Com as contrarrazões, subiram os autos a este egrégio Tribunal, vindo-me conclusos por distribuição.

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Transcrição:

PROCESSO Nº: 0801173-59.2012.4.05.8300 - APELAÇÃO APELANTE: CLINICA DO RIM DO CARPINA LTDA ADVOGADO: DORIS FIUZA CORDEIRO APELADO: FAZENDA NACIONAL RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL FRANCISCO DE QUEIROZ BEZERRA CAVALCANTI - 1º TURMA RELATÓRIO O JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI (Relator): Trata-se de apelação interposta pela parte autora em face de sentença que julgou improcedentes os pedidos formulados na inicial e condenou-a ao pagamento de custas e honorários advocatícios, estes fixados em 10% do valor atribuído à causa. Em suas razões de recurso, alega a apelante, em síntese, que "a demandante ao adquirir os produtos farmacêuticos, de perfumaria, toucador e higiene pessoal, deveria tomar o crédito do PIS e da COFINS, resultante do débito da operação anterior". Defende que, "no mês de março deste corrente ano, o Superior Tribunal de Justiça - STJ firmou entendimento de que hospitais e clínicas não se enquadram na hipótese do artigo 2º da lei 10.147/2000 e, portanto, não teriam direito a redução da alíquota para zero na receita bruta decorrente da venda dos medicamentos descritos no inciso I do art. 1º da mesma lei", entretanto "o posicionamento dos ministros, este não nos parece ser o melhor entendimento. Primeiro, porque impõe um requisito inexistente na lei, isto é, clínicas e hospitais não têm como atividade fim a venda de medicamentos, nem poderia. Contudo, utilizam de tais medicamentos para a prestação do serviço, e os valores recebidos pelo SUS está embutido o valor do medicamento, assim, existe faturamento pela utilização de medicamentos. Desta forma, dizer que as clínicas e hospitais não têm direito à incidência da alíquota zero, é um absurdo". Sustenta que, "o artigo 2º da lei 10.147/2000 em nenhum momento exige que a atividade fim do beneficiário seja a venda de medicamentos, mas, tão somente, que ele não esteja na condição de industrial ou de importador". Ao final, requer o provimento do recurso. Com as contrarrazões, subiram os autos a este egrégio Tribunal, vindo-me conclusos por distribuição. É o relatório. PROCESSO Nº: 0801173-59.2012.4.05.8300 - APELAÇÃO APELANTE: CLINICA DO RIM DO CARPINA LTDA ADVOGADO: DORIS FIUZA CORDEIRO APELADO: FAZENDA NACIONAL RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL FRANCISCO DE QUEIROZ BEZERRA CAVALCANTI - 1º TURMA EMENTA. TRIBUTÁRIO. PIS. COFINS. HOSPITAL/CLÍNICA MÉDICA. MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ALÍQUOTA ZERO. LEI N. 10.147/2000. INAPLICABILIDADE. ENTENDIMENTO FIRMADO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 1. Cinge-se a questão trazida aos autos acerca da possibilidade de aplicação da alíquota zero relativa à incidência de PIS e COFINS sobre as receitas decorrentes da utilização de medicamentos, por hospital/clínica médica, na prestação de serviços médicos. 2. Nos termos do art. 2º da Lei n. 10.147/2000, a desoneração das referidas contribuições,

mediante atribuição de alíquota zero, é aplicada apenas à atividade de comercialização de medicamentos. 3. No caso de hospitais e clínicas médicas, por não se dedicarem à atividade básica de comercialização desses produtos, não estão sujeitas à alíquota zero prevista na mencionada lei. Em verdade, "os medicamentos [utilizados por essas entidades], não são vendidos aos pacientes, eles são utilizados no exercício de suas atividades, e por esse motivo integram o seu custo, razão por que não é de se aplicar, no caso, a alíquota zero" (AgRg no REsp 1237712/PR, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, 2ª T., DJe 30/05/2012). 4. Incensurável, pois, a sentença que julgou improcedente a pretensão autoral, porquanto se encontra em consonância com o entendimento desta Corte e do STJ. 5. Apelação improvida. VOTO O JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI (Relator): Como ensaiado no relatório, trata-se de apelação interposta pela parte autora em face de sentença que julgou improcedentes os pedidos formulados na inicial e condenou-a ao pagamento de custas e honorários advocatícios, estes fixados em 10% do valor atribuído à causa. Ab initio, ressalto o atendimento dos pressupostos intrínsecos (cabimento, legitimidade, interesse e ausência de fato extintivo e impeditivo do direito de recorrer) e extrínsecos (tempestividade e regularidade formal) de admissibilidade, pelo que merecem trânsito os apelos. Passa-se, pois, ao exame do thema decidendum. Cinge-se a questão trazida aos autos acerca da possibilidade de aplicação da alíquota zero relativa à incidência de PIS e COFINS sobre as receitas decorrentes da utilização de medicamentos, por hospital/clínica médica, na prestação de serviços médicos. Em linha de princípio, quadra advertir que a controvérsia ora deduzida não rende ensejo a maiores tergiversações, apresentando-se de fácil deslinde, o que, em parte, se credita às disposições contidas nos artigos 1º e 2º da Lei n. 10.147/2000, verbis: "Art. 1º A contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/Pasep e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas que procedam à industrialização ou à importação dos produtos classificados nas posições 30.01, 30.03, exceto no código 3003.90.56, 30.04, exceto no código 3004.90.46 e 3303.00 a 33.07, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10, 3006.60.00, 3401.11.90, 3401.20.10 e 9603.21.00, todos da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto nº 4.070, de 28 de dezembro de 2001, serão calculadas, respectivamente, com base nas seguintes alíquotas: (Redação dada pela Lei nº 10.548, de 13.11.2002) I - incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de: ((Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) produtos farmacêuticos classificados nas posições 30.01, 30.03, exceto no código 3003.90.56, 30.04, exceto no código 3004.90.46, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3,

3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2 e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10, 3006.60.00: 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento) e 9,9% (nove inteiros e nove décimos por cento); (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) b) produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, classificados nas posições 33.03 a 33.07 e nos códigos 3401.11.90, 3401.20.10 e 96.03.21.00: 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento) e 10,3% (dez inteiros e três décimos por cento); (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) II - sessenta e cinco centésimos por cento e três por cento, incidentes sobre a receita bruta decorrente das demais atividades. 1 o Para os fins desta Lei, aplica-se o conceito de industrialização estabelecido na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI. 2 o O Poder Executivo poderá, nas hipóteses e condições que estabelecer, excluir, da incidência de que trata o inciso I, produtos indicados no caput, exceto os classificados na posição 3004. 3 o Na hipótese do 2 o, aplica-se, em relação à receita bruta decorrente da venda dos produtos excluídos, as alíquotas estabelecidas no inciso II. (destaques acrescidos) Art. 2 o São reduzidas a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda dos produtos tributados na forma do inciso I do art. 1 o, pelas pessoas jurídicas não enquadradas na condição de industrial ou de importador. (destaques acrescidos) Do exame dos precitados dispositivos legais, ressuma inconteste que a desoneração das referidas contribuições, mediante atribuição de alíquota zero, é aplicada apenas à atividade de comercialização de medicamentos. No caso de hospitais e clínicas médicas, por não se dedicarem à atividade básica de comercialização desses produtos, não estão sujeitas à alíquota zero prevista no art. 2º da Lei n. 10.147/2000. Em verdade, "os medicamentos [utilizados por essas entidades], não são vendidos aos pacientes, eles são utilizados no exercício de suas atividades, e por esse motivo integram o seu custo, razão por que não é de se aplicar, no caso, a alíquota zero" (AgRg no REsp 1237712/PR, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, 2ª T., DJe 30/05/2012). Nesse particular, aponto outros julgados desta Corte e do STJ: RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. LEI 10.147/00. HOSPITAIS E CLÍNICAS MÉDICAS. ALÍQUOTA ZERO. MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. INAPLICABILIDADE. 1. O art. 2º da Lei 10.147/00, que reduz a zero as alíquotas do PIS e da Cofins incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de medicamentos, produtos de perfumaria ou de higiene pessoal, não se aplica às entidades hospitalares e às clinicas médicas, que não têm como atividade básica a venda de medicamentos, utilizados apenas como insumos na prestação do serviço. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público. 2. Agravo regimental não provido.

(AgRg no REsp 1244105/BA, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/05/2012, DJe 24/05/2012) TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PIS. COFINS. ENTIDADES HOSPITALARES E CLÍNICAS MÉDICAS. ALÍQUOTA ZERO. LEI N. 10.147/2000. RECEITAS RELATIVAS AOS MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. INAPLICABILIDADE. 1. A controvérsia consiste na possibilidade de reconhecimento do direito da clínica de encologia à exclusão da base de cálculo do PIS e da Cofins incidentes sobre o faturamento decorrente da prestação de serviços, das receitas correspondentes ao valor dos medicamentos utilizados na prestação daqueles serviços mediante a aplicação da alíquota zero prevista no artigo 2 da Lei n. 10.147/2000. 2. A Lei n. 10.147/200, no art. 2º, deixa claro que a redução das alíquotas a zero incide sobre a receita bruta decorrente da venda dos produtos tributados na forma do respectivo inciso I, do art. 1º, pelas pessoas jurídicas não enquadradas na condição de industrial ou de importador. Concentrou, assim, a cobrança do PIS e da Cofins em uma única etapa -a da industrialização-, eximindo do pagamento da contribuição os intermediários e os revendedores. 3. As entidades hospitalares e as clinicas médicas não têm como atividade básica a venda de medicamentos no atacado ou no varejo, sendo sua atividade precípua a prestação de serviços de natureza médico-hospitalar a terceiros. Destarte, os medicamentos utilizados pela agravante são insumos imprescindíveis para o desempenho de suas atividades e, por essa razão, integram o seu custo. Assim, as receitas auferidas em razão do pagamento do serviço pelos seus pacientes englobam o valor dos remédios empregados na prestação do serviço, razão pela qual é descabida a aplicação da alíquota zero. Precedente: REsp 1.133.895/RN, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 17/03/2010. 4. Agravo Regimental não provido. (AgRg no AgRg no REsp 1148822/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/09/2010, DJe 20/09/2010) TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. PIS E COFINS. CLÍNICA RADIOLÓGICA. PRESTADORA DE SERVIÇOS. MEDICAMENTOS ADQUIRIDOS PARA UTILIZAÇÃO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. INAPLICABILIDADE DO ART. 2º DA LEI 10.147/2000. ALÍQUOTA ZERO. IMPOSSIBILIDADE DE CREDITAMENTO POR AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. 1 - Mandado de segurança que visa ao aproveitamento dos créditos de PIS e COFINS na aquisição de medicamentos, com fundamento no art. 2º da Lei 10.147/00. 2 - A Lei nº 10.147/00 modificou a sistemática de tributação do PIS e da COFINS sobre as operações de venda de medicamentos, de forma que a cobrança dessas contribuições é realizada em uma única fase da cadeia produtiva, sem que as demais fases sofram qualquer incidência, sistemática intitulada de regime monofásico. 3 - A modalidade de recolhimento do PIS e da COFINS estipulada pela Lei 10.147/2000 para os medicamentos onera o primeiro estágio da cadeia (industrialização e importação), desonerando as demais etapas pela tributação em alíquota zero, para evitar o bis in idem. 4 - Versa a controvérsia quanto ao alcance da norma do art. 2º da Lei 10.147/00, ao dispor que são reduzidas a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda dos produtos tributados na forma do inciso I do artigo

1º, pelas pessoas jurídicas não enquadradas na condição de industrial ou importador. 5 - O art. 2º da Lei 10.147/00 tem alcance restrito àquela empresa que não seja industrial nem importadora, e desde que realize operação de venda dos produtos. 6 - As clínicas radiológicas, prestadoras de serviços, não vendem os medicamentos, mas tão-só utiliza-os quando presta serviços aos seus clientes, não se aplicando a eles a norma do art. 2º da Lei 10.147/00. 7 - Apelação improvida. (AC 200882010014223, Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira, TRF5 - Primeira Turma, DJE - Data::15/04/2010 - Página::191.) TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA QUE EXTINGUIU O PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. APLICAÇÃO DO ART. 515, PARÁGRAFO 3º, DO CPC. COFINS. ENTIDADES HOSPITALARES E MÉDICAS. LEI Nº 10.147/2000. RECEITAS RELATIVAS AOS MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. PRECEDENTES. 1. Sentença extintiva do processo sem julgamento do mérito. Descabimento. Exigência de liquidez e certeza no cômputo dos valores. Desnecessidade. Discussão que se resume à identificação, em tese, do direito de o contribuinte compensar valores dantes recolhidos. Não ocorrência. Aplicação do 515, parágrafo 3º, do CPC. Incidência. pela ausência de direito líquido e certo 2. Pretensão de reconhecimento da exclusão da base de cálculo do PIS e COFINS dos valores referente às receitas auferidas com medicamentos empregados na prestação de serviços. Improcedência. 3. "A Lei n. 10.147/200, no art. 2º, deixa claro que a redução das alíquotas a zero incide sobre a receita bruta decorrente da venda dos produtos tributados na forma do respectivo inciso I, do art. 1º, pelas pessoas jurídicas não enquadradas na condição de industrial ou de importador. Concentrou, assim, a cobrança do PIS e da Cofins em uma única etapa -a da industrialização- eximindo do pagamento da contribuição os intermediários e os revendedores. As entidades hospitalares e as clinicas médicas não têm como atividade básica a venda de medicamentos no atacado ou no varejo, sendo sua atividade precípua a prestação de serviços de natureza médico-hospitalar a terceiros. Destarte, os medicamentos utilizados pela recorrente são insumos imprescindíveis para o desempenho de suas atividades e, por essa razão, integram o seu custo. Assim, as receitas auferidas em razão do pagamento do serviço pelos seus pacientes englobam o valor dos remédios empregados na prestação do serviço, razão pela qual é descabida a aplicação da alíquota zero." (Resp 1133895- RN, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Dje 17.03.2010) AC 454344-SE (AC-2) 4. Precedentes desta eg. Corte (AC 466223-PB, Rel. Des. Federal Geraldo Apoliano, DJ 16.10.2009, unânime e AC 433542, Rel. Des. Federal Margarida Cantarelli, DJ 08.02.2008, unânime) 5. Apelação desprovida. (AC 200685000050721, Desembargador Federal Rubens de Mendonça Canuto, TRF5 - Segunda Turma, DJE - Data::02/06/2010 - Página::340.) Incensurável, pois, a sentença que julgou improcedente a pretensão autoral, porquanto se encontra em consonância com o entendimento desta Corte e do STJ. Em face do exposto, nego provimento à apelação. Écomo voto. PROCESSO Nº: 0801173-59.2012.4.05.8300 - APELAÇÃO APELANTE: CLINICA DO RIM DO CARPINA LTDA ADVOGADO: DORIS FIUZA CORDEIRO APELADO: FAZENDA NACIONAL RELATOR(A): DESEMBARGADOR(A) FEDERAL FRANCISCO DE QUEIROZ BEZERRA

CAVALCANTI - 1º TURMA EMENTA. TRIBUTÁRIO. PIS. COFINS. HOSPITAL/CLÍNICA MÉDICA. MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ALÍQUOTA ZERO. LEI N. 10.147/2000. INAPLICABILIDADE. ENTENDIMENTO FIRMADO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 1. Cinge-se a questão trazida aos autos acerca da possibilidade de aplicação da alíquota zero relativa à incidência de PIS e COFINS sobre as receitas decorrentes da utilização de medicamentos, por hospital/clínica médica, na prestação de serviços médicos. 2. Nos termos do art. 2º da Lei n. 10.147/2000, a desoneração das referidas contribuições, mediante atribuição de alíquota zero, é aplicada apenas à atividade de comercialização de medicamentos. 3. No caso de hospitais e clínicas médicas, por não se dedicarem à atividade básica de comercialização desses produtos, não estão sujeitas à alíquota zero prevista na mencionada lei. Em verdade, "os medicamentos [utilizados por essas entidades], não são vendidos aos pacientes, eles são utilizados no exercício de suas atividades, e por esse motivo integram o seu custo, razão por que não é de se aplicar, no caso, a alíquota zero" (AgRg no REsp 1237712/PR, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, 2ª T., DJe 30/05/2012). 4. Incensurável, pois, a sentença que julgou improcedente a pretensão autoral, porquanto se encontra em consonância com o entendimento desta Corte e do STJ. 5. Apelação improvida. ACÓRDÃO Vistos e relatados os presentes autos, DECIDE a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, negar provimento à apelação, nos termos do relatório e voto anexos, que passam a integrar o presente julgamento. Recife, 20 de fevereiro de 2014 (Data do julgamento)