ITAIACOCA: SEGUNDA-FEIRA DE CARNAVAL 08 DE FEVEREIRO DE 2016

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Transcrição:

ITAIACOCA: SEGUNDA-FEIRA DE CARNAVAL 08 DE FEVEREIRO DE 2016 Caríssimos Irmãos e Irmãs: Após um ano de trabalhos na edificação de nossa futura hospedaria, aqui estamos para agradecer por essa dádiva que Deus nos concedeu. Iniciamo-la na confiança de que o Senhor não iria nos confundir. De fato, temos diante de nossos olhos a prova de que Ele não abandona os seus, quando esses, não obstante suas fragilidades humanas, desejam, do lugar onde se encontram na Igreja, dilatar o Reino. Jamais nos esqueçamos, caríssimos irmãos, que os monges, bem como todos os batizados, são chamados à obediência das últimas palavras do Senhor, antes de subir aos céus: Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho. 1

Neste momento, celebrando a Ação de Graças pelos seus benefícios a nós concedidos, escutamos da liturgia da Palavra dois textos 1 que nos ajudam a compreender com maior evidência o que deve ser um mosteiro beneditino. Será sempre um espaço na Igreja para homens que se propõem a dilatar o Reino a partir de sua conversatio, e a partir dela, através do coração de tantos que os visitam. Como ouvimos na primeira leitura, no alto do Monte de Sião, Salomão edificou a Casa de Deus para lá estar a Arca da Aliança. Assim também o fez São Bento em Monte Cassino. O Homem de Deus construiu seu mosteiro para que fosse a morada do Deus-conosco, obediente ao mandato do Cristo: Fazei isto em memória de mim. 11 Primeira Leitura: 1Rs 8,1-7.9-13 Segunda Leitura: Mc 6,53-56 2

Por isso, ao longo de sua existência, celebrou com seus filhos o sacrifício da Nova Aliança que Jesus, antes de sua oblação no altar da cruz, nos deixou em memorial. Nesse lugar, o Oratório do mosteiro, ao longo dos séculos, se reuniram e ainda se reúnem os filhos de São Bento, pequena porção do Novo Israel, para adorar o Verbo feito carne no seio de Maria sob as espécies do pão e do vinho eucaristizados e escutar a Palavra da Vida, que as tábuas da Lei de Moisés haviam prefigurado. O Oratório do Mosteiro, assim o chama São Bento sua igreja de Monte Cassino é o Sancta Sanctorum de toda a construção monástica. Nele a glória do Senhor se faz presente, sendo uma força centrífuga na vida da comunidade. Realiza-se nesse local sagrado a Obra de Deus, que dá sentido à existência da- 3

queles que, um dia, buscaram um lugar eclesial para viver seu batismo. Ali estão esses homens que se dispõem conduzir até Jesus toda uma multidão que busca cura e salvação. Para seus Oratórios, os filhos de São Bento dispersos por todo o mundo, levam sempre aqueles que desejam e precisam se aproximar do Cristo, tocando-o de muitas formas. E, muitos, porque têm fé, são curados. Já vivemos esse ideal de São Bento onde estamos, porém, desejamos intensificá-lo aqui neste monte, lugar privilegiado por sua singular beleza, e até porque, Benedictus montes amabat, como diz o adágio medieval, cumprindo assim o mandamento do Senhor: Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho. Nosso mosteiro, que se prepara para trasladar para este monte a sua Tenda de Reunião, com suas 4

alfaias sagradas e tudo o que têm para dar continuidade à sua história na Igreja do Brasil, prepara-se, igualmente, para ser, com o auxílio da graça, tudo o que a Igreja é; pois, uma célula contém tudo em si mesma o que contém o corpo da qual pertence. O que desejamos ter neste local para sermos Igreja que dilata o Reino Menciono apenas quatro projetos para não ser prolixo demais. Uma escola. Primeiramente, a escola por excelência da fé, que é a liturgia, atividade que tem primazia frente às demais. Entretanto, temos outros espaços de educação nessa escola que é o mosteiro: o espaço da hospedaria para retiros, cursos, encontros e oração silenciosa; o espaço do colóquio humano, espiritual e teológico nos parlatórios, na biblioteca e nos jardins; o espaço 5

de momentos de informações ao receber visitantes, peregrinos, turistas, vizinhos e, até, curiosos que nunca faltam. Um hospital. Os monges, homens de oração e de escuta orante da Palavra, de estudo e reflexão, quando necessário, põem-se ao serviço da cura, dos unguentos, dos curativos, e se preciso for, da cirurgia a todos os que padecem sob o aspecto físico, psíquico, moral e espiritual pelo acolhimento, sacramento da penitência, e oração. Há, ainda, muitos que fazem suas consultas de rotina na regularidade das direções espirituais, na participação da Missa e do Ofício Divino, na adoração ao Santíssimo Sacramento e na contemplação de Deus presente na natureza. Uma creche. 6

Jamais faltam as crianças que, acompanhadas dos pais, vêm ao mosteiro e precisam de atenção e carinho. Alguns instantes em se debruçar diante dos pequeninos para abençoá-los é tão importante quanto dar-lhes alimento, vestimenta e bebida.tratá-los e contemplá-los com respeito e amor, porque o Reino dos céus lhes pertence, é contribuir para que cresçam na consciência de que são filhos amados de Deus. Proporcionar-lhes o contato com nossos animais, que, provavelmente, só os conhecem pela tela da televisão ou do computador é, prepará-los para respeitar e amar toda a obra da criação, reflexo da beleza do Criador. Um asilo. Idosos são mais sensíveis ao silêncio e recolhimento, valores importantes de nossa vida, e, frequentemente, encontram em nossos mosteiros quem os ali- 7

vie da chaga da solidão, isolamento e nostalgia. Haverá sempre algum monge que os faça rir, atitude que com o passar dos anos pode se ausenta desses filhos amados de Deus, carregados de sofrimentos e desilusões. Provocar riso, descontrair, trazer alegria aos anciãos é obra de misericórdia. Poderíamos estender a lista dessas atividades ou pastoral que realizamos circunstancial e momentaneamente, nem por isso menos eficaz e importante para a Igreja, porque tudo o que ela faz, um mosteiro beneditino deve fazer, porém com um diferencial: nada precisa ser institucional, com registro na Cúria Diocesana, nos Anuários Católicos, com reconhecimento civil e com uma mirabolante sigla, para identificar o carisma de determinada família religiosa. 8

Na conversatio monástica há momentos para todo tipo de atividade cristã, pois havendo necessidade, o monge não interrompe sua união com Cristo, normalmente no silêncio, na oração e contemplação. Apenas muda a forma de contato com o Senhor, que se faz sacramento na presença do próximo. Essa foi a vida de nosso Pai São Bento em Monte Cassino e que desejamos dar continuidade neste momento de nossa história. A conversatio monástica neste local de singular beleza nos orientará e conduzirá à vida contemplativa. Disso não tenho dúvidas. Se soubermos desfrutar dessa dádiva a conversatio monástica de nosso mosteiro neste local o Senhor continuará nos abençoando para sermos, com o que temos e fazemos, um maranatá vivente; aspecto primordial de nossa vocação monásti- 9

ca, numa sociedade que promove sutil, insistente e inteligentemente o discurso sobre a inverossimilhança da vida eterna. Deus nos abençoe a todos! 10