios contratuais Inadmissibilidade Sentença de improcedência reformada Recurso de apelação provido, em parte. Ação de indenização por danos materiais proposta por professora, com o objetivo de receber indenização pelo furto de 4 rodas de seu veículo, deixado em estacionamento de escola pública. e contra-arrazoado. 2 A r. sentença, de relatório adotado, rejeitou o pedido. 1 Recorre a autora, pela reforma da sentença; recurso recebido Fundamentação Sustenta a autora, professora da rede municipal de ensino, que teve rodas de seu veículo furtadas em estacionamento da escola pública onde está lotada, dotado de portão e guarda de patrimônio; o Município assumiu 1 Sentença, fls. 109/110. 2 Recurso de apelação, fls. 115/123; recebimento, fl. 133; contrarrazões, fls. 136/139. Apelação nº 0038141-30.2013.8.26.0068 -Voto nº 21.592. 2

fls. 3 a responsabilidade pela segurança do local, por isso requer indenização pelos danos experimentados. Não se trata de responsabilidade objetiva prevista no art. 37, 6º, da Constituição Federal, mas de responsabilidade subjetiva da Administração, em que se deve analisar o elemento culpa, como ensina Hely L. Meirelles: 3 O que a Constituição distingue é o dano causado pelos agentes da Administração (servidores) dos danos ocasionados por atos de terceiros ou por fenômenos da Natureza. Observe-se que o art. 37, 6º, só atribuiu responsabilidade objetiva à Administração pelos danos que seus agentes, nessa qualidade causem a terceiros. Portanto, o legislador constituinte só cobriu o risco administrativo da atuação ou inação dos servidores públicos; não responsabilizou objetivamente a Administração por atos predatórios de terceiros, nem por fenômenos naturais que causem danos aos particulares. Para a indenização destes atos e fatos estranhos e não relacionados com a atividade administrativa observa-se o princípio geral da culpa civil, manifestada pela imprudência, negligência ou imperícia na realização do serviço público que causou ou ensejou o dano culpa, essa, que pode ser genérica. Daí por que a jurisprudência, mui acertadamente, tem exigido a prova da culpa da Administração nos casos de depredação por multidões e de enchentes e vendavais que, superando os serviços públicos existentes, causam danos aos particulares. Nessas hipóteses, a indenização pela Fazenda Pública só é devida se se comprovar a culpa da Administração. Nesta hipótese, a responsabilidade por dano causado ao proprietário do bem colocado sob sua guarda não se funda no art. 37, 6º, da Constituição, não é correto falar em responsabilidade objetiva, mas de responsabilidade subjetiva como, aliás, decidiu o Colendo STF (RTJ 173/353), com fundamento na teoria da faute du service. 3 Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, 34ª ed., Malheiros Editores, 2008, p.664. Apelação nº 0038141-30.2013.8.26.0068 -Voto nº 21.592. 3

fls. 4 Boletim de ocorrência lavrado por autoridade policial constitui prova unilateral produzida a pedido da parte interessada, sem ouvir a outra, mas é começo de prova que favorece a tese do furto. Logo depois de constatada a subtração, a ofendida compareceu a Distrito Policial, que expediu boletim de ocorrência registrando o furto no estacionamento da escola. 4 A apelante é professora da escola, utilizava o veículo como meio de transporte para o trabalho, e o deixava guardado no estacionamento de seu empregador. O Município de Barueri, em contestação, traz documentos confirmando a ocorrência do furto, 5 o veículo ficava guardado em estacionamento da escola que continha portão com cadeado e era monitorado por guarda de patrimônio; para se isentar de responsabilidade, sustenta que não havia vigilância especializada, nem controle de entrada e saída dos veículos, e que os próprios funcionários manipulavam o cadeado, muitas vezes deixavam o portão aberto. Qual a finalidade de se contratar vigilante, senão para zelar pela segurança dos servidores? Não se nega que o estacionamento contava com portão e cadeado, e que era vigiado por guarda patrimonial da escola, evidente, pois, a falha do serviço porque a senha do cadeado era de conhecimento de todos os funcionários e correntemente ficava destrancado, além do fato de a 4 B.O., fls. 32/34. 5 Fls. 81/95. Apelação nº 0038141-30.2013.8.26.0068 -Voto nº 21.592. 4

fls. 5 vigilância ser insuficiente para garantir a segurança de todo o prédio. negligência, deve ser reconhecida. O furto é fato incontroverso; e a culpa, no mínimo por Alguns arestos do TJ que compartilham da mesma solução: 0010856-44.2012.8.26.0053 Apelação Relator(a): NOGUEIRA DIEFENTHALER Comarca: São Paulo Órgão julgador: 5ª Câmara de Direito Público Data do julgamento: 27/05/2013 Data de registro: 11/06/2013 Outros números: 108564420128260053 Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL DANOS MATERIAIS FURTO DE VEÍCULO ESTACIONAMENTO EXCLUSIVO DE SERVIDORES. Provas carreadas à ação comprovam que a Escola estadual mantinha estacionamento exclusivo para servidores, inclusive com vigilância. Professor que teve veículo furtado Omissão constatada Dever de indenizar. Sentença reformada. Recurso provido. 0018817-53.2010.8.26.0361 Apelação Relator(a): RUI STOCO Comarca: Mogi das Cruzes Órgão julgador: 4ª Câmara de Direito Público Data do julgamento: 10/12/2012 Data de registro: 22/02/2013 Outros números: 188175320108260361 Ementa: Apelação Cível. Ação Indenizatória por Danos Morais e Materiais. Furto de veiculo nas dependências de prédio público (CIRETRAN). Ação julgada improcedente na origem. Faute du service caracterizada. Responsabilidade subjetiva. Obrigação do Estado de compensar o dano moral. Reforma da sentença. Recurso provido. 0148211-71.2006.8.26.0000 Apelação Relator(a): ENIO ZULIANI Comarca: Mogi-Guaçu Órgão julgador: 4ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 11/08/2011 Data de registro: 18/08/2011 Outros números: 4847104600 Ementa: Apelação antiga (redistribuída em virtude da Resolução 542/2011) que não Apelação nº 0038141-30.2013.8.26.0068 -Voto nº 21.592. 5

fls. 6 merece provimento. Responsabilidade civil Furto de motocicleta no estacionamento do requerido. Hospital com finalidade lucrativa e que oferece o estacionamento para dar mais comodidade e atrair pacientes. Aplicação analógica da Súmula 130, do STJ. Sentença de procedência que se mantém. Com relação aos danos sofridos, a autora diz que foram de R$ 2.300,00, mas não traz comprovante de pagamento desse valor; traz quatro orçamentos; 6 fixo os danos materiais no menor deles, R$ 1.800,00, para 07/09/2013. 7 No tocante ao pagamento dos honorários advocatícios contratuais, aqueles estipulados entre o patrono e a parte, não podem ser opostos à parte contrária, que não participou da formação do negócio jurídico, não podendo ser compelida ao pagamento de valores ajustados pelos contratantes, res inter alios. Ante o exposto, dou provimento, em parte, ao recurso de apelação, condeno o Município de Barueri a indenizar a autora em R$ 1.800,00; dada a declaração de inconstitucionalidade parcial do artigo 5º da Lei 11.960/2009, pelo STF, em 14-03-2013, no julgamento da ADIN 4357, correção monetária, da data do orçamento (09/2013) com base no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período; a partir do evento danoso (09/2013), juros aplicados à caderneta de poupança, segundo a redação que a Lei 11.960/2009 conferiu ao artigo 1º-F da Lei 9.494/1997 (REsp nº 1.270.439-PR, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção do STJ, votação unânime, com os efeitos do artigo 543-C do CPC, sistemática dos recursos repetitivos, j. 6 Fls. 31, 35/37. 7 Fl. 36. Apelação nº 0038141-30.2013.8.26.0068 -Voto nº 21.592. 6

fls. 7 26-06-2013, DJe 02-08-2013); custas, despesas processuais e honorários advocatícios de 10% do valor da condenação. É como voto. Dispositivo RECURSO DE APELAÇÃO PROVIDO, EM PARTE. Desembargador RIBEIRO DE PAULA RELATOR Apelação nº 0038141-30.2013.8.26.0068 -Voto nº 21.592. 7