IMPLEMENTAÇÃO DE DOSADOR METÁLICO PARA MEDIÇÃO DO VOLUME DE AREIA NA EXECUÇÃO DO TRAÇO

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Transcrição:

IMPLEMENTAÇÃO DE DOSADOR METÁLICO PARA MEDIÇÃO DO VOLUME DE AREIA NA EXECUÇÃO DO TRAÇO 1. INTRODUÇÃO 1.1 O Setor da Construção Civil no Brasil e em Goiás Segundo o CNTL (2007) a indústria da Construção Civil é uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social de nosso país. Sua cadeia produtiva exerce um peso considerável na macroeconomia internacional, empregando uma enorme massa de trabalhadores. É preciso considerar também que o setor, a cada R$ 1 bilhão acrescido na demanda final de sua atividade, gera cerca de 39,9 mil empregos diretos, indiretos e induzidos na economia, quando considerados os efeitos multiplicadores na geração de emprego, renda e impostos, da cadeia produtiva da indústria da construção. Com a economia atual, estes números tendem a crescer. Segundo a Revista Isto É (2010), 4 mil novos contratos são assinados diariamente nas agências da Caixa Econômica Federal (CEF), o valor estimado pela CEF para financiamentos imobiliários em 2010 chega a R$ 60 bilhões e o déficit habitacional brasileiro (baseado em dados de 2008) é de 5,8 milhões, sendo 451 mil na região Centro-Oeste. As construtoras, que por muitos anos ficaram apenas erguendo poucos empreendimentos voltados para a classe alta, estão revendo o seu foco. A revista ressalta que alguns fatores como a união de juros baixos, programas de incentivo federal, crédito longo e farto e economia estável fará de 2010 o ano com maior volume de vendas de imóveis das últimas três décadas no Brasil. Poucas vezes na história recente do Brasil venderam-se tantos imóveis quanto agora. Só no primeiro trimestre de 2010 a Caixa Econômica Federal liberou quase R$ 10 bilhões em financiamentos para a compra ou construção de casas e apartamentos, valor quase 100% maior do que o do mesmo período do ano passado. Muito deste crescimento deve-se ao programa Minha Casa, Minha Vida, que oferece subsídios para famílias que ganham até 10 salários mínimos. A figura 1 mostra a evolução do financiamento no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) no primeiro trimestre de cada ano, onde se pode observar o crescimento do setor imobiliário no Brasil. 1

Figura 1 - Evolução do financiamento no SBPE no primeiro trimestre de cada ano Fonte: Revista Isto É (2010) Em Goiânia o mercado imobiliário também apresenta forte crescimento. De acordo com pesquisa contratada pela ADEMI-GO, o ano de 2009 foi o melhor nos últimos 12 anos para a Construção Civil. Houve um aumento de 182% de lançamentos de unidades novas em relação a 1997, as vendas aumentaram 20,5% em relação a 2008, sendo vendidas em média 700 unidades/mês, a velocidade de vendas aumentou e o tempo médio para vender estoque caiu. A Figura 2 apresenta estes resultados: Ano Estoque Final Unidades Lançadas Unidades Vendidas VSO médio (%) Tempo Médio necessário para vender o Estoque 1997 4189 2768 1874 4,45 22 meses 1998 3428 1584 2072 3,04 32 meses 2005 4990 3223 2715 4,82 20 meses 2006 4809 3532 3860 4,61 21 meses 2007 9166 925 4615 6,65 15 meses 2008 9255 8164 6723 5,51 14 meses 2009 11138 7823 8563 6,08 16 meses Figura 2 - Desempenho do mercado imobiliário de Goiânia nos últimos 12 anos 1.2 A Medição do Traço Fonte: ADEMI-GO (2010) Chama-se de traço a relação (em volume ou peso) entre as quantidades de materiais dos concretos e das argamassas. O traço é representado por um número que indica a proporção de cada material que o constitui. Ex.: traço 1:2:4 (1 saco de 2

de cimento, 2 padiolas de areia e 4 padiolas de brita). Em geral, as quantidades dos materiais são medidas em uma padiola, na proporção indicada pelo traço (ARRUDA FILHO, SILVA e SOUSA, 2001). Segundo o NUTEA/UFG (2006), as padiolas mais utilizadas no mercado são caixas de madeira com dimensões pré-definidas ou carrinhos em formato trapezoidal (que possibilita melhores condições de trabalho e de medição do material). Figura 3 Padiola tradicional (caixa de madeira) e carrinho trapezoidal Fonte: NUTEA/UFG (2006) Como se pode ver, tais equipamentos não garantem a segurança na medição da areia, uma vez que o método é manual e controlado empiricamente, apenas pelo olho do colaborador que executa o serviço. 2. JUSTIFICATIVA Diante do atual cenário de crescimento da Construção Civil apresentado no capítulo anterior, é necessário que as empresas apliquem cada vez os princípios da Construção Enxuta a fim de obterem maior eficiência nos seus processos e maior competitividade no mercado. Segundo SOUZA, BRANDSTETTER e AMARAL (2010), a Construção Enxuta traz uma série de benefícios à indústria da construção, que vão além do lucro como a redução do desperdício com materiais e serviços desnecessários, a organização do local de trabalho, dentre outros. Alguns princípios da Construção Enxuta: a) Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor; b) Reduzir a variabilidade; c) Reduzir o tempo de ciclo; d) Minimizar o número de passos e partes; e) Focar o controle no processo global; f) Outros. Para participar da economia mundial no século XXI, o aumento da 3

competitividade das empresas é fator fundamental. A revolução científicotecnológica do século XX levou o desafio da competitividade para além da redução de custos e do aumento da qualidade, impondo às empresas a necessidade permanente de inovar, em produtos, serviços ou processos (IBQP, 2008). O objetivo deste trabalho, portanto, é apresentar um equipamento concebido em uma obra localizada no Setor Bueno, Goiânia-GO, para medição da areia, de forma mais ágil e precisa. 3. DESENVOLVIMENTO Considerando o cenário descrito anteriormente, percebeu-se que um dos processos que mais apresenta oportunidade de melhoria no setor é o transporte e medição da areia para execução do traço. 3.1 Processo Tradicional O processo tradicional de medição do volume de areia até então utilizado na empresa se consiste no enchimento do carrinho trapezoidal com o uso da pá e no posterior transporte manual do material até a caçamba ou diretamente na betoneira, como pode ser visto abaixo: Figura 4 Processo tradicional de medição e transporte da areia para a betoneira Fonte: Empresa Construtora (2011) Como se pode ver, o processo é extremamente artesanal e impreciso, além de exigir um esforço físico considerável dos colaboradores ao longo do dia. 3.2 Processo Inovador Sabendo-se que as obras atualmente têm pelo menos dois subsolos e que as Centrais de Produção de Argamassa e Concreto (Betoneiras) localizam-se, em geral, no pavimento inferior da edificação, tem-se aí um desnível considerável entre o local de descarregamento do caminhão e o local onde, de fato, a areia será 4

utilizada. A proposta foi então criar um equipamento que realizasse este trabalho com maior agilidade e mínimo esforço, garantindo ainda uma maior segurança na medição do agregado. Como a obra em questão tem 3 subsolos, a idéia foi então aproveitar este desnível como facilitador no processo de transporte e medição da mesma. É necessário também que a baia de areia tenha capacidade de armazenamento equivalente a pelo menos um caminhão truck, para que o peso própria da areia ajude a mesma a descer. Foi projetado então um recipiente metálico com capacidade de 336 litros, nas dimensões previamente estipuladas pelo traço (140x60x40 cm), com uma abertura superior (para receber a areia), duas comportas (uma no meio e outra em baixo) e uma abertura inferior. O equipamento seria posicionado logo abaixo da baia de areia (como pode ser visto abaixo) e ao lado da caçamba que alimenta a betoneira. Figura 5 Projeto do Dosador (corte) Fonte: Empresa Construtora (2011) 5

O equipamento possui três estágios bem definidos. Inicialmente o operador abre a comporta superior e mantém a inferior fechada, permitindo que a areia entre no recipiente. Quando percebe que o dosador está cheio e o material não está mais descendo, ele fecha a comporta superior, garantindo assim, o volume exato prédefinido. Depois ele abre a comporta inferior, permitindo que o agregado caia na caçamba, de onde é transportado até a betoneira, por meio de um sistema de cabos e alavanca. A figura abaixo mostra o equipamento em uso: Figura 6 Operador utilizando o novo equipamento Fonte: Sílvio Simões (2011) Para garantir ao operador uma maior facilidade no manuseio do equipamento, foi construído um patamar ao lado do dosador a uma altura suficiente para que o operador pudesse trabalhar na condição ergonômica mais favorável possível. Para confecção de meio traço, foi acrescentado um visor de acrílico na parede do dosador, com a marcação, para melhor visualização da medida. 6

Figura 7 Visor de acrílico para medição do meio traço Fonte: Empresa Construtora (2011) Importante lembrar que neste novo processo, a umidade da areia é monitorada diariamente, para garantir a qualidade e precisão do traço. 4. RESULTADOS Os resultados alcançados com a implementação deste equipamento foram inúmeros. Segue abaixo o detalhamento dos benefícios obtidos, de acordo com cada um dos critérios avaliados. 4.1 Inovação A invenção deste equipamento representou o emprego do conhecimento e experiência da equipe operacional da obra, em especial do mestre, na melhoria de um dos mais importantes processos da obra, chamado por alguns de pulmão da obra. Talvez pela sua característica artesanal, a medição da areia para execução do traço nunca recebeu a devida atenção e por isto, o processo ficou parado no tempo. Pode-se dizer que a invenção representou um exemplo clássico de inovação. Para isto, foi importante ter a sensibilidade necessária para se perceber as oportunidades e a iniciativa de executar as devidas ações no tempo devido, alterando a rotina da obra. Têm-se ai, todos os requisitos necessários para uma verdadeira inovação. 4.2 Modernização do Processo Construtivo A utilização deste equipamento trouxe grandes melhorias no processo produtivo uma vez que permitiu a eliminação de atividades que não agregam valor 7

ao processo como o carregamento e descarregamento dos carrinhos, reduzindo o tempo total do ciclo de medição do traço. Com isto, foi possível reduzir também a variabilidade nas medições uma vez que o equipamento concebido tem dimensões pré-definidas de acordo com o volume desejado e é feito em material metálico, resistente às intempéries do processo. Portanto, além de mais enxuto, o processo ficou mais controlado, menos dependente da ação humana e mais ergonômico. 4.3 Aumento do Desempenho da Construção Pode-se se dizer que com a maior precisão na medição do volume de areia, os traços rodados na obra tiveram melhores resultados, ficando mais uniformes e próximos do valor estipulado na tabela de traço utilizada pela empresa. 4.4 Redução de Custos 4.4.1 Redução de Custos (Homem Hora/m 2 ) A invenção do equipamento trouxe como benefício a eliminação de dois colaboradores, que apoiavam o Operador da Betoneira na medição do traço (aproximadamente 176 homens-hora cada por mês). Este valor é ampliado levando-se em conta o tamanho da obra (57.613,85 m² de área construída), que chega a contar com 4 Centrais de Produção de Argamassa e Concreto (Betoneiras) no pico da execução de serviços na obra. Considerando-se 3 Betoneiras na média, pode-se dizer então que a economia total na obra será de cerca de 1.056 homens-hora por mês. Sendo aproximadamente 24 meses o período de utilização do equipamento, chega-se a uma economia total de 25.344 homenshora durante toda a obra (0,44 homens-hora/m 2 construído). Transformado para valores monetários, tendo como base o salário deste profissional em R$ 1.100,00, tem-se aí uma redução de cerca de R$ 6.600,00 por mês. Incluindo os encargos sociais incidentes (cerca de 120%), o valor chega a mais de R$ 14,5 mil por mês; quase R$ 350 mil durante toda a obra. 4.4.2 Redução de Custos (Materiais) Em relação aos materiais, houve uma economia significativa pois no novo processo não há a necessidade de utilização de carrinhos e pás, reduzindo o custo com a compra e manutenção destas ferramentas para a obra. 4.5 Redução do Desperdício Com a implementação do novo equipamento, indiretamente, houve uma 8

redução do desperdício do agregado, uma vez que eliminou-se o transporte do material da baia para o carrinho e do carrinho para a betoneira. 4.6 Reutilização de Materiais Não foram reutilizados materiais na implementação e uso do equipamento apresentado, pois o mesmo não foi concebido com esta finalidade. Entretanto, o equipamento, se bem conservado, pode ser reutilizado em outras obras da empresa. 5. CONCLUSÃO O equipamento foi considerado um sucesso e deverá ser instalados nas próximas obras da construtora. Para isto, ele deverá sofrer algumas melhorias, em especial nas interfaces superior (com a baia de areia) e inferior (com a caçamba da betoneira). A idéia é ajustar o dosador para que possa se comunicar diretamente com as diferentes baias de areia (fina e grossa) e acrescentar uma proteção metálica na saída do equipamento, para evitar a queda de areia para fora da caçamba. 6. REFERÊNCIAS ARRUDA FILHO, SILVA e SOUSA. Manual do Pedreiro. 1ª Tiragem Salvador, 2001. ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO DE GOIÁS ADEMI-GO. Estudo do Mercado Imobiliário Evolução 1998-2009. Goiânia, 2010. CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS CNTL SENAI. Produção mais Limpa em Edificações. Porto Alegre, 2007. Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). A Qualidade e a Produtividade aliadas à Inovação. Banas Qualidade, Ano XVIII, n o 196, set. 2008. NUTEA/UFG. Relatório da Pesquisa Realizada em Obras. Goiânia, 2006. REVISTA ISTO É. Por que você ainda vai comprar uma nova casa. Ano 34, n o 2114, mai. 2010. SIMÕES, Sílvio. CD com fotos para Goiás Industrial. Goiânia, mai. 2011. SOUZA, Leiliane Santana; BRANDSTETTER, Maria Carolina de Oliveira; AMARAL, Tatiana Gondim do. Construção Enxuta: guia prático para trabalhadores da construção civil. Goiânia, 2010. 9