PROCESSO nº (ROPS) RECORRENTE: SINDICATO DE HOTEIS REST BARES E RELATOR: EDUARDO HENRIQUE RAYMUNDO VON

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Registro: ACÓRDÃO

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Transcrição:

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO PROCESSO nº 0011029-39.2015.5.01.0561 (ROPS) SIMILARES DE NITEROI ME ADAMOVICH RECORRENTE: SINDICATO DE HOTEIS REST BARES E RECORRIDO: R C GOULART COMERCIO DE TORTAS EIRELI - RELATOR: EDUARDO HENRIQUE RAYMUNDO VON EMENTA EMPRESA OPTANTE PELO 'SIMPLES'. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. DISPENSA DE RECOLHIMENTO. ART. 13, 3º, DA Lei 123/2006. A constitucionalidade do artigo 13, 3º, da LC nº 123/06, que dispensa as microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES NACIONAL - SUPERSIMPLES) do recolhimento da contribuição sindical. Tal dispensa não possui o caráter restritivo vislumbrado pelo recorrente, ou seja, apenas em relação às contribuições mensais. 1.RELATÓRIO Trata-se de apelo interposto por SINDICATO DE HOTEIS REST BARES E SIMILARES DE NITEROI (id. aa1rf9afc6), nos autos em que contende com R C GOULART COMERCIO DE TORTAS EIRELI - ME, tendo em vista a resp. sentença (id. ff829f0-), prolatada pelo MM. Juiz FILIPE RIBEIRO ALVES PASSOS, em exercício na 1ª Vara do Trabalho de Maricá, julgando improcedentes os pedidos. Postula a recorrente a reforma da sentença, em síntese, para que julgado procedente o pedido de condenação da ré ao pagamento da contribuição sindical relativa aos anos de 2013, 2014 e 2015, com multa e juros. Sustenta que, o 3º do art. 13 da LC nº 123/2006 se refere às contribuições mensais, e não à Contribuição Sindical anual prevista no art. 578, da CLT. Argumenta, ainda, que o art. 53 da LC 123/2006, revogado, era a única hipótese de isenção da Contribuição Sindical patronal das empresas inscritas no SIMPLES. Ao ser revogado,

tornou-se indiscutível a obrigatoriedade do pagamento previsto no art. 578, da CLT. Comprova-se o recolhimento das custas sob o id. 05ec40f - Pág. 2. O recorrido não apresenta contrarrazões (id. a3e102b - Pág. 1). É o relatório. 2.FUNDAMENTAÇÃO 2.1. Conhecimento Satisfeitos os pressupostos formais de interposição, analisa-se o recurso. 2.2.MÉRITO Contribuição sindical - inscrição no SIMPLES Conforme relatado, sustenta o recorrente que o art. 53 da LC 123/2006, revogado, era a única hipótese de isenção da Contribuição Sindical patronal das empresas inscritas no SIMPLES. Ao ser revogado, tornou-se indiscutível a obrigatoriedade do pagamento previsto no art. 578, da CLT. Aduz que o 3º do art. 13 da LC nº 123/2006 se refere às contribuições mensais, e não à Contribuição Sindical anual prevista no art. 578, da CLT. termos: Em primeiro grau, julgou-se improcedente o pedido, nos seguintes Assim sendo, conclui-se que a contribuição sindical tem previsão constitucional, encontra disciplina na CLT, que o autor tem legitimidade para exigi-la e que todos os integrantes da categoria estão sujeitos ao seu recolhimento. Contudo a ré é optante pelo Simples Nacional, de modo que está dispensada do pagamento da contribuição sindical patronal, conforme disposto no 3º do art. 13 da Lei Complementar nº 123/2006, entendimento que foi consolidado pelo STF ao julgar improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela

Confederação Nacional do Comércio contra o dispositivo acima mencionado, razão pelo qual julgo improcedentes os pedidos. Não assiste razão ao recorrente. Com efeito, sobre a constitucionalidade do artigo 13, 3º, da LC nº 123/06 assim restou decidido pelo Supremo Tribunal Federal: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL. ISENÇÃO CONCEDIDA ÀS MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE. SIMPLES NACIONAL (SUPERSIMPLES). LEI COMPLEMENTAR 123/2006, ART. 13, 3º. ALEGADA VIOLAÇÃO DOS ARTS. 3º, III, 5º, CAPUT, 8º, IV, 146, III, D, E 150, 6º DA CONSTITUIÇÃO. 1. Ação direta de inconstitucionalidade ajuizada contra o art. 13, 3º da LC 123/2006, que isentou as microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional (-Supersimples-). 2. Rejeitada a alegação de violação da reserva de lei específica para dispor sobre isenção (art. 150, 6º da Constituição), uma vez que há pertinência temática entre o benefício fiscal e a instituição de regime diferenciado de tributação. Ademais, ficou comprovado que o Congresso Nacional não ignorou a existência da norma de isenção durante o processo legislativo. 3. A isenção concedida não viola o art. 146, III, d, da Constituição, pois a lista de tributos prevista no texto legal que define o campo de reserva da lei complementar é exemplificativa e não taxativa. Leitura do art. 146, III, d, juntamente com o art. 170, IX da Constituição. 3.1. O fomento da micro e da pequena empresa foi elevado à condição de princípio constitucional, de modo a orientar todos os entes federados a conferir tratamento favorecido aos empreendedores que contam com menos recursos para fazer frente à concorrência. Por tal motivo, a literalidade da complexa legislação tributária deve ceder à interpretação mais adequada e harmônica com a finalidade de assegurar equivalência de condições para as empresas de menor porte. 4. Risco à autonomia sindical afastado, na medida em que o benefício em exame poderá tanto elevar o número de empresas a patamar superior ao da faixa de isenção quanto fomentar a atividade econômica e o consumo para as empresas de médio ou de grande porte, ao incentivar a regularização de empreendimentos. 5. Não há violação da isonomia ou da igualdade, uma vez que não ficou demonstrada a inexistência de diferenciação relevante entre os sindicatos patronais e os sindicatos de representação de trabalhadores, no que se refere ao potencial das fontes de custeio. 6. Ação direta de inconstitucionalidade conhecida, mas julgada improcedente. (ADI 4033 / DF - DISTRITO FEDERAL AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA Julgamento: 15/09/2010 Órgão Julgador: Tribunal Pleno) Impõe-se rememorar que a Lei nº 9.317/96, revogada pela Lei 123/2006, já facultava às microempresas e empresas de pequeno porte a opção pelo SIMPLES e as dispensa do pagamento das demais contribuições instituídas pela União, nos seguintes termos: Art. 3 A pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa e de empresa de pequeno porte, na forma do art. 2, poderá optar pela inscrição no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES. 4 A inscrição no SIMPLES dispensa a pessoa jurídica do pagamento das demais contribuições instituídas pela União. Destaca-se que a Instrução Normativa SRF 09/99, criada com o objetivo de

regulamentar a mencionada lei, em seu artigo 3º, parágrafo 6º, também dispensou as empresas optantes pelo SIMPLES da contribuição sindical patronal e das contribuições destinadas ao Sistema S (Sesc, Sesi, Senai, Senac e Sebrae): "A inscrição no SIMPLES dispensa a pessoa jurídica do pagamento das demais contribuições instituídas pela União, inclusive as destinadas ao SESC, ao SESI, ao SENAI, ao SENAC, ao SEBRAE, e seus congêneres, bem assim as relativas ao salário-educação e a Contribuição Sindical Patronal." A Lei Complementar nº 123/06, em seu artigo 13, 3º, da mesma forma, estabelece que: 3º As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam dispensadas do pagamento das demais contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de que trata o art. 240 da Constituição Federal, e demais entidades de serviço social autônomo. Tal dispensa, portanto, não possui o caráter restritivo vislumbrado pelo recorrente, ou seja, apenas em relação às contribuições mensais. Não bastasse a letra da lei e a decisão do STF, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), através da Nota Técnica SRT/CGRT 50/2005, declarou que não é devida a cobrança da contribuição sindical das empresas que integram o Simples. Tal entendimento restou mantido após a Lei Complementar 123/2006, através da Nota Técnica CGRT/ SRT 02/2008 do MTE, que em seu item 7 assim dispõe: ASSUNTO: Recolhimento da Contribuição Sindical Patronal por Microempresas e Empresas de Pequeno Porte optantes pelo Simples Nacional. NOTA TÉCNICA/CGRT/SRT Nº 02/2008 Em atenção às inúmeras consultas recebidas por esta Coordenação-Geral de Relações do Trabalho a respeito do posicionamento desta Pasta quanto à obrigatoriedade do recolhimento da Contribuição Sindical Patronal por Microempresas e Empresas de Pequeno Porte optantes pelo Simples Nacional, a Secretaria de Relações do Trabalho, através da presente Nota Técnica, expõe o que se segue: 7. Desta forma, resta consolidado o posicionamento deste Ministério quanto à inexigibilidade do recolhimento pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte optantes pelo Simples Nacional da Contribuição Sindical Patronal. nº 608/06. Transcreve-se: No mesmo sentido, dispõe o art. 5º, 8º, da Instrução Normativa SRF Dispõe sobre o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) Do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) Abrangência

Art. 5º A pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa ou de empresa de pequeno porte, na forma do art. 2º e que não se enquadre nas vedações do art. 20, poderá optar pela inscrição no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples). 8º A inscrição no Simples dispensa a pessoa jurídica do pagamento das demais contribuições instituídas pela União, inclusive as destinadas ao Serviço Social do Comércio (Sesc), ao Serviço Social da Indústria (Sesi), ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e seus congêneres, bem assim as relativas ao salário-educação e à contribuição sindical patronal. Sobre a matéria, assim já se manifestou o Eg. TST: RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL - EMPRESA INSCRITA NO SIMPLES NACIONAL - ISENÇÃO. De acordo com o disposto no artigo 149, caput, da Constituição Federal, na Lei nº 9.317/96 e, também, na Lei Complementar 123/06, a contribuição sindical patronal, na qualidade de tributo instituído pela União, não é devida pelas microempresas e empresas de pequeno porte optantes do SIMPLES. Precedentes, inclusive desta 2ª Turma. Recurso de revista conhecido e desprovido. (RR - 59-60.2011.5.03.0109, Relator Ministro: Renato de Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 29/08/2012, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 06/09/2012) CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. EMPRESA INSCRITA NO SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES. ISENÇÃO. O entendimento prevalente nesta Corte é de que as empresas inscritas no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES estão isentas do pagamento da contribuição sindical patronal, estabelecida no artigo 579 da CLT, por expressa previsão legal, nos termos do artigo 13, 3º, da Lei Complementar nº 123/2006. Insta salientar que a constitucionalidade desse dispositivo foi declarada pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4033-DF, tendo a Corte Suprema entendido que a legislação tributária deve ser interpretada de forma harmônica e adequada, a fim de assegurar equivalência de condições para as empresas de menor porte, cujo fomento foi elevado à condição de princípio constitucional, sendo a elas garantido tratamento favorecido em relação às demais empresas não inseridas nessa qualificação. Recurso de revista conhecido e provido." (Processo: RR - 197000-90.2008.5.09.0021 Data de Julgamento: 25/04/2012, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 04/05/2012). RECURSO DE REVISTA. RITO SUMARÍSSIMO. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. EMPRESA OPTANTE PELO 'SIMPLES'. ISENÇÃO. O e. STF julgou improcedente a Ação direta de inconstitucionalidade ajuizada contra o art. 13, 3º, da LC nº 123/2006, que isentou as microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional (- Supersimples-). Em consequência, as empresas optantes pelo 'Sistema Simples' estão isentas de recolher a contribuição sindical patronal. Recurso de revista conhecido e provido." (Processo: RR - 755-49.2010.5.09.0567 Data de Julgamento: 15/02/2012, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 03/04/2012). Assim, por tais fundamentos, mantém-se a decisão de primeiro grau.

3.DISPOSITIVO Pelo exposto, decide esta 9ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, à unanimidade/maioria conhecer o recurso e, no mérito, negar-lhe provimento. Lavrado em. EDUARDO HENRIQUE RAYMUNDO VON ADAMOVICH Juiz Convocado - Relator