ENFERMAGEM: ASSISTÊNCIA HUMANIZADA AS PACIENTES EM TRABALHO DE PARTO

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Transcrição:

Curso de Enfermagem Artigo de Revisão ENFERMAGEM: ASSISTÊNCIA HUMANIZADA AS PACIENTES EM TRABALHO DE PARTO NURSING: HUMANIZED ASSISTANCE FOR PATIENT IN LABOR Eliane Soares Ferreira¹, Thays Kethlen Barbosa da Silva¹, Junior Cezar Camilo 2 1 Aluna do Curso de Enfermagem 2 Professor Mestre do Curso de Enfermagem Resumo Introdução: O estudo desenvolvido mostra novos caminhos para concepção da enfermagem para uma assistência humanizada no momento do parto para a paciente e seus familiares. Objetivo: Destacar a importância da humanização, apresentar a assistência de enfermagem dentro do padrão de humanização para a qualidade de atendimento e bem-estar da paciente. Materiais e Métodos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa e descritiva para qual foram utilizados artigos científicos, baseados nos dados do ScientificElectronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca Virtual em Saúde, no período de 2003 a 2015, e, também, manuais do Ministério da Saúde. Resultados: Através do estudo pesquisado, o parto humanizado vem na busca de resgatar o caráter fisiológico no procedimento do nascer, favorecendo à parturiente uma experiência positiva sem traumas.. É de suma importância a participação do profissional enfermeiro na assistência ao parto. Conclusão: A humanização ao parto prestada pela equipe de enfermagem prioriza o respeito, a autonomia e a integridade das gestantes. Palavras-chaves: Assistência de enfermagem. Parto Humanizado. Lei. Abstract Introduction: The developed study shows new ways for nursing design for humanized care at delivery for patients and their families. Objective: To emphasize the importance of humanization, provide nursing care within the standard of humanization for the quality of care and well-being of the patient. Materials and Methods: This is a literature review of qualitative and descriptive nature research for which they were used and electronically scientific papers, based on ScientificElectronic Library Online data (SciELO), Latin American and Caribbean Health Sciences (LILACS) and Virtual Health Library, from 2003 to 2015, and also, Ministry of Health manual. Results: Through the study researched, the humanized delivery comes in search of rescuing the physiological character in the birth procedure, favoring women giving birth a positive experience without trauma.. It is very important the participation of professional nurse in childbirth care. Conclusion: The humanization of delivery provided by the nursing team prioritizes respect, autonomy and integrity of pregnant women. Keywords: Nursing care, Childbirth Humanized Law. Contato: tthayskethlenn@gmail.com; eliane_soares30@hotmail.com Introdução Humanizar a assistência é uma preocupação constante da Enfermagem. Para tanto tem sido buscada a melhoria das práticas de cuidado, adotando novos modelos assistenciais, onde a equipe multidisciplinar que atende as pessoas, não se preocupem apenas com o parto, mas com o ser humano como um todo. Para essa mudança de prática é necessário conhecer a percepção dos profissionais de enfermagem sobre humanização no atendimento hospitalar, entendendo e identificando o assunto, será possível elaborar uma proposta de atendimento humanizado, onde as dúvidas sobre esse assunto possam ser esclarecidas. O conhecimento, por parte da equipe de enfermagem, da importância deste atendimento humanizado e os benefícios que serão alcançados com essas práticas será fator estimulante para as práticas humanizadas, conforme a política de humanização preconizada pelo Ministério de Saúde, e que, ainda não está plenamente implantada em muitas instituições hospitalares por falta de conhecimento e incentivo efetivo e continuado aos trabalhadores. A humanização em saúde vem surgindo para fazer mudanças no cenário existente no Sistema Único de Saúde (SUS), que traz modificações em diversos estágios que o compõem. Humanizar é prestar um atendimento de qualidade à população, conciliando a tecnologia com o acolhimento e se preocupando com a qualidade nas condições de serviços dos profissionais (MALHEIROS et al, 2012).

Antigamente, a parturiente era acompanhada por parteiras em seus lares e assistida por seus familiares no momento do parto. As parteiras, naquela época, eram reconhecidas pela experiência, mesmo não tendo conhecimento científico, mas traziam consigo extrema confiança a essas gestantes e seus paretes, orientando-os sobre todos os cuidados no decorrer da gestação, parto e pós-parto (MOURA et al, 2007). Na década de 1940, houve um aumento no número de morte materna em partos domiciliares, sendo verificada a necessidade de mudanças, consistindo em um redirecionado para o ambiente hospitalar. Como resultado, veio o início das medicações e internações hospitalares. As instituições de saúde não possuíam estrutura para participação de familiares no processo do parto, fazendo com que as gestantes não se sentissem apoiadas (BRUGGERMANN et al, 2005). Em 1980, iniciou-se um movimento organizado para melhorar a qualidade da assistência prestada à parturiente. No Brasil, esse movimento recebeu o nome de Humanização do Parto. Uma das práticas preconizadas pelo movimento é a possibilidade da gestante escolher a pessoa que irá acompanhá-la na maternidade, conforme recomendado pelo Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde. A participação do acompanhante somente era autorizada quando as instituições permitiam e tinha condições para tal. Porém, através da Lei nº 11.108/2005, esse direito vem sendo assegurado em quaisquer instituições. Essa lei prioriza os serviços do Sistema Único de Saúde, que visa a garantir um acompanhante para gestante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto. (DODOU et al, 2014). Segundo Cunha, 2014 a PL 7.633/2014 dispõe garantir o direito da assistência humanizada para toda mulher e recém nascido, estabelecendo segurança durante o processo de parto, assegurada pela equipe de saúde. Segundo Bruggermann et al. (2005), o melhor conceito que define a lei do acompanhante: A OMS recomenda o respeito à escolha da mulher sobre seus acompanhantes durante o trabalho de parto. A parturiente deve ser acompanhada por pessoa em que confie e com quem se sinta à vontade. Na literatura, o conceito de acompanhante tem sido utilizado para descrever o suporte por diferentes pessoas que possuem características muito distintas, de acordo com o contexto assistencial envolvido, podendo ser profissionais (enfermeira/parteira), companheiro/ familiar ou amiga da parturiente, doula e mulher leiga designada para tal função. A humanização vem sendo discutida há alguns anos, ainda mais no âmbito da saúde, quando se fala em assistência. Nos últimos anos, várias organizações e autores vêm demonstrando interesse pelo assunto e sugerindo alterações no padrão de auxílio ao parto. O significado da humanização inclui alguns aspectos como mudança no espaço hospitalar e suas culturas, com a renovação da assistência direcionada para a parturiente e seus entes. Alterações no ambiente tornam-se importantes uma vez que transformados em espaço favorável e acolhedor, facilitam a implantação de assistência humanizadora. Todavia, cabe ao profissional de saúde a principal atuação da humanização, respeito à fisiologia, evitando intervenções desnecessárias, reconhecendo as condutas culturais e sociais no ato de parir e ofertar apoio para a família e para a parturiente no intuito de reforçar os laços maternos. Um aspecto importante é a autonomia da gestante em todo o período, com o planejamento sendo respeitado pelos profissionais que atuam no processo do parto, mantendo informações sobre os procedimentos que serão realizados, afirmando o direito de poder escolher o acompanhante (SANTOS e OKAZAKI, 2012). No processo do parto, há ocasiões que atemorizam a parturiente, como o próprio parto, solidão, sofrimento, dor, preocupação com o estado do bebê, dando consequência ao descontrole das situações presenciadas. Entretanto, o suporte e as condutas realizadas pelos profissionais de enfermagem, informando a paciente sobre o estado de evolução do trajeto do parto, são métodos realizados para superar as dificuldades encontradas. (SANTOS e OKAZAKI; 2012). É de suma importância que os profissionais de saúde estejam sensibilizados quanto à relevância do acompanhante para a gestante durante o trabalho de parto, como também estarem preparados para executar a assistência junto ao acompanhante e à parturiente. Estas são iniciativas eficazes que influenciam positivamente a realidade da assistência da mãe e de seu bebê (MOURA et al, 2007). Com isso, os objetivos da pesquisa é ressaltar a importância da assistência do profissional de saúde prestada à parturiente mediante a aplicação de humanização ao parto, estimular a participação do acompanhante, ratificando os benefícios gerados por tal prática, apresentar as proposta de ações humanizadora.

Materiais e Métodos Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa e descritiva intitulada, Assistência de enfermagem a pacientes em trabalho de parto, objeto de sistematização do trabalho de conclusão do curso de graduação em Enfermagem pelo ICESP Faculdade Promove de Brasília -D.F. O estudo foi elaborado através de dados secundários retirados de artigos publicados em revistas cientificas, a maioria indexada no banco de dados eletrônico da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e ScientificElectronic Library Online (Scielo). Foram utilizados, também, como fonte de pesquisa, manuais do Ministério da Saúde. A pesquisa foi iniciada pelos Descritores em Ciências da Saúde (DECS), assistência de enfermagem a pacientes em trabalho de parto. A princípio foram encontradas 35 publicações a respeito do tema saúde da mulher e selecionadas 20 que melhor atenderam ao objetivo da pesquisa. A seleção se deu pelo critério de inclusão: aquelas publicações a partir de 2003 á 2015 e que atenderam melhor ao objetivo da pesquisa e como critério de exclusão, aquelas que não correspondiam ao objetivo e as com data de publicação anterior a 2003. Diante do levantamento bibliográfico e análise minuciosa das literaturas selecionadas, optou-se por classificar o conteúdo da pesquisa em três categorias: Assistência Humanizada, Leis que preconizam o parto humanizado e Humanização e Assistência de Enfermagem. REFERENCIAL TEÓRICO Assistência Humanizada Durante a gravidez, muitas são as alterações físicas e psicológicas sentidas pela mulher desde o início da gestação. Porém, alguns dos sintomas e mudanças mais presentes ocorrem após os dois primeiros meses desde a concepção. As alterações hormonais justificam a mudança de humor ou oscilações que vão do choro à euforia. Muitas chegam a precisar de orientação médica e psicológica para superar estes estados emocionais. No segundo trimestre, a mulher já percebe uma visível mudança em seu corpo, tendo, assim, maior percepção da gravidez. Nesse estágio, uma mudança que chama a atenção são os movimentos fetais. Durante o processo de gestação, a mulher passa por variações que estão associadas à presença de ansiedade, mesmo que não haja existência de patologias. Não é de admirar que um processo que impõe tantas exigências, como é o caso da gravidez, esteja associada à presença de ansiedade, mesmo que exclua a sua dimensão patológica (RIOS e VIEIRA, 2007). A definição de humanização do parto é bastante diversificada. Há diferentes autores defendendo-a como um processo que respeita a individualidade das mulheres, colocando-as como protagonista e buscando uma adequação da assistência à cultura, às crenças, aos valores e às diversidades de opiniões da mulher (MOURA et al, 2007). Segundo Marque et al. (2006), com o avanço das tecnologias a humanização vem ganhando um grande espaço, garantindo à mulher o reencontro da sua autonomia, dando-lhe auxílio as suas necessidades, assegurando-a de uma gravidez tranquila e saudável, atribuindo conhecimento na escolha do tipo de parto, o local, o profissional que vai acompanhá-la, o acompanhante, entre outras. E não se pode negar que a qualidade da assistência obstétrica tem melhorado após o avanço da tecnologia e dos estudos científicos, como, por exemplo, a evolução da operação cesariana que, de um procedimento antes só realizado em mulheres mortas para salvar a vida fetal, passou a ser procedimento que, em algumas situações, proporciona segurança à vida, tanto da mulher como do feto. A partir deste fato, a operação cesariana passou a ser um procedimento a ser usado sem justificativas obstétricas adequadas, gerando uma medicalização excessiva de um processo natural e fisiológico como é o parto (CASTRO e CLAPIS, 2005). A humanização visa a estabelecer informações com os profissionais da saúde, sobre a violência institucional, que ainda ocorre na maioria das maternidades públicas do Brasil, e, também, chamar a atenção para as práticas excessivas e sem evidência científica que são inseridas durante o processo parturitivo da mulher sem a sua devida participação, que tem colocado em risco a sua integridade e, também, trazendo consequências negativas irreversíveis a sua condição emocional. O Ministério da Saúde obteve uma grande vitória ao incentivar o parto normal e a diminuição das cesarianas, pois são medidas de humanização que visam a reduzir os riscos para a mulher e seu bebê e proporcionar-lhe seu bemestar e, também, ao seu acompanhante (MOURA et al, 2007).

A parturiente necessita de atenção no momento do parto. Ela não deve ser tratada como uma cliente a mais para a instituição, ela deve ser compreendida em todas as suas particularidades, atribuições dadas aos profissionais de saúde, pois são os profissionais do primeiro contato da parturiente bem como de sua família. A mulher e seu acompanhante devem ser preparados para o momento do parto. O objetivo desse preparo é favorecer tranquilidade e participação dos mesmos durante o nascimento do bebê, fazendo com que o nascimento seja um momento marcante na família (REIS e PATRICIO, 2005). A assistência de saúde humanizada visa a dar liberdade à mulher para que ela possa manifestar suas necessidades, seus medos, suas ansiedades e suas vontades, ou seja, deve-se ouvi-la, porém com simples linguagem verbal, para agir conforme os princípios do protagonista do processo de cuidar, que não vê esse processo unicamente como um processo biológico, usandose das técnicas não invasivas de cuidado (SILVEIRA e FERNANDES, 2006). Quando se refere ao recém-nascido, é importante o primeiro contato direto dele com sua mãe. É um gesto relevante na atenção básica de saúde. Esta prática é incentivada pelo Ministério da Saúde e deve ser estimulada pelos profissionais de saúde, pois destaca a importância desse vínculo afetivo entre a mãe e os demais membros da família (REIS e PATRICIO, 2005). Para o Ministério da Saúde: Na assistência ao recémnascido normal, que constitui a maioria das situações, nada mais deve ser feito além de enxugar, aquecer, avaliar e entregar à mãe para um contato íntimo e precoce. Leis que preconizam o parto humanizado Tratando-se do direito ao parto humanizado, existe hoje, no Brasil, a PL nº 7.633/2014, que garante o parto humanizado para as mulheres. O projeto foi aprovado em 2014 e dispõe sobre a humanização da assistência à mulher e ao neonato durante o ciclo gravídico-puerperal e dá outras providências (CUNHA, 2015). Art. 1º Toda gestante tem direito à assistência humanizada durante a gestação, pré-parto, parto e puerpério, incluindo-se o abortamento, seja este espontâneo ou provocado, na rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e em estabelecimento privado de saúde suplementar. É direito de toda mulher: I - Ser tratada com respeito, de modo individual e personalizado, garantindo-se à mulher a preservação de sua intimidade durante todo o processo assistencial, bem como o respeito em relação às suas crenças e cultura; II - Ser considerada, em relação ao processo de nascimento, como uma pessoa em sua integralidade, respeitando-se o direito à liberdade, dignidade, autonomia e autoridade moral e ética para decidir voluntariamente como protagonista de seu próprio parto. Em busca de melhorar a qualidade da assistência a mulher, no ano de 2005 vigorou a Lei nº 11.108, que visa a garantir a presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto, no âmbito do Sistema Único de Saúde (LONGO et al, 2010). Art. 19-J Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. 1 o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente. 2 o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo. Embora a lei institua a obrigatoriedade do acompanhante durante o parto, muitos desconhecem completamente, ou seja, não são informados sobre esse direito. Isso mostra a falta de divulgação nos mecanismos de informação, bem como nos serviços de saúde. O direito de ser acompanhante tem sido repassado de uma maneira informal pela própria mulher, e geralmente, no momento da internação na maternidade (FRUTUOSO e BRUGGEMANN, 2013). O Ministério da Saúde também adotou a motivação de partos normais e propõem aos

acompanhantes e à parturiente o conforto. De fato, é transparente e denotativa que a participação de um acompanhante de confiança da parturiente favorece seu bem-estar, porém a lei não tem sua aplicabilidade por completo, pois é preciso melhorar os serviços prestados pelos hospitais e pela equipe de saúde (MOURA et al 2007). Humanização e a assistência de enfermagem No que se refere à humanização do parto e do nascimento, muito se tem discutido, mas pouco se tem feito nos hospitais e maternidades. Nota-se o despreparo dos profissionais de saúde e uma resistência para a mudança na sua maneira de prestar assistência à parturiente (MARQUE et al, 2006). Segundo o Ministério da Saúde, o conceito da assistência humanizada é muito vasto e envolve um conjunto de práticas e atitudes assistenciais que tem por objetivo garantir o parto e o nascimento saudável, bem como a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal (BRASIL, 2001). O Ministério da Saúde reconheceu a assistência humanizada do enfermeiro obstetra prestada à parturiente, esse reconhecimento se deu no ano de 1998. No ano seguinte, o MS também propôs a criação de centros de parto normal para os partos de baixo risco coordenado pelo enfermeiro obstetra que presta os cuidados à mulher e ao bebê (DIAS e DOMINGUES, 2005). Medidas tomadas pelo setor de saúde permitem a participação do enfermeiro no acompanhamento gravídico puerperal de baixo risco. Este reconhecimento se da com a qualidade e o serviço humanizado prestado a mulher (DINIZ, 2005). O programa de assistência humanizada tem início no pré-natal. A mulher é preparada pela equipe de saúde para o momento do parto, e são abordados um conjunto de cuidados que visam a oferecer à mulher a possibilidade de vivenciar o momento do parto com privacidade e autonomia. A OMS, em 1996, condenou as práticas intervencionistas de aceleração do trabalho de parto, uma vez que são prejudiciais e inúteis, é ressaltado que a fisiologia e a duração do parto variam de mulher para mulher (MARQUE et al, 2006). A parturiente precisa receber as informações necessárias para prevenção e controle do medo e da ansiedade. Com essas informações, a mulher se tornará mais preparada para o momento de parir, podendo resultar na escolha mais adequada do tipo de parto (CAMARA et al,2006). O enfermeiro precisa estar alerta às manifestações que possam indicar algum tipo de intercorrência e avaliar as queixas da paciente, informando-a sobre a evolução do trabalho de parto e ensinando-lhe as condutas a serem tomadas durante o período de dilatação, técnicas respiratórias quando forem surgindo as contrações e o relaxamento nos intervalos (MARQUE et al, 2006). Observado a dilatação na paciente, e sendo diagnosticado o trabalho de parto, a paciente é admitida no centro cirúrgico, onde a assistência prestada pelo enfermeiro será ajustada às condições da paciente e do feto e à evolução do trabalho de parto. Se a gestação e o início do período não apresentarem ocorrências patológicas, o enfermeiro realizará o histórico de enfermagem com o objetivo de obter informações referentes ao pré-natal (DIAS, 2006). Diversas discussões a respeito da saúde da mulher têm levado à participação da enfermagem junto aos movimentos feministas. Que, por sua vez, estão a favor da proteção de Programas de Humanização no pré-natal e no nascimento. O processo de humanização do parto adota inúmeras maneiras de fazer a mulher ter o seu bebê sem traumas. Alguns exemplos são a introdução de músicas, massagens de relaxamento e técnicas de respiração. Sobressai o interesse nesse processo estender aos profissionais de saúde a importância de reparo nas práticas excessivas e injusta sem demonstração cientifica (MOURA et al 2007). O enfermeiro pode contribuir para o alívio da dor, estimulando a participação ativa da parturiente, juntamente com seu acompanhante, durante o trabalho de parto; priorizar a presença do profissional de saúde para maior segurança; proporcionar o conforto físico, através de massagem lombar, banhos de chuveiro, relaxamento muscular, deambulação e ensinar exercícios que fortaleçam os músculos abdominais e relaxam o períneo (SANTOS e OKAZAKI, 2011). O trabalho de parto pode durar horas e há m alto gasto de energia. Portanto, é recomendado à paciente alimentar-se com comidas leves, além de manter-se hidratada, para facilita o trabalho de parto. De acordo com a OMS, a posição que deve ser adotada durante o trabalho de parto é aquela em que a mulher se sinta mais à vontade. A posição de litotomia é a menos recomendada por diversas razões, uma delas é o peso do bebê sobre os ossos do cóccix o que impede a total dilatação e aumenta os riscos de laceração devido à tensão dos músculos do períneo pela posição

das pernas. Mesmo assim, é uma prática comum nos hospitais (CUNHA, 2015). No momento do parto, o enfermeiro atuante deve permanecer ao lado da paciente, informando-a sobre o deslocamento e a expulsão da placenta, verificando pressão arterial, pulso, avaliando o volume de sangramento vaginal e o tônus da musculatura uterina, informando e orientando sobre qualquer procedimento a ser realizado. Após o parto. A paciente é submetida a uma higienização e encaminhada à sala de recuperação pós-parto. Na sala, são verificados os sinais vitais, involução uterina, sangramento vaginal, avalia-se o estado das mamas, a coloração e a hidratação das mucosas, distensão da bexiga, as condições do períneo. O enfermeiro deve proporcionar conforto à paciente, promovendo um ambiente tranquilo e calmo para a sua recuperação. Logo após a recuperação, o enfermeiro realiza a transferência de mãe e filho informando-a sobre o aleitamento materno (ESPIRITO SANTO et al, 2003). Os profissionais de saúde devem se preocupar com o aleitamento materno e o contato da mãe com o filho logo após o parto; valorizar o seu direito em ter autonomia e proceder de maneira que as ações aconteçam naturalmente. O apoio da equipe de saúde para o recém-nascido e para a mãe promove o conforto físico e emocional, permitindo a observação atenta dos sinais de alerta (DOS SANTOS et al, 2007). É importante ressaltar que a enfermagem não tem que ser vista somente como conhecedora da ciência, porém, também, com o cuidado de amor. A enfermeira especializada em obstetrícia acompanha a paciente em todo estágio da gravidez, ou seja, orientando-a para viver de forma saudável, devendo conter essa vigilância pelo mesmo profissional atendendo e esclarecendo todas às dúvidas surgidas no decorrer da gestação e tendo uma aproximação que leve à confiança ao que promove cuidados (MARTINS E REMOALDO, 2014). Segundo Castro e Clapis (2005), estudos realizados na Inglaterra e Estados Unidos demonstraram que os partos assistidos pelas enfermeiras obstetras apresentam menores índices de cesarianas, de uso de fórceps, de indução do parto, controle eletrônico do foco e menor frequência do uso de medicação, o que reflete no nascimento de bebês apresentando melhores índices de Apgar. Segundo Marque et al (2006), o profissional de enfermagem deve se conscientizar da sua importância na assistência à parturiente e ao neonato durante todo o processo gravídico puerperal, educando, promovendo a saúde, prevenindo e diagnosticando intercorrência na gravidez durante o pré-natal. A equipe de enfermagem deve ser parte integrante da equipe de saúde na assistência integral prestada à mulher, usando o seu conhecimento técnico científico em conjunto com seus preceitos éticos de compromisso com a profissão e com a vida humana, proporcionando uma assistência digna e com qualidade. A humanização é caracterizada pelo respeito à mulher, independentemente de suas crenças, culturas, diversidades e opiniões, sendo vista de forma holística. No Brasil, ainda há falha, quando a proposta é colocar em prática a humanização, devido à falta de informações e divulgação aos pacientes, bem como o despreparo dos profissionais e o não cumprimento das leis que prever e amparam a humanização. Infelizmente, grande parte dos profissionais de saúde não são preparados para atuarem na assistência humanizada, mesmo o Enfermeiro sendo reconhecido pelo Ministério da Saúde como profissional que pode atuar no trabalho de parto, essa atuação ainda é fraca devido autonomia médica e seu modelo assistencial, que visa usar por muitas vezes, excesso de medicalizações e intervenções desnecessárias, aumentando a permanência da paciente nos hospitais e ausentando a participação da família. Dentro deste contexto, cabe a sociedade reivindicar a implantação de Políticas Públicas, destinadas ao atendimento da mulher de maneira humanizada, no momento em que se encontra mais fragilizada. É possível compreender e refletir sobre as necessidades das parturientes, acerca de assuntos referente a saúde. Reforçando a conduta do enfermeiro em valorizar os sentimentos destas mulheres, as suas falas, expressões, medo, gestos, ansiedade, dor, preocupação entre outros. Pois somente dessa forma poderá elaborar um plano de cuidados, centrados na necessidade individual da mulher. Considerações finais O acolhimento a paciente em trabalho de parto, com suas peculiaridades e características naturais, as questões e valores como o ouvir, compreender, se despir de pressupostos individuais e estar aberto ao diálogo contribuiu para a elucidação de termos como cuidado, assistência, acolhimento e Humanização. A pesquisa bibliográfica contribuiu para repensá-lo, na forma de como se deve cuidar, quando cuidar e onde se deve cuidar o indivíduo. Levando em consideração sua necessidade a ser atendida e mediá-las junto ao sistema de saúde.

Contudo, as experiências com a revisão da literatura também se constituiu uma base para análise de como tem se colocado os profissionais, a Sociedade e o próprio usuário no sistema de saúde na construção das políticas de saúde. Para a formação acadêmica um caminho a ser trilhado no sentido da visão do outro como ser pensante e capaz de cuidar-se e, de ser co- responsável pela sua saúde e pela saúde do coletivo. Entendendo a contribuição desta pesquisa para o aprendizado acadêmico, o ato de despir-se do preconceito, de estar aberto para apreender com o outro, refazer e construir novas ações a partir do diálogo e interações em Sociedade e, assim, vestir o escalpe do outro, permitir-se colocar no lugar deste e, então, compreendê-lo dentro da visão sistêmica e holística de saúde. Agradecimentos Agradecemos em primeiro lugar ao nosso Senhor Deus, que sempre esteve ao nosso lado nos orientando, guiando, protegendo, e abençoando nessa jornada. Eu, Thays, agradeço aos meus avós Francisca e José por terem me ensinado a ser forte, sem perder a doçura, e acreditar nos meus sonhos, a minha Mãe Josefa e Padrasto Sandro, pelas orações e apoio ao longo da caminhada, a minha irmã Julie pelas palavras de conforto, e pela linda Manu, aos meus familiares, tios (as) e primos (as). Ao meu amor, Leonardo, que me acompanhou nessa trajetória com todo apoio, carinho e incentivo. Eu, Eliane, agradeço aos meus preciosos pais que me acompanharam cada dia, dando-me incentivo e dedicação. Agradeço ao apoio dos meus irmãos e, não poderia deixar de mencionar os meus familiares tios (as) e primos (as) e em especial ao meu Filho João Victor que sempre foi meu grande incentivo a não desistir. Aos amigos e as pessoas que conheci durante essa trajetória. Agradecemos ao professor, mestre e orientador Junior Cezar Camilo, pelas inúmeras oportunidades oferecidas pelo valioso conhecimento transmitido e por ter acreditado em nosso potencial. À nossa querida professora e coordenadora Judith Trevisan, que sempre nos apoiou e auxiliou, em toda a jornada do aprendizado, com muito carinho e humildade. A todos os professores da faculdade ICESP Promove, pelo conhecimento transmitido e pela amizade. Enfim, agradecemos a todos os nossos colegas do curso de Enfermagem, que nos ajudaram direta e indiretamente, e aos familiares e amigos, que muitas vezes tiveram que abrir mão da nossa companhia, em favor de nossos estudos.

Referências: 1. BRASIL. Lei n 11.108, de 7 de abril de 2005. Altera a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para garantir às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Diário Oficial da União [internet]. Brasília; 2005.Disponível em:http://www3.da-taprev.gov.br/sislex/paginas/42/2005/11108.htm.ultimo acesso: 23 Nov. 2015 2. BRASIL. Ministério da Saúde/Febrasgo/Abenfo 2001. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília. Disponível: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_13.pdf. Ultimo acesso: 20 Nov.2015 3. BRASIL. Projeto de Lei nº 7633/2014. Situação atual: Aguardando parecer do relator da Comissão de Educação. Disponível em:http://www.camara.gov.br/proposicoesweb/prop_mostrarintegra; jsessionid=31384479c7f1d181d5f7b23d6990f5e4.proposicoesweb2?codteor=1257785&filenam e=pl+7633/2014. Ultimo acesso: 23 Nov. 2015 4. BRÜGGEMANN, Odaléa Maria; PARPINELLI, Mary Angela; DUARTE OSIS, M. J. Evidências sobre o suporte durante o trabalho de parto/parto: uma revisão da literatura. Evidence on support during labor and delivery: a literature review. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 5, p. 1316-1327, 2005. 5. CAMARA, Michella FB; MEDEIROS, Marcelo; BARBOSA, Maria Alves. Fatores sócio-culturais que influenciam a alta incidência de cesáreas e os vazios da assistência de enfermagem. Revista eletrônica de Enfermagem, v. 2, n. 1, 2006. 6. CASTRO JC; CLAPIS JM. OBSTETRAS, HUMANIZACIÓN DEL PARTO SEGÚN ENFERMERAS. PARTO HUMANIZADO NA PERCEPÇÃO DAS ENFERMEIRAS OBSTÉTRICAS ENVOLVIDAS COM A ASSISTÊNCIA AO PARTO1. Rev Latino-am Enfermagem, v. 13, n. 6, p. 960-7, 2005. 7. CUNHA, Camila Carvalho Albuquerque. Violência obstétrica: uma análise sob o prisma dos direitos fundamentais. 2015. 8. DIAS MAB, DOMINGUES RMSM. Desafios na implantação de uma política de humanização da assistência hospitalar ao parto. Ciên & Saúde Coletiva 2005;10(3):699-705. 9. DIAS MAB. Humanização da assistência ao parto: conceitos, lógicas e práticas no cotidiano de uma maternidade pública [tese]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz; 2006. 10. Diniz CS. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciênc Saúde Coletiva 2005;10(3):627-37. 11. DODOU, H. D. et al. C., Lago, PN & Mesquita, NS (2014). A contribuição do acompanhante para a humanização do parto e nascimento: Percepções de puérperas. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 18, n. 2, p. 269-269. 12. DOS SANTOS CRUZI, Daniela Carvalho; DE SIMONI SUMAMII, Natália; SPÍNDOLAIII, Thelma. Os cuidados imediatos prestados ao recém-nascido e a promoção do vínculo mãe-bebê. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 41, n. 4, p. 690-697, 2007. 13. ESPIRÍTO SANTO LC, BERNI NJO. Enfermagem em obstetrícia. In: Freitas F, Costa SHM, Ramos JGL, Magalhães JA, C. Rotinas em obstetrícia. Porto Alegre (RS): Artmed; 2003 14. FRUTUOSO, Letícia Demarche; BRÜGGEMANN, Odaléa Maria. Conhecimento sobre a Lei 11.108/2005 e a experiência dos acompanhantes junto à mulher no Centro Obstétrico. Texto Contexto Enferm, v. 22, n. 4, p. 909-17, 2013.

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