GESTÃO ESCOLAR PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO



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Transcrição:

GESTÃO ESCOLAR PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO O conceito de gestão escolar pode ser assim expresso: um sistema aberto, com uma cultura e identidade próprias, capaz de reagir com eficácia às solicitações dos contextos locais em que se insere. Assim, podemos identificar como características de uma gestão escolar os seguintes aspectos: liderança marcante, consenso e coesão entre os profissionais da educação a respeito dos objetivos da escola, ênfase na qualidade do currículo e elevado grau de envolvimento dos membro da comunidade escolar. No entanto, para o sucesso da gestão escolar é relevante a participação de todos e em diferentes cargos (coordenadores/as, professores/as, técnicos/as administrativos/as etc.), com único objetivo: o processo de ensino aprendizagem. E para que esse objetivo seja alcançado, a organização escolar deve ser fundada numa gestão participativa, pois a principal alternativa para que a escola se transforme num ambiente contínuo e integrado é a participação e o comprometimento de todos. Além do que o conceito de gestão participativa envolve, além dos profissionais da educação, os pais, os alunos e qualquer representante da comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria do processo pedagógico. Portanto, para a democratização da gestão, devemos analisar três pontos essenciais que devem estar integrados a um projeto pedagógico compromissado com a construção de uma sociedade moderna e justa: a participação da comunidade escolar na escolha dos dirigentes escolares, a instituição do conselho com poderes deliberativos e decisórios e o repasse de recursos financeiros às escolas que assegure a ampliação da autonomia. Assim sendo, a gestão participativa é fundamental, pois é nesta direção que todos os/as envolvidos/as no processo educacional da instituição estarão presentes, tanto nas decisões quanto na construções de propostas (projetos, eventos, aula de campo, conselho de classe etc.), garantindo a autonomia da comunidade escolar, opondo-se aos processos autoritários de tomada de decisão. Torna-se necessário promover atividades e exercer funções que promovam a presença e o fortalecimento da atuação das pessoas no interior das escolas. No entanto, o modo democrático de gestão envolve o exercício do

poder, incluindo os processos de planejamento, a tomada de decisões e a avaliação dos resultados alcançados, etc. Trata-se, pois, de fortalecer procedimentos de participação dos membros da comunidade escolar e local no governo da escola, descentralizando os processos de decisão e dividindo responsabilidades.(dourado,2001 p:15) A participação social que existe no interior da escola deve, por meio da criação de espaços nos quais professores, funcionários, alunos, pais, etc. discutir criticamente o cotidiano escolar. Nesse sentido, a função da escola é formar indivíduos críticos, criativos e participativos, em condições de atuar ativa e consequentemente no mundo do trabalho e de lutar pela permanente democratização da educação. A escola, no desempenho dessa função, precisa ter clareza de que o processo de formação para uma vida cidadã e, portanto, de gestão democrática passa pela construção de mecanismos de participação da comunidade escolar, tais como: CDCE, Associação de pais e mestres, grêmio estudantil, conselho de segmento ou de classe etc. Percebe-se que há conflitos de ordem negativa dentro da escola, e isso faz com que o ambiente escolar fique pesado, influenciando negativamente o processo de ensino aprendizagem. A resolução desse problema de ordem interpessoal deve passar pelo diálogo franco e maduro entre todos os envolvidos no conflito. E para que haja diálogo, é necessário o exercício do ouvir, e o segundo passo é admitir a existência do conflito na escola. Uma alternativa interessante para sanar conflito é promover encontros para o conhecimento interpessoal e construir interrelações sociais que fortaleçam os projetos da escola. Somente assim teremos um ambiente escolar mais leve, cooperativo e com as diferenças individuais sendo não apenas respeitadas, mas valorizadas. O relacionamento interpessoal é peça fundamental para que a educação propicie mecanismos que garantam ao aluno o desenvolvimento do seu potencial, valorizando as habilidades necessárias para o convívio na sociedade. Quando as pessoas se comunicam de um jeito vago, deixam que os outros entendam o que quiseram. (SPRITZER, 1998, p: 117). Portanto o que não podemos deixar que continue é o desprezo em relação aos incômodos, pois esses devem ser trabalhados a fim de tornar as pessoas mais tolerantes umas com as outras.

Vivemos num mundo em que a educação de qualidade é sonhada por todas as instituições de ensino, mas para que isso aconteça são exigidas ações que se sustentem no trabalho em equipe e numa gestão que priorize a formação docente para melhor atender aos/às alunos/às. A escola precisa de pessoas responsáveis, dinâmicas, criativas, com habilidades para resolver problemas, construir decisões, partilhar responsabilidades. Nesta perspectiva o/a coordenador/a pedagógico/a deve identificar as necessidades dos/as professores/as e com eles/as elaborar soluções que priorizem o trabalho educacional de qualidade. Compreende-se, pois, que o trabalho da coordenação deve conjugar conhecimento teórico, percepção da realidade e profunda identidade e compromisso com a educação de qualidade e em prisões, pois para estimular e entusiasmar os/as professores/as se faz necessária apurada e atualizada formação acadêmica, aliada à significativa sensibilidade para identificar as urgências pedagógicas de alunos/as e professores/as, buscando fontes de informação e refletindo sobre sua prática permanentemente. E é esta reflexão que provoca o empoderamento da produção do conhecimento que, como resultado da colaboração e envolvimento coletivo de alunos/as e professores/as, constrói-se o processo ensino aprendizagem ética e consequentemente. O papel do/a coordenador/a pedagógico/a é atuar diretamente na atualização daquilo que é intrínseco à existência da escola, isto é, as suas práticas pedagógicas. Aquilo que ocorre e que podemos identificar como situações periféricas fruto de algumas relações humanas que ocorrem na escola, não deverão ser tratadas senão como parte, nunca como totalidade da existência da escola. GESTÃO DEMOCRÁTICA No âmbito escolar, a gestão democrática tem sido defendida como dinâmica a ser efetivada nas unidades escolares, visando a garantia de processos coletivos de participação e decisão escolares. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), sobre a questão da gestão da educação, como diretriz geral e encarrega legislações estaduais e municipais para sua conformação específica, tendo em vista a

autonomia federativa e as prerrogativas do art 37 da Constituição Federal. Determina os princípios que devem reger o ensino, indica que um deles é a gestão democrática. Mais adiante (art. 14), define que os sistemas de ensino devem estabelecer normas para o desenvolvimento da gestão democrática nas escolas públicas de educação básica e que essas normas devem, primeiro, estar de acordo com as peculiaridades de cada sistema e, segundo, garantir a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola. Nesse sentido, a gestão democrática da educação requer mais do que simples mudanças nas estruturas organizacionais; reclama uma nova maneira de fazer escola, que se saiba em permanente construção coletiva de reflexão, organização, administração e execução de projetos educacionais, embora vivendo limites de realidades prisionais. Ela precisa estar para além dos padrões vigentes comumente desenvolvidos pelas organizações burocráticas. E alcançar os objetivos e as finalidades que justificam a existência da escola.

CONCEPÇOES E PRINCÍPIOS DO TRABALHO PEDAGÓGICO NO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. As diretrizes curriculares devem ser implementadas de acordo com as políticas das quais preconizam sua organização e oferta. Concepções, conceitos e princípios que fundamentarão o trabalho da escola: conceito de educação, papel da educação, papel da escola, perfil do cidadão a ser formado, jovens e adultos, professor/aluno, aluno, escola, concepção de sociedade, cultura, trabalho, cidadania, gestão escolar, currículo, conhecimento, ensino-aprendizagem e avaliação. As bases que dão sustentação ao projeto nacional de educação responsabilizam o poder público, a família, a sociedade e a escola pela garantia a todos os educandos de um ensino ministrado de acordo com os princípios de: I - igualdade de condições para o acesso, inclusão, permanência e sucesso na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e aos direitos; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma da legislação e das normas dos respectivos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extra escolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. Conforme Art.205 da CF/88 a educação é direito universal e alicerce indispensável para o exercício da cidadania em plenitude, da qual depende a possibilidade de conquistar todos os demais direitos, definidos na Constituição Federal.

Na Educação Básica, é necessário considerar as dimensões do educar e do cuidar, em sua inseparabilidade, buscando recuperar, para a função social desse nível da educação, a sua centralidade, que é o educando, pessoa em formação na sua essência humana. Concebe-se por sociedade uma organização mais justa, livre, pacífica, participativa e solidária. Uma sociedade que tenha consciência dos aspectos políticos, moral, educacional e cultural. Portanto, concebemos por sociedade, um espaço que tenha por princípio o cumprimento dos direitos humanos, que seja garantido o desenvolvimento do ser humano na sua totalidade, sendo respeitado nas suas diferenças, quaisquer que forem. A educação tem papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa, que consiste em formar cidadãos conscientes, conhecedores da sua realidade e capazes de nela interferir sendo sujeitos da história Segundo Paulo Freire: O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono, meu papel no mundo não é só de quem constata o que ocorre, mas também de quem intervém como sujeito de ocorrências.não sou apenas objeto da História, mas seu sujeito igualmente (FREIRE, 2000, P. 85). A Escola Estadual "Nova Chance", orientando-se pela modalidade de EJA e fundamentada nas concepções freirianas de educar para mudar, educar para libertar, atua no interior das prisões, promovendo uma educação que tenha a ressocialização como objetivo, incentivando alunos/as a reassumirem a sua capacidade criativa e intelectual, a se reconhecerem como protagonistas de seu processo de libertação, e a agir na busca do bem comum. [...] a educação nem é uma força imbatível a serviço da transformação da sociedade, porque assim eu queira, nem tampouco é a perpetuação do status quo porque o dominante o decrete. O educador e a educadora críticos não podem pensar que, a partir do curso que coordenam ou do seminário que lideram, podem transformar o país. Mas podem demonstrar que é possível mudar. E isso reforça nele ou nela a importância da sua tarefa. (FREIRE, 1996,P.112).

A Escola Estadual "Nova Chance" tem como princípio a igualdade de tratamento, propõem garantir por meio de sua práxis pedagógica o respeito às diversidades presente nas salas extensões das diversas unidades penitenciárias, assegurando que ninguém será prejudicado ou privilegiado em razão de qualquer particularidade ou condição tais como: raça, cor, credo, profissão, idade, orientação sexual, convicções políticas ou filosóficas, portadoras de necessidades especiais ou qualquer outra forma de discriminação e preconceito, pois: ser cidadão significa ser tratado com humanidade e aprender a fazer o mesmo em relação às demais pessoas, ter acesso a formas mais interessantes de conhecer e aprender a enriquecer-se com a troca de experiências com outros indivíduos (SEDUC, 2004, p. 10), Sonhamos com uma escola pública capaz, que se vá construindo aos poucos num espaço de criatividade. Uma escola democrática em que se pratique uma pedagogia da pergunta, em que se ensine e aprenda com seriedade, mas que a seriedade jamais vire sisudez. Uma escola em que, ao se ensinarem necessariamente os conteúdos, se ensine a pensar certo (FREIRE,2000 A, P. 24). TRABALHO: As modificações surgidas na sociedade moderna impõem à escola mudanças nas abordagens política, econômica, social e cultural, exigindo novo compromisso ético com a comunidade e com o conhecimento. Assim, a escola passa a redefinir sua proposta de trabalho, seu papel social, assegurando o acesso aos estudos e a permanência dos alunos na escola, proporcionandolhes aprendizagens contínuas tanto em conceitos como em atitudes e ações. A escola deve ser espaço social responsável pela apropriação do saber universal, bem como a socialização desse saber elaborado às camadas populares. A luta pela democratização, pela escola de qualidade, por uma educação pública gratuita e universal, continua sendo a palavra de ordem numa perspectiva progressista de educação, fundamentados numa concepção histórica-crítica. Precisamos ter clareza que Gestão Democrática é uma

questão de postura, que se aprende no cotidiano da escola, no coletivo, isso não quer dizer que todos têm que estar no mesmo lugar, pensando a mesma coisa, mas coletivo é um grupo de pessoas que comunga da mesma ideia e que procura buscar espaço para discussões.... a participação democrática não se dá espontaneamente, sendo antes um processo histórico de construção coletiva, coloca-se a necessidade de se preverem mecanismos institucionais que não apenas viabilizem mas também incentivem práticas participativas dentro da escola pública. Isso parece tanto mais necessário quanto mais considerarmos nossa sociedade, com tradição de autoritarismo, de poder altamente concentrado e de exclusão da divergência nas discussões e decisões ( PARO, 2003, P. 46) Uma escola democrática deve ter na sua organização órgãos atuantes como o Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar. Concebemos por escola o espaço de formação da consciência política do aluno para atuar e transformar a realidade, problematizando as relações sociais do ser humano com a natureza e com os outros homens e mulheres, visando a transformação social. Dessa forma, acreditamos que é papel da escola promover a interação entre os saberes populares e os científicos permeados pela vivência e experiência escolar, ressignificando-os e dotando-os de sentido, possibilitando a aquisição do conhecimento por meio de aprendizagens significativas. Mais que escrever e ler que a asa é da ave, os alfabetizandos devem ser incentivados a concluir pela a necessidade de outro aprendizado: o de escrever a sua vida, o de ler a sua realidade, o que não será possível se não tomam a história nas mãos para, fazendo-a, por ela serem feitos e refeitos (Freire, 1982, p. 16). Não se concebe mais uma escola alheia às questões sociais, à modernidade e à tecnologia. A escola deve repensar sua função social e histórica, fortalecendo os princípios da igualdade, da liberdade, do reconhecimento do pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, buscando garantir a qualidade do processo ensino aprendizagem, confrontando os saberes trazidos pelo/a aluno/a com o saber elaborado, na perspectiva da

apropriação de uma concepção científico/filosófica da realidade social, mediada pelo/a professor/a. A escola deve desenvolver postura transdisciplinar na organização do trabalho escolar, que seja capaz de dialogar dialeticamente sobre as questões do contexto social da sua comunidade, nas fronteiras e suscetibilidades das realidades penitenciárias, buscando a superação da fragmentação do trabalho pedagógico, e que se valorize a prática social do aluno, trabalhando com as diferenças, construindo assim um espaço democrático. CONHECIMENTO: A compreensão da natureza da educação passa pela compreensão da natureza humana, Vitor Paro conceitua a educação e o papel da escola como: Entendida a educação como apropriação da cultura humana produzida historicamente e a escola como instituição que provê a educação sistematizada, sobressai a importância das medidas visando à realização eficiente dos objetivos da instituição escolar, em especial da escola pública básica, voltada ao atendimento das camadas trabalhadoras... é pela educação que o ser humano atualiza-se enquanto sujeito histórico, em termos do saber produzido pelo homem em sua progressiva diferenciação do restante da natureza ( PARO, 2003, P. 7). A educação, segundo a Constituição Federal, é um direito de todos e dever do Estado e da família, diante disso o poder público é investido de autoridade para promovê-la a todos e a cada um e garantir sua gratuidade. Educar é libertar o ser humano da condição de mero receptor, para sujeito que busca no conhecimento a compreensão da realidade em que esteja inserido, passando a reconhecer o seu papel na História e onde a questão da identidade cultural, tanto em sua dimensão individual como na coletiva ganham importância essencial para compreender-se a si mesmo a aos outros entendendo que a aquisição da cultura da humanidade é um direito que lhe deva ser assegurado quanto à sua promoção e acesso.

Dessa forma, é possível compreender a educação como um exercício de construção de conhecimentos, de cidadãos com capacidade para elaborar novas compreensões de mundo, de ser humano, de direitos e deveres pessoais e sociais, do mundo do trabalho, de mecanismos que concorrem para a organização da sociedade, dentre outros. CULTURA: Na busca da sobrevivência, o ser humano interage com a natureza, modificando-a e dela extraindo o que necessita. Desta forma, cria, descontroi, recria seu mundo com características humanas, e produz cultura. Cultura é tudo o que os seres humanos produzem, constroem ao longo da história, desde as questões mais simples às questões mais complexas, manifestadas por meio da arte, religião, costumes, valores, etc. É papel da educação escolar respeitar essa diversidade e buscar desenvolver nos/as alunos/as, o sentimento de respeito pela diferentes culturas dos povos, tendo clareza da necessidade de combater a homogeneização tão difundida pelos meios de comunicação. Respeitar (ndo) e valorizar(ndo) por meio do diálogo, o que o/a aluno/a já sabe, deve ser o ponto de partida para a construção do conhecimento na perspectiva da educação libertadora, que se flagra na educação de jovens e adultos e se desvela, inapelavelmente, na educação em prisões : Como educador, preciso ir lendo cada vez melhor a leitura do mundo... não posso de maneira alguma, nas minhas relações político pedagógicas com os grupos populares, desconsiderar seu saber de experiência feito. Sua explicação do mundo de que faz parte a compreensão de sua própria presença no mundo. E isso tudo vem explicitado ou sugerido ou escondido no que chamo leitura do mundo que precede a leitura da palavra ( FREIRE, 2000, P. 83). Cabe à escola aproveitar essa diversidade cultural e fazer dela um espaço aberto e democrático, que estimule a aprendizagem, valorizando a cultura popular, porém, promovendo e facilitando as condições necessárias para que o/a aluno/a transite do saber popular para o saber sistematizado,

acumulado historicamente, avançando no conhecimento, para atuar mais, compreender mais, partilhar mais conhecimentos. CIDADANIA: Concebemos cidadania por ações coletivas que busquem favorecer a aquisição do conhecimento pelo povo, para que de posse do conhecimento científico e de informações sobre seus direitos e deveres, os homens tenham a consciência modificada de modo que possam fazer valer seus direitos. É necessária a tomada de consciência do papel da educação e as mudanças postas à escola, como instituição que trabalha com a educação formal, na construção da cidadania. Construir a cidadania, buscando formar um cidadão autônomo capaz de refletir sobre sua realidade e nela interferir, é o nosso grande desafio. Paulo Freire estabelece a relação entre libertação e humanização: A libertação autêntica, que é a humanização em processo, não é uma coisa que se deposita nos homens. Não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que implica a ação e a reflexão dos homens sobre o mundo, para transformá-lo. (1987, p.67). No interior da escola, uma das formas de trabalharmos a cidadania é por meio de uma gestão democrática, pois entendemos que são nos momentos de discussão e decisão coletiva, que se expressa a democracia, e como consequência a garantia dos direitos e deveres da comunidade escolar. Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. (Freire, 1987, p. 68). DE ENSINO E APRENDIZAGEM: Por muito tempo a pedagogia valorizou o que deveria ser ensinado, supondo que, como decorrência, estaria valorizando o conhecimento. O ensino, então, ganhou autonomia em relação à aprendizagem, criou seus próprios métodos e o processo de aprendizagem ficou relegado o segundo plano. Os fracassos decorrentes da aprendizagem e das pesquisas que buscam como o sujeito conhece as teorias que provocam reflexão sobre os aspectos que

interferem no ensinar e no aprender, indicam que é necessário dar novo significado à unidade entre aprendizagem e ensino, uma vez que, se não ocorreu aprendizagem é porque não houve ensino. Para Marchiorato, 2004: Pode-se definir Ensino como sendo o processo reflexão ação sobre a realidade possibilitando apropriação, socialização e produção do saber. A aprendizagem é instrumentalização política, fazendo do conhecimento um componente do processo de cidadania unindo o educando com a realidade social. Nesse sentido as aprendizagens que os alunos realizam na escola serão significativas na medida em que eles consigam estabelecer relações entre os conteúdos escolares e os conhecimentos previamente construídos, que atendam às expectativas, intenções e propósito de aprendizagem desses mesmos alunos. Conhecer o processo de aprendizagem como propriedade do sujeito implica valorizar o papel determinante da interação com o meio social e, particularmente, com a escola. Situações escolares de ensino e aprendizagem são situações comunicativas nas quais os alunos e professores co-participam, ambos com uma influência decisiva para o êxito do processo. Freire (1996) menciona sobre o ensino: Saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria produção ou a sua construção. (...) ensinar não é transferir a inteligência do objeto ao educando mais instigado no sentido de que, como sujeito cognoscente, se torne capaz de inteligir e comunicar o inteligido. (FREIRE, 1996, p. 25 e 135). Conclui que para um bom ensino não bastam novos conhecimentos. É preciso construir a relação dinâmica existente entre o conhecimento e a ação reflexão, com isso, educador e educando criam seu vínculo com o objeto do conhecimento. Ao serem considerados, provocam mudanças significativas no diálogo entre ensino e aprendizagem e repercutem de maneira positiva no ambiente escolar, pois os envolvidos passam a atribuir sentido ao que fazem e ao que aprendem.

CURRÍCULO: O conceito de currículo pleno permaneceu na lei 5692/71 como matérias tratadas sob forma de atividades, áreas de estudo e disciplinas, com as disposições necessárias ao seu relacionamento, ordenação e sequência. As disciplinas do núcleo comum objetivam: garantir a todos, independente da região, conhecimentos comuns; forma de igualar as oportunidades; nivelar conhecimentos tornando-os comuns a todos. À parte diversificada cabe garantir o atendimento especifico de cada região e até de cada unidade escolar, pois quem decide o que vai compor a mesma é a escola. Assim, os conflitos em torno do currículo escrito proporcionam uma prova visível, pública e autêntica da luta que envolve as aspirações e objetivos da escolarização. É somente por esta razão que importa aumentar a nossa compreensão sobre esse conflito curricular. Entretanto, como se tem observado, o conflito em torno do currículo escrito tem, ao mesmo tempo, um significado simbólico e um significado prático, quando publicamente indica quais aspirações e intenções devidamente inseridas nos critérios do currículo escrito servem para avaliação e análise pública de uma escolarização. Neste sentido, portanto são publicamente estabelecidas normas básicas que avaliam a prática ou com ela se relacionam. A elaboração de recursos financeiros e outros ficam vinculados a normas básicas sobre critérios de currículo. O estabelecimento de normas e critérios têm significado, mesmo quando a prática procura contradizer ou transcender esta definição pré-ativa. Com isso, ficamos vinculados a formas prévias de reprodução mesmo quando nos tornarmos criadores de formas. Como definição pré-ativa de currículo e realização interativa de currículo, desenvolve-se um conceito dual de currículo que aprofunda o nosso modo de entender a distinção. Ela descreve a noção dominante de currículo como uma estrutura de conhecimento socialmente apresentado, externo ao conhecedor, a ser por ele dominado. O currículo é uma possibilidade que o discente tem como pessoa existente, sobretudo interessada em dar sentido ao mundo em que de fato vive.

Diferentemente da filosofia pragmática e tecnicista que presidiu a LDB 5692/71, a LDB 9394/96 prima por uma educação integral, tendo como finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana (Art. 2º.), enfatizando o caráter formativo da Educação Nacional. Fortemente enraizada em conhecimentos sócio-antropológicos, originários das discussões em pauta nas ciências humanas e sociais, a LDB enfatiza princípios como: igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; respeito à liberdade e apreço à tolerância; valorização da experiência extraescolar; vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais (Art. 3º, LDB/96). Em síntese, ecos do vigoroso debate travado nas universidades brasileiras ao longo dos anos oitenta, acerca dos rumos da educação pós-ditadura militar, fazem-se ouvir por entre as letras da Lei 9394/96. É hora de a escola buscar uma organização curricular voltada para a interdisciplinaridade. Existem muitos conceitos de interdisciplinaridade de difícil compreensão, porém o mais simples é aquele que coloca um objeto de estudo no centro e todas as disciplinas para explicá-lo, cada uma dentro das suas particularidades. A compreensão do objeto seria ampla e dentro da totalidade, ou seja, o objeto seria visto de forma global, onde o todo é privilegiado e composto pelas partes. Existe um caminho muito longo a ser percorrido pela escola, no que se refere ao trabalho interdisciplinar, mas a escola deve deixar o currículo aberto para que esta prática possa ser construída. A organização curricular é feita por áreas de conhecimento, sendo que cada área composta por disciplinas. O que a escola deve procurar fazer é buscar o trabalho com temas comuns amarrados no planejamento conjunto, que viabilizariam a construção de projetos, que facilitam o trabalho. O currículo da escola será voltado para a formação da cidadania democrática e deve contemplar conteúdos e estratégias de aprendizagem em que o ser humano possa realizar uma atividade essencialmente humana. A

organização curricular da escola deve estar sustentada por alguns pilares estruturais: APRENDER A CONHECER A educação é válida, quando leva o indivíduo a autonomia do conhecimento. O aluno precisa ter domínio dos próprios instrumentos do conhecimento e, essencialmente, o que fazer com ele. O aluno precisa conceber o conhecimento como condição necessária para viver dignamente e desenvolver possibilidades pessoais, profissionais e também a sua importância no ato de comunicar. Aprender a conhecer é aprender a aprender e garante a educação permanente, necessária para o crescimento contínuo e integral do ser humano. APRENDER A FAZER É necessariamente o surgimento de novas aptidões com novas condições disponíveis para o enfrentamento às novas situações, proporcionando a indissociabilidade da teoria e prática. APRENDER A VIVER BEM EM GRUPO É um dos grandes desafios não apenas da educação, mas, também, da humanidade. Nós vivemos mal em grupo e isso é fato. A educação deve ser voltada para a construção do ser humano solidário, capaz de viver bem em grupo, através do desejo de ver o outro como semelhante e realizar com ele uma relação de empatia. APRENDER A SER Vivemos em uma sociedade que valoriza e contribui para a cultura do ter, onde a pessoa tem expressão visível por aquilo que ela pode comprar. É papel também do currículo procurar formas de evidenciar a importância do ser. A pessoa precisa ser antes de ter. Por meio da consciência da situação de exclusão e da situação social, o aluno deve e pode perceber a soberania do ser sobre a dimensão do ter

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO A Lei de Diretrizes e Bases atribui à escola decidir sobre sua proposta pedagógica. Vale lembrar que a escola não pode controlar todos os fatores que interagem na formação do aluno e que não se trata de impor determinados conteúdos e valores, mas de ser coerente com a sua prática pedagógica assumida, o possibilitar aos alunos uma discussão sobre eles e a construção de critérios para a avaliação do rendimento no processo educacional. Para que a avaliação escolar tenha função relevante e significativa na prática escolar é imprescindível entendê-la como instrumento de análise permanente do processo pedagógico que revela ao professor em que medida os alunos estão ou não se apropriando dos conteúdos trabalhados. Desse modo a avaliação terá a tração diagnóstica, possibilitando ao professor novas ações e ajustes no planejamento, respeitando os limites e as especificidades dos alunos. Para tanto, é necessário ter pressente que a finalidade da avaliação é ajudar os educadores a planejar a continuidade de seu trabalho, ajustando-o ao processo educacional de seus alunos, buscando oferecer-lhes condições de superar obstáculos e desenvolver o autoconhecimento, a autonomia e jamais qualificá-los. Nesse sentido, faz-se necessário que a escola tenha como prioridade os valores humanos, éticos e os princípios escolhidos pela escola _ respeito, responsabilidade e cooperação, para nortear a sua caminhada na educação, sempre voltados para a sua emancipação, construção do sucesso escolar e inclusão como princípio e compromisso social. A avaliação deve ser concebida como um instrumento para ajudar o aluno a aprender e faz parte integrante do trabalho realizado em sala de aula para, a partir dela, o professor rever os procedimentos que vem utilizando e replanejar o seu trabalho. Para o aluno ela permite ver os avanços e as dificuldades, tem a tração permanente de diagnostico e acompanhamento do processo ensino aprendizagem. O professor assume um papel de pesquisador que investiga quais os problemas enfrentados pelos alunos por quê, estudando com cuidado as

produções realizadas, conversando com os alunos sobre estas, considerando as razões que levaram a produzi-las de uma determinada maneira e não de outra, ouvindo suas justificativas, detectando o nó que emperra o processo. Só assim a avaliação é um instrumento de aprendizagem quando o professor utiliza as informações conseguidas para planejar suas intervenções, propondo procedimentos que levem os alunos a atingir novos patamares e conhecimento. Ao avaliar cada produção do aluno, o professor faz uma comparação: compara o que o aluno fez ou faz com o que ele esperava que ele fizesse, soubesse, ousasse... ou seja, em qualquer situação de avaliação, todos temos em mente um ou mais parâmetros que servem de medida para apreciar o que está sendo avaliado. A avaliação acontece vinculada às atividades do dia-a-dia da sala de aula, possibilitando a reflexão contínua sobre o processo de aprendizagem. Porém, são necessários também momentos específicos, previstos em calendário, para fazer um balanço geral do trabalho, uma síntese do desempenho dos alunos e do professor. Após esse balanço, percebe- se que enfrentou dificuldades, mas também fez muitas conquistas e isso deve ser registrado como um fator relevante, pois leva o aluno e o professor a perceberem a evolução e a melhorar sua autoestima. Devemos salientar que a avaliação deve ser realizada com sensibilidade e inteligência. O educador deve ter a consciência da própria visão do mundo, da sua ideologia, dos sentimentos e hábitos _ não para eliminá-los ou impedir que interfiram no seu julgamento, mas para, conhecendo-os melhor, controlar a sua influência. Não podemos esquecer também a função social da escola que é a de resignificar conceitos e ajudar o aluno a adquirir informações e não a ser um mero acumulador de dados, ajudando-o a desenvolver sua autonomia, enfim, a formar cidadãos que exerçam seus direitos e deveres. A avaliação escolar é, antes de tudo, um processo que tem como objetivo permitir ao professor e a escola acompanhar o desempenho do aluno. Para a professora Clarilze Prado de Souza PUC/SP A avaliação deve permitir acompanhar o aluno no seu cotidiano na escola, identificando seus progressos e retrocessos, suas dificuldades e facilidades. Então a avaliação não só orienta o professor no desenvolvimento do ensino, como também o aluno em

relação a seu comportamento e seu processo de aprendizagem. Sendo assim, o professor e a escola, tem autonomia para utilizar múltiplos instrumentos na avaliação escolar, que vão garantir mais confiança nos resultados. Os processos e instrumentos utilizados em nossa instituição são bem variados. Os educadores avaliam diariamente, utilizando dos seguintes recursos: exercícios, debates, seminários, trabalho em grupo, cadernos e aplicação de testes. Mas que ainda precisa ser repensado e avaliado pelos profissionais da educação, pois nosso relatório bimestral mostra um índice abaixo daquele esperado por todos nós. No entanto ainda segundo a professora Clarilze os modelos de avaliação do processo ensino aprendizagem do aluno, que são inúmeros, devem ser construídos e adaptados em cada escola. Acredita, no entanto, todos devem apresentar condições de oferecer uma avaliação que seja diagnóstica do aluno, dos processos de aprendizagem que o aluno está percorrendo, dos procedimentos e estratégias apresentadas pelo professor, e dos resultados que estão sendo obtidos pelo aluno em sala e na escola. Seria maravilhoso estarmos falando que nossa escola não tivesse problema em todos esses itens que foram tratados, porém ainda está longe de ser uma escola dos nossos sonhos, pois ainda enfrenta problema interpessoal, pedagógico, de estrutura física, de pessoas mais participativas, tendo como um único objetivo o processo de ensino aprendizagem. E para que esses problemas sejam resolvidos e tenhamos uma escola dos nossos sonhos, é necessária uma gestão democrática para atingir nossos objetivos, intervindo assim em nossa realidade social, cultural. E quando tudo isso é garantido temos uma escola com pluralidade de idéias, igualdade de oportunidades educacionais para todos, gratuidade, valorização e garantia de qualidade. Mas para isso, temos que melhorar o desempenho dos alunos, organizar currículos flexíveis, voltados para atividades multidisciplinares, estimular atividades dos alunos, combinando diferentes estratégias de ensino, e principalmente envolver as comunidades escolares e locais nas decisões e nas ações relacionadas à garantia do direito a educação.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - SISTEMA DE AVALIAÇÃO CRITÉRIOS DE APROVEITAMENTOS DE ESTUDOS, PROGRESSÃO PARCIAL ADAPTAÇÃO AVALIAÇÃO, PROMOÇÃO E RECUPERAÇÃO A Avaliação é um processo sistemático que se realiza em função dos objetivos propostos durante todo o processo ensino aprendizagem, verificando e acompanhando o comportamento dos alunos nas diferentes etapas do desenvolvimento da aprendizagem de forma integral, tendo em vista uma tomada de decisão sobre a próxima etapa do processo. O Sistema de Avaliação da Escola Estadual Nova Chance visa diagnosticar o nível de desenvolvimento de aprendizagem dos alunos dos ensinos fundamental e médio, através não só dos conteúdos apresentados no decorrer do processo ensino aprendizagem, mas de todo o seu crescimento pessoal, considerando sua participação, responsabilidade e pontualidade às aulas. A avaliação da aprendizagem tem por objetivo a verificação dos conhecimentos e atividades adquiridas pelo aluno durante os estudos, bem como, a apuração da assiduidade, sob a ótica do desenvolvimento qualitativo. A avaliação do processo ensino aprendizagem deverá ser diagnóstica, formativa e contínua, de forma a garantir o processo de desenvolvimento do aluno e apropriação do conhecimento como referência da ação educativa: A avaliação do processo ensino aprendizagem não terá caráter seletivo, mas o indicador da necessidade de intervenção pedagógica, levando em consideração aspectos curriculares e metodológicos, com vistas ao sucesso da aprendizagem de todos os alunos. A avaliação do aproveitamento é feito pela observação constante do aluno, pelo aspecto qualitativo, participação ativa na construção do seu conhecimento vivenciado no cotidiano. Possibilitar melhor graduação de tarefas, promovendo atividades mais adequadas ao desenvolvimento do aluno e sua adaptação escolar.

A avaliação do rendimento escolar compreenderá a avaliação do aproveitamento e a apuração da assiduidade. A avaliação do aproveitamento deve incidir sobre o desempenho do aluno nas diferentes experiências de aprendizagem, levando em conta os objetivos visados. O disposto neste artigo aplica-se a todos os componentes curriculares, independentemente do tratamento metodológico e de sua consideração para fins de promoção. Na avaliação do aproveitamento devem ser utilizados no decorrer de cada período bimestral, dois ou mais instrumentos elaborados pelo professor. Na elaboração dos instrumentos de avaliação deve ser observada a norma de preponderância dos aspectos qualitativos de aproveitamento sobre os quantitativos. As sínteses bimestrais dos resultados da avaliação do aproveitamento serão expressas através de relatórios semestrais. PROGRESSÃO PARCIAL: Entende-se por progressão parcial aquela em que o aluno passa a cursar a série e ou etapa seguinte, mesmo não tendo sido aprovado em todos os seus componentes curriculares. A matrícula com progressão parcial poderá ser admitida a partir da 1ª etapa do ensino fundamental e do Ensino Médio EJA até 04 (quatro) componentes curriculares. A escola tem previsto a forma de atendimento aos alunos matriculados com progressão parcial, normatizando os procedimentos em relação aos critérios de avaliação do rendimento escolar em seu Regimento Escolar e Proposta Pedagógica, conforme estabelece a LDB Lei de Diretrizes nacional e Legislação Estadual pertinentes. A EE Nova Chance adota o regime de progressão parcial/dependência às aulas, preservando a sequencia do currículo, ficando seu planejamento sob a responsabilidade da Coordenação Pedagógica. O aluno matriculado na progressão parcial/dependência, que não conseguir a devida aprovação, na (s) disciplina (s) matriculada(s) conforme