TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS COMARCA DE GOIÂNIA - 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual - Juiz II. Autos nº

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS COMARCA DE GOIÂNIA - 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual - Juiz II DECISÃO Autos nº 5256738.95.2016.8.09.0051 Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (SINPOL), devidamente qualificado nos autos, ajuizou ação anulatória de ato administrativo c/c pedido de tutela de urgência em face do Estado de Goiás e do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e Promoção de Evento CEBRASPE. Aduz que foi publicado Edital de nº 004 para a realização de concurso público para provimento de vagas nos cargos de Agente de Polícia Substituto e de Escrivão de Polícia Substituto do Quadro de Pessoal da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), junto à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária. Assevera que o edital do certame prevê 280 (duzentos e oitenta) vagas para o cargo de Agente de Polícia Substituto e mais 220 (duzentos e vinte) vagas para o cargo de Escrivão de Polícia Substituto, conforme prescreve alteração legislativa promovida pela Lei Estadual de nº 19.275 de 28 de abril de 2016. Não obstante, alega que a Lei de nº 19.275/2016 apresenta vícios de legalidade, tanto que a CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TRABALHADORES POLICIAIS CIVIS COBRAPOL ajuizou junto ao, no dia 02/05/2016, Ação Direta de Inconstitucionalidade com pedido de Tutela de Urgência Cautelar de n.º 154877-13.2016.8.09.0000, cujo o pedido cautelar ainda não foi julgado. Obtempera que a ilegalidade subsiste porquanto a Lei Estadual n. 16.901/2010, com a antiga redação dada pela Lei Estadual nº 17.902, de 27 de dezembro de 2012, previa em seu artigo 99, inciso IV, 490 (quatrocentos e noventa) cargos de Escrivão Policial de 3ª classe; assim como em seu artigo 100, inciso IV, 936 (novecentos e trinta e seis) cargos de Agente de Polícia de 3ª classe. Entretanto, com a nova redação dada ao artigo 99, inciso IV pelo artigo 2º da Lei Estadual 19.275/16, esse quantitativo passou a ser de apenas 270 (duzentos e

setenta) cargos de Escrivão Policial de 3ª classe; e ao artigo 100, inciso IV, esse quantitativo passou a ser de apenas 656 (seiscentos e cinquenta e seis) cargos de Agente de Polícia de 3ª classe. Assim, afirma que a alteração legislativa representou uma diminuição de 220 (duzentos e vinte) cargos de Escrivão Policial de 3ª classe, e de 280 (duzentos e oitenta) cargos de Agente de Polícia de 3ª Classe, justamente o quantitativo de vagas previsto no Edital n.º 004.. Explicita que os Agentes e Escrivães de 3ª Classe recebem, em média, R$ 3.646,67 (três mil, seiscentos e quarenta e seis reais e sessenta e sete centavos), sem qualquer acréscimo a título de horas extras, verbas indenizatórias, ou qualquer outro adicional, enquanto que nos itens n.º 2.1.3 e n.º 2.2.3 do Edital n.º 004 preveem o subsídio de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) para aqueles cargos objeto do edital ora impugnado, que pelas atribuições previstas nos itens 2.1.2 e 2.2.2, equivalente, respectivamente, aos cargos de Agente de Polícia Substituto e Escrivão de Polícia Substituto, e em nada se diferenciam das previstas para a antiga classe inicial, qual seja, Agentes e Escrivães de Polícia de 3ª Classe. Pugna, em sede de tutela provisória de urgência, a suspensão do concurso público regido pelo Edital de nº 004, para provimento de vagas nos cargos de Agente de Polícia Substituto e de Escrivão de Polícia Substituto do Quadro de Pessoal da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), junto à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária. No mérito, requer a inconstitucionalidade material da Lei Estadual de nº 19.275/2016, bem como a anulação do concurso regido pelo Edital de nº 004. Juntou documentos. Éo relatório. Decido. Cuida-se de ação anulatória de ato administrativo objetivando, em sede de tutela provisória de urgência, a suspensão do certame de Edital de nº 004 para provimento de vagas nos cargos de Agente de Polícia Substituto e de Escrivão de Polícia Substituto do Quadro de Pessoal da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), junto à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária. Para concessão de tutela provisória de urgência, conforme preconiza o artigo 300 do Código de Processo Civil, são necessárias as configurações da possibilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, devendo a presença destes requisitos ser verificada de acordo com o convencimento do juiz. A concessão ou não de eventual tutela de urgência de natureza

antecipada impõe ao magistrado a análise de sua irreversibilidade, ou seja, a possibilidade de retorno ao status quo (art. 300, 3º, CPC). A irreparabilidade do prejuízo de quem pede a antecipação deve ser examinada em face da possível irreversibilidade dos efeitos causados pela medida. Marinoni, Arenhart e Mitidiero, in Novo Código de Processo Civil Comentado, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 312-313 explicam: A probabilidade que autoriza o emprego da técnica antecipatória para a tutela dos direitos é a probabilidade lógica que é aquela que surge da confrontação das alegações e das provas com os elementos disponíveis nos autos, sendo provável a hipótese que encontra maior grau de confirmação e menor grau de refutação desses elementos. O juiz tem que se convencer de que o direito é provável para conceder a tutela provisória. ( ) A tutela provisória é necessária simplesmente porque não é possível esperar, sob pena de o ilícito ocorrer, continuar ocorrendo, ocorrer novamente, não ser removido ou de dano não ser reparado ou reparável no futuro. Assim, é preciso ler as expressões perigo de dano e risco ao resultado útil do processo como alusões ao perigo na demora. Vale dizer: há urgência quando a demora pode comprometer a realização imediata ou futura do direito. Como se pode notar de tal preceptivo, a antecipação pretendida é medida processual extrema, sendo cabível tão somente nos casos em que a existência de possibilidade do direito vir acompanhada de perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Ao compulsar dos autos, em sede de cognição sumária, vislumbro o preenchimento de ambos os requisitos. Dessa forma, o pedido inicial se resume na análise da plausibilidade do direito e do perigo de dano. A probabilidade do direito encontra-se caracterizada quanto aos argumentos expostos na inicial, porquanto a própria Lei que deu origem ao certame está sendo impugnada via Ação Direta de Inconstitucionalidade nos autos de nº 154877-13, pendente, entretanto, de análise da tutela cautelar. O perigo de dano, por sua vez, consta devidamente preenchido, sendo

que a suspensão do certame é medida imperiosa para que se evite prejuízos ao próprio Estado de Goiás e aos candidatos que, caso aprovados, criariam expectativas de contratação, que seriam frustradas por eventual declaração de nulidade do concurso público. Sobre o tema, segue entendimento jurisprudencial: AGRAVO interno. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONCURSO PÚBLICO. LIMINAR. SUSPENSÃO DE CERTAME. SUSPEITA DE IRREGULARIDADES NO PROCEDIMENTO. OBEDIÊNCIA AOS PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. POSSIBILIDADE DE ANULAÇÃO 1 - Havendo suspeita de irregularidades na realização do concurso público, em afronta aos princípios que regem a administração pública, impõe-se a manutenção da medida liminar que determinou a suspensão da continuidade do certame, impossibilitando, por hora, a nomeação dos aprovados, tendo em vista que, uma vez comprovada a ilegalidade do concurso, não poderá ele ser convalidado. 2 - A suspensão dos atos de nomeação e posse dos candidatos aprovados nos referidos concursos públicos constitui providência menos gravosa, inclusive para os próprios candidatos, evitandose a frustração de uma eventual exoneração posterior por anulação do certame e eventual questionamento acerca da improbidade de suas condutas naquele episódio, considerando que eles tinham ciência da existência da ação civil pública objetivando a anulação do certame, bem como, do presente recurso, assumindo o risco da confirmação da liminar proferida pelo juízo de origem. 3 - Impõe-se o desprovimento do agravo regimental que não traz em suas razões argumento novo e relevante que justifique a modificação da decisão agravada. AGRAVO INTERNO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO 276805-96.2014.8.09.0000, Rel. DES. AMARAL WILSON DE OLIVEIRA, 2A CÂMARA CÍVEL, julgado em 21/10/2014, DJe 1660 de 31/10/2014) Assim, a suspensão do certame é medida que se impõe, considerando, ainda, que os prejuízos que o erário estadual possa vir a sofrer serão incalculáveis, na medida em que sejam nomeados e empossados aprovados e classificados de um concurso nulo, exercendo de forma irregular o serviço público. Posto isso, ante os fundamentos de fato e de direito, concedo o pedido de tutela provisória de urgência, oportunidade em que determino a suspensão do certame de Edital de nº 004 para provimento de vagas nos cargos de Agente de Polícia Substituto e de Escrivão de Polícia Substituto do Quadro de Pessoal da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), junto à Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária.

Expeçam-se ofícios aos réus para cumprimento imediato da presente decisão, porquanto a prova objetiva do certame está marcada para o dia 16 de outubro do presente ano. Citem-se os réus, para contestarem o pedido inicial, no prazo legal. Em seguida, determino ao Sr. Escrivão que, por meio de ato ordinatório, proceda a intimação da parte autora para apresentar impugnação, no prazo de 15 (quinze) dias. Cumpra-se. Intimem-se. Goiânia, 10 de outubro de 2016. Suelenita Soares Correia Juíza de Direito (em substituição)