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Transcrição:

02 maio de 2013 Fundação Perseu Abramo - Partido dos Trabalhadores Trajetória da presença do PT nas cidades brasileiras

Expediente Esta é uma publicação da Fundação Perseu Abramo. Diretoria Executiva Presidente Marcio Pochmann Vice-Presidenta Iole Ilíada Diretoras Ariane Leitão, Fátima Cleide Diretores Artur Henrique, Joaquim Soriano Conselho Curador Hamilton Pereira (presidente), André Singer, Eliezer Pacheco, Elói Pietá, Emiliano José, Fernando Ferro, Flávio, Jorge Rodrigues, Gilney Viana, Gleber Naime, Helena Abramo, João Motta, José Celestino Lourenço, Maria Aparecida Perez, Maria Celeste de Souza da Silva, Nalu Faria, Nilmário Miranda, Paulo Vannuchi, Pedro Eugênio, Raimunda Monteiro, Regina Novaes, Ricardo de Azevedo, Selma Rocha, Severine Macedo, Valmir Assunção

Partido dos Trabalhadores Fundação Perseu Abramo FPA Comunica nº 02 Trajetória da presença do PT nas cidades brasileiras São Paulo, maio de 2013

1. Apresentação Pouco mais de uma a cada dez cidades entre os 5.570 municípios do país é governada pelo Partido dos Trabalhadores desde o ano de 2012. Por conta disso, o PT ocupa o posto de terceiro maior partido em número de prefeituras sob sua administração. Com o presente FPA Comunica pretende-se analisar a trajetória da presença do Partido dos Trabalhadores ao longo dos processos eleitorais realizados entre os anos de 1982 e 2012. Nestes últimos 30 anos, a marcha petista se distanciou dos ciclos eleitorais municipais observados em outros partidos, conforme tratado a seguir. Para isso, o presente Comunica da Fundação Perseu Abramo se constitui de três seções: a primeira voltada ao breve tratamento da temporalidade dos partidos de esquerda; a segunda associada à identificação de ciclos eleitorais municipais recentes na democracia brasileira; a terceira referente ao registro da presença crescente do PT nas administrações municipais do país. A produção deste segundo Comunica teve a participação de um grupo de membros da FPA que antecipa pesquisas e estudos em andamento. As informações utilizadas foram selecionadas com base nos dados originais gerados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pelo Ministério da Fazenda (MF) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2 Temporalidade dos partidos de esquerda: breve apreciação O surgimento dos partidos de esquerda, bem como suas participações no sistema eleitoral dos países capitalistas é um fenômeno histórico da maior importância para o avanço e sustentação dos regimes democráticos. A transição da chamada democracia censitária, em que votavam somente homens com posse, para o sistema de representação democrático moderno com voto direto e universal contou inegavelmente com a presença da organização de classes e participação dos partidos de esquerda. No bojo das lutas dos trabalhadores europeus na metade do século 19, destaca-se o avanço das organizações políticas partidárias de esquerda. Até então, devido a certo predomínio anarcossindicalista, relutava-se em participar de qualquer evento político partidário no âmbito do sistema eleitoral existente nas economias capitalistas. A origem do Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) se constituiu a partir de 1875, é um dos principais exemplos de vertentes da esquerda a reivindicar, pela disputa eleitoral, uma das vias de acesso ao poder. Por meio da organização partidária, o SPD alemão chegou ao poder 43 anos depois, em 1918. O lapso de tempo entre o surgimento de partidos de esquerda e o ano de exercício do primeiro governo variou de país para país. Dos 12 exemplos selecionados, 36 anos em média separam a fundação da primeira participação, como governo, destes partidos. FPA Comunica 2

Na África do Sul, o CNA demorou 82 anos desde sua origem até se tornar governo, enquanto na Índia, o Janata precisou de apenas 6 anos, depois de constituído, para assumir o seu primeiro governo. No Brasil o PT demorou 23 anos após a sua fundação, em 1980, para ocupar pela primeira vez o governo da República. Tabela 01: Anos de fundação e do primeiro governo de partido de esquerda em países selecionados País Partido Ano de fundação Ano de governo nacional Intervalo de tempo (em anos) Alemanha PSD 1875 1918 43 África do Sul CNA 1912 1994 82 Brasil PT 1980 2003 23 Chile PSC 1933 1970 37 China* PCCh 1922 1949 27 Dinamarca PSD 1871 1924 53 França PSF 1905 1936 31 Índia Janata 1971 1977 06 Peru APRA 1924 1985 61 Reino Unido LP 1900 1924 24 Suécia POSD 1889 1920 31 URSS* PCUS 1898 1917 19 Fonte: FPAbramo * Governos a partir de processos revolucionários Situação parecida observou-se no Reino Unido, com o Labour Party, que precisou de 24 anos desde a sua constituição para chegar à primeira experiência de poder. De maneira geral, a temporalidade diferenciada entre a origem e o exercício de governo dos partidos de esquerda encontra também ciclos distintos de exercício de poder ao longo do tempo. 3 Ciclo político partidário na recente democracia brasileira Nos últimos 30 anos, os partidos políticos brasileiros registram distintas trajetórias eleitorais, entre ascensão e descenso. Ao se utilizar como referência as últimas nove eleições municipais realizadas desde 1982, é possível observar situações muito distintas entre os partidos. No caso das duas principais agremiações oriundas do sistema eleitoral bipartidário nacional (ARENA e MDB), representados pelo PPB e PMDB, constata-se significativos ciclos de auge e queda. Em 1982, por exemplo, o PPB chegou a deter 64,3% das prefeituras do país para, após 1985, manter cerca de 10% do comando das cidades brasileiras. Também o PMDB, que após ter alcançado 34,9% das prefeituras do país em 1982, chegou ao governo de 63,2% dos municípios no ano de 1985. A partir daí, vem registrando decréscimo considerável em administrações municipais. Em 2012, passou a responder por 18,3% das prefeituras do país. Outras duas agremiações políticas também registraram auge e declínio, porém menos intenso quando comparados com PPB e PMDB. Assim como o PFL, que FPA Comunica 3

registrou trajetória ascendente até 1988, quando alcançou 24,7% das prefeituras do país, o PSDB seguiu crescendo até o ano 2000, atingindo 17,8% dos municípios, para depois apontar para uma marcha eleitoralmente declinante. Em 2012, por exemplo, o PFL/DEM venceu em somente em 5% das prefeituras, enquanto o PSDB alcançou o comando de 12,6% dos municípios brasileiros. Gráfico 01: Brasil - evolução da participação relativa nas prefeituras municipais segundo partidos políticos selecionados entre 1982 e 2012 (em % do total) Fonte: TSE (elaboração própria) O PT, após uma sequência de baixa influência nas prefeituras do país entre 1982 e 2000, passou a registrar uma trajetória de crescimento eleitoral sem declínio, conforme observado nos últimos 30 anos de presença nos pleitos eleitorais municipais. 4 Presença do petista na administração pública municipal As regiões Sudeste, Nordeste e Sul são as que mais contribuíram para a ampliação da presença do PT no comando das prefeituras brasileiras ao longo das últimas três décadas. Das 635 prefeituras administradas atualmente pelo PT, 199 encontram-se na região Sudeste, 187 no Nordeste e 158 no Sul. Com isso, a região Sudeste responde por quase 1/3 do total das prefeituras administradas pelo PT. Na sequência, a região Nordeste responde por quase 30% e o Sul por 25%. Ou seja, as três regiões juntas representam quase uma a cada dez prefeituras sob a responsabilidade do PT. Gráfico 02: Brasil - evolução do número de prefeituras municipais administradas pelo PT entre 1982 e 2012 FPA Comunica 4

Fonte: TSE (elaboração própria) Nas duas últimas décadas, contudo, as regiões Sul e Sudeste apresentaram redução na sua participação relativa no total das prefeituras administradas pelo PT. Em 1988, por exemplo, a região Sudeste possuía 58% de todas as prefeituras do PT, enquanto a região Sul chegou a assumir o controle de 33,6% das prefeituras PTistas em 1996. Gráfico 03: Brasil - evolução da distribuição das prefeituras municipais administradas pelo PT nas grandes regiões geográficas entre 1982 e 2012 (total = 100) Fonte: TSE (elaboração própria) Nota-se, em função disso, que a presença do PT administrando as cidades brasileiras é cada vez menos diferenciada por grandes regiões geográficas. Esta expansão mais uniforme do PT na geografia do país define a importância da natureza nacional de uma organização política de esquerda. FPA Comunica 5

Gráfico 04: Brasil - evolução do número de prefeituras municipais administradas pelo PT entre 1982 e 2012 Fonte: TSE (elaboração própria) Quando se relaciona o número de administrações PTistas com o total dos municípios nas regiões geográficas do país, constata-se a relativa homogeneidade entre as cidades. No ano de 2012, por exemplo, o PT respondia por 11,4% de todas as prefeituras do país, sendo as regiões Sul, Sudeste e Norte com leve presença relativa regional superior ao Brasil como um todo. Gráfico 05: Brasil - evolução do número de prefeituras municipais administradas pelo PT por quantidade de eleitores entre 2000 e 2012 Fonte: TSE (elaboração própria) O maior crescimento do PT tem sido nas cidades com até 50 mil eleitores. Já em relação às grandes cidades, o PT segue crescendo lentamente entre as cidades com 50 mil a 150 mil eleitores, enquanto nos municípios com acima de 150 mil eleitores houve queda entre 2008 e 2012. FPA Comunica 6

Gráfico 06: Brasil - participação das administrações petistas municipais no Produto Interno Bruto (em % do total) Fonte: Fonte: IBGE, Produto Interno Bruto dos Municípios, 2010 e TSE (elaboração própria) Como resultado geral, observa-se o crescimento das administrações PTistas com crescente ampliação do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. No ano de 2012, por exemplo, ¼ do PIB das cidades vem sendo controlado por prefeituras administradas pelo PT. Neste sentido o peso das grandes cidades no estado de São Paulo destaca-se, por deter parte importante do PIB municipal. Não apenas a capital paulista, mas também a vitória do PT em vários municípios da região metropolitana, bem com importantes cidades do interior, como São José dos Campos. Gráfico 07: Brasil - participação das administrações petistas municipais na receita orçamentária em preços correntes (em % do total) Fonte: MF STN-SIAFI e TSE (elaboração própria) O mesmo movimento de expansão da presença do PT nas prefeituras do país se revela por meio da maior capacidade de gestão das receitas públicas municipais. No ano de 2012, o PT passou a responder por quase 23% das receitas orçamentárias dos municípios brasileiros. Novamente cabe ressaltar o peso das cidades paulistas. FPA Comunica 7

Gráfico 08: Brasil - participação das administrações petistas municipais na população total (em % do total) Fonte: MF STN-SIAFI e TSE (elaboração própria) Se considerado a presença do PT nas prefeituras do Brasil segundo o peso da população residente, nota-se que cerca de 20% da população faz parte das cidades administrada pelo PT. Em 20 anos, a presença do PT no controle das prefeituras municipais permitiu que o contingente populacional subisse de 5,4% para 19,4% do total dos brasileiros. Gráfico 09: Brasil - participação das administrações petistas municipais na população economicamente ativa total (em % do total) Fonte: MF STN-SIAFI e TSE (elaboração própria) O mesmo sentido pode-se observar em relação ao peso das administrações PTistas segundo a População Economicamente Ativa (PEA). Com o avanço das prefeituras sob o controle do PT, a parcela da PEA sob sua influência aumentou de 6% para 20% de todo o país. FPA Comunica 8

Gráfico 10: Brasil - participação das administrações petistas municipais no emprego formal total (em % do total) Fonte: MF STN-SIAFI e TSE (elaboração própria) Acompanhando a evolução da População Economicamente Ativa presente nos municípios cujas prefeituras são administradas pelo PT, constata-se também o crescimento continuo dos postos de trabalho assalariados com contrato formal. Entre 1992 e 2012, por exemplo, 20,1% de todo o emprego formal do país passou a fazer parte das prefeituras sob a responsabilidade do PT em todo o Brasil. 5 Considerações finais Dos 23 anos de espera entre a fundação e a chegada ao exercício do seu primeiro governo nacional na República do Brasil, o PT acumulou experiências de governo nos poderes executivos de várias prefeituras e estados da federação. Diferentemente de outras agremiações partidárias no recente período democrático, o PT não apresentou os mesmos ciclos de ascensão acompanhados dos descensos eleitorais. Longe de se apresentar pontualmente como partido de ampla dominação no conjunto das cidades brasileiras, como nos casos de PPB e PMDB nas décadas de 1980, ou de interferência acima da média nacional na década de 1990 conforme observado no PFL/DEM e PSDB, o Partido dos Trabalhadores vem gradualmente ampliando a sua dimensão política nas eleições municipais. As informações oficiais sistematizadas e a presentadas anteriormente reforçam a trajetória da presença crescente do PT nas administrações municipais. FPA Comunica 9

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