PRÁTICA JURÍDICA III



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PRÁTICA JURÍDICA III 2005 1º Semestre

EXPEDIENTE CURSO DE DIREITO CADERNOS DE EXERCÍCIOS Coordenação Geral do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá Prof. Sérgio Cavalieri Filho Prof. André Cleofas Uchôa Cavalcanti Coordenação Executiva: Márcia Sleiman COORDENAÇÃO DO PROJETO Comissão de Qualificação e Apoio Didático-pedagógico Presidência: Prof. Laerson Mauro Coordenação: Prof.ª Tereza Moura ORGANIZAÇÃO DO CADERNO Prof.ª Solange Ferreira de Moura COLABORAÇÃO Professores Aloma Rangel, Anna Cristina Motta, Cláudia Arouca, Juliana Lintz e Lilian Coelho

APRESENTAÇÃO A metodologia de ensino do Curso de Direito é centrada na articulação entre teoria e prática. Essa metodologia abarca o estudo interdisciplinar dos vários ramos do Direito, permitindo o exercício constante da pesquisa, bem como a análise de conceitos e a discussão de suas aplicações. O objetivo é tornar as aulas mais interativas e melhorar a qualidade do ensino da prática jurídica. Os pontos relevantes para o estudo dos casos devem ser objeto de pesquisa prévia pelos alunos, envolvendo a legislação pertinente, a doutrina e a jurisprudência, de forma a prepará-los para as discussões em sala de aula. Ao final de cada semestre, o aluno disporá de uma pasta completa e personalizada, contendo peças processuais de qualidade, que servirão de base para o exercício profissional. Coordenação Geral do Curso de Direito

SUMÁRIO Procedimentos de estágio de prática jurídica... 7 AULA 1 Articulação teoria e prática. Do processo cautelar. Disposições gerais. Requisitos específicos. Distinção da antecipação de tutela. Cautelares em espécie. Petição inicial. Estrutura de petição inicial.... 10 AULA 2 Ação Cautelar. Direito de família. Incidental. Processo de execução.... 13 AULA 3 Ação Cautelar. Direito de família. Preparatória de ação de conhecimento.... 13 AULA 4 Ação Cautelar. Natureza satisfativa.... 14 AULA 5 Embargos à execução de título extrajudicial.... 15 AULA 6 Embargos de terceiro.... 19 AULA 7 Articulação teoria e prática. Teoria geral dos recursos: conceito; princípios gerais; efeitos; classificação; finalidades; espécies. Juízo de admissibilidade e juízo de mérito. Estrutura dos recursos de apelação e de agravo.... 20

AULA 8 Recurso contra sentença. Direito de família.... 30 AULA 9 Recurso contra sentença em ação de execução de título extrajudicial.... 31 AULA 10 Recurso contra decisão interlocutória em exceção de incompetência.... 31 AULA 11 Recurso contra decisão interlocutória. Direito de família.... 32 AULA 12 Recurso contra sentença. Lei 9.099/1995. Direito do Consumidor.... 34 6

PROCEDIMENTOS DE PRÁTICA JURÍDICA Compete ao aluno 1. Ler, antecipadamente, o caso concreto que será objeto da aula seguinte, revisando a base conceitual necessária. 2. Levar para a aula os apontamentos e o material de consulta necessários à solução do caso (código, doutrina e jurisprudência) e o esboço da estrutura da peça processual cabível. 3. Elaborar, individualmente, a peça processual, após a discussão do caso com o grupo, e entregá-la ao professor para correção. 4. Observar os seguintes critérios na elaboração da peça: Forma Estrutura da petição Presença de todos os elementos necessários Coesão e coerência no discurso Observância da modalidade culta da língua Uso competente do repertório vocabular Conteúdo Direito material em questão Rito Competência Legitimidade ativa e passiva Narrativa lógica dos fatos Expressão jurídica escrita 7

Fundamentação jurídica Pedido Requerimento de provas Valor da causa 5) Ao receber a peça corrigida, o aluno deverá proceder às modificações sugeridas pelo professor, aprofundando sua fundamentação com doutrina e jurisprudência pertinentes. Obs: Esta peça refeita deverá ser entregue ao professor na aula seguinte, juntamente com a original, para avaliação. 6) Arquivar as peças numa pasta própria identificada com nome, turma, turno, para ser entregue ao professor no dia da prova, para atribuição de grau. Critérios de avaliação: As provas de prática jurídica (PR1, PR2 e segunda chamada) serão compostas de uma peça processual. O grau obtido na prova será somado aos pontos atribuídos com base na avaliação progressiva do aluno por meio dos trabalhos semanais que constarão da pasta, entregue obrigatoriamente na data da prova. Atenção: As PR1, PR2 e segunda chamada serão compostas de um caso concreto para avaliação e elaboração da peça processual cabível, valendo sete pontos. A correção pelo professor será baseada na subtração dos pontos relativos aos erros, conforme indicadores abaixo. Roteiro da peça processual para avaliação: Competência... Rito... Legitimidade ativa... Legitimidade passiva... 1 ponto 1 ponto 1 ponto 1 ponto 8

Narrativa lógica dos fatos... Fundamentação jurídica... Pedido... Requerimento de provas... Valor da causa... 1 ponto 1 ponto 2 pontos 1 ponto 1 ponto A participação do aluno na discussão dos casos, em aula, a apresentação oral dos casos, a expressão jurídica escrita, a reapresentação de todas as peças já corrigidas, com a inclusão de citações doutrinárias e jurisprudenciais, bem como, o zelo e a boa apresentação da pasta com os trabalhos, valerão até 3 pontos. A prova final será composta de uma peça processual valendo até 10 pontos. 9

AULA 1 Articulação teoria e prática PROCESSO CAUTELAR Arts. 796 a 889 do Código de Processo Civil (CPC) 1. Conceito A ação cautelar consiste no direito do interessado de provocar o órgão jurisdicional para tomar providências que assegurem e conservem os elementos do processo (pessoas, provas, bens), eliminando a ameaça de perigo ou prejuízo iminente e irreparável ao interesse tutelado no processo principal (de conhecimento ou de execução), para que este possa vir a ter um resultado útil. 2. Requisitos da tutela cautelar 2.1. Fumus boni iuris o direito em risco deve revelar-se como o interesse que justifica o direito de ação, ou seja, o direito ao processo de mérito. 2.2. Periculum in mora o perigo de dano justificador do poder geral de cautela deve ser fundado, relacionado a um dano próximo, grave e de difícil reparação. 3. Requisitos da petição inicial Art. 801 do CPC, c/c arts. 806 e 808. 4. A liminar Art. 804 do CPC. 10

5. Estrutura da petição inicial de ação cautelar EX. mo SR. DR. JUIZ DE DIREITO... (observar art. 800 e 801, I do CPC e Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Rio de Janeiro Codjerj) (NOME DO REQUERENTE), nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade n xxxxxxxxx, expedida pelo IFP, inscrita no CPF/MF sob o n xxxxxxxxxxx, residente na rua (endereço completo), por seu advogado, com endereço profissional na rua (endereço completo), vem a V. Ex. a propor AÇÃO CAUTELAR, em face de (NOME DO REQUERIDO), nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Carteira de Identidade n xxxxxxxxx, inscrito no CPF sob o n xxxxxxxxxxx, residente na rua (endereço completo), pelas razões de fato e de direito que passa a expor: A LIDE E OS FUNDAMENTOS (nas ações preparatórias, art. 801, III, do CPC) A EXPOSIÇÃO SUMÁRIA DO DIREITO AMEAÇADO E O RECEIO DA LESÃO (art. 801, IV, do CPC) A AÇÃO PRINCIPAL A SER PROPOSTA NO PRAZO DE TRINTA DIAS (arts. 806 e 808 do CPC) 11

DO PEDIDO Diante do exposto, requer a V. Ex. a : a) a concessão da medida liminar de..., inaudita altera pars (art. 804 do CPC); b) a expedição de ofício para... ou mandado de...; c) a citação do requerido; d) a procedência do pedido, tornando definitiva a medida liminarmente pleiteada; e) a condenação do requerido aos ônus da sucumbência. DAS PROVAS (art. 801 V) Requer a produção de prova documental, pericial, testemunhal. DO VALOR DA CAUSA Dá à causa o valor de R$... P. Deferimento. Rio de Janeiro, de de. Nome do(a) advogado(a) OAB/RJ nº xxxx 12

AULA 2 CASO CONCRETO Mariana Santos Rodrigues, menor impúbere, representada por sua mãe, Fernanda Santos Rodrigues, brasileira, casada, professora, residente na Rua Jota, 32, Nova Iguaçu, propôs ação de alimentos em face de Jorge Rodrigues, seu pai, brasileiro, casado, contador, residente na rua Paulina, 25/302, Flamengo, sendo esta julgada procedente em 25 de fevereiro de 2003, com trânsito em julgado, restando o mesmo condenado a pagar a quantia de R$ 1.000,00 por mês (processo 111, que tramitou perante a 2ª Vara de Família de Nova Iguaçu). Em processo de separação judicial, casal discute partilha do único bem, adquirido na constância do casamento por esforço comum. O processo tramita na 1ª Vara de Família da Capital, sob o nº 222. O bem é um automóvel no valor de R$ 10.000,00 que está na posse do varão. Ocorre que há três meses Jorge Rodrigues não paga a pensão, o que ensejou a execução judicial nos autos da ação de alimentos nesta data. É certo que o varão está anunciando o veículo para venda, o que se comprova com os anúncios publicados em jornal, além de haver testemunhas de que diversas pessoas o procuraram em casa, interessadas no veículo (declarações em anexo). Visando proteger os interesses de Mariana, elabore a medida judicial cabível. AULA 3 CASO CONCRETO José Moreira Sampaio, delegado de polícia, vive em união estável há 12 anos com Maria Lúcia Soares. Residem na rua dos Sabiás, 633/1.001, Freguesia. Na convivência, adquiriram vários bens, pelo esforço comum, a saber: apartamento na rua dos Sabiás, 633/1.001, registrado somente em nome de José; casa de praia na estrada da Maresia, 2.300, Búzios; automóvel Citroën 2004, placa LKF-7795; 25 mil ações da Petrobrás; todos os móveis que guarnecem a residência do casal (fogão, geladeira, 13

sofá, televisão, aparelho de som, mobília do quarto, DVD, dois aparelhos de ar- condicionado). Em 20 de fevereiro de 2004 Maria foi surpreendida pelo companheiro, ao ouvi-lo dizer que estava abandonando o lar conjugal, que tinha uma namorada, muito mais nova e culta que ela, e que, como todos os bens estavam em seu nome, iria aliená-los, deixando-a sem nada. Apavorada, Maria Lúcia procura você, advogado(a), para que tome as medidas judiciais cabíveis a fim de resguardar os bens, até que seja proposta a ação visando o desfazimento da união estável. Promova a medida judicial cabível, apontando a fundamentação legal. AULA 4 CASO CONCRETO Aparecida Mendes Pinto, brasileira, casada, médica pediatra, portadora da carteira de identidade nº 355.887.46-5, expedida pelo IFP/RJ, CPF 202.658.458-65, residente na estrada do Pau Ferro, 89, Jacarepaguá, comparece ao seu escritório narrando o que segue. Casei-me com Raimundo Pinto, brasileiro, empresário, carteira de identidade 855.774.10-9, CPF 203.257.785-51, residente na estrada do Ouro, 187, Barra da Tijuca. Tivemos dois filhos: Pedro e Lucas, que hoje estão com 4 e 5 anos. No dia 1º de março de 2003, meu marido deixou o lar conjugal. Desde então passei a viver sozinha com a posse de fato das minhas crianças. Raimundo propôs ação de regulamentação de visita, que tramitou perante o MM. Juízo da 1ª Vara de Família de Jacarepaguá. No dia 10 de setembro de 2003 foi proferida a seguinte decisão: (...) Ante o exposto, julgo procedente o pedido, autorizando o Autor a ter os menores em sua companhia em finais de semana alternados, apanhando-os às 10 horas de sábado e devolvendo-os às 19 horas de domingo na residência de sua mãe, detentora da guarda dos menores (...) condeno a ré ao pagamento das custas e honorários fixados em 10% do valor da causa. Tal decisão vinha sendo cumprida regularmente. Ocorre que no dia 15 de março de 2004 Raimundo pegou as crianças para passear e não as devolveu como combinado. O telefone da casa de Raimundo não atende, nem o seu celular. As crianças estão longe de casa e de mim pela primeira vez. 14

Estão faltando à escola há quinze dias. Estou desesperada. Soube ontem pela minha sogra que as crianças estão na casa de Raimundo e que ele desligou os telefones. Aparecida disse, ainda, que pretende propor a ação de separação judicial litigiosa, porque o acordo proposto pelo marido é inaceitável, já que ela teria de abrir mão de grande parte do patrimônio ao qual tem direito na partilha. Aparentemente, sua recusa em aceitar as condições injustas foi a causa da atitude irresponsável de seu marido que pretende usar os filhos para pressioná-la. Diante desta situação proponha a medida judicial cabível. AULA 5 CASO CONCRETO Wanderson Darlan procura você, advogado(a), munido do mandado de intimação da penhora do caminhão da marca Mercedes, modelo Mega X, ano 2003, de propriedade da executada, no valor de R$ 130 mil e apresentando a petição inicial abaixo. Informa ainda que jamais recebeu as mercadorias objeto do pedido, que deveriam ter sido entregues até o dia 10 de dezembro, razão pela qual cancelou o pedido e se recusou a pagar as duplicatas, que sequer foram protestadas. A Fábrica de Camisetas Darlan Ltda. não fechou, apenas mudou de sede, para a rua da Paz, 39, em Nova Iguaçu. A citação efetuou-se em seu endereço residencial. Seu cliente apresenta prova documental de todas as afirmações. Promova a medida judicial cabível. 15

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA... VARA CÍVEL DA COMARCA DE NOVA IGUAÇU Distribuição por dependência ao proc. n : LANCASTER-EMPRESA PRODUTORA DE EMBALAGENS LTDA., inscrita no CNPJ sob o nº 333.444.555-98, Inscrição Estadual n 239485-09, com sede na estrada Velha da Pavuna, nº 533, Rio de Janeiro, CEP 22333-444, representado por Emerson Lancaster, sócio-gerente, por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional na rua da Luz, n 29, sala 707, Centro, nesta Capital, vem a V. Exa. respeitosamente propor EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA FACE A DEVEDOR SOLVENTE FUNDADA EM TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL em face à FÁBRICA DE CAMISETAS DARLAN LTDA., inscrita no CNPJ n 999.888.777.33, Inscrição Estadual n 567890-99, com sede em Nova Iguaçu, à Rua das Marrecas, n 222, Rio de Janeiro, CEP 000.000, nesta cidade, pelos fatos e fundamentos de direito que passa a expor: DOS FATOS A exequente figura como empresa produtora de embalagens e afins, conquistando posição de renome nacional por sua lisura e competência, seja nos produtos que fabrica e comercializa, seja pelo zelo com seu maior patrimônio sua idoneidade. Ocorre que em 01 de dezembro de 2004, a exequente recebeu solicitação de compra de mercadoria por parte da executada, consistindo no fornecimento de 25.000 (vinte e cinco mil) caixas de papelão, compreendendo um valor total de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais). Em virtude das negociações acordadas, foram emitidas 3 (três) duplicatas mercantis, no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) cada, com os vencimentos marcados, respectivamente, para 01 de janeiro de 2005, 01 de fevereiro de 2005 e 1 de março de 2005. 16

Todavia, já no primeiro pagamento começaram os problemas, visto que a primeira duplicata não foi paga. No mês seguinte, a executada deixou de efetuar o pagamento do segundo título, constituindo a inadimplência desta parcela e do restante da obrigação. No deslinde, convém ressaltar que o representante da exequente procurou resolver a aflitiva situação pela via amigável, empreendendo uma série de contatos telefônicos e, inclusive, procurando a sede da empresa devedora. Entretanto, o representante legal da exeqüente, ao chegar à sede da requerida, estarreceu-se, ao constatar que estava abandonada e completamente vazia. Na oportunidade, foi informado por vizinhos que a fábrica da executada não mais existia e que o proprietário retirou todo o maquinário, a viatura e demais pertences da empresa, bem como o estoque de mercadorias, levando-os para sua residência. DOS FUNDAMENTOS Destarte, diante da inoportuna falta de pudor comercial da executada, não apenas por deixar de arcar com a obrigação avençada, mas por ter se furtado à dignidade de enfrentar a situação, se sujeitando ao desaparecimento precoce, encerrando suas atividades e se escondendo, configurase com limpidez o direito que ora se pleiteia, corroborados pela presença dos requisitos necessários. Nesta esteira, torna-se imprescindível a demonstração dos requisitos essenciais para a realização da presente medida, presentes sob a forma que se exige no processo de execução, qual seja o título executivo extrajudicial e o inadimplemento do devedor. Ocorrendo o vencimento de todos títulos, quedou-se inerte a executada quanto ao pagamento dos mesmos, consubstanciando o direito do credor de buscar a tutela jurisdicional para a cobrança do débito de R$ 77.836,70 (setenta e sete mil oitocentos e trinta e seis reais e setenta centavos), conforme planilha de débito em anexo. Com efeito, ficam explicitamente comprovados os elementos essenciais exigidos por lei e balizadores da sanção que ora se propõe, configurados pelo título executivo extrajudicial DUPLICATAS MERCANTIS líquidas, certas e plenamente exigíveis, além da inadimplência do executado a embasar a execução forçada.. 17

DO PEDIDO Diante do exposto, requer a V. Exa: a) a citação da executada na pessoa de seu representante legal, Sr. Wanderson Darlan, que pode ser encontrado na rua Ingá, n 339, Nova Iguaçu, para, no prazo de 24 horas, pagar a quantia de R$ 77.836,70 (setenta e sete mil oitocentos e trinta e seis reais e setenta centavos), sob pena de penhora; b) seja lavrado o auto de penhora, com a conseqüente intimação do executado; c) a expropriação de tantos bens do devedor quantos forem necessários para a satisfação integral do crédito a que tem direito o exequente; d) a condenação do executado aos ônus sucumbenciais. Dá-se à causa o valor de 77.836,70 (setenta e sete mil oitocentos e trinta e seis reais e setenta centavos) Nestes termos, P. Deferimento. Rio de Janeiro, 1 de abril de 2005. Nome do(a) advogado(a) OAB/RJ nº007.007 18

AULA 6 CASO CONCRETO Em agosto de 2002, Lígia Bastos ajuizou ação de despejo por falta de pagamento c/c cobrança de aluguéis (período de novembro de 2001 a agosto de 2002) em face do locatário João Evangelista e de seus fiadores André Madeira e sua mulher Márcia Lopes Madeira, consoante contrato de locação assinado em 23 de abril de 1996, distribuído para o MM Juízo da 32ª Vara Cível da comarca da Capital. Após ser citado, o locatário desocupou o imóvel objeto da locação, motivo pelo qual a ação de despejo foi extinta pela perda do objeto, prosseguindo-se com a cobrança dos aluguéis em relação aos fiadores. André Madeira, devidamente citado no processo de conhecimento, celebrou acordo homologado judicialmente, comprometendo-se a efetuar o pagamento dos aluguéis em atraso em três parcelas iguais e sucessivas, com vencimento em março, abril e maio de 2004. Em decorrência do inadimplemento da obrigação assumida, iniciouse a Execução do Título Judicial. Ao ser citado, André indicou a penhora o imóvel de sua propriedade constituído pela unidade 702 do edifício localizado no número 60 da rua Bambina, em Botafogo, Rio de Janeiro. Apesar da efetivação da penhora, André não opôs embargos, e a execução prosseguiu normalmente. Quando o avaliador judicial, em 13 de março de 2005, compareceu ao referido imóvel para proceder à avaliação, encontrou ali residindo Márcia Lopes Madeira, o que foi certificado no mandado de avaliação. Márcia procura você, advogado(a), e faz o relato a seguir. 1) Em 11 de setembro de 1998, mediante sentença proferida pelo juízo da 6ª Vara de Família, ela e André separaram-se judicialmente, sem terem procedido à partilha do patrimônio comum. 2) Como possuíam dois imóveis, seu ex-marido permaneceu no imóvel em que o casal residia, na rua Anita Garibaldi, 35, apartamento 1.102, enquanto ela mudou-se para o imóvel objeto da penhora. 19

3) Realmente, em 1996 assumiu o encargo de fiadora de João Evangelista, mas em outubro de 1998, quando o contrato de locação foi prorrogado por prazo indeterminado, notificou o locador de que a partir daquela data não mais assumiria tal encargo, o que foi perfeitamente aceito por este. 4) Jamais teve conhecimento da ação proposta por Lígia Bastos e, muito menos, do acordo celebrado por seu ex-marido. 5) Desde que se mudou para o imóvel objeto da penhora exerce, tranqüilamente, a posse sobre o mesmo, efetuando, pontualmente, o pagamento da cota condominial e de todos os tributos que incidem sobre ele. Elabore a peça processual cabível para a defesa dos interesses de Márcia, esclarecendo que esta apresentou todos os documentos comprobatórios de suas alegações. 20 AULA 7 CASO CONCRETO Articulação teoria e prática TEORIA GERAL DOS RECURSOS 1. Recursos São assim chamados porque podem se exercitar dentro do processo em que surgiu a decisão impugnada; diferem das ações impugnativas autônomas, cujo exercício, em regra, pressupõe a irrecorribilidade da decisão, ou seja, o seu trânsito em julgado (ex.: ação rescisória). 2. Admissibilidade 2.1. Juízo de admissibilidade Verificação das condições impostas pela lei para que se possa apreciar o conteúdo da postulação. Com o resultado positivo, o recurso é admissível. Quando o órgão a que compete julgar o recurso o declara inadmissível, diz-se que ele não conhece do recurso. O juízo de admissibilidade é preliminar ao de mérito.

2.2. Requisitos de admissibilidade Intrínsecos: cabimento, legitimação para recorrer, interesse em recorrer e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer; extrínsecos: tempestividade, regularidade formal e preparo. 3. Juízo de mérito Após a preliminar da admissibilidade, cumpre apreciar a matéria impugnada, para acolhê-la, caso fundada, ou rejeitá-la, caso infundada. O objeto do juízo de mérito é o próprio conteúdo da impugnação à decisão recorrida. Pode ocorrer error in iudicando reforma da decisão em razão da má apreciação da questão de direito, ou da questão de fato, ou de ambas. Pode ocorrer error in procedendo invalidação da decisão por vício de atividade. 4. Teoria da causa madura Art. 515, 3 o do CPC, alterado pela Lei 10.352/2001, objetivando atender ao princípio da efetividade da prestação jurisdicional, além da celeridade e da economia processual. Possibilita que, sendo o processo extinto no primeiro grau sem exame do mérito e o tribunal, em grau de recurso, entendendo descabida a extinção, possa decidir o mérito. Só é cabível a aplicação da causa madura se a matéria for unicamente de direito ou, sendo também de fato, em relação a este não houver controvérsia. 5. Efeitos da interposição Impedimento ao trânsito em julgado, efeito suspensivo, efeito devolutivo. 6. Espécies. Disposições legais. Reforma. Leis 10.352, de 26.12.2001, 10.358, de 27.12.2001, e 10.444, de 7.5.2002. 6.1. Apelação (arts. 513 a 521) Sentença, com ou sem julgamento de mérito. 6.1.1. O novo inc. VII do art. 520 do CPC inclui, entre os casos de apelação sem efeito suspensivo, aquela que for interposta contra sentença que confirmar a antecipação de tutela. Entende-se por essa expressão a 21

sentença que, decidindo o mérito a favor do beneficiado da antecipação, implícita ou explicitamente, reafirma a decisão antecipatória. 6.1.2. O art. 296 prevê o juízo de retratação em apelação de sentença que indefere a petição inicial. 6.2. Agravo Arts. 522 a 529. Decisão interlocutória. Não pode o recurso prejudicar o andamento do feito. 6.2.1. Agravo retido A reforma introduziu no CPC um dispositivo de abrangência geral, destinado a demarcar divisas entre o agravo de instrumento e o agravo retido, dizendo: Será retido o agravo das decisões proferidas na audiência de instrução e julgamento e das posteriores à sentença, salvo nos casos de dano difícil e de incerta reparação, nos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida. (art. 523, 4 o, redação dada pela Lei 10.352/2001) 6.2.2. O novo 4 o do art. 523 do CPC associa-se ao inc. II de seu art. 527, também trazido pela Lei 10.352/2001, segundo o qual é da competência do relator do agravo de instrumento convertê-lo em retido, nos casos em que o veto se imponha e, portanto, seja admissível este agravo e não aquele. Prazo: o prazo de resposta ao agravo retido antigo, de cinco dias, foi dilatado para dez dias, nos termos do art. 523, 2 o da Lei 10.352/2001. 6.2.3. Agravo de instrumento A reforma do CPC trouxe inúmeras mudanças na disciplina legal do agravo de instrumento, objetivando maior celeridade de sua tramitação. 6.2.4. Comunicação ao juízo de origem Art. 526 O legislador criou a norma no sentido de condicionar à iniciativa do agravado a possibilidade de extinção do agravo por falta de cumprimento do ônus instituído pelo art. 526. Dessa forma, criou uma argüição em sentido estrito, ou seja, aquela que só pode ser apreciada pelo juiz se for levantada pelo interessado. Entende-se que tal alegação deva ser feita logo nas contra-razões recursais, muito embora a lei não aponte o prazo. 22

Negar seguimento ao agravo (art. 527, I) no entendimento do legislador, negar seguimento ao recurso abrangeria hipóteses de recursos desmerecedores de conhecimento, por lhes faltar algum dos pressupostos de admissibilidade, e recursos desmerecedores de provimento, porque desamparados pelo Direito, pela jurisprudência ou pela prova. Negando provimento ao recurso, o relator impede que o mesmo siga para câmara ou turma. 6.2.5. Converter o agravo de instrumento em retido Arts. 527, II, e 523, 4 o trata-se de uma inovação ao Direito vigente antes da reforma. 6.2.6. Suspensão da medida e efeito ativo Arts. 527, I e III, e 557, 1 o, a admite que o relator tem não só o poder de suspender os efeitos da decisão agravada, como ainda de conceder, ele próprio, a medida urgente que o juiz inferior haja negado. O que significa dizer que efeito ativo seria o poder do relator de reverter uma decisão inferior negativa, agregando à situação processual do agravante efeito ativo. Obs.: Quando houver pedido de liminar no agravo, para conceder efeito suspensivo, deverá ser destacado e fundamentado no art. 558 do CPC, na peça de interposição. 6.3. Embargos de declaração Arts. 535 a 538 quando na sentença ou no acórdão existe obscuridade, contradição; quando for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal. 6.4. Embargos infringentes Art. 530 cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da divergência (redação dada pela Lei 10.352, de 26.12.2001). 6.5. Agravo regimental Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro CPC. 6.6. Recurso ordinário 23

Seu cabimento está disciplinado nos arts. 102, II, a, e 105, II, b, c da Constituição Federal (CF), e nos arts. 539 e 540 do CPC. 6.7. Recurso extraordinário Arts. 102, III, a, b, c da CF, e 541 a 546 do CPC. 6.8. Recurso especial Arts. 105, III, a, b, c da CF, e 541 a 546 do CPC. 6.9. Embargos de divergência em recurso especial e em recurso extraordinário Art. 496, VIII do CPC. 7. Estrutura do recurso de apelação EX. mo SR. DR. JUIZ DE DIREITO... (art. 514 do CPC) (NOME DO APELANTE e qualificação completa), nos autos da AÇÃO, que tramita pelo rito, movida por (NOME DO APELADO e qualificação completa), inconformado com a r. sentença de fls., vem a V. Ex. a, tempestivamente, interpor recurso de APELAÇÃO para o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, apresentando as razões em anexo, assim como o comprovante de recolhimento das custas relativas ao preparo do recurso. 24

Diante do exposto, requer a V. Ex. a se digne em receber o presente recurso, no seu efeito prescrito em lei, remetendo os autos à Superior Instância. P. Deferimento. Rio de Janeiro, de de. Nome do(a) advogado(a) OAB/RJ nº xxxx (Peça de interposição) RAZÕES DE APELAÇÃO Processo n o Apelante: Apelado: EGRÉGIA CÂMARA, Merece reforma a referida sentença recorrida em razão da má apreciação das questões de fato e de Direito, como irá demonstrar o apelante. 25

DOS FUNDAMENTOS DE FATO E DE DIREITO Obs.: Atacar os fundamentos da sentença apelada, indicando nas folhas dos autos as razões de fato e articulando os fundamentos para a reforma. 1. Trata-se de ação 2. 3. 4. DO PEDIDO DE NOVA DECISÃO Em razão de todo o exposto, requer o apelante que esse Egrégio Tribunal conheça do recurso ora interposto e lhe dê provimento para reformar a sentença recorrida no sentido de julgar procedente/improcedente o pedido, por ser medida de Direito e de Justiça. Rio de Janeiro, de de. Nome do(a) advogado(a) OAB/RJ nº xxxx (Razões do recurso) 26

8. Estrutura do recurso de agravo EX. mo SR. DR. DESEMBARGADOR VICE-PRE- SIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (Codjerj e RITJ/RJ) (NOME DO AGRAVANTE), (qualificação), data venia, inconformado com a referida decisão de fls., da lavra do eminente Dr. Juiz de Direito da Vara da Comarca de, proferida nos autos da AÇÃO que move em face de (NOME DO AGRAVADO), (qualificação), vem, por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional na rua (art. 524, III do CP), com fundamento nos arts. 524 e segs. do CPC, dela interpor recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO a fim de ver reformada a decisão, pelas anexas razões, requerendo a V. Ex.ª se digne em recebê-lo e processá-lo, distribuindo o presente a uma das Colendas Câmaras deste Egrégio Tribunal. Outrossim, de acordo com o que dispõe o art. 525 do CPC, anexa os documentos abaixo relacionados, para a devida formação do instrumento. 1. Cópia da decisão agravada. 2. Cópia da certidão da intimação da decisão agravada. 3. Cópia da procuração outorgada aos advogados do agravante e do agravado. 27

4. Cópia da petição inicial da Ação... 5. Cópia da afirmação de pobreza (se for o caso). 6. Cópia da íntegra da decisão proferida em eventual acórdão. Nestes termos, P. Deferimento. Rio de Janeiro, de de. Nome do(a) advogado(a) OAB/RJ nº xxxx (Peça de interposição) 28

RAZÕES DE AGRAVO Processo n o Ação: Agravante: Agravado: EGRÉGIO TRIBUNAL. COLENDA CÂMARA, Merece reforma a referida decisão atacada, posto que proferida contrariamente à prova dos autos e sem qualquer amparo legal. 1. Trata-se de AÇÃO proposta pela Agravante em face de. 2. Ocorre que... (expor os fatos e fundamentos motivadores da reforma da decisão) Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente Recurso de Agravo de Instrumento, para o fim de reformar a decisão ora agravada, no sentido de por ser medida de Direito e de Justiça. P. Deferimento. Rio de Janeiro, de de. Nome do(a) advogado(a) OAB/RJ nº xxxx (Razões do recurso) 29