MARCO CIVIL DA INTERNET

Documentos relacionados
Audiência Pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática. Brasília, 30 de junho de 2015

Minuta de Decreto Marco Civil da Internet

02/04/2019. Neutralidade da Rede. Profa. Dra. Cíntia Rosa Pereira de Lima

Seminário Transição do IPv4 para o IPv6: Acesso, Privacidade e Coibição de Ilícitos BRASÍLIA, 07 DE DEZEMBRO DE 2015 ALEXANDER CASTRO

CGI.BR E A GOVERNANÇA DA INTERNET NO BRASIL. Vinicius W. O. Santos Assessoria ao CGI.br

ANEXO À EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS (MINUTA)

Detalhamento do Plano

Qualidade dos Serviços de Telecomunicações

MARCO CIVIL DA INTERNET

SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL

DIREITO DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

COMISSÃO DECIÊNCIA ETECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA COMISSÃO DEINTEGRAÇÃONACIONAL, DESENVOLVIMENTO REGIONAL E DA AMAZÔNIA AUDIÊNCIA PÚBLICA

PLS 181/2014. Audiência Pública Senado Federal. Brasília, 02 de dezembro de 2014 Eduardo Levy

Detalhamento do Plano

PLANO ALTERNATIVO LOCAL PLANO Nº 159

Detalhamento do Plano

Detalhamento do Plano

Detalhamento do Plano

DESCRITIVO DO PLANO ALTERNATIVO DE SERVIÇO Nº 149

A QUALIDADE DOS SERVIÇOS SOB OUTROS OLHARES

SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES

PLANOS ALTERNATIVOS PA n.º Pacote Minutos Locais Mensais VI

2 Qualidade de serviço

EVOLUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL. Grupo: Anna Claudia Geraldo Vinicius Guilherme Spadotto Rafael Cunha.

EAQ Entidade Aferidora da Qualidade de Banda Larga Workshop 5: Qualidade da Banda Larga no Brasil

Portabilidade Numérica CONCEITOS BASICOS

DESCRITIVO DO PLANO ALTERNATIVO DE SERVIÇO Nº 146

IMPACTO DA REVERSIBILIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Adriana de Moraes Cansian

Voz sobre IP VoIP telefonia IP telefonia Internet telefonia em banda larga voz sobre banda larga Públicas Privadas Telefonia IP

Painel Telebrasil Novo modelo: Migração para autorizações e Novas regras para o espectro

SERVIÇOS DE INTERNET BRASIL EM 2016 E TELEFONIA NO AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Qualidade dos Serviços de Telecomunicações

O Setor de Telecomunicações

São Paulo, 7 de agosto de 2000

Senado Federal Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática 08 de outubro de 2013

PLANOS ALTERNATIVOS PA nº PACOTE DE MINUTOS INTRA-ESTADUAIS

Ministério das Comunicações

REGULAMENTO. Nextel 3G Smart Blackberry 2.500

REGULAMENTO DA PROMOÇÃO PLURI PACOTE 171

REGULAMENTO DA PROMOÇÃO PLURI AMIGOS

Plano Pós-Pago Alternativo de Serviço

Nextel 3G Smart Blackberry 800 Nextel 3G BB /PÓS/SMP Nextel 3G Smart Blackberry Nextel 3G BB /PÓS/SMP

I Forum Lusófono de Comunicações. Painel III A Regulação do Mercado de Telecomunicações Lusófonas

PLANOS ALTERNATIVOS PA nº MINUTOS LONGA DISTÂNCIA INTRA- ESTADUAIS II

TELECOM E OTTs Mesmo Serviço, Mesma Regra

Computação e Sociedade Internet, Governança da Internet e Novas Tecnologias PROFESSORA CINTIA CAETANO

Seminário FGV EPGE Modernização da Infraestrutura Brasileira. Novo modelo regulatório para o setor de Telecomunicações

O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES

A expansão da Banda Larga no contexto da revisão do Modelo Setorial

Cidadãos Inteligentes

O Multi Protocol Label Switching é um mecanismo de transporte de dados pertencente à família das redes de comutação de pacotes. O MPLS é padronizado

Plano Pós-Pago Alternativo de Serviço

PLANO ALTERNATIVO DE SERVIÇO LOCAL

MARCO CIVIL DA INTERNET - CANDIDATO À DISCURSIVA. Prof. Marcos Girão

Contribuição Intervozes à Consulta pública 46 da Anatel Regulamento da Gestão da Qualidade do SCM

Fiscalização do Serviço de Comunicação Multimídia

CARTILHA EXPLICATIVA SOBRE O SOFTWARE DE MEDIÇÃO DE QUALIDADE DE CONEXÃO

SERVIÇOS OVER THE TOP E TELECOMUNICAÇÕES: IMPACTOS, DESAFIOS E OPORTUNIDADES

Plano Pós-Pago Alternativo de Serviço

Faixa de utilização, por minuto 100 a a a acima de CRITÉRIOS DE TARIFAÇÃO DOS MINUTOS

Ministério das Comunicações

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR PROJETO DE LEI Nº 4.078, DE Autor: Deputado Giroto. Relator: Deputado José Carlos Araújo

PLANOS ALTERNATIVOS Pacote de Minutos Locais Mensais III

CORREIOS CELULAR PLANOS DE SERVIÇO - TERMO DE ADESÃO

residencial a central que comporta a infraestrutura da Vivo para a prestação do serviço.

REGULAMENTO Promoção Planos Locais Empresas Adesões de 07 de Março de 2015 a 31 de julho de 2015

Setor de Autarquias Sul SAUS Quadra 6, Bloco F, Térreo Biblioteca Brasília DF Fax. (061)

PLANO ALTERNATIVO PA nº 266

Promoção Fale Vontade Loc Dentro Rede Telef VIVO

INFRAESTRUTURA E CONECTIVIDADE: A IMPORTÂNCIA PARA A GESTÃO EFICIENTE DAS CIDADES

REGULAMENTO. Promoção Nextel Pós

REGULAMENTO. Promoção Compre P leve M, Compre M leve G + 2 Planos pelo Preço de 1

REGULAMENTO Promoção Planos Locais Empresas Benefícios de 05 de Setembro de 2015 a 31 de Março de 2016

Regulamento. Página 1 de 5

1. ELEGIBILIDADE, PERÍODO DE ADESÃO, VIGÊNCIA DA PROMOÇÃO E DEFINIÇÕES DA OFERTA

Regulamento Oferta Commtel

Promoção Fale Vontade Loc Dentro Rede Telef VIVO

SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº 2.126, DE 2011

A ANATEL E O WIMAX Redes comunitárias e redes competitivas

DESCRITIVO DO PLANO ALTERNATIVO DE SERVIÇO Nº 142

TELECOMUNICAÇÕES DO BRASIL EDUARDO LEVY BRASÍLIA, 03 DE SETEMBRO DE 2015 AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CPI CRIMES CIBERNÉTICOS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Compartilhamento de infraestrutura e de frequência Riscos e vantagens

Plano Pós-Pago Alternativo de Serviço

REGULAMENTO (8) Promoção Fale e Navegue à Vontade - Bônus Orelhão

REGULAMENTO - Promoção Nextel 3G Smart

Regulamento. Página 1 de 5

SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI Nº 2.126, DE O Congresso Nacional decreta: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Plano Pós-Pago Alternativo de Serviço

POLÍTICAS PÚBLICAS: REGULAÇÃO INTERNET NA AMÉRICA LATINA E A CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DO ECOSSISTEMA DIGITAL

REGULAMENTO. Promoção Fale e Navegue à Vontade - Bônus Orelhão

Plano Pós-Pago Alternativo de Serviço

Plano Alternativo N.º 142

Consulta Ata do Pregão

48º Encontro Telesíntese A qualidade dos serviços de Telecom, as regras atuais, uma avaliação. Ponderações sobre as novas metas

Instalação de Infraestrutura de Telecomunicações

Regulamento. Página 1 de 7

Transcrição:

MARCO CIVIL DA INTERNET DELIMITAÇÃO DAS EXCEÇÕES ATRELADAS À NEUTRALIDADE DEREDE REQUISITOS TÉCNICOS COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA BRASÍLIA, 06 DE OUTUBRO DE 2015 ALEXANDER CASTRO

Quem somos Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal foi criado em 2003 Representa todas as empresas que operam serviços telefônicos fixos (STFC), Móveis (SMP) e Comunicação Multimídia (SCM). 2

Lei 12.965/2014 A disciplina do uso da Internet no Brasil tem como um de seus fundamentos a livre inciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; A disciplina do uso da Internet no Brasil tem como um de seus princípios a liberdade dos modelos de negócios; e a Preservação da Estabilidade, Segurança e Funcionalidade das Redes por meio de um processo de gestão baseado em medidas técnicas compatíveis com os padrões internacionais e pelo estímulo ao uso de boas práticas;

Regulamentação da Neutralidade de Rede Regulamentação deve preservar o espírito da Lei; Conceito não está mais em discussão. Foi totalmente definido pela Lei. Regulamentação deve estabelecer apenas as condições em que se admite a discriminação ou degradação do tráfego; Regulamentação deve respeitar o interesse e a vontade do consumidor; Deve garantir aos provedores de acesso e conexão a necessária flexibilidade na gestão de suas redes;

O Conceito de Neutralidade de Rede do MCI As redes que dão suporte ao acesso e conexão, fixa ou móvel à Internet, ao executarem as atividades de transmissão, comutação e roteamento devem dispensar tratamento isonômico a qualquer pacote de dados, independentemente de seu conteúdo, sua origem, seu destino, serviço, aplicação e terminal. Evitar: Bloqueio de aplicações; Discriminação de tráfego; Priorização Paga.

Neutralidade de rede User CDR Provedor de Aplicação Rede de telecomunicações Internet Backbone Não pretende inibir as diferentes formas de relação existentes entre empresas de telecomunicações e provedores de aplicações

Requisitos Técnicos indispensáveis à adequada prestação de serviços ou aplicações (I) Situações que ameaçam a segurança, a estabilidade e a funcionalidade das redes exigem a intervenção do provedor de acesso e conexão; Regulamentação deve permitir discriminações ou degradações de tráfego, decorrentes de práticas de gestão de redes em toda e qualquer situação acima mencionada; A supervisão e fiscalização de tais práticas deve ser de responsabilidade da ANATEL

Gerenciamento de tráfego Best Effort Pacotes entram mais rápido do que o roteador consegue enviá-los; Pacotes são armazenados e descartados após um determinado tempo de espera, sem levar em conta o tipo de dados que ele contém. Nenhuma prioridade é dada. Need-Based Prioritisation Mesma situação do best effort, porém os pacotes são descartados de acordo com o tipo de dados que eles contém. Aplicativos e serviços mais robustos a latências são preservados de forma a se minimizar a degradação do serviço percebida pelo usuário. Active Prioritisation A operadora pode alocar diferentes parcelas da rede para aplicativos e serviços distintos. Aplicações e serviços mais resistentes a latências compartilhariam uma parcela menor de capacidade da rede. Serviços mais sensíveis a latência compartilhariam mais capocidade. Fonte: OECD. Internet Traffic Priorisation: an overview. Paris: Committee for Information, Computerd and Communication Policy, 2007

Requisitos Técnicos indispensáveis à adequada prestação de serviços ou aplicações (II) Pacotes de dados provenientes de Serviços ou Aplicações diferentes, com características que demandem da rede requisitos técnicos diferenciados podem ter tratamento não isonômico (Need Based Priorization); Serviços Especializados devem estar enquadrados nas exceções à Neutralidade de Rede. Definição deve estar contida em regulamento da ANATEL;

Requisitos Técnicos indispensáveis à adequada prestação de serviços ou aplicações (III) Usuários devem ser livres para contratar e Provedores de Acesso e Conexão livres para ofertar controle parental; A prestadora poderia, a pedido do usuário, implantar soluções de bloqueios de determinados conteúdos/aplicações, tais como jogos, pornografia, redes sociais, entre outros; Oferta de soluções de bloqueio deve ser de forma voluntária e não compulsória;

Serviços de Emergência São todos aqueles que possibilitam ao usuário uma solicitação de atendimento imediato, em virtude de situação emergencial ou condição de urgência; Podem ser públicos ou privados; Tratamento preferencial aos serviços emergenciais deve ser voluntário; Serviço Oneroso ou Gratuito.

Vedação quanto ao bloqueio, filtragem, monitoração ou análise do conteúdo dos pacotes Exposição de Motivos da Lei expressa literalmente que conceito de neutralidade de rede não veda a oferta de acessos à Internet baseado em velocidade e capacidade de tráfego;

Vedação quanto ao bloqueio, filtragem, monitoração ou análise do conteúdo dos pacotes Essência de um modelo de negócio baseado em franquias é a interrupção do usufruto do serviço ao término da franquia contratada e não renovada; Vedação ao bloqueio se aplica dentro dos limites contratuais de volumes e velocidades para o serviço de acesso à Internet;

Vedação quanto ao bloqueio, filtragem, monitoração ou análise do conteúdo dos pacotes Uma adequada gestão de rede está diretamente relacionada a leitura dos metadados (cabeçalhos dos diversos protocolos) de cada pacote; Também a informação retirada ou inserida pelo usuário da Rede pode ser analisada desde que não sirva ao propósito de identificação individual e orientada a garantia da segurança e estabilidade das redes; ANATEL tem o papel fiscalizador.

Regulamentação deve manter cenário de estabilidade regulatória e atual flexibilidade para a construção de modelos de negócios que assegurem a sustentabilidade dos enormes investimentos necessários para a expansão, modernização e massificação do acesso à Internet

OBRIGADO ALEXANDER CASTRO alex@sinditelebrasil.org.br