ANÁLISE DO PERFIL PSICOMOTOR DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DO COLÉGIO PEDRO II U. E. CENTRO RJ

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Transcrição:

ANÁLISE DO PERFIL PSICOMOTOR DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DO COLÉGIO PEDRO II U. E. CENTRO RJ Eliane Glória Reis da Silva Souza - Michelle Rodrigues Ferraz Ricardo Carlos Santos Alves Faculdades Integradas Maria Thereza RESUMO A Educação Física sempre encontrou dificuldades em metodologias na escola. O objetivo desta pesquisa foi identificar o perfil psicomotor dos alunos do ensino fundamental do Colégio Pedro II - Centro, visando apontar adequações ou inadequações nas estratégias pedagógicas. A metodologia foi organizada a partir de um questionário 1, análise através de estatística descritiva, com médias aritméticas e análise de gráficos. A amostra foi constituída de 384 alunos, sendo 175 meninos e 09 meninas. Os resultados revelaram que a prática em atividades físicas possui maior freqüência apenas uma vez por semana. Podemos concluir que os alunos estão ficando sedentários, e despreocupados com as conseqüências da inatividade. Palavras chave: educação física escolar, perfil psicomotor, qualidade de vida. INTRODUÇÃO A Educação Física sempre encontrou dificuldades no que diz respeito a metodologias e estratégias na escola. Nem todos os profissionais estão atualizados para a prática pedagógica. Cada aluno tem seu próprio tempo, características e forma particular de se desenvolver, que será atentamente observada por um profissional que domine esse conteúdo. Nossa ciência é bastante reducionista, quanto ao estudo do ser humano e seus movimentos. Ela, com a necessidade de enquadrar os movimentos numa lei universal, não analisa os mesmos levando em conta questões sociais, culturais, antropológicas, etc. Os espaços nas grandes cidades, onde há maior densidade demográfica está cada vez mais carente de qualidade para o trabalho de desenvolvimento das funções psicomotoras, ficando mais difícil para as crianças a prática de atividades naturais e lúdico-recreativas. As atividades em instituições como clubes e associações representam alternativas caras e seletivas, não oferecendo oportunidades a todos, sobra a escola, onde os alunos têm a possibilidade de realizar alguma atividade física. O amadurecimento das funções psicomotoras está intimamente ligado ao desenvolvimento das funções neurológicas, a variedade de movimentos que são feitos por uma pessoa e a qualidade da estimulação nessa relação. 34 Se um profissional responsável pelo desenvolvimento dessas funções, no período mais adequado para tal, conhece os mecanismos desse processo, fica 1 Fonseca Manual de Observação Psicomotora, Artes médicas, RJ, 1995. Galahue O Ozmun Compreendendo o desenvolvimento motor Phorte, SP, 00. 3 Freire J. B. e Scaglia A.J. Educação como prática corporal. Scipione, RJ, 003 4 Levin A infância em Cena, Vozes, RJ, 1997.

muito mais fácil e caracterizado como possível o mesmo. Em contraste, um profissional que não comporta tais possibilidades, pode comprometer e muito toda a evolução de um sujeito. Consequentemente o processo de aprimoramento educativo-escolar pode apresentar-se comprometido, isso se agrava com o aluno só realizando atividades na escola, uma vez por semana, ou através de prática pedagógica equivocada, sem coerência metodológica ou com estratégias não estimuladoras. A partir das observações, comparando-as e analisando-as, levantamos considerações sobre as possíveis razões do interesse ou desinteresse dos alunos em relação à prática de atividades físicas regulares e ao aprimoramento das habilidades psicomotoras, de forma a esclarecer e apresentar contribuições adequadas no sentido de minimizar distorções ou possíveis interpretações sem respostas aos casos mais críticos ou incompreensíveis aos olhos educacionais. JUSTIFICATIVA Essa investigação não pretende esgotar o assunto, mas através desta observação podemos encontrar algumas explicações que justifiquem o alto grau de inatividade dos alunos desta escola, no que tange a freqüência na prática de atividades físicas, apontando o sedentarismo como um fator preponderante podendo levar os alunos à despreocupação com as conseqüências futuras desse comportamento. A importância e relevância desta pesquisa estão em criar estratégias de ensino que acarretem numa mudança comportamental dos alunos, tornando-os cidadãos críticos e pensantes capazes de elevar o grau de sua qualidade de vida bem como de toda sociedade. OBJETIVOS O objetivo desta pesquisa inclui várias questões como identificar o perfil psicomotor dos alunos do ensino fundamental do Colégio Pedro II U. E. Centro RJ, visando esclarecer e apontar adequações ou inadequações nas estratégias pedagógicas, assim como averiguar o nível dos alunos dentro e fora da escola no que diz respeito à prática de atividades físicas. Verificar a quantidade, a qualidade e a freqüência em atividades físicas dos alunos, tentando encontrar explicações sobre as dificuldades ou facilidades tanto na execução de movimentos, mas também nos resultados da aprendizagem, ou na construção do pensamento dos alunos. Indicar a freqüência semanal em atividades físicas da amostra distinguindo gêneros. Observar, avaliar e levantar o perfil psicomotor dos alunos, com o intuito de planejar estratégias para a mudança do comportamento dos alunos em relação ao perfil encontrado.

Verificar o percentual de alunos do ensino fundamental que são filiados à uma federação, ou seja, que estão praticando atividades físicas regularmente de forma adequada ou precoce. Analisar se o perfil psicomotor dos alunos que entram no ensino fundamental se mantém, evolui ou involui durante as outras séries. METODOLOGIA A metodologia foi organizada a partir de um questionário investigativo e os dados sofreram análise através de estatística descritiva, com médias aritméticas e análise de gráficos. A pesquisa teve como alvo os alunos regularmente matriculados no ensino fundamental do Colégio Pedro II Unidade Escolar Centro. A amostra foi constituída de 384 alunos da 5ª à 8ª séries do ensino fundamental, sendo 175 meninos e 09 meninas. RESULTADOS Os resultados revelaram que a prática em atividades físicas tanto em meninos quanto em meninas do ensino fundamental da escola possui maior freqüência apenas uma vez por semana. Isso significa que só fazem atividades na aula de Educação Física da escola. Nas séries posteriores (6ª, 7ª, e 8ª) não há melhora significativa desse quadro, ou seja,o perfil psicomotor dos alunos não evolui durante as outras séries, em poucos casos há permanência, já que alguns alunos demonstraram praticar as atividades físicas mantendo a mesma freqüência em todo o ensino fundamental. O perfil observado desses alunos foi de inatividade e involução, em sua maioria, esses resultados. Esse quadro sugere uma mudança no modelo estabelecido até o momento pela área, uma vez que demonstra não estimular o aluno às atividades físicas. No gráfico1 são apresentadas informações quanto à freqüência semanal dos meninos do ensino fundamental em atividades físicas. Observações: 1) O item uma vez por semana apresenta o maior índice de freqüência semanal em atividades físicas na 5ª série com percentual de 4,5 %. ) Na 6ª série o item uma vez por semana também representa o maior índice de freqüência em atividades físicas com percentual de 8,9%. 3) Na 7ª série há um empate entre o item uma vez por semana e o item duas vezes por semana com percentuais iguais de 31,1 %. 4) Na 8ª série o item uma vez por semana representa 3 % da freqüência em atividades físicas, sendo este o maior índice semanal.

FREQUÊNCIA SEMANAL EM ATIVIDADES FÍSICAS - ENS. FUND. MASC. 45,0 4,5 4 35,0 3 5,0 8,9 31,1 3 31,1 5,0,5 15,0 1 5,0 7,5 15,6,0 15,6 15,6 16,0 8,9 8,9 1 3 4 5 6 7 T 5ª T 6ª T 7ª T 8ª 1,0,5 8,9 4,4 16,0 4,4, 17,8 6,7 4,0 No gráfico são apresentadas informações quanto à freqüência semanal das meninas do ensino fundamental em atividades físicas Observações: 1) O item uma vez por semana na freqüência semanal em atividades físicas das meninas apresenta maior índice na 5ª, 6ª,7ª e 8ª séries. Destacando-se a 7ª como a série que teve o percentual de 57,4%, este foi o maior encontrado no item uma vez por semana, em contraste com os meninos da mesma turma que tiveram um empate entre os item um vez e duas vezes semanais. FREQUÊNCIA SEMANAL EM ATIVIDADES FÍSICAS - ENS. FUND. FEM. 6 5 4 41,5 48,0 57,4 43,6 3 18,9 0,8 1 8,0 14,9 17,0 18, 7,5 18,0,1 1,7 3,8 4,0 6,4 3,6 1,9 1 3 4 5 6 7 1,8 5,7,0,1 T 5ª T 6ª T 7ª T 8ª

No gráfico3 são apresentadas informações quanto à freqüência semanal dos meninos e meninas do ensino fundamental em atividades físicas. E os meninos demonstraram ser mais ativos fisicamente que as meninas, apesar da amostra contar com um maior número de meninas. PERCENTUAL TOTAL DA FREQUÊNCIA SEMANAL EM ATIVIDADES FÍSICAS - E. FUND. (MASC E FEM) 50 40 30 33 47 0 10 19 16 18 19 13 10 8 1 7 0 4 1 3 4 5 6 7 MASCULINO FEMININO No gráfico4 são apresentadas informações quanto ao percentual de alunos do ensino fundamental que são filiados a uma federação, distinguindo gêneros. O percentual de alunos federados é quase que insignificante e, mas apesar de serem poucos há uma quantidade maior de alunos da 5ª série federados, o que significa que ao invés de também estarem trabalhando com questões lúdicorecreativas, culturais e antropológicas, estão praticando atividades esportivas que geralmente centralizam o objetivo em rendimento e performance. PERCENTUAL DE ALUNOS FEDERADOS - E. FUND. (1- MASC. / - FEM.) 3 4 3,4 3 1 0,5 1,0 1,5 1 0 1 5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7ª SÉRIE 8ª SÉRIE

CONCLUSÕES Níveis da prática de atividade física habitual em segmentos da população jovem têm-se tornado importante tema de interesse e preocupação constante entre especialistas da área, em razão de sua estreita associação com aspectos relacionados à saúde. O assunto abordado nesta pesquisa contorna não só os aspectos físicos do desenvolvimento dos alunos, mas também aspectos mentais e emocionais. A Educação Física atual não tem como objetivo principal formar corpos como a algumas décadas atrás, mas sim formar corpos-sujeitos, pessoas pensantes e críticas, capazes de mudar a história de sua vida, apesar de alguns fatores já estarem pré-estabelecidos pela sociedade antes mesmo de nascer. Em idades infantis parece que a prática de atividades físicas caracteriza-se como tendência inata. Contudo, na seqüência, pode tornar-se suscetível a modificações de acordo com os estímulos recebidos durante o processo de desenvolvimento. O meio sociocultural em que a criança se desenvolve nem sempre fomenta suficiente e adequadamente a prática de atividades físicas, de tal maneira que esta passa a identificar-se com atitudes sedentárias, como longo tempo assistindo TV ou Vídeo, por não serem apresentadas outras opções de lazer, brinquedos eletrônicos e substituição a outros que exigem esforços físicos mais intensos e prática esportiva excessivamente formal em prejuízo do caráter lúdico das atividades recreativas. A Educação Física deve levar em consideração todos os aspectos psicossociais que a atividade física pode desenvolver nos alunos. Não apenas os aspectos físicos. Podemos concluir que os alunos estão cada vez mais sedentários, menos preocupados com as conseqüências que a inatividade pode causar. Esse comportamento inadequado a um bom desenvolvimento psicomotor pode comprometer esses alunos. A prática habitual de atividades físicas caracteriza-se como componente essencial para o estabelecimento de situação ideal á saúde. Esses resultados sugerem intervenções urgentes por parte dos professores e da instituição, que venham mudar esse quadro na população jovem e estimular a atividade física como um estilo de vida. Resumo apresentado e publicado no FIEP BULLETIN, Volume 77, pág. 018, Doc. Nº 39, Foz do Iguaçu-PR. 007.