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Transcrição:

PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS NAVEGAÇÃO INTERIOR Subsídios da Agência Nacional de Águas ao PNRH Daniel Jordão de Magalhães Rosa Superintendência de Usos Múltiplos Agência Nacional de Águas Brasília, 13 de julho de 2005

Base Legal Código das Águas - 1934 Constituição Federal - 1988 Lei 9.433-1997 Lei 9.984-2000 Moção CNRH n o 8-2001 Plano Nacional de Viação - 1973

O Modal Hidroviário de Transporte Usuário não-consuntivo da água Brasil é um país privilegiado em termos de potencial hidroviário Adequado para transportar grandes volumes de carga com baixo valor unitário por longas distâncias Consumo de energia relativamente pequeno Custo operacional relativamente baixo Intermodalidade

Capacidade de Carga - Comparativo Compare Capacidade de Carga Barcaça 1.500 TON Comboio de 15 Barcaças 22.500 TON Vagão 100 TON Composição com 100 Vagões 10.000 TON Carreta 26 TON Equivalência em unidades 1 barcaça 15 vagões 58 carretas 1 Comboio 2,25 Composições com 100 vagões 870 carretas

Características da Via Navegável Calado máximo Largura da rota de navegação Raio das Curvas Declividade / Velocidade da água Empurrador + Barcaças = Comboio-Tipo

Infra-Estrutura dos Transportes 72 mil km de rodovias federais, com 58 mil km pavimentados - 35% em estado regular e 47% em péssimas condições de conservação 28 mil km de ferrovias - operadas pelo setor privado em regime de concessão 30 portos marítimos e 10 portos interiores - operados, basicamente, pela iniciativa privada 26 mil km de vias navegáveis interiores - potencial de aproveitamento de mais 17 mil km de novas vias

Matriz do Transporte de Carga no Brasil Aéreo = 0,33% Aquaviário = 13,86% Dutoviário = 4,46% Rodoviário = 60,49% Ferroviário = 20,86% Aéreo Aquaviário Dutoviário Ferroviário Rodoviário Composição Percentual de Carga Transportada, em toneladas-quilômetro, por modal de transporte Fonte: Anuário Estatístico dos Transportes da Empresa Brasileira de Planejamento dos Transportes (GEIPOT) - 2000

Hidrovias do Brasil As Hidrovias do Plano Nacional de Viação Lei 5.917 de 10/09/1973 e Lei 6.630 de 16/04/1979 Principais Hidrovias Brasileiras Ministério dos Transportes - 2004

Regiões Hidrográficas do Brasil Resolução CNRH n o 32, de 15/10/2003 Administrações Hidroviárias Ministério dos Transportes - 2004

Região Hidrográfica Amazônica Hidrovia do Amazonas Hidrovia do Solimões Hidrovia do Madeira Hidrovia Tapajós-Teles Pires Hidrovia do Marajó Hidrovia do Branco-Negro

Região Hidrográfica Amazônica Hidrovia do Amazonas - 1.650 km; calado de 13,50 m; posição geográfica estratégica da foz Hidrovia do Solimões - 480 km (1.630 km); calado de 8,50 m; derivados de petróleo - ligação até Iquitos Hidrovia do Madeira - 1.056 km; calado de 2,00 m; transporte de soja; - UHEs Jirau e Santo Antônio

Região Hidrográfica Amazônica Hidrovia Tapajós-Teles Pires - 345 km (1043 km); transporte de grãos; - barragens, eclusas e terminal de transbordo Hidrovia do Marajó - ligação entre Belém e Macapá; - canal de 32 km ligando o rio Atuá ao rio Anajás Hidrovia do Branco-Negro - escoamento da produção do Estado de Roraima; ligação com a Venezuela Outros rios navegáveis: Xingu, Trombetas, Jari, Negro, Branco, Purus, Acre, Juruá, Japurá e Içá

Região Hidrográfica do Tocantins Hidrovia do Tocantins Hidrovia do Araguaia Hidrovia do Rio das Mortes Hidrovia do Guamá / Capim

Região Hidrográfica do Tocantins Hidrovia do Tocantins - 1152 km; - barragens sem eclusas Hidrovia do Araguaia - 1.230 km; - problemas sócio-ambientais Hidrovia do Rio das Mortes - 580 km; - condições similares às do Araguaia Hidrovia do Guamá / Capim - 479 km; - caulim e bauxita da região de Paragominas - formação de pólos agropecuários

Região Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental Hidrovia do Pindaré-Mearim

Região Hidrográfica do Atlântico Nordeste Ocidental Hidrovia do Pindaré-Mearim - 646 km; - movimentação carga geral e mercadorias de subsistência Demais rios da Baia de São Marcos e da Baixada Maranhense - Turiaçu, Gurupi, Periá, Itapecuru e Grajaú

Região Hidrográfica do Parnaíba Hidrovia do Parnaíba

Região Hidrográfica do Parnaíba Hidrovia do Parnaíba - 1.175 km; - transporte de cargas de interesse regional - Barragem de Boa Esperança - outras barragens previstas (Ribeiro Gonçalves, Uruçuí, Cachoeira, Estreito e Castelhano)

Região Hidrográfica do São Francisco Hidrovia do São Francisco

Região Hidrográfica do São Francisco Hidrovia do São Francisco - 573 km (1.370 km) - escoamento de soja e milho da região de Barreiras - cargas de retorno (gesso agrícola e polpa de tomate)

Região Hidrográfica do Paraguai Hidrovia do Paraguai

Região Hidrográfica do Paraguai Hidrovia do Paraguai - Comitê Intergovernamental da Hidrovia (CIH) - 610 km (Corumbá foz do rio Apa) - 1.280 km (considerando também o trecho entre as cidades de Corumbá e Cáceres) - 3500 (considerando ainda o trecho entre a foz do rio Apa e a cidade de Nueva Palmira, no Uruguai já no rio Paraná!) - os principais produtos transportados são a soja em grão e farelo de soja, o minério de ferro e o minério de manganês extraídos do Maciço de Urucum

Região Hidrográfica do Paraná Hidrovia do Tietê - Paraná

Região Hidrográfica do Paraná Hidrovia do Tietê - Paraná - Rios Paraná (e seus formadores) e Tietê - 1.168 km - 10 eclusas - terminais de São Simão, Anhembi e Pederneiras - as principais cargas transportadas são grãos, farelo e óleos vegetais

Região Hidrográfica do Atlântico Sudeste Rio Paraíba do Sul Rio Doce

Região Hidrográfica do Atlântico Sudeste Os rios Doce e Paraíba do Sul não apresentam condições adequadas para a navegação em escala comercial Só poderiam ser navegados comercialmente caso os aproveitamentos para a geração de energia hidrelétrica fossem construídos obedecendo a concepção de usos múltiplos dos recursos hídricos

Região Hidrográfica do Uruguai Hidrovia do Uruguai

Região Hidrográfica do Uruguai Hidrovia do Uruguai - só poderá ser navegado comercialmente para o transporte de carga com a execução de intervenções estruturais e/ou implantação de aproveitamentos hidrelétricos seguindo a concepção de usos múltiplos dós recursos hídricos, - canalização do rio Ibicuí e construção de um canal de 200 km para interligação com a Hidrovia do Jacuí-Taquari

Região Hidrográfica do Atlântico Sul Hidrovia do Jacuí-Taquari

Região Hidrográfica do Atlântico Sul Hidrovia do Jacuí-Taquari - Rios Jacuí, Taquari, Lagoa dos Patos, Canal de São Gonçalo e Lagoa Mirim - extensão total de 980 km - movimentação de material de construção, soja e carvão mineral

Impactos Relativos ao Setor de Navegação Impactos Relativos à Operação do Transporte Impactos Relativos à Execução de Melhorias

Impactos Relativos à Operação do Transporte Ocorrência de Acidentes Hidroviários Impactos Indiretos

Impactos Relativos à Execução de Melhorias Instalação de Sinalização e Balizamento Dragagem Derrocamento Implantação de Canais Laterais e Corte de Meandros Barragens

Dragagem e Derrocamento desenho esquemático da dragagem desenho esquemático do derrocamento

Derrocamento derrocamento a fogo derrocamento com martelete hidráulico pedral aflorante

Conflitos Potenciais Entre o Setor de Navegação e Demais Setores Usuários dos Recursos Hídricos Conflitos com o Próprio Setor de Transportes Conflitos com o Setor Elétrico

Como Funciona uma Eclusa

Setor Hidroviário e o Sistema Nacional de Recursos Hídricos Relação Setor Hidroviário / Sistema de Outorga Garantia das Condições de Navegabilidade Quais condições? Para qual navegação?

Classificação das Vias Navegáveis Fonte: Plano Nacional de das Vias Navegáveis Interiores

Daniel Jordão de M. Rosa SUM/ANA djmr@ana.gov.br