INTEGRAÇÃO TERRITORIAL DAS POLÍCIAS MILITAR E CIVIL: Uma proposta de criação de Áreas Integradas de Segurança Pública na cidade do Natal



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Transcrição:

ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DA DEFESA SOCIAL POLÍCIA MILITAR CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES VII CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA INTEGRAÇÃO TERRITORIAL DAS POLÍCIAS MILITAR E CIVIL: Uma proposta de criação de Áreas Integradas de Segurança Pública na cidade do Natal Natal 2007

ANDRÉ LUIZ VIEIRA DE AZEVEDO CÉSAR RODRIGUES CASTRO INTEGRAÇÃO TERRITORIAL DAS POLÍCIAS MILITAR E CIVIL: Uma proposta de criação de Áreas Integradas de Segurança Pública na cidade do Natal Monografia apresentada ao Centro de Estudos Superiores da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, como requisito final à aprovação no VII Curso Superior de Polícia. Orientadora: Profª. Dra. Maria do Livramento M. Clementino. Natal 2007

ANDRÉ LUIZ VIEIRA DE AZEVEDO CÉSAR RODRIGUES CASTRO INTEGRAÇÃO TERRITORIAL DAS POLÍCIAS MILITAR E CIVIL: Uma proposta de criação de Áreas Integradas de Segurança Pública na cidade do Natal Monografia apresentada ao Centro de Estudos Superiores da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, como requisito final à aprovação no VII Curso Superior de Polícia. Aprovada em: / / BANCA EXAMINADORA Profª. Dra. Maria do Livramento Miranda Clementino Orientadora Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Profª. Ms. Lucien Neves de Oliveira Centro de Estudos Superiores da Polícia Militar - CES Bel. Christian Cirino de Medeiros Diretor de Planejamento e Finanças da DEGEPOL

Dedicamos este trabalho a todos que, entendendo a importância da Segurança Pública, contribuem direta ou indiretamente para a construção de uma cultura de disseminação da paz.

AGRADECIMENTOS A Deus, pai onipotente, pela sua grandiosa bondade: deu-me forças para vencer este desafio; A minha mãe Marta, que soube, com amor e dedicação, direcionar seus três filhos para o caminho do bem; A minha esposa Lívia, pelo amor e pela forma carinhosa, paciente e prestimoniosa com que tem me tratado, não só durante esta jornada acadêmica, mas em todos os dias de nossa convivência, sobretudo nas horas difíceis; e ao nosso futuro filho, alegria, razão e incentivo maior de nossas vidas; À Governadora Wilma de Faria, que, além de me honrar com a oportunidade de desempenhar as funções de Ajudante-de-Ordens, e de possibilitar minha participação no Curso Superior de Polícia requisito indispensável à carreira do oficialato tem permitido que eu aprenda as mais admiráveis lições de justiça; Às Professoras Orientadoras Livramento e Lucien, por procurarem me guiar, com paciência e dedicação, na busca do conhecimento; Ao Cel. PM Marcondes Rodrigues Pinheiro, Comandante-Geral da Polícia Militar, e ao Bel. Ben-Hur Cirino de Medeiros, Delegado-Geral de Polícia Civil, pelo apoio e atenção que dispensaram à realização do CSP/2007; Ao corpo docente do Centro de Estudos Superiores da Policia Militar, pela forma com que se empenhou para o sucesso do curso, em especial ao Diretor do CES, Cel. PM Francildo de Souza Nunes, e seus auxiliares, Maj. PM Francisco Flávio Melo dos Santos e 1º Ten. PM Rosalina de Souza Câmara, profissionais incansáveis na busca do cumprimento das metas de trabalho; Aos colegas Oficiais Alunos, pela feliz e edificadora convivência. André Luiz Vieira de Azevedo

AGRADECIMENTOS A Deus, em primeiro lugar, por ter me dado força e perseverança para ultrapassar os obstáculos da caminhada ao longo do curso; A minha querida esposa, que soube me incentivar nas horas mais difíceis, sendo ela a força motriz da minha vida; A meus filhos, que contribuíram para esta grande vitória; Aos amigos que conquistei ao longo do curso; Às orientadoras Lucien e Maria do Livramento, que souberam orientar com disciplina visando ao objetivo final desta monografia. César Rodrigues Castro

RESUMO Este trabalho apresenta uma proposta de criação de Áreas Integradas de Segurança Pública na cidade do Natal. Observa aspectos relativos a histórico, características, competências e formas de atuação das polícias estaduais do Rio Grande do Norte. Analisa problemas referentes à dicotomia do setor de segurança pública, da maneira dissociada de atuação territorial das instituições policiais e de aspectos do policiamento comunitário. Apresenta intervenções necessárias para uma melhor integração entre os órgãos estaduais de segurança. Palavras-chave: Segurança Pública. Polícia Militar. Polícia Civil. Integração.

7 ABSTRACT This work presents a proposal to create na Integrate Area of Public Safety on the city of Natal. Observes relatives aspects of historic, characteristics, competencies and forms of actuation of the Rio Grande do Norte State Polices. Analyses problems according to a dichotomy of the Public Safety sector, in a dissociated form of the territorial actuation of the Polices Institutions and the aspects of the communitarian policing. Presents necessary interventions for a better integration among the State Safety Organizations. Key words: Public Safety. Militar Police. Civil Police. Integration.

8 S U M Á R I O 1 INTRODUÇÃO 16 2 ATUAÇÃO DAS POLÍCIAS ESTADUAIS NO MUNICÍPIO DE NATAL 21 2.1 POLÍCIA MILITAR 22 2.1.1 Breve histórico 23 2.1.2 Estrutura organizacional 24 2.1.3 Circunscrições dos Batalhões da Polícia Militar na Capital 29 2.1.4 Distribuição de efetivo militar e viaturas das unidades do CPC 30 2.1.5 Ocorrências policiais atendidas pelo CPC 34 2.2 POLÍCIA CIVIL 42 2.2.1 Breve histórico 42 2.2.2 Estrutura organizacional 44 2.2.3 Efetivo policial 46 2.2.4 Circunscrições das Delegacias Distritais da Capital 48 2.2.5 Dados estatísticos de registro de ocorrências policiais nas Delegacias Distritais da Capital 51 2.3 A CIDADE DO NATAL 52 2.3.1 Breve histórico 52 2.3.2 Dados básicos do Município de Natal 59 3 A DICOTOMIA DO SETOR DE SEGURANÇA PÚBLICA 73 3.1 POLÍCIA CIVIL X POLÍCIA MILITAR 74 3.2 O SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA 75

9 3.3 A ATUAÇÃO TERRITORIAL DISSOCIADA E OUTROS PROBLEMAS 77 3.4 O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO EM NATAL 84 4 PROPOSTAS 89 4.1 INTERVENÇÕES NA POLÍCIA CIVIL 94 4.2 INTERVENÇÕES NA POLÍCIA MILITAR 97 4.3 OUTRAS PROPOSTAS DE INTEGRAÇÃO 101 4.4 PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE AISPs NA CIDADE DO NATAL 103 4.5 PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE ACISPs NA CIDADE DO NATAL 104 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 105 REFERÊNCIAS 107 ANEXOS 111

10 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AISP - Área Integrada de Segurança Pública ACISP - Área de Coordenação Integrada de Segurança Publica APC - Agente de Polícia Civil APM - Academia de Polícia Militar Bel. - Bacharel BOPE - Batalhão de Operações Especiais BPGd - Batalhão de Polícia de Guarda BPM - Batalhão de Polícia Militar BPRE - Batalhão de Policia Rodoviária Estadual Btl - Batalhão Cel - Coronel CFAPM - Centro de Formação e Aperfeiçoamento da Polícia Militar Ch. - Chefe CHOQUE - Companhia de Polícia de Choque Cia - Companhia CES - Centro de Estudos Superiores CIPAM - Cia Independente de Proteção Ambiental CIPM - Cia Independente de Polícia Militar COINE - Coordenadoria de Informática e Estatística CIODS - Centro Integrado de Operações de Defesa Social CIOSP - Centro Integrado de Operações de Segurança Pública COLDEPOL - Colegiado de Delegados da Polícia Civil CONSEG - Conselho Comunitário de Segurança CONSEPOL - Conselho Superior da Polícia Civil COPOM - Central de Operações da Polícia Militar CPC - Comando do Policiamento da Capital CPFem - Companhia de Polícia Feminina CPGd - Companhia de Polícia de Guarda CPI - Comando de Policiamento do Interior CPM - Companhia de Polícia Militar CPRE - Comando de Policiamento Rodoviário Estadual CPRP - Companhia de Polícia de Rádio Patrulha CPTUR - Companhia de Proteção ao Turismo CSM - Centro de Suprimento e Manutenção CTM - Companhia Tático-Móvel DAL - Diretoria de Apoio Logístico DAME - Delegacia de Armas, Munições e Explosivos DCA - Delegacia da Criança e do Adolescente DE - Diretoria de Ensino ou Delegacia Especializada DEA - Delegacia Especializada em Adolescente DEAM - Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher DEAM-ZN - DEAM da Zona Norte DEATUR - Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista DEPREMA - Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente DEAV - Delegacia Especializada em Acidente de Veículos

DEC - Delegacia Especializada em Costumes DECAP - Delegacia Especializada em Capturas DECIDA - Delegacia Especializada em Atendimento ao Cidadão DECON - Delegacia Especializada em Atendimento ao Consumidor DEDEPP - Delegacia Especializada na Defesa do Patrimônio Público DEDF - Delegacia Especializada em Defraudações e Falsificações DEFUR - Delegacia Especializada em Furtos e Roubos DEHOM - Delegacia Especializada em Homicídios DEPROV - Delegacia Especializada em Veículos e Cargas DENARC - Delegacia Especializada em Narcóticos DF - Diretoria de Finanças DP - Delegacia Distrital, Distrito Policial ou Diretoria de Pessoal DPC - Delegado de Polícia Civil DPRE - Distrito de Policiamento Rodoviário Estadual DPZS 1E - 1ª Equipe da Delegacia de Plantão Zona Sul DPZN 2E - 2ª Equipe da Delegacia de Plantão Zona Norte DS - Diretoria de Saúde EMG - Estado-Maior Geral EPC - Escrivão de Polícia Civil EPMon - Esquadrão de Polícia Montada FS - Formação Sanitária HCCPG - Hospital Central Cel Pedro Germano HRPM - Hospital Regional da Polícia Militar IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IGPM - Inspetoria-Geral das Polícias Militares JPMS - Junta Policial Militar de Saúde Maj - Major ONG - Organização Não-Governamental p. - Página ou páginas PAE - Pelotão de Atividades Especiais PM - Polícia Militar PC - Polícia Civil PCS - Pelotão de Comando e Serviços PMN - Prefeitura Municipal de Natal PMRN - Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte PMMG - Polícia Militar do Estado de Minas Gerais PMPE - Polícia Militar do Estado de Pernambuco PMRJ - Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro QCG - Quartel do Comando Geral RN - Rio Grande do Norte ROCAM - Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas Sç - Seção Sç Ap Adm - Seção de Apoio Administrativo SEMURB - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo SENASP - Secretaria Nacional de Segurança Pública SESED - Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social SUSP - Sistema Único de Segurança Pública Ten - Tenente Ten Cel - Tenente-Coronel 11

12 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Fotografia do Quartel do Comando Geral/PMRN 23 Figura 2 Organograma da PMRN 25 Figura 3 Organograma do CPC 27 Figura 4 Área I circunscrição do 1º BPM Natal/RN 29 Figura 5 Área II circunscrição do 5º BPM Natal/RN 30 Figura 6 Área III circunscrição do 4º BPM Natal/RN 30 Figura 7 Distribuição do número de Chamadas atendidas pelo CIOSP, no 1º semestre de 2007, por bairro Natal/RN 38 Figura 8 Taxa de ocorrências por 1.000 habitantes registradas pelo CIOSP, no 1º semestre de 2007, por bairro Natal/RN 40 Figura 9 Distribuição do número de homicídios registrados pelo CIOSP, no 1º semestre de 2007, por bairro Natal/RN 41 Figura 10 Organograma geral da Polícia Civil 45 Figura 11 Distribuição das Delegacias Distritais em Natal 49 Figura 12 Mapa português da Fortaleza dos Reis Magos 52 Figura 13 Fotografia do Forte dos Reis Magos 53 Figura 14 Fotografia da Praça André de Albuquerque 1911 54 Figura 15 Localização geográfica de Natal RN 55 Figura 16 Fotografia da Rampa/Natal 2ª Guerra Mundial 56 Figura 17 Fotografia da praia de Ponta Negra 56 Figura 18 Bairro de Petrópolis Natal 57 Figura 19 Ponte de Todos Newton Navarro 58 Figura 20 Distribuição dos bairros de Natal por região administrativa 60 Figura 21 População residente por área geográfica Natal/RN 64 Figura 22 Densidade demográfica por área geográfica Natal/RN 65 Figura 23 Ligações de esgotos por área geográfica 66 Figura 24 Rendimento mensal médio por área geográfica 69 Figura 25 Localização das áreas subnormais por área geográfica Natal/RN 72 Figura 26 Centro Integrado de Operações de Defesa Social 74 Figura 27 Mapa das circunscrições dos Batalhões PM por bairro 79

13 Figura 28 Base Comunitária do Conjunto Gramoré 86 Figura 29 Proposta de organograma para a DPGRAN 94 Figura 30 Circunscrições das Delegacias Distritais em Natal/RN 95 Figura 31 Proposta de implantação de Delegacias Seccionais em Natal/RN 96 Figura 32 Proposta de organograma para os Batalhões com responsabilidade territorial em Natal/RN 97 Figura 33 Proposta de organograma para a CPC 98 Figura 34 Proposta de circunscrições para os Batalhões PM com responsabilidade territorial em Nata/RN 99 Figura 35 Proposta de circunscrições para as Companhias PM com responsabilidade territorial em Natal/RN 100 Figura 36 Proposta de Criação de AISPs na cidade do Natal 103 Figura 37 Proposta de Criação de ACISPs na cidade do Natal 104

14 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Ocorrências policiais da Capital por área (jan a 14/nov/2006) 34 Gráfico 2 Ocorrências registradas na Capital por dia da semana, nas áreas I, II e III (jan a 14/nov/2006) 35 Gráfico 3 Ocorrências registradas na capital mês a mês (jan a 14/nov/2006) 35 Gráfico 4 Ocorrências policiais com mais de 1.500 registros - por tipo (jan a 14/nov/2006) - Área I 36 Gráfico 5 Ocorrências policiais com mais de 1.500 registros - por tipo (jan a 14 nov/2006) - Área II 37 Gráfico 6 Ocorrências policiais com mais de 1.500 registros - por tipo (jan a 14 nov/2006) - Área III 37 Gráfico 7 Distribuição do número de chamadas atendidas pelo CIOSP, 1º semestre de 2007, por dia da semana e horário Natal/RN 39 Gráfico 8 Distribuição do número de chamadas atendidas pelo CIOSP, no 1º semestre de 2007, por tipologia Natal/RN 39 Gráfico 9 Distribuição da população de Natal por região administrativa 62

15 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Distribuição das viaturas das unidades do CPC dez/2006 31 Tabela 2 Efetivo das unidades subordinadas ao CPC dez/2006 32 Tabela 3 Distribuição do efetivo do 4º BPM dez/2006 33 Tabela 4 Distribuição do efetivo do 9º BPM 33 Tabela 5 Distribuição do efetivo das Delegacias Distritais 47 Tabela 6 Distribuição do efetivo das Delegacias Especializadas 47 Tabela 7 Distribuição do efetivo da Delegacia de Plantão Zona Sul 48 Tabela 8 Distribuição do efetivo da Delegacia de Plantão Zona Norte 48 Tabela 9 Delegacias e circunscrições Natal/RN 50 Tabela 10 Ocorrências policiais registradas nas DPs da Capital mês a mês (jan a dez/2006) 51 Tabela 11 Regiões administrativas e bairros de Natal/RN 59 Tabela 12 População por gênero e por bairro de Natal/RN 61 Tabela 13 Áreas, domicílios ocupados, população residente e densidade demográfica Natal/RN 63 Tabela 14 Percentual de drenagem e pavimentação dos bairros Natal/RN 67 Tabela 15 Rendimento mensal de residentes por bairro Natal/RN 68 Tabela 16 Rendimento médio mensal, por bairro e por região administrativa Natal/RN 70 Tabela 17 População residente alfabetizada, com 5 anos ou mais de idade Natal/RN 71

16 1 INTRODUÇÃO Las ciudades han sido señaladas como el centro de interés de la seguridad comunitaria. Si una ciudad se siente segura y es segura, las personas residirán en ella, la vida económica florecerá y la ciudad será atractiva. Décimo Congreso de las Naciones Unidas sobre Prevención del Delito y Tratamiento del Delincuente. Viena, 10 a 17 de abril de 2000.

17 A Segurança Pública é um bem democrático, legitimamente desejado por todos os setores sociais, um direito fundamental da cidadania, obrigação constitucional do Estado e responsabilidade de cada um de nós, como definido no relatório de atividades da implantação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) - Ministério da Justiça (2003-2005). A dualidade histórica do setor de Segurança Pública no Brasil criou um distanciamento entre a Polícia Militar (PM) e a Polícia Civil (PC). Afora as polícias sob responsabilidade da União Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal existem duas polícias estaduais: a Militar, com atribuição de execução do policiamento preventivo-ostensivo-fardado; e a Civil, com finalidade investigativo-repressivo-judiciária. Ou seja, cada Instituição cumpre uma parte do ciclo do trabalho policial. Na assertiva de Mariano (2002), conflitos de competência e duplicidade de gerenciamento, de operação de equipamentos e de ações de policiamento fazem parte do cotidiano das Polícias nos estados. Um dos maiores problemas estruturais das polícias estaduais é a dificuldade de trabalharem integradamente. Em Natal, as polícias estaduais possuem atuações geográficas diferentes, no tocante às circunscrições das unidades policiais. Quer dizer, os quinze Distritos Policiais (DP) existentes não possuem a mesma responsabilidade territorial assumida pelos quatro Batalhões de Polícia Militar (BPM) que atuam na Capital. Essa atuação territorial dissociada também ocorre no interior do Estado. O principal objetivo deste trabalho é propor a criação de Áreas Integradas de Segurança Pública (AISPs) na cidade do Natal, de modo a possibilitar a compatibilização das circunscrições das Delegacias Distritais da Polícia Civil com as circunscrições das Companhias de Polícia Militar, com vistas à otimização de resultados das políticas públicas de Segurança no Estado do Rio Grande do Norte. A pesquisa também pretende atingir os seguintes objetivos da política de segurança pública: (1) integrar as polícias, entre si, com as comunidades e com as agências públicas e privadas prestadoras de serviços essenciais à população; (2)

18 melhorar a qualidade dos serviços de segurança pública, à luz de diagnósticos tecnicamente orientados sobre a criminalidade e a violência, adequando as forças policiais aos seus ambientes diversificados de atuação e às demandas específicas de cada localidade; (3) orientar a racionalização dos recursos de segurança pública, incorporando os serviços públicos essenciais ao planejamento estratégico das organizações policiais; (4) possibilitar a participação da comunidade na gestão da segurança pública, através de Conselhos Comunitários de Segurança (CONSEGs), com caráter consultivo, a serem implantados em cada AISP; e (5) tornar mais ágeis os serviços de segurança pública, pela transferência de autonomia decisória e operacional para as unidades locais e para os agentes de ponta. É de bom alvitre ressaltar que este trabalho poderá servir de referência para a integração geográfica das circunscrições policiais de todo o território potiguar, sendo apropriado observar a recomendação contida em Prevenção Comunitária do Crime e da Violência em Áreas da América Latina: Um Guia para Municípios (2003, p. 19), elaborado pelo Banco Mundial: É importante combater o crime por toda uma área metropolitana. Isto quer dizer que a coordenação fica melhor situada no âmbito metropolitano. Onde uma área metropolitana engloba mais de um município, os municípios ainda assim podem ter programas e oferecer infra-estrutura e recursos para a estratégia mais ampla de prevenção do crime e da violência. A experiência profissional dos autores, construída ao longo de 20 (vinte anos) de serviço policial atualmente o Tenente-Coronel André Azevedo desempenha a função de Ajudante-de-Ordens da Governadora e o Delegado de Polícia Civil César Rodrigues é o Titular do 10º Distrito Policial de Natal foi um importante determinante para a construção da proposta do presente trabalho, desenvolvido durante o VII Curso Superior de Polícia, realizado no turno vespertino, com aulas diárias e provas semanais, contanto com 21 (vinte e uma) disciplinas, no período de março a outubro de 2007, sem prejuízo das funções policiais de ambos. Por esta razão, deixou-se de elaborar uma proposta de integração para a Região Metropolitana da Capital, vez que o tempo disponível não seria suficiente para a conclusão da atividade.

19 A pesquisa foi desenvolvida com foco principal na atuação das unidades operacionais das polícias Militar e Civil, que possuem responsabilidade territorial (circunscrição) na cidade de Natal. Para atingir os fins pretendidos, desenvolveu-se a pesquisa aplicada, sob o ponto de vista de sua natureza, vez que os conhecimentos dela resultantes servirão à solução de um problema específico: a criação de AISPs em Natal. Do ponto de vista da forma de abordagem, a pesquisa quantitativa foi utilizada para a observação dos dados referentes à população, ao espaçamento geográfico, a indicadores sócio-econômicos e de incidência criminal, dentre outros. E a qualitativa foi guiada pela interatividade com os Delegados titulares das DPs e Comandantes de BPM e de Cia. PM, na busca de informações que propiciaram o alcance dos objetivos propostos. O caráter quantitativo, de um lado, é observado na medida em que foram analisados dados estatísticos referentes a incidência criminal, indicadores sócioeconômicos e populacionais. De outro, o enfoque qualitativo da pesquisa fica evidenciado pela realização das entrevistas com policiais civis e militares. A pesquisa exploratória foi utilizada para explicitar o problema e torná-lo familiar. Para tanto, realizou-se levantamento bibliográfico e observaram-se exemplos de outros estados que implantaram a integração territorial. Ainda sob o aspecto de seus objetivos, pode-se afirmar sua natureza descritiva, pois a pesquisa buscou caracterizar as peculiaridades geográficas, população, indicadores sociais e econômicos, assim como a incidência criminal de cada AISP. Adotou-se como ponto de partida a análise da realidade organizacional das polícias, bem como da configuração espacial do município de Natal, para a propositura de novas áreas com circunscrições policiais conjuntas, considerando os indicadores sociais, econômicos e de incidência criminal, assim como os oriundos dos setores censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - unidades elementares com as quais trabalha o censo, compreendidas como referências

20 atômicas para os dados demográficos indispensáveis à contextualização dos números absolutos de crimes e resultados de ações policiais, que se tornam relativizados, ou seja, comparáveis entre si e passíveis de análise. O trabalho foi dividido em quatro partes. Inicialmente, trata-se de demonstrar a atuação das polícias estaduais no município de Natal, discorrendo-se brevemente sobre o histórico de cada instituição policial, suas estruturas organizacionais, atribuições constitucionais, legislação vigente, dados relativos a efetivos e viaturas, estatísticas e circunscrições policiais. Focaliza-se, ainda, de maneira simplificada, a origem, situação atual e perspectivas do município do Natal, através de informações gerais e dados básicos, além de pesquisas recentes referentes à segurança pública em Natal. Na seqüência, observam-se a dicotomia do setor de Segurança Pública, consubstanciada no distanciamento histórico das instituições policiais brasileiras, bem como alguns aspectos do Sistema Único de Segurança Pública implantado pelo Governo Federal, as peculiaridades do policiamento comunitário em Natal e a necessidade de descentralização do Batalhão de Polícia Militar, como célula básica de produção de Segurança na Capital. Por fim, apresenta-se a proposta de criação das Áreas Integradas de Segurança Pública (AISPs) em Natal.

21 2 ATUAÇÃO DAS POLÍCIAS ESTADUAIS NO MUNICÍPIO DE NATAL As polícias civis e militares, freqüentemente, operam descoordenadas e, muitas vezes, em regime de franca hostilidade, decorrente de uma indesejável competição por maior porção de poder de polícia a ser usado individualmente como moeda de troca. É o mais grave problema da administração policial, principalmente em nível estadual. É necessário enfrentar este problema e encontrar formas de estreita colaboração e integração, respeitadas as competências de cada instituição. Valla (1999, p. 32).

22 O texto constitucional brasileiro, através do art. 144, estabelece que a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através da polícia federal; polícia rodoviária federal; polícias civis; polícias militares; e corpos de bombeiros militares (EC nº 19/98), delimitando as competências das polícias estaduais conforme parágrafos seguintes: 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incubem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. O Capítulo VIII da Constituição Estadual do Rio Grande do Norte estabelece, em seu art. 90, que a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através da Polícia Civil e da Polícia Militar. À Polícia Civil, dirigida por Delegado de Polícia de carreira, escolhido e nomeado pelo Governador do Estado dentre os integrantes da última Classe, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. À Polícia Militar cabem o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública. É força auxiliar e reserva do Exército, subordinando-se, juntamente com a Polícia Civil, ao Governador do Estado. 2.1 A POLÍCIA MILITAR Serão observados alguns aspectos referentes ao histórico da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, sua estrutura organizacional e, de forma mais detalhada, a atuação do Comando de Policiamento da Capital, pela análise de seu organograma e de dados estatísticos de ocorrências policiais atendidas pela Polícia Militar na Capital.

23 2.1.1 Breve Histórico A origem das Polícias Militares do Brasil tem seu marco legal inicial no Decreto de 13 de maio de 1809, que cria a Divisão Militar da Guarda Real do Rio de Janeiro, logo após a transferência da família real portuguesa para o Brasil. O Corpo Policial do Rio Grande do Norte foi criado através da Resolução nº 37, de 04 de novembro de 1836, no governo João Ferreira de Aguiar, então Presidente da Província. Somente no ano de 1947 passou a se denominar Polícia Militar do Rio Grande do Norte. O atual Quartel do Comando Geral, situado à Av. Rodrigues Alves, foi inaugurado em 30 de maio de 1953, durante o governo de Sílvio Pedroza, ocasião em que o efetivo policial somava 1.139 homens. Figura 1: Fotografia do QCG/PMRN Fonte: 5ª Seção/EMG/PMRN

24 A Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte é organizada com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Governador, nos termos do Decreto- Lei nº 667, de 02 de julho de 1969, com as modificações do Decreto-Lei nº 1.406, de 24 de junho de 1975, do Decreto-Lei nº 2.010, de 12 de janeiro de 1983, e da Constituição Estadual, em seu Art. 90. Destina-se a garantir os poderes constituídos, assegurar o cumprimento da Lei e a manutenção da ordem pública, em todo o território estadual, conforme estabelecem a Lei Complementar nº 090, de 04 de janeiro de 1991 e suas alterações. Competem à Polícia Militar, com exclusividade, ressalvadas as disposições de leis federais: a execução do policiamento ostensivo fardado; a preservação da ordem pública; a atuação de maneira preventiva, como força de dissuasão, em locais de área específica onde se presuma ser possível a perturbação da ordem; a atuação de maneira repressiva, em caso de perturbação da ordem, precedendo o eventual emprego das Forças Armadas. Também são de responsabilidade da PM: o trabalho integrado com as polícias Civil e Federal, no combate ao tráfico de drogas e ao seqüestro; o atendimento a convocação, inclusive mobilização, do Governo Federal, em caso de guerra externa, ou para prevenir ou reprimir grave perturbação da ordem ou ameaça de sua irrupção, subordinando-se à Força Terrestre, para emprego em suas atribuições específicas de Polícia Militar e como participante das defesas interna e territorial; e, ainda, a participação, através dos seus organismos especificados, da defesa do meio ambiente, dentre outras obrigações legais. 2.1.2 Estrutura organizacional A PM tem sua organização básica definida pela Lei Complementar nº 090, de 04 de janeiro de 1991, com as alterações advindas da Lei Complementar nº 131, de 03 de maio de 1995, e posteriores modificações. A observação do organograma seguinte propicia uma visão geral da estruturação da Corporação.

Figura 2: Organograma Geral da Polícia Militar do RN - PMRN 25 COMANDANTE GERAL 1ª Seção Gab. Cmt. Geral 2ª Seção Comissões SUB-COMANDO e Ch/EMG 3ª Seção Ajudância Geral 4ª Seção Cia. de Comando 5ª Seção DAL DE DP CPC CPRE CPI DF DS CSM CES APM CFAPM HCCPG HRPM JPMS FS 1ºBPM 4ºBPM 5ºBPM 9ºBPM ROCAM CPFem EPMON BOPE CIPAM 2º BPM 3ºBPM 6ºBPM 7ºBPM 8ºBPM 10ºBPM 1ªCIPM 2ªCIPM 3ªCIPM CPRP 1ªCPM CPRP 1ªCPM CPRP 1ªCPM 1ªCPM 2ªCPM CPM CPM CPM CPM CPM CPM 2ªCPM CPTUR 2ªCPM CPGd 2ªCPM 3ªCPM 1ªDPRE 2ªDPRE 3ªDPRE 4ªDPRE 5ªDPRE Fonte: 5ª Seção/EMG/PMRN

26 A Instituição está estruturada através de órgãos de direção, apoio e execução. No nível de direção, encontram-se o Comandante-Geral e seu staff, e o Sub- Comandante da Polícia Militar com seu Estado-Maior, composto por cinco seções e as diretorias. Os órgãos de apoio subordinam-se às diretorias. Os órgãos de execução encontram-se no nível operacional da Corporação. As Unidades de Polícia Militar da Capital e as do Interior são subordinadas, respectivamente, ao Comando de Policiamento da Capital (CPC) e ao Comando de Policiamento do Interior (CPI), órgãos responsáveis, perante o Comandante Geral, pela preservação da ordem pública na Capital e no Interior do Estado, no que compete à Polícia Militar, de acordo com as diretrizes e ordens emanadas do Comando Geral. Os Comandos de Policiamento da Capital e do Interior são escalões intermediários de Comando, tendo sob sua subordinação, para fins operacionais, as Unidades e Subunidades de Polícia Militar com sede na Capital e no Interior do Estado. O foco central deste trabalho são as unidades operacionais que possuem responsabilidade territorial na Capital (1º, 4º, 5º e 9º BPM) e encontram-se sob o comando do CPC. As unidades especializadas Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Esquadrão de Polícia Montada (EPMon), unidade de Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (ROCAM), Companhia de Polícia Feminina (CPFem) e Companhia Independente de Proteção Ambiental (CIPAM) não serão, a priori, objetos de estudo da pesquisa. O 9º BPM, apesar de possuir características de unidade especializada, será considerado unidade operacional com responsabilidade territorial. Demonstram-se, a seguir, dados relativos ao organograma do Comando de Policiamento da Capital, seu efetivo, viaturas próprias e ocorrências registradas na Capital.