TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS

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Agravo TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS Regimental na Representação nº 4555-06.2014.6.13.0000 Município: Belo Horizonte Agravante: Coligação Minas Pra Você Agravados: João Pimenta da Veiga Filho, candidato a Governador, Dinis Antônio Pinheiro, candidato a Vice-Governador, Antonio Augusto Junho Anastasia, candidato a Senador, Coligação Todos Por Minas e Coligação Minas Avança Relator: Desembargador Domingos Coelho ACÓRDÃO Agravo regimental. Representação. Participação de candidato majoritário em inserção destinada à coligação proporcional. Eleições de 2014. Contra decisão que negou seguimento aos pedidos. Preliminar de recebimento do agravo regimental como recurso. Decisão monocrática que apenas negou seguimento aos pedidos formulados, por manifesta improcedência. Previsão expressa de possibilidade de negativa de seguimento a pedido, nos termos do art. 69, XXV, do Regimento Interno do TRE/MG. Agravo regimental contra decisão que nega seguimento a pedido ou recurso, eis que manifestamente improcedente ou inadmissível. Cabimento. Inteligência dos arts. 557, caput e 1º do CPC c/c os arts. 157 e 69, XXV, do Regimento Interno do TREMG. Decisão de natureza meramente interlocutória. Sustentação oral. Impossibilidade. Rejeitada. Mérito. Alegações do agravo insuficientes para infirmar os fundamentos da decisão impugnada. Entendimento da Corte quanto à possibilidade de veiculação de depoimento do candidato majoritário na inserção destinada aos candidatos proporcionais, do mesmo partido ou coligação, com pedido de votos

para estes e apresentando as razões pelas quais os considera aptos a exercer o cargo que disputam. Inteligência do art. 53-A, 1º, da Lei nº 9.504/97. Inexistência de invasão de horário eleitoral. Matéria exaustivamente apreciada pelo Colegiado. Inviabilidade de processamento da representação. Economia processual. Pedidos manifestamente improcedentes. Inteligência do art. 69, XXV, do Regimento Interno do TRE/MG c/c o art. 557 do Código de Processo Civil. Manutenção da decisão agravada. Desprovimento do agravo. Vistos, relatados e discutidos os autos do processo acima identificado, ACORDAM os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais em rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator. Belo Horizonte, de setembro de 2014. DESEMBARGADOR DOMINGOS COELHO Relator

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS Agravo Regimental na Representação nº 4555-06.2014.6.13.0000 Município: Belo Horizonte Agravante: Coligação Minas Pra Você Agravados: João Pimenta da Veiga Filho, candidato a Governador, Dinis Antônio Pinheiro, candidato a Vice-Governador, Antonio Augusto Junho Anastasia, candidato a Senador, Coligação Todos Por Minas e Coligação Minas Avança Assunto: Contra decisão que negou seguimento aos pedidos. Relator: DESEMBARGADOR DOMINGOS COELHO EMENTA Agravo regimental. Representação. Participação de candidato majoritário em inserção destinada à coligação proporcional. Eleições de 2014. Contra decisão que negou seguimento aos pedidos. Preliminar de recebimento do agravo regimental como recurso. Decisão monocrática que apenas negou seguimento aos pedidos formulados, por manifesta improcedência. Previsão expressa de possibilidade de negativa de seguimento a pedido, nos termos do art. 69, XXV, do Regimento Interno do TRE/MG. Agravo regimental contra decisão que nega seguimento a pedido ou recurso, eis que manifestamente improcedente ou inadmissível. Cabimento. Inteligência dos arts. 557, caput e 1º do CPC c/c os arts. 157 e 69, XXV, do Regimento Interno do TREMG. Decisão de natureza meramente interlocutória. Sustentação oral. Impossibilidade. Rejeitada. Mérito. Alegações do agravo insuficientes para infirmar os fundamentos da decisão impugnada. Entendimento da Corte quanto à possibilidade de veiculação de depoimento do candidato majoritário na inserção destinada aos candidatos proporcionais, do mesmo partido ou coligação, com pedido de votos para estes e apresentando as razões pelas quais os considera aptos a exercer o cargo que disputam. Inteligência do art. 53-A, 1º, da Lei nº 9.504/97. Inexistência de invasão de horário eleitoral. Matéria exaustivamente apreciada pelo Colegiado. Inviabilidade de processamento da representação. Economia processual. Pedidos

manifestamente improcedentes. Inteligência do art. 69, XXV, do Regimento Interno do TRE/MG c/c o art. 557 do Código de Processo Civil. Manutenção da decisão agravada. Desprovimento do agravo. RELATÓRIO Trata-se de agravo regimental interposto pela Coligação Minas Pra Você contra a decisão monocrática, de fls. 37-41, que negou seguimento aos pedidos contidos na representação proposta em face de João Pimenta da Veiga Filho, candidato a Governador, Dinis Antônio Pinheiro, candidato a Vice-Governador, Antonio Augusto Junho Anastasia, candidato a Senador, Coligação Todos Por Minas e Coligação Minas Avança, ao argumento de invasão de horário eleitoral gratuito destinado a outro cargo/partido/coligação. A agravante, às fls. 43-48, argui, em preliminar, a não aplicação dos arts. 69, XXV, do RITREMG e 557 do CPC. Argumenta que o art. 557 do CPC somente incide em casos de julgamento de recurso. Acrescenta que o fato de o Relator do recurso e da representação ser o mesmo impede a aplicação do art. 557 do CPC, uma vez que não é permitido o duplo grau de jurisdição monocrático pelo mesmo julgador. Ressalta que, neste caso, o art. 69, XXV, do RITREMG em nada contribui com a celeridade processual, pois a decisão da representação é, por natureza, monocrática. Sustenta que a mens legis dos referidos dispositivos é apenas permitir que se faça um julgamento monocrático e que, portanto, não podem incidir na hipótese dos autos, em que o procedimento previsto na lei já é esse. Destaca que, como a decisão apreciou o mérito da causa, na prática, está sendo transformado um recurso que confere direito à sustentação oral em recurso que exclui tal faculdade. Pede o acolhimento da preliminar para que o presente agravo seja recebido como recurso. No mérito, reitera e corrobora in totum os termos da petição inicial. Afirma que o art. 6º da Resolução nº 23.404/2014/TSE, que foi utilizado como fundamento para a improcedência da ação, serve, ao contrário, para subsidiar a procedência dos pedidos. Argumenta que ambos partidos da Coligação Minas Avança, PV e PDT, a quem referida norma é direcionada, integram em nível nacional as candidaturas contrárias ao PSDB, possuindo candidatos próprios à presidência. Reforça que o feito deve ser apreciado sob a ótica do titular das inserções e que, ao analisar as inserções majoritárias, a premissa envolve a coligação a nível nacional e não regional.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS Destaca que, de acordo com a Consulta n º 647-40 do TSE, o art. 54 da Lei das Eleições disciplina hipótese em que o partido não integra nenhuma coligação para a Presidência da República, e que, nos termos da Consulta nº 1209-49 da Corte Eleitoral Superior, não poderia um filiado do PSDB invadir as inserções de partidos que, em nível nacional, não se encontram coligados. Assevera que na inserção sequer é mencionado o cargo em disputa, em clara e franca autopromoção de majoritários em tempo gratuito de proporcionais, o que caracteriza invasão de horário eleitoral destinado a outro cargo/coligação, ensejando a aplicação de penalidade. Pede o acolhimento da preliminar, recebendo o agravo como recurso eleitoral, e, em qualquer hipótese, o seu provimento, para julgar totalmente procedente o pedido nos exatos termos da inicial. É o relatório. VOTO PRELIMINAR DE RECEBIMENTO DO AGRAVO REGIMENTAL COMO RECURSO. A representante pede o recebimento do agravo regimental como recurso, argumentando que a decisão proferida julgou o mérito da lide e que não se aplicariam os arts. 557 do CPC e 69, XXV, do Regimento Interno deste TRE-MG. Suas alegações, no entanto, não merecem prosperar. Em relação à tese de que houve julgamento de mérito, cumpre salientar que, diversamente do sustentado na peça recursal, a decisão agravada, à fl. 41, apenas negou seguimento aos pedidos, visto que manifestamente improcedentes. Com efeito, a questão dos autos, suposta invasão de horário eleitoral por meio da veiculação do conteúdo apontado na inicial, já foi analisada em outras ações, julgadas por este e. Tribunal, no corrente ano, o que inviabilizou o prosseguimento da presente representação. Os trechos da citada decisão, que a agravante aponta como fundamentos que embasaram o suposto julgamento de improcedência, constituem, na verdade, mero destaque das principais razões que levaram a Corte, nos precedentes

mencionados na decisão vergastada, à fl. 39, a considerar regular o conteúdo da inserção em foco, e que, portanto, demonstravam não ser razoável a continuidade da tramitação desta ação. Ressalte-se que o referido destaque teve por escopo, unicamente, demonstrar, com clareza, a manifesta improcedência dos pedidos contidos na presente representação e justificar o seu não seguimento, com fincas nos arts. 557 do CPC e 69, XXV, do Regimento Interno deste TRE-MG, não implicando, todavia, julgamento do mérito. Quanto às normas dos arts. 557 do CPC e 69, XXV, do Regimento Interno deste TRE-MG, a seguir transcritos, não se vislumbra qualquer motivo para a sua não incidência, no presente feito. Art. 69. O Juiz a quem tiver sido distribuído o processo é o seu Relator, sendo de sua competência: (...) XXV negar seguimento a pedido ou recurso manifestamente inadmissível, improcedente ou em confronto com súmula ou jurisprudência predominante do Tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou dos Tribunais Superiores; (destaque nosso.) Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. O art. 557 do CPC foi aplicado, in casu, por analogia, em função de haver, no citado art. 69 do Regimento Interno deste TRE/MG, previsão expressa de negativa de seguimento a pedido, pelo Relator do processo, quando constatada a sua improcedência em razão de entendimento já consagrado na Corte deste Tribunal quanto à matéria. Saliente-se que normas regimentais de outros tribunais, como por exemplo o STJ 1, o STF 2 e o TSE 3, estabelecem de forma semelhante, conforme demonstram os julgados da Corte Superior Eleitoral abaixo colacionados: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AÇÃO CAUTELAR. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL. PRECEDENTE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EFEITO SUSPENSIVO. COMPETÊNCIA DO STF. DESPROVIMENTO. 1. Os embargos de declaração opostos contra decisão monocrática são recebidos como agravo regimental. Precedentes do TSE. 2. O TSE não detém competência para examinar ação cautelar que 1 Art. 34 - São atribuições do relator: (...) XVIII - negar seguimento a pedido ou recurso manifestamente intempestivo, incabível, improcedente, contrário à súmula do Tribunal, ou quando for evidente a incompetência deste. 2 Art. 21. (...) 1º. Poderá o relator arquivar ou negar seguimento a pedido ou recurso manifestamente intempestivo, incabível ou improcedente e, ainda, quando contrariar a jurisprudência predominante do Tribunal, ou for evidente a sua incompetência. 3 Art. 36. O presidente do Tribunal Regional proferirá despacho fundamentado, admitindo, ou não, o recurso. 6º O relator negará seguimento a pedido ou recurso intempestivo, manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de Tribunal Superior.

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS objetiva atribuir efeito suspensivo a recurso em trâmite no STF. 3. Nos termos do art. 36, 6º, do RITSE, pode o relator negar seguimento a pedido manifestamente inadmissível, caso dos autos. 4. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento. (417-90.2013.600.0000 - ED-AC - Embargos de Declaração em Ação Cautelar nº 41790 - Cajamar/SP - Acórdão de 5/9/2013 - Relator(a) Min. LUCIANA CHRISTINA GUIMARÃES LÓSSIO - publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Data 25/9/2013) [...]. 1. É facultado ao relator neste Tribunal, com base na regra do art. 36, 6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, negar seguimento a ação rescisória. [...]. (Ac. de 18.9.2012 no AgR-AR nº 185440, rel. Min. Arnaldo Versiani; no mesmo sentido o Ac. de 10.10.2006 no AgRgAR nº 245, rel. Min. Caputo Bastos.) O objetivo das normas em comento é propiciar a economia processual, conforme salientado na decisão agravada, à fl. 41, evitando-se a continuidade de ação evidentemente fadada ao insucesso, como é o caso dos autos. Saliente-se que a ausência de possibilidade de sustentação oral, na hipótese vertente, não ocasiona nenhum prejuízo à parte, uma vez que a questão dos autos, por ser idêntica à de outras ações recentemente julgadas pela Corte, nas quais houve, inclusive, a possibilidade de sustentação oral, já foi objeto de análise e decisão pelo órgão colegiado. Ao oposto do sustentado pela agravante e como acima destacado, não se trata, aqui, de julgamento monocrático do feito, mas de impedimento à própria apreciação da lide, pelas razões devidamente expostas na decisão agravada, não havendo falar em afronta à mens legis dos mencionados dispositivos. Registre-se, portanto, que entendo cabível o manejo de agravo regimental contra decisão monocrática do Relator (seja Juiz Auxiliar ou qualquer outro membro da Corte), a teor do art. 157 do Regimento Interno do TREMG, contra decisão que nega seguimento a recurso ou pedido, se manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo Tribunal, do STF ou de Tribunal Superior, a teor do art. 69, XXV, do Regimento Interno deste e. TREMG. Tais dispositivos regimentais devem ser acatados pela Corte, até porque vão ao encontro do que dispõem o caput e o 1º do art. 557 do CPC, que assim estabelecem:

Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou de Tribunal Superior. 1º-A (...) 1º Da decisão caberá agravo, no prazo de 5 (cinco) dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento. Com efeito, a minha decisão que culminou por julgar manifestamente improcedente o pedido, nada mais é do que uma decisão interlocutória, que desafia agravo regimental e não recurso, tudo em consonância com os arts. 157, 69, XXV, do Regimento Interno do TREMG e com o art. 557, caput e seu 1º do CPC. Como se não bastasse isso, o caso em julgamento refere-se a questões já decididas pela Corte, envolvendo as mesmas inserções só que veiculadas em datas diferenciadas. Reforce-se, ainda, que não cabe sustentação oral em sede de agravo regimental, pelo nosso Regimento Interno. Não há razões, portanto, para a admissão da irresignação do representante como recurso eleitoral, motivo pelo qual rejeito a preliminar, passando a analisar sua tempestividade. O agravo é tempestivo. A decisão proferida foi publicada no mural eletrônico disponível no sítio deste Tribunal em 11/9/2014 nos termos da certidão de fls. 42, que não indicou, no entanto, o respectivo horário, e o recurso foi interposto no dia 12/9/2014, às 10h41min, conforme protocolo de fls. 43. Dessa forma, considero-o tempestivo. Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do agravo. MÉRITO. Mantenho e reafirmo a decisão agravada, que negou seguimento aos pedidos contidos na representação, em razão da sua manifesta improcedência, conforme vários julgados proferidos a respeito da matéria, por este e. TRE/MG, no corrente ano. Transcrevo, em observância ao art. 158 do Regimento Interno deste Tribunal, a decisão proferida, às fls. 37-41: Vistos, etc., (...) DECIDO. Conforme relatado, esta representação foi ajuizada pela Coligação Minas Pra Você contra João Pimenta da Veiga Filho, candidato a Governador, Dinis Antônio Pinheiro, candidato a Vice-Governador, Antônio Augusto Junho Anastasia, candidato a Senador, Coligação Todos Por Minas e Coligação Minas Avança, em razão de

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS veiculação, em 3/9/2014, por meio de inserções em televisão, de propaganda eleitoral irregular que caracterizaria invasão de horário, em face do uso indevido do tempo da propaganda destinado à coligação proporcional, em benefício de candidato ao Governo do Estado. A inserção impugnada, segundo a mídia apresentada nos autos, tem o seguinte teor: "Locutor: Pimenta da Veiga, por que o senhor apóia os candidatos da Coligação Minas Avança? Pimenta da Veiga: Veja bem, existe sim um jeito maior de fazer política, sem demagogia. Pensando sempre no interesse coletivo, apoiando bons projetos. E os candidatos da Coligação Minas Avança sabem que é assim, a saúde, a educação e a segurança vão melhorar. Seus partidos tiveram esse comportamento no Governo Aécio e Anastasia. Por isso, seus candidatos merecem todo nosso apoio. É imperioso ressaltar que inserções de idêntico teor, transmitidas pelo mesmo veículo de comunicação, porém, em datas anteriores, foram objeto de análise nas Representações nºs 3653-53, 3662-15, 4088-27, 4311-77 e 4420-91 tendo a Corte, por maioria, mantido a decisão que julgou improcedentes os pedidos. Transcrevo, como exemplo, o acórdão da Rep nº 3653-53, publicado na sessão do dia 9/9/2014: Recurso em representação. Propaganda eleitoral. Participação de candidato majoritário em inserção destinada a coligação proporcional. Improcedência dos pedidos. Eleições de 2014. Somente ocorre a invasão de horário eleitoral quando o candidato que não é titular do tempo de propaganda ocupa-o para pedir votos em seu favor. Possibilidade de veiculação de depoimento do candidato majoritário na inserção destinada aos candidatos proporcionais, contendo pedido de votos para estes e apresentando as razões pelas quais os considera aptos a exercer o cargo que disputam. Inteligência do art. 53-A, 1º, da Lei nº 9.504/97. Nos termos do art. 6º da Lei das Eleições, os partidos coligados para a disputa aos cargos majoritários podem formar mais de uma coligação para a eleição proporcional, mas continuam vinculados à coligação majoritária, inclusive só podendo coligar com outros partidos que dela também participem. Inexistência de invasão de horário eleitoral. Recurso a que se nega provimento. Nos termos do voto condutor do acórdão mencionado, a inserção impugnada refere-se a mero ato de apoiamento de João Pimenta da Veiga Filho aos candidatos da Coligação Proporcional Minas

Avança, cujos partidos também compõem a coligação majoritária do citado candidato a Governador, o que é permitido pela legislação eleitoral, a teor do disposto no art. 53-A da Lei das Eleições, in verbis: Art. 53-A. É vedado aos partidos políticos e às coligações incluir no horário destinado aos candidatos às eleições proporcionais propaganda das candidaturas a eleições majoritárias ou vice-versa, ressalvada a utilização, durante a exibição do programa, de legendas com referência aos candidatos majoritários ou, ao fundo, de cartazes ou fotografias desses candidatos, ficando autorizada a menção ao nome e ao número de qualquer candidato do partido ou da coligação. (Redação dada pela Lei nº 12.891, de 2013) 1o É facultada a inserção de depoimento de candidatos a eleições proporcionais no horário da propaganda das candidaturas majoritárias e vice-versa, registrados sob o mesmo partido ou coligação, desde que o depoimento consista exclusivamente em pedido de voto ao candidato que cedeu o tempo. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) 2o Fica vedada a utilização da propaganda de candidaturas proporcionais como propaganda de candidaturas majoritárias e viceversa. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) 3o O partido político ou a coligação que não observar a regra contida neste artigo perderá, em seu horário de propaganda gratuita, tempo equivalente no horário reservado à propaganda da eleição disputada pelo candidato beneficiado. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) O que a legislação eleitoral proíbe é a invasão de horário de candidato a cargo majoritário em tempo destinado às candidaturas proporcionais, e vice-versa, com a finalidade de pedir votos para si, o que não se verifica no caso dos autos, posto que o candidato majoritário tão somente expressa o seu apoio aos candidatos a Deputado Estadual da Coligação Minas Avança. Ademais, no que tange à alegação de que de que há irregularidade pelo fato de o PSDB, partido do candidato a Governador, não participar da Coligação Proporcional Minas Avança, é imperioso destacar que, conforme registrado perante esta Justiça Especializada, foi constituída a Coligação Majoritária Todos Por Minas, formada pelos partidos PSDB, PP, DEM, PSD, PTB, PPS, PV, PDT, PR, PMN, PSC, PSL, PTC e SD e, entre estes partidos foram formadas coligações proporcionais, em consonância com o disposto no art. 6º da Lei das Eleições: Art. 6º É facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar coligações para eleição majoritária, proporcional, ou para ambas, podendo, neste último caso, formar-se mais de uma coligação para a eleição proporcional dentre os partidos que integram a coligação para o pleito majoritário. Assim sendo, considerando que o PDT e o PV, que formam a Coligação Minas Avança, participam da Coligação Majoritária Todos Por Minas, a que pertence o candidato a Governador João Pimenta da Veiga Filho, é legítima a participação do citado candidato na propaganda dos candidatos a Deputado Estadual da mencionada coligação proporcional, para expressar seu apoio a referidas candidaturas. Ressalto que o art. 69, inciso XXV do Regimento Interno deste Tribunal, assim dispõe: Art. 69. O Juiz a quem tiver sido distribuído o processo é o seu

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS Relator, sendo de sua competência: (...) XXV negar seguimento a pedido ou recurso manifestamente inadmissível, improcedente ou em confronto com súmula ou jurisprudência predominante do Tribunal, do Supremo Tribunal Federal ou dos Tribunais Superiores; Com efeito, e por economia processual, tendo em vista que a inserção ora impugnada já foi apreciada pela e. Corte que considerou a inexistência de irregularidade na propaganda, nego seguimento aos pedidos, visto que manifestamente improcedentes, com fincas no art. 69, inciso XXV, do Regimento Interno do TRE-MG c/c o art. 557 do Código de Processo Civil, conforme entendimento já consagrado por este Tribunal. As alegações do agravo são insuficientes para infirmar os fundamentos da decisão impugnada, uma vez que, tão somente, revolvem a matéria relativa à ocorrência de invasão de horário eleitoral nas inserções mencionadas na inicial. Este tema, no entanto, foi exaustivamente discutido por este e. TRE/MG em representações de idêntico teor, recursos inclusive julgados em sessão do dia 9/9/2014, conforme mencionado na decisão monocrática agravada, tendo esta Corte firmado o entendimento no sentido de inexistência de irregularidade no conteúdo veiculado pela coligação agravada. Assim sendo, não obstante o esforço da agravante para demonstrar a ilegalidade da propaganda referida, tendo em vista que a inserção ora impugnada já foi apreciada exaustivamente pela Corte e em razão da economia processual, os pedidos contidos na presente representação são manifestamente improcedentes, motivo pelo qual a eles foi negado seguimento, nos termos do art. 69, XXV, do Regimento Interno do TRE-MG c/c art. 557 do Código de Processo Civil. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto.

CPA/kaoc \\Rmgwsefel04\comum\KAOC\Agravo Regimental\AgRegRep 4555-06 - Minas Avança.doc