PROVA DE DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL PENAL PERÍODO VESPERTINO CADERNO DE QUESTÕES ORIENTAÇÕES GERAIS



Documentos relacionados
SIMULADO 2ª FASE EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL CADERNO DE RASCUNHO

DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL PENAL

SIMULADO XVII EXAME 2ª FASE DA ORDEM - 2ª FASE PROVA PRÁTICO -PROFISSIONAL - DIREITO PENAL

MODELO QUEIXA-CRIME. (especificar a Vara de acordo com o problema)

TÍTULO VII DA PROVA CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

SIMULADO 2ª FASE EXAME DE ORDEM DIREITO TRIBUTÁRIO CADERNO DE RASCUNHO

OAB 2ª FASE PENAL PROF. SIDNEY FILHO

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV

SIMULADO 2ª FASE EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL CADERNO DE RASCUNHO

DIREITO PENAL. Exame de Ordem Prova Prático-Profissional 1 PEÇA PROFISSIONAL

UNESC Faculdades Integradas de Cacoal Mantidas pela Associação Educacional de Rondônia - Internet:

DIREITO PROCESSUAL PENAL PROVA ESCRITA CADERNO 1

PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL

Nele também são averbados atos como o reconhecimento de paternidade, a separação, o divórcio, entre outros, além de serem expedidas certidões.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE PROVAS

Processo Administrativo Disciplinar

003. primeira prova escrita

EXERCÍCIOS ATO INFRACIONAL.

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO... 11

Espelho Penal Peça. Endereçamento correto da interposição 1ª Vara Criminal do Município X 0 / 0,25

SIMULADO 2ª FASE EXAME DE ORDEM DIREITO EMPRESARIAL CADERNO DE RASCUNHO

PEDIDO DE VISTA NA INDICAÇÃO Nº 022/2012, RELATIVA AO PROJETO DE LEI Nº 2963/11, DE RELATORIA DO DR. IVAN NUNES FERREIRA.

1. PRINCÍPIOS DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS art. 62 da Lei 9.009/95 2. OBJETIVOS DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CONSELHO UNIVERSITÁRIO CÂMARA DE GESTÃO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA

1.º Curso de Estágio de 2006 TESTE DE DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

Copyright Proibida Reprodução.

SEGUNDA PROVA ESCRITA DISCURSIVA SENTENÇA CÍVEL

SINDICÂNCIA. Definição

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Edital nº 285 de 29 de agosto de 2013 Teste de Verificação de Habilidade Específica THE

1ª LIGA DE JÚRI SIMULADO C.A.A.G FACULDADE DE DIREITO CATÓLICA UNISANTOS EDITAL DE ABERTURA DE INSCRIÇÕES

15/05/2013 MODELO DE RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

MATERIAL DE AULA DOS DOCUMENTOS. Art Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo.

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO

P R O V A T É C N I C A TABELIONATO DE NOTAS

MANUAL DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA MNPJ

SIMULADO 2ª FASE EXAME DE ORDEM DIREITO DO TRABALHO CADERNO DE RASCUNHO

SIMULADO 2ª FASE EXAME DE ORDEM DIREITO CIVIL CADERNO DE RASCUNHO

CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO CONCURSO PARA PROCURADOR DO MUNICÍPIO SEGUNDA FASE PROVA DISSERTATIVA

SEGUNDA PROVA ESCRITA PRIMEIRA PARTE: SENTENÇA CÍVEL

EDITAL DE RETIFICAÇÃO Nº 01/2014 A Defensora Pública-Geral do Estado de Minas Gerais, Presidente da Comissão de Concurso, no uso de suas atribuições,

CONCURSO PARA JUIZ DO TRABALHO 2012

DESPACHO SEJUR N.º 513/2015

1 - DAS INSCRIÇÕES. 1.4 Portadores de necessidades especiais:

PROVA ESCRITA E PRÁTICA

EDITAL N 08/2014. I Das disposições gerais:

Residência Saúde 2013 PROVA OBJETIVA NUTRIÇÃO PROVA DISCURSIVA. Residência Multiprofissional em Saúde do Idoso ORGANIZADOR

TESTE CONHECIMENTO ESPECÍFICOS

FACULDADE ZUMBI DOS PALMARES CURSO DE DIREITO PRÁTICA JURÍDICA

USUÁRIO CONTA SUA HISTÓRIA

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DA GUARDA MUNICIPAL DE SÃO JOÃO DEL-REI EDITAL Nº 008, DE 09/10/2015. ANEXO IV CURSO INTENSIVO DE FORMAÇÃO

OBSERVAÇÕES E PROCEDIMENTOS EM DIAS DE AVALIAÇÃO

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

PROCESSO PENAL COMNENTÁRIOS RECURSOS PREZADOS, SEGUEM OS COMENTÁRIOS E RAZÕES PARA RECURSOS DAS QUESTÕES DE PROCESSO PENAL.

PROGRAMA JOVENS TALENTOS PARA A CIÊNCIA (PJT IC) ORIENTAÇÕES GERAIS

Serviço Público Federal CONCURSO PÚBLICO 2014 INSTRUÇÕES GERAIS. Nº do doc. de identificação (RG, CNH etc.): Assinatura do(a) candidato(a):

RECERTIFICAÇÃO DE INSPETOR DE PINTURA INDUSTRIAL NÍVEL 2 INSTRUÇÕES AOS CANDIDATOS

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

Estatuto das Familias

1) (OAB137) José alienou a Antônio um veículo anteriormente adquirido de Francisco. Logo depois, Antônio foi citado em ação proposta por Petrônio, na

EDITAL N 004/ 2015 DO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTU SENSU EM BIODIVERSIDADE E AGROECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS PPGBIOAGRO

AÇÃO DE REVISÃO DO FGTS POR DEFASAGEM EM CORREÇÃO PELA TR

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL

Depoimento Sem Dano Porto Alegre, AGOSTO de 2009

PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

Academia de Polícia Civil ACADEPOL. CONCURSO PÚBLICO REGIONALIZADO Edital n. 01/08 ACADEPOL DELEGADO DE POLÍCIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURUÁ CONCURSO PÚBLICO. PROVA OBJETIVA: 22 de setembro de 2013 NÍVEL ALFABETIZADO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

TRIBUNAL MARÍTIMO PROCESSO Nº /03 ACÓRDÃO

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO Corregedoria-Geral da Advocacia da União ANEXO MODELOS DE ATOS E DOCUMENTOS

1. RECURSO DE APELAÇÃO

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL X EXAME DE ORDEM UNIFICADO

M J AUDITOR CONCURSO PÚBLICO 2008 INFORMAÇÕES GERAIS CRITÉRIOS PARA AVALIÇÃO DA PROVA DISCURSIVA NF =A 3B TL

Combate e prevenção à violência contra a mulher

PROCEDIMENTO DA DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS ART. 6º E 7º

Conselho Nacional de Justiça Corregedoria PROVIMENTO Nº 12

PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL

ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DAS PERÍCAS ODONTOLÓGICAS

Provas agendadas/enem

Ministério Público do Estado de Mato Grosso 15ª Promotoria Criminal Especializada no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher

INSTITUTO Caetano Andrade Rio de Janeiro. São Paulo EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA REGIONAL DE MADUREIRA/RJ

PERÍCIA AMBIENTAL CONCEITOS

SIMULADO 2ª FASE EXAME DE ORDEM DIREITO CIVIL CADERNO DE RASCUNHO

REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE DIREITO DA FACULDADE METODISTA DE SANTA MARIA (FAMES)

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO DIREITO PENAL PROVA PRÁTICO - PROFISSIONAL

Edital 01/ a.1) a.2) a.3) a.4) a.5) a.6) a.7)

Origem : Machadinho do Oeste/RO (1ª Vara Criminal)

A propositura da ação vincula apenas o autor e o juiz, pois somente com a citação é que o réu passa a integrar a relação jurídica processual.

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PROVA DISCURSIVA P 3

PRÁTICA DE MÚSICA COMPOSIÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. 2 a Etapa SÓ ABRA QUANDO AUTORIZADO.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIÃO Gabinete da Desembargadora Federal Margarida Cantarelli

EDITAL PARA INGRESSO E BOLSAS INTEGRAIS E PARCIAIS DE ESTUDO PARA O ENSINO MÉDIO DO ANO LETIVO DE 2015.

Vistos. Consta, ainda, que no período compreendido entre as 13h15min do dia 13 de outubro até as 18h00min do dia 17 de outubro de 2008, na Rua Oito,

CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO ATO EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:

Transcrição:

XXXIX CONCURSO DE INGRESSO NA CARREIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO PROVA DE DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL PENAL PERÍODO VESPERTINO CADERNO DE QUESTÕES ORIENTAÇÕES GERAIS 1 Mantenha seu documento de identificação sobre a carteira. 2 É vedado o uso de telefone celular, relógio ou qualquer dispositivo eletrônico, sob pena de desclassificação. 3 Confira se o número da Folha de Rosto, das Folhas de Prova e do Rascunho é o mesmo. 4 Não identifique as FOLHAS DE PROVA, utilizadas para realização da prova, nem o rascunho" e o "caderno de questões". 5 Na execução das provas só será permitida a utilização de caneta esferográfica azul ou preta, fabricada em material transparente, vedado, nesta, o uso de caneta marca-texto. Nas folhas de "rascunho" e no "caderno de questões" poderá ser utilizado lápis ou lapiseira, esta desde que fabricada em material transparente, e caneta marca-texto. 6 Será permitida a consulta a súmulas e legislação não comentada, mesmo que contenha texto sublinhado ou destacado com caneta marca-texto, ou meras remissões a dispositivos legais, sejam originais ou manuscritas pelo candidato, vedadas, contudo, quaisquer espécies de anotações ou apontamentos. 7 É expressamente proibida qualquer comunicação entre os candidatos ou com pessoas estranhas. Não tente visualizar a prova dos demais candidatos. Após as instruções preliminares, nada será respondido. 8 Ao término da prova, entregue aos fiscais a Folha de Rosto, as Folhas de Prova, o Rascunho e o "Caderno de Questões". 9 Somente será permitido que o candidato retire-se da sala após 1h30min do início da prova, salvo autorização da Comissão de Concurso. 10 A duração da prova será de 3 (três) horas. 11 Não se esqueça de assinar a lista de presença. 1

XXXIX CONCURSO DE INGRESSO NA CARREIRA DO MINISTÉRIO PÚBLICO PROVA DE DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL PENAL PERÍODO VESPERTINO 2ª Questão (2,00 pontos) Na sessão do Tribunal do Júri, já na fase dos debates, quando o Promotor de Justiça iniciou sua fala, no momento que estava saudando o Juiz Presidente, ingressou no plenário o acusado, que responde o processo em liberdade, e tinha sido intimado pessoalmente da data e horário da sessão, entretanto, não comparecera no início do julgamento. Pleiteou sentar-se a partir daquele momento ao lado de seu defensor para acompanhar os debates e veredicto final, tendo o Magistrado autorizado de plano, e ele se colocado ao lado de seu advogado. O Magistrado, diante da situação, suspendeu o tempo da fala do representante do Ministério Público e consultou o réu se queria ser interrogado, o qual concordou. O Juiz Presidente submeteu-o ao interrogatório judicial, permitindo em seguida que permanecesse ao lado de seu advogado. Após, foi concedida novamente a palavra ao Promotor de Justiça, que continuou sua sustentação oral, utilizando o tempo legal. Ato contínuo, o Juiz Presidente concedeu a palavra à defesa, sendo que o advogado, ao iniciar sua fala levantou duas preliminares de nulidades processuais. A primeira que o seu cliente não poderia ter sido interrogado, já que havia se iniciado a fase dos debates, e ele não havia presenciado a prova colhida em plenário, sendo prejudicial ao mesmo. A segunda que o laudo pericial de eficiência da arma de fogo utilizada pelo réu na prática do crime havia sido juntado nos autos um dia antes da apresentação das suas alegações finais, tendo ciência somente quando da intimação da sentença de pronúncia do teor da respectiva perícia, motivo que entendia ter ocorrido outro prejuízo à defesa. Requereu que fosse 2

consignado em ata ambos os protestos, sob o argumento de ter ocorrido duas nulidades processuais. Antes mesmo que Juiz Presidente concedesse a palavra ao Promotor de Justiça, o advogado deu sequência a sua explanação e passou a exibir o vídeo/áudio contendo o depoimento de uma testemunha arrolada na denúncia e ouvida na primeira fase judicial do procedimento. Afirmou, inclusive, que seu depoimento policial, contido nos autos, era completamente contraditório com o vídeo/áudio que estava sendo exibido. Buscando ainda contrariar a informação contida no depoimento que está sendo exibido, tirou de uma pasta laudo elaborado por perito contratado pela defesa, mas que não havia sido juntado nos autos até então, entregando cópias ao Juiz Presidente e pleiteando que seja repassada aos Jurados e Promotor de Justiça naquele momento. O representante do Ministério Público imediatamente protestou contra a utilização do documento. Ato contínuo, um dos jurados dirigiu-se ao Juiz Presidente, requerendo que o advogado aponte a página em que está nos autos o depoimento policial referido, tendo o Magistrado indeferido de plano o pedido, sob o argumento que o jurado já estava com os autos originais em mãos, cabendo a ele localizar no processo tal informação. O Promotor de Justiça insistiu na questão de ordem, pediu a palavra, que lhe foi concedida naquele momento. Você, na qualidade de Promotor de Justiça, assim se posicionou sobre todas as situações acontecidas até então, consignando em ata manifestação. Fundamente seus argumentos com base em dispositivos legais que deverão ser indicados e comentados. Rebata ponto por ponto. Ao final, aponte o rumo que deve seguir a sessão plenária. 3

3ª Questão (2,00 pontos) Em 18.03.2013, com lastro em inquérito policial, JOSÉ, brasileiro, solteiro, natural do Rio Grande do Norte, Sargento da Polícia Militar de SC, lotado no 4º Batalhão de Polícia Militar de Florianópolis, foi denunciado pelo órgão do Ministério Público da Comarca de Joinville porque, segundo narra a inicial penal, no dia 20 de setembro de 2012, por volta das 23 horas, no interior da residência de PEDRO, situada na rua Progresso, bairro Floresta, em Joinville, manteve conjunção carnal consentida com MARIA, nascida em 10.09.2001. PEDRO havia concordado em hospedar o amigo JOSÉ em sua residência. Logo após a relação sexual, PEDRO chegou em casa e surpreendeu JOSÉ e MARIA, iniciando-se então uma acalorada discussão. Em dado momento, JOSÉ atirou um copo contra o rosto de PEDRO, causando vários cortes por toda a sua face. Consta do inquérito policial, além de outros elementos cognitivos, auto de exame de corpo de delito em face de PEDRO, que atestou a existência de ofensa a sua integridade física, registrando, ainda, que a lesão corporal não resultou em incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias; que não houve perigo de vida, debilidade permanente ou incapacidade para o trabalho, assim como enfermidade incurável. Consignou, quanto ao quesito relacionado à deformidade permanente, que a resposta exigiria avaliação complementar. A seu tempo, o referido laudo pericial complementar, instruído com fotografias, foi juntado aos autos, atestando que PEDRO apresentava notável desfiguração da face, demonstrando prejuízo estético visível, pontuando, no entanto, ser passível de correção através de cirurgia reparadora. Encerrada a instrução em 24.07.2013, durante a qual foram colhidas as declarações da vítima MARIA, ouvidas as testemunhas arroladas pelas partes, interrogado o 4

acusado e juntados laudos médicos, restou apurado que os fatos ocorreram da forma narrada na denúncia e, ainda, que: a) em razão da relação sexual narrada na denúncia, MARIA foi contaminada por blenorragia (DST), transmitida no ato sexual praticado com JOSÉ, que sabia ser portador da enfermidade; b) MARIA é estudante e vive com seus pais, mas consentiu com a relação sexual pela amizade que mantinha com JOSÉ, amigo da família; c) JOSÉ informou que, há 3 (três) meses, também na residência de PEDRO, mediante ameaças de morte, havia constrangido APARECIDA, com 23 anos de idade, a com ele praticar sexo oral; d) foi juntado aos autos cópia do inquérito policial que apura o fato envolvendo APARECIDA; e) durante as suas declarações em juízo, MARIA apresentou ao Juiz uma carta subscrita por JOSÉ, na qual implora pelo seu perdão, pedindo ainda que não lhe prejudique. Afirmou também que JOSÉ manteve contato com seus pais, prometendo-lhes recompensa em dinheiro caso conseguissem convencer a filha a não incriminá-lo; f) no dia dos fatos narrados na denúncia, JOSÉ estava escalado para, sozinho, fazer o policiamento ostensivo na rua Bocaiúva, Florianópolis. No entanto, sem qualquer comunicação, deixou o local do serviço quatro horas antes do seu término, deslocando-se com seu carro particular até a residência de PEDRO, onde se encontrou com MARIA e, em seguida, manteve a relação sexual noticiada. Durante a sua ausência, no entanto, não houve nenhuma ocorrência policial no local onde deveria executar o policiamento; g) no final de junho de 2013, PEDRO acabou por se submeter a uma cirurgia na Clínica NOVO VISUAL, em Florianópolis, a fim de corrigir o dano estético causado pela lesão sofrida. Logo após a realização do procedimento anestésico, realizado pelo próprio cirurgião plástico, PEDRO acabou falecendo em função de 5

choque anafilático provocado por reação alérgica, de hipersensibilidade imediata e severa, ao medicamento injetado. Não foram exigidos exames laboratoriais prévios do paciente. O laudo necroscópico, comprovando a referida causa mortis, foi encaminhado pelo Instituto Geral de Perícias, sendo também juntado aos autos. Neste contexto, uma vez encerrada a instrução, indique a(s) medida(s) a ser(em) adotada(s) pelo membro do Ministério Público que oficia na respectiva ação penal, apontando os dispositivos legais correspondentes (desnecessária a elaboração de peças processuais); e enfrente todas as situações noticiadas e, a cada resposta, apresente as razões de fato e de direito que lhe conferem suporte, apontando também os artigos da lei penal e processual penal aplicáveis. 6