Oportunidades, desafios e metodologias para programas e projetos de REDD+ no Brasil Mariano Cenamo mariano@idesam.org.br Programa de Treinamento GCF 21/08/2013 Cuiabá, Mato Grosso
Programa de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais Elaboração de Projetos REDD+ e projetos de reflorestamento Projeto de RED Juma Projeto REDD+ Suruí Apuí mais Verde / SSA Programa Carbono Neutro Idesam BALE PMC Políticas Públicas e cooperação internacional BR-319 UNFCCC, GCF, etc. Fórum Latinoamericano para REDD Articulación Regional Amazonica (ARA) Nacional: OC, FBMC, Amazonas State Government Treinamentos e capacitação Desenvolvimento de projetos de REDD Cursos Grupo Katoomba Outros
Conteúdo 1. Contexto do REDD+ no Brasil 2. Oportunidades para os estados do GCF (e projetos de REDD+) 3. Aspectos metodológicos para programas e projetos de REDD+
REDD+ está acontecendo em diferentes níveis Programas/Políticas Pr1 Pr 2 Pr 3 País Federais Iniciativas Estado Estaduais 1 Estado 2 Estado 3 Pr 1 Pr 2 Pr 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Pr 4 Pm Nacional Sub- Nacional T Pr = Projeto Local Pm = Projeto Municipal Source: Pedroni et al. 2010
Status do REDD+ no Brasil Regulamentação Nacional PL 195/2011 (Rebecca Garcia) e 212/2011 (Eduardo Braga) Decreto Federal 7.390 (09/12/2010) PNMC ~ 36% - 39% meta RE para 2020 Planos Setoriais: MBRE Estratégia Nacional de REDD+ (MMA) Regulamentação Subnacional ou Estadual Regulamentação Estadual REDD+: Sistema Serviços Ambientais Acre (Aprovado) Lei de REDD+ do Mato Grosso (Aprovada) Lei de Serviços Ambientais do Amazonas (Casa Civil) Amapá e Rondônia (em construção) Projetos: 06 Validados (VCS e/ou CCB) 20-30 Mapeados Fonte: Idesam 2012
O Brasil está fazendo a sua parte! Reduções de emissões do desmatamento na Amazônia Brasileira entre 2006 e 2012 + Metas PNMC 30000 25000 Desmatamento histórico 1996-2010 (km 2 ) Desmatamento (Km2) 20000 15000 Linha de Base PNMC Metas PNMC 2006-2020 (km 2) 10000 5000 0 3.544.438.206 tco2 (2006 2012) 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Anos
A amazônia está fazendo a sua parte
Setor Energia Fonte: MCTI, 2013
Setor Agropecuária Fonte: MCTI, 2013
Processos industriais e tratamento de resíduos Fonte: MCTI, 2013
Uso da Terra e Florestas Fonte: MCTI, 2013
Oportunidades para os estados do GCF (e projetos de REDD+)
Qual a maneira mais eficiente de usar o REDD+? 30000 25000 Desmatamento histórico 1996-2010 (km 2 ) Desmatamento (Km2) 20000 15000 Linha de Base PNMC Metas PNMC 2006-2020 (km 2) 10000 5000 0 3.544.438.206 tco2 (2006 2012) 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Anos
Sistema de REDD+ Integrado para a Amazônia Brasileira Uma proposta dos Estados Brasileiros do GCF: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Mato Grosso e Tocantins
Aonde está o REDD+ da Amazônia? REDD+ esperado entre 2012-2020 REDD+ gerado entre 2006-2012 Source: Soares-Filho et al, 2007
80% 20% 9.274.214.738 tco2 UREDD (2006-2020) Alocação UREDD - 2006/2020 3% 1% 4% 9% 24% Acre Amazonas Amapá Maranhão Monitoramento e Fiscalização Governo Federal 27% 27% 2% 3% Mato Grosso Pará Rondônia Roraima Tocantins Projeto A Projeto B Aumento de eficiência na agricultura Manejo Florestal Sustentável Projeto C Fundo Amazônia
2006 Redução do % na Redução (taxa histórica Estoque (km2) de % Estoque Área Desmatamento florestal (km2) UREDD (%) Nacional desmatamento) U-REDD: Alocação por em 2006 (km2) (Amazonia (desmatamento Estados da Amazônia brasileira) (Fonte: PRODES) Acre verificado) em 132.411,36 2006 4,7% 203,52 3,8% 4,2% (Source: PRODES) brasileira, baseado em um mecanismo estoque-fluxo, Amazonas 1.238.015,72 43,9% 81,82 1,5% 22,7% Amapá considerando 70.981,59 a 2,5% partilha - de 3,50-0,1% 1,2% Maranhão 50% 34.578,31 para fluxo 1,2% e 50% para 275,00 5,1% 3,2% Área florestal por Mato Grosso 321.108,87 estoques 11,4% 3.324,13 62,1% 36,8% Estado em relação Pará 792.542,02 28,1% área 595,60 florestal 11,1% da 19,6% Rondônia 131.382,66 Redução 4,7% do Amazônia 726,32 brasileira 13,6% 9,1% Roraima 90.939,86 desmatamento 3,2% por 9,64 (%) 0,2% 1,7% Tocantins 10.273,76 Estado 0,4% da 137,49 2,6% 1,5% TOTAL 2.822.234,15 Amazônia 100% 5.350,02 100% 100% brasileira, em relação a redução do desmatamento na Amazônia brasileira (%) Fontes: Cattaneo. A, 2009 ; OSIRIS, 2009 ; BANTER, 2010. Fonte: Idesam 2012
Alocações para os Estados do GCF (2010 2020) Alocações de UREDD 2010/2020 3% 1% 9% 4% Acre Amazonas 297.724.820 tco2 1.792.669.833 tco2 24% Amapá Maranhão 92.147.269 tco2 Mato Grosso 2.153.669.960 tco2 27% 2% Pará Rondônia 1.959.488.986 tco2 3% Roraima Tocantins 73.425.938 tco2 27% Fonte: Idesam 2012
Distribuição de UREDD entre Governo Federal e Estados Períodos de creditação 2006-2010 2011-2015 2016-2020 TOTAL tco2 tco2 tco2 tco2 Governo Federal 435.310.271,27 652.842.008,55 766.690.667,85 1.854.842.947,67 Acre 74.950.570,47 97.014.976,16 119.815.203,90 291.780.750,53 Amazonas 411.675.626,96 629.426.392,16 759.663.175,13 1.800.765.194,25 Amapá 18.997.642,85 33.609.844,50 41.672.571,32 94.280.058,66 Maranhão 22.350.124,68 74.914.779,64 90.372.541,63 187.637.445,95 Mato Grosso 604.067.268,46 700.539.764,76 763.801.198,73 2.068.408.231,95 Pará 367.790.923,98 754.970.163,41 912.923.731,58 2.035.684.818,96 Rondônia 198.216.602,31 241.843.919,31 284.065.816,30 724.126.337,92 Roraima 22.530.233,25 55.996.025,47 68.751.110,14 147.277.368,86 Tocantins 20.662.092,13 23.052.168,82 25.697.322,66 69.411.583,61
Principais aspectos metodológicos para programas e projetos de REDD+
Na ausência de regulamentações as regras tem sido criadas por padrões independentes. VER+
Metodologias e Projetos 14 Metodologias Projetos de AFOLU Apenas 04 para REDD (sem +) 15 Projetos registrados (atualizado em 18/03/2013) Projetos de REDD VCS no Brasil: Projeto Portel (PA) Projeto Cikel (PA) Projeto Purus (AC) Projeto Santa Maria (MT) Projeto Surui (AM) Requerimentos VCS para Jurisdictional Nested REDD+ Guias para elaboração (e certificação de programas) Programas Piloto no AC, AM e MT (+ vários outros) Disponível em: www.v-c-s.org/jnri
Metodologias p/ REDD no VCS VM 0006 - Metodologia para desmatamento e degradação em mosaico (AUDD) VM 0007 - Metodologia em módulos (APDD e AUDD) VM 0009 - Metodologia para desmatamento tropical em mosaico (APDD e AUDD) VM 0015 - Metodologia para desmatamento não planejado em fronteira e mosaico (AUDD)
Aplicabilidade das metodologias do VCS p/ projetos de REDD+ Tipo de atividade VM 0006 VM0007 VM0009 VM0015 Desmatamento e Degradação Planejado Desmatamento Não Planejado Degradação Não Planejada Fonte: CI 2013
Requerimentos gerais p/ projetos de REDD+ Descrição Requerimentos 1. Área do projeto - Deve ser 100% floresta - Estar sob controle dos PP 2. Data de início do projeto - Data de início das atividades do projeto - Prazo de 05 anos p/ validação 3. Período de creditação - Pode ser de 20 a 100 anos - Renovável por até 4x 4. Adicionalidade Ferramenta VCS: - Alternativas de uso da terra - Análise de barreiras - Análise de práticas comuns 5. Cumprimento legal - Leis nacionais, locais, tradicionais, etc. 6. Impactos econômicos e socioambientais - Recomenda-se CCB e SocialCarbon 7. Análise de não-permanência Ferramenta VCS - Riscos internos - Riscos Externos - Riscos Naturais
Aspectos gerais de Projetos VCS (Aplicação c/ VM0015 Projeto Juma) 1. Limites do projeto 2. Cenário de Linha de Base 3. Análise de adicionalidade 4. Cenário do do Projeto 5. Vazamentos 6. Plano de Monitoramento 7. Reduções de Emissões do Projeto (VERs)
1. Localização e Limites do projeto Rodovia AM-174: áreas já degradadas = influência nos estoques de carbono Áreas desmatadas e vegetação não-florestal: campinas e campinaranas Áreas privadas ou tituladas Áreas de uso das comunidades: uso futuro para agricultura, manejo forestal madeireiro, etc. Fonte: Idesam et al 2008
Emissões de carbono (tco2e) 2. Linha de Base Emissões sem o projeto (Cenário de Linha de Base) ADICIONAL Reduções de Emissões = Créditos de Cardono Início do Projeto Emissões com projeto (Cenário do projeto) Tempo (anos)
Como determinar uma linha de base? 1. Emissões históricas: baseada em médias de taxas históricas de desmatamento (proposta do Brasil) 2. Emissões históricas + fator de ajuste: para incluir situações de desenvolvimento recente e futuro 3. Projeções e modelos de uso da terra: utilizando sistemas de modelagem mais complexos (diversos fatores) 4. Desmatamento planejado: como casos de concessões na Indonésia, Peru e Brasil (área de uso x RL)
2. Linha de Base Projeto Juma Simamazonia: aplicação do DINAMICA por UFMG, IPAM, WHRC, outros Nature, 2006 (Soares-Filho et al) 1) Dados quantitativos p/ simular o desmatamento: taxas de desmatamento do PRODES entre 1997-2001 2) Dados qualitativos p/ distribuição espacial: Dinâmica e concentração demográfica Dados de desenvolvimento social e econômico Obras de Infraestrutura de transporte e agrárias Produção agricola e madeireira
2.1 Como funciona o modelo? http://www.nature.com/nature/journal/v440/n7083/suppinfo/nature04389.html http://www.csr.ufmg.br/simamazonia Soares-Filho et al, 2006
2.1 SIMAMAZONIA no Amazonas 2005 Soares-Filho et al 2006
2012 Soares-Filho et al 2006
2050 Soares-Filho et al 2006
2.2 Linha de Base Juma Cenário previsto para 2050 Desmatamento de 366.151 hectares (62% de la área) O projeto espera evitar a emissão de 189,7 milhões de tco2e. Fonte: Idesam et al 2008
3. Estoques e fluxos de carbono como quantificar? Sattelite classification + Overflight in 2008 RadamBrasil (1976), MCT (2004), Nogueira (2008) RadamBrasil: 2.719 parcelas na Amazônia Brasileira Dois tipos principais de vegetação: Floresta Aluvial Floresta Densa Estudos de Biomassa e Carbono MCT (2004), Nogueira 2008, et al.) Alluvial forest (156,2 tc/ha) Dense Forest (161,6 tc/ha)
2.3 Uso do solo após desmatamento tco 2 e ha -1 CO 2 e CO 2 e CO 2 e Floresta Pós-floresta Tempo Fonte: Pedroni 2009
2.4 Mosaico de vegetações (equilibrio) Ainda que a pecuária seja o principal agente de desmatamento: Amazonia: 70-80% (Greenpeace) Mato Grosso: 71% (IBGE) Apuí-AM: 90% (IDAM) 14.5 tc Table 06: Estimates of biomass weight on the replacing vegetation at equilibrium Land use classes Area (%) Biomass (t ha -1 total) Farmland 4.0 0.7 Productive pasture 43.8 10.7 Degraded pasture 5.2 8.0 Secondary forest derived from agriculture 2.0 35.6 Secondary forest derived from pasture 44.9 50.5 Weighted mean 28.5 Source: Adapted from FEARNSIDE (1996)
2.5 Fatores de emissões líquidas da linha de base Category Identifier From Class To Class Average carbon density - 95% CI Average carbon density + 95% CI Emission Factor of the "from" Class of the "to" Class "from" - "to" ID Name ID ID CD AB CD BB CDDB CDt CD AB EF AB t CO 2 e ha -1 t CO 2 e ha -1 t CO 2 e ha -1 t CO 2 e ha -1 t CO 2 e ha -1 t CO 2 e ha -1 AFEq DFEq AF to deforested area in equilibrium DF to deforested area in equilibrium AF DVE 445,50 28,75 98,56 572,81 50,16 522,65 DF DVE 458,30 30,69 101,57 590,56 50,16 540,40 Estoques originais da vegetação Estoque da vegetação em
3. Ferramenta de Adicionalidade do VCS Passo 0: O Projeto se inicia depois de 01 de Janeiro de 2002? Passo 01: Existe ao menos um cenário alternativo de uso da terra (factível) que não seja o Projeto de REDD? Passo 03: O Projeto não seria viável financeiramente sem os benefícios de carbono? Passo 03: O Projeto enfrenta barreiras (técnicas, políticas, etc.) que são superáveis apenas c/ os incentivos de carbono? Paso 4: O Projeto não representa uma prática comum.
4. Atividades do Projeto 4.1 Linhas de atividades Fiscalização e combate a atividades ilegais/desmatamento Apoio a cadeias produtivas sustentáveis Programa de desenvolvimento social Pagamento direto por serviços ambientais (Bolsa Floresta) 4.2 Estrutura institucional: 1) Proponente do projecto: FAS + GEA 2) Implementação: CEUC/SDS + FAS + parceiros 3) Apoio tecnico: IDESAM 4) Comprador dos créditosd e carbono: Marriott International Mais informações: www.fas-amazonas.org
5. Vazamentos Leakage is defined as the net change of anthropogenic emissions by sources of greenhouse gases which occurs outside the project boundary, and which is measurable and attributable to the project activity Vazamentos devem ser: (Marrakesh Accords, UNFCCC, 2001) - Mensuráveis - Atribuíveis a implementação do projeto - Adicionais as emissões esperadas na linha de base
5. Vazamentos
Vazamentos positivos É necessário repensar o conceito de vazamentos elemento
Obrigado!!! Mariano C Cenamo mariano@idesam.org.br www.idesam.org.br