CONSTRUINDO A QUALIDAE DOS CONSELHOS DE EDUCAÇÃO. Paulo Hentz

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Transcrição:

CONSTRUINDO A QUALIDAE DOS CONSELHOS DE EDUCAÇÃO Paulo Hentz paulohentz@gmail.com

DADOS HISTÓRICOS A década de 1960 e o surgimento da maior parte dos Conselhos Estaduais de Educação. Decorrência da Lei nº 4.024/61 e herança da política desenvolvimentista da década de 1950.

DADOS HISTÓRICOS Os Municípios eram abrangidos pelos Sistemas Estaduais de Ensino. Só poderiam ter sistema próprio por delegação do Sistema Estadual de Ensino.

OS SISTEMAS MUNICIPAIS DE ENSINO NA CONSTITUIÇÃO Com a Constituição de 1988, os Municípios passam a ser Entes Federados, com o dever de organizar seu próprio sistema de ensino.

OS SISTEMAS MUNICIPAIS DE ENSINO NA LDB Art. 8 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão*, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino. 2 Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta Lei. *Não poderão organizar.

OS SISTEMAS MUNICIPAIS DE ENSINO NA LDB Art. 11. Os Municípios incumbirse-ão de: [...] III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino; [...]

A CRONOLOGIA E A ORGANIZAÇÃO Os Conselhos Estaduais de Educação, por seu tempo de atuação, têm, no geral, melhor estrutura.

A CRONOLOGIA E A ORGANIZAÇÃO Os Conselhos Municipais de Educação, por sua condição recente, ainda estão num processo de legitimação na estrutura do poder público.

A CRONOLOGIA E A ORGANIZAÇÃO A busca da qualidade deve ser meta de ambos.

COMPETÊNCIAS TRADICIONAIS DOS CONSELHOS Normativa: Normatizar não é legislar (o ato de legislar é privativo do Poder Legislativo).

COMPETÊNCIAS TRADICIONAIS DOS CONSELHOS Consultiva: Para prestar consultoria a quem?

COMPETÊNCIAS TRADICIONAIS DOS CONSELHOS De assessoramento superior: Assessorar é impor políticas?

COMPETÊNCIAS TRADICIONAIS DOS CONSELHOS De deliberação coletiva: O caráter colegiado dos conselhos.

COMPETÊNCIAS RECENTES De mobilização: Mobilizar a sociedade em defesa do atendimento das necessidades educacionais pelo poder público e demais causas educacionais.

COMPETÊNCIAS RECENTES De controle social: Controlar, com a sociedade civil, as ações do poder público referentes ao atendimento educacional da população. Controvérsias quanto a estas competências.

COMPETÊNCIAS RECENTES Controvérsias quanto a estas competências.

Em que consiste a qualidade no exercício das competências dos Conselhos?

RELACIONAMENTO SME e CME não são, por definição, adversários, mas aliados na mesma causa. A necessária cooperação entre esses órgãos para garantir o bom funcionamento de ambos.

RELACIONAMENTO A cooperação implica o reconhecimento da independência e da competência específica de cada órgão: CME normatiza; SME coordena e executa.

FUNCIONAMENTO A importância de um regimento para disciplinar as rotinas, os ritos e as funções de cada membro do CME. O necessário empenho de cada Conselheiro como um servidor da sociedade. A distribuição equitativa das atribuições, para que não se sobrecarreguem alguns.

FUNCIONAMENTO A necessária coragem da busca da justiça no julgamento dos pleitos, além da obediência à Lei. A pura aplicação da Lei não exigiria a existência de Conselhos.

PAPEL DOS CONSELHEIROS O Regimento Interno do Conselho determina o papel específico dos Conselheiros. Algumas funções, no entanto, se colocam independente de determinação regimental, como:

PAPEL DOS CONSELHEIROS Ter um perfil de colegialidade e de respeito democrático às diferenças. Ser participante ativo nos debates e deliberações colegiadas.

PAPEL DOS CONSELHEIROS Ser um estudioso da legislação e das normas educacionais em suas diferentes fontes. Contribuir com sua atividade individual no estudo e no relato de processos.

PAPEL DOS CONSELHEIROS Desenvolver a competência de interpretar a legislação e demais normas em benefício do processo educativo.

PAPEL DOS CONSELHEIROS Desenvolver a atenção à dinamicidade dos processos educacionais para poder propor indicações pertinentes. Desenvolver a competência de ser formulador de políticas educacionais.

IMPORTÂNCIA DOS CONSELHEIROS O Conselheiro é sempre membro de uma minoria de escolhidos dentre muitos. A condição de escolhido dentre muitos lhe atribui a importância e a responsabilidade de quem deve atuar como representante da sociedade. O caráter deliberativo dos Conselhos de Educação atribui aos Conselheiros a condição de ter que decidir no lugar da sociedade.

IMPORTÂNCIA DOS CONSELHEIROS O caráter colegiado dos Conselhos de Educação dá aos Conselheiros a condição de quem deve decidir, não apenas a partir de seu ponto de vista, mas no diálogo com diferentes perspectivas.

IMPORTÂNCIA DOS CONSELHEIROS O caráter normativo dos Conselhos de Educação atribui aos Conselheiros a condição de auxiliares dos legisladores, uma vez que lhes cumpre elaborar e aprovar normas complementares à legislação.

IMPORTÂNCIA DE UM CORPO TÉCNICO Os Conselheiros deliberam, mas precisam de um suporte técnico para garantir a qualidade de suas decisões. A coleta de normas sobre os temas sob deliberação para subsídio aos Conselheiros. O zelo pela correção de todos os documentos que emanam dos Conselhos.

PERFIL DO CORPO TÉCNICO Ser estudioso da legislação e das normas complementares referentes à educação. Ser zeloso no tocante à correção e à coerência legal do que escreve. Conhecer seu espaço em relação à Presidência do Conselho e dos demais Conselheiros.

CONSTRUINDO A QUALIDADE Necessidade de infraestrutura física para o desenvolvimento das atividades técnicas e deliberativas. Necessidade de um corpo técnico para dar suporte às atividades deliberativas. O zelo por fazer bem feito tudo o que se faz no Conselho de Educação.

MUITO OBRIGADO! paulohentz@gmail.com