MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR-PROCON/MP/PI PARECER

Documentos relacionados
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR PROCON/MP/PI PARECER

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR PROCON/MP/PI

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR Rua Álvaro Mendes, Centro - CEP nº Teresina PI

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR PROCON/MP/PI PARECER DO RELATÓRIO

PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 347/2011 REF. F.A Nº RECLAMANTE: MARIA DO CARMO LIMA RECLAMADO: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ (UESPI)

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR Rua Álvaro Mendes, Centro - CEP nº Teresina PI

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR. Decisão

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR. Decisão

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR Rua Álvaro Mendes, Centro - CEP nº Teresina PI

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR PROCON PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 019/2011 REFERENTE À F

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR PROCON

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR PROCON/MP-PI

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR Rua Álvaro Mendes, Centro - CEP nº Teresina PI

DECISÃO ADMINISTRATIVA CAUTELAR

RESOLUÇÃO CNSP n 97, DE 2002

DIREITO DO CONSUMIDOR

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR PROCON/MP/PI

A MELHOR BLACK FRIDAY PARA OS CONSUMIDORES

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR-PROCON/MP/PI PARECER

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

Cobranças e anuidade escolar: pontuações jurídicas

PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 279/2012 REF. AUTO DE INFRAÇÃO Nº 0576 RECLAMADO: FUNDAÇÃO ANA LIMA (CENTRO MÉDICO ANA LIMA DE TERESINA) PARECER

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR PROCON/MP-PI PARECER

RESOLUÇÃO-RDC Nº 24, DE 13 DE JUNHO 2000

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA PUBLICIDADE ENGANOSA. Pós-Graduação em Direito do Consumidor - Módulo: Introdução ao Código de Defesa do Consumidor

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DE LONDRINA 2º Juizado Especial Cível, Criminal e Fazenda Pública de Londrina

RESOLUÇÃO CONJUNTA SF/PGE N 003, DE 23 DE NOVEMBRO DE 2018 (DOE de )

REGULAMENTO DA CARTEIRA DE EMPRÉSTIMOS

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR Rua Álvaro Mendes, Centro - CEP nº Teresina PI

SENTENÇA. Presentes os pressupostos processuais, O feito comporta julgamento antecipado, Inicialmente, observo que a demanda

CONSERTO DE PRODUTOS PERDA DA POSSE/PROPRIEDADADE DO PRODUTO PELO ABANDONO PRÁTICA COMERCIAL ABUSIVA.

DECRETO Nº , DE 10 DE MARÇO DE 2016.

Lei Nº DE 22/12/2015

DELIBERAÇÃO NORMATIVA Nº 426, DE 04 DE OUTUBRO DE 2001 DELIBERAÇÃO NORMATIVA Nº 426, DE 04 DE OUTUBRO DE 2001

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15ª REGIÃO 2ª Vara do Trabalho de Sorocaba

PORTARIA Nº 97 DE 06 DE OUTUBRO DE 2017.

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

SENTENÇA. Os autores postulam: 1) a rescisão contratual e 2) a devolução de 90% dos valores pagos à ré.

RESOLUÇÃO Nº 04/2017.

PROCESSO N

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( ) ANÁPOLIS

COMARCA DE GOIÂNIA 2º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL SENTENÇA

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

R E L A T Ó R I O: Dispensado, nos termos do art. 852-I, da CLT.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

DIREITO DO CONSUMIDOR

Conselho Regional de Educação Física da 11ª Região Mato Grosso do Sul

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

SENTENÇA Procedimento Comum Marcos Luis Miranda da Costa e outro Esp 91/13 Empreendimentos Imobiliários Ltda.

COMARCA DE PORTO ALEGRE VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL ALTO PETRÓPOLIS Av. Protásio Alves, 8144

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO MATEUS ESTADO DO ESPÍRITO SANTO GABINETE DO PREFEITO

Procuradoria da Dívida Ativa - PG-05

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

COMPRA E VENDA E SUAS CLÁUSULAS

Wzi 1 Incorporação Imobiliária Ltda. (w.zarzur)

MARTA SUPLICY, Prefeita do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei,

CONSELHO DIRETOR ATO DO CONSELHO DIRETOR RESOLUÇÃO INEA Nº 150 DE 02 DE FEVEREIRO DE 2018.

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado do Ambiente SEA

Vistos etc. I.- Trata-se de AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESTITUIÇÃO proposta por JUDITH GONÇALVES DA SILVA em face de

CONSELHO DIRETOR ATO DO CONSELHO DIRETOR RESOLUÇÃO INEA Nº 131 DE 22 DE DEZEMBRO 2015.

ESTADO DA BAHIA PREFEITURA MUNICIPAL DE BOM JESUS DA SERRA PROCURADORIA JURIDICA

Modelo de laudo financeiro consórcio fase de instrução. EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 5a. VARA CÍVEL DA COMARCA DE RIO GRANDE

A C Ó R D Ã O CÍVEL COMARCA DE PORTO ALEGRE Nº (N CNJ: ) JAMILA ANTUNES DOS SANTOS

Processo N o

Altera a Lei nº ,de 27 de dezembro de 1999, que dispõe sobre a Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos.

Código de Defesa do Consumidor Bancário Código de Defesa do Consumidor RESOLUÇÃO R E S O L V E U:

RESOLUÇÃO CONFE Nº 127, DE 30 DE JUNHO DE 1982

SENTENÇA. Relatório dispensado nos termos do artigo 38, da Lei 9.099/95.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Joseval Martins Viana (10/10/2018). Ação Monitória.

Resolução Atricon nº 04/2016

Anuidade 2016 R$ 553,40. Pague com DESCONTO DE 50% até 05/03/2016. R$ 276,70

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente) e EGIDIO GIACOIA. São Paulo, 17 de janeiro de 2015.

DECISÃO. Recurso interposto tempestivamente, conforme despacho de fls. 16.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

THAYANI CRUZ NANNINI e RODRIGO MACHADO GOMES ajuizaram "ação de rescisão contratual" contra GAFISA SPE-127 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.

DEFESA DO CONSUMIDOR EXMO. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL

DOE-ES de Institui o Programa de Parcelamento Incentivado de Débitos Fiscais, nas condições que especifica.

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

PÓS GRADUAÇÃO DIREITO E PROCESSO TRIBUTÁRIO

PREFEITURA MUNICIPAL DE MARIANA DIRETORIA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR

CONSELHO FEDERAL DE MUSEOLOGIA COFEM Criado pela Lei n o 7.287, de 18/12/84 Regulamentado pelo Decreto n o , de 15/10/85

PRIMEIRA CÂMARA SESSÃO: 14/12/06 RELATOR: CONSELHEIRO PRESIDENTE ELMO BRAZ PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº NOTAS TAQUIGRÁFICAS

ESTADO DO TOCANTINS PODER JUDICIÁRIO COMARCA DE GURUPI 2ª VARA CÍVEL

SENTENÇA. Afirmam que adquiriram imóvel na planta junto à requerida em 8 de novembro de 2013.

ESTADO DE ALAGOAS SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA (Este texto não substitui o publicado no DOE)

Transcrição:

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR-PROCON/MP/PI PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 428/2011 F.A. Nº 0110.030.437-3 RECLAMANTE SAGRAMOR LARISSA BRAGA CARIBE RECLAMADOS THENDA ELETRÔNICA PRODUÇÕES PARECER Cuida-se de Processo Administrativo instaurado pelo PROCON ESTADUAL, órgão integrante do Ministério Público do Piauí, nos termos da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), e art. 33 e seguintes do Decreto Federal 2.181/97, visando apurar possível prática infrativa às relações de consumo por parte do fornecedor THENDA ELETRÔNICA PRODUÇÕES em desfavor do consumidora SAGRAMOR LARISSA BRAGA CARIBE. No texto da Reclamação deflagrada, às fls. 03, a reclamante afirma ter contratado os serviços oferecidos pela THENDA ELETRÔNICA PRODUÇÕES, no valor de R$600,00 (seiscentos reais), a ser pago em duas parcelas, cada qual no valor de R$300,00 (trezentos reais). Segundo a promovente, a primeira das parcelas foi paga na data da celebração do contrato, e a outra no dia da realização do evento. Acontece que, no dia festa, o fornecedor compareceu e recebeu a parcela remanescente. Todavia, para surpresa da reclamante, desapareceu posteriormente sem prestar o serviço contratado. Nos autos, às fls. 06, consta o contrato de prestação de serviço, fixado no valor total de R$600,00 (seiscentos reais), travado entre a THENDA ELETRÔNICA e a consumidora reclamante. Consta ainda, às fls. 05, um recibo de pagamento no valor de R$300,00 (trezentos reais), referente à entrada do ajuste feito através do contrato.

Por outro lado, inexiste nos autos a comprovação do pagamento da segunda parcela de R$300,00 (trezentos reais), que, segundo a autora, foi feito no dia do evento. Por não ter havido a prestação do serviço, a parte autora ingressou com uma reclamação do PROCON/MP/PI, buscando o ressarcimento da quantia paga. Na audiência realizada, às fls.10, somente a postulante compareceu a sessão agendada. Posto isso, a autora foi encaminhada ao Juizado Especial, a fim de fazer valer o seu direito. Além do que foi instaurado o presente processo administrativo em desfavor do fornecedor, por suposto ataque a direito da Consumidora, conforme se verifica da decisão contida às fls.11. Há nos autos, às fls.13, comprovação de que a promovida recebeu a notificação de que corre em seu desfavor o presente processo administrativo na Assessoria Jurídica do PROCON/MP/PI. Contudo, mesmo tendo duas oportunidades, não juntou defesa administrativa que contestasse os fatos a ela imputados. Posto isso, a presente reclamação fora considerada como sendo FUNDAMENTA NÃO ATENDIDA, às fls.11.. Era o que tinha a relatar. Passemos à manifestação. No caso em exame, o mérito da questão consiste em analisar a existência de descumprimento de oferta, contida em contrato, conforme regulamenta o art. 35, do CDC (Código de Defesa do Consumidor). Abaixo transcrevemos a literalidade do citado comando. Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; (grifo nosso) II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. Como consequência do princípio da vinculação contratual disposto no art. 30 do CDC, quando o fornecedor não cumprir a oferta ou a publicidade que promoveu, o consumidor tem direito de optar por uma das opções contidas nos incisos do art. 35 do CDC.

Repisa-se que neste tipo de situação a opção de escolha cabe única e exclusivamente ao consumidor, não podendo o fornecedor restringir o livre exercício desse direito. Se assim não fosse, o mandamento legal não estaria sendo desrespeitado. No caso em apreço, o fornecedor se comprometeu, através do contrato de prestação de serviço anexado ao autos, a animar a festa de casamento da reclamante, disponibilizando o DJ Marcelo Leleco e uma tenda eletrônica. Entretanto, conforme fora relatado anteriormente, o ser viço não foi prestado, desrespeitando, assim, o compromisso celebrado no contrato. Com efeito, é justo que a requerente receba de volta o dinheiro que pagou pelo serviço que não foi prestado. Nesta esteira, o pedido da reclamante encontra guarida no art.35, II do CDC, não podendo o fornecedor, em um verdadeiro desrespeito ao citado comando, recusar-se a reembolsar a quantia paga. Em reforço ao raciocínio acima delineado, a vinculação contratual imposta pela publicidade entra em cena mediante a transcrição do art. 30 do CDC. Vejamos: Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. Nesse diapasão, a oferta, contida no instrumento assinado, que seja suficientemente precisa, vincula o fornecedor e o consumidor, surgindo, em consequência disso, uma obrigação de natureza contratual, devendo o fornecedor cumpri-la nos termos em que foi celebrado. No caso em tela, não resta dúvida de que o compromisso fora celebrado de forma precisa, conforme se depreende da análise dos valores e condições especificados no contrato. Lá, como dito, constam dados precisos acerca da negócio jurídico realizado, como o valor total, os serviços contratados bem como a data e o horário de início da festa. Dessa forma, é legítimo o direito da reclamante de exigir a devolução da quantia paga, nos termos do art.35, II do CDC. Esse direito não podeira ter sido abatido pelo fornecedor, que, conforme dito, sequer compareceu a audiência conciliatória para prestar os devidos esclarecimentos, ensejando, assim, a instauração desse feito.

Ademais, mesmo comprovadamente notificado, o fornecedor não se deu ao trabalho de defender-se dos fatos a ele imputados. Assim, não há que falar em transgressão ao princípio constitucional do Contraditório e da Ampla Defesa. Pontofinalizando, e não tendo o fornecedor reclamado cumprido o ônus probatório que lhe impõe o CDC, não resta outra alternativa senão a necessidade de lhe imputar a responsabilidade pela lesão experimentada pela consumidora. É o parecer, que passo à apreciação superior. Teresina-PI, 23 de Janeiro de 2013. Florentino Manuel Lima Campelo Júnior Técnico Ministerial

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA PROGRAMA DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR-PROCON/MP/PI PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 428/2011 F.A. Nº 0110.030.437-3 RECLAMANTE SAGRAMOR LARISSA BRAGA CARIBE RECLAMADOS THENDA ELETRÔNICA PRODUÇÕES DECISÃO Analisando-se com percuciência e acuidade os autos em pareço, verifica-se indubitável infração ao artigo 35, II, perpetrada pelo fornecedor THENDA ELETRÔNICA PRODUÇÕES, razão pela qual acolho o parecer emitido pelo M.D. Técnico Ministerial, impondo-se, pois, a correspondente aplicação de multa, a qual passo a dosar. Passo, pois, a aplicar a sanção administrativa, sendo observados os critérios estatuídos pelos artigos 24 a 28 do Decreto 2.181/97, que dispõe sobre os critérios de fixação dos valores das penas de multa por infração ao Código de Defesa do Consumidor. A fixação dos valores das multas nas infrações ao Código de Defesa do Consumidor dentro dos limites legais (art. 57, parágrafo único da Lei nº 8.078, de 11/09/90), será feito de acordo com a gravidade da infração, vantagem auferida e condição econômica do fornecedor. reais). Diante disso, fixo a multa base no montante de R$ 5.000,00 ( cinco mil Considerando a existência de circunstâncias atenuantes contidas no art. 25, II, do Decreto 2.181/97, por ser primário o infrator, diminuo o quantum em ½ em relação às citada atenuante, fixando a multa no valor de R$ 2.500,00 ( dois mil e quinhentos reais). Não obstante, verificou-se também a presença da circunstância agravante contida no art. 26, IV, do Decreto 2181/97, consistente em deixar o infrator, tendo conhecimento do ato lesivo, de tomar as providências para evitar ou mitigar sua consequências, aumento, pois, o quantum em 1/2 em relação a citada agravante, passando

multa para o montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Decreto 2181/97. Para aplicação da pena de multa, observou-se ao disposto no art. 24, I e II do Pelo exposto, torno a pena multa fixa e definitiva no valor de R$ 5.000,00 ( cinco mil reais). Isso posto, determino: - A notificação do fornecedor infrator, na forma legal, para recolher, à conta nº 1.588-9, agência nº 0029, operação 06, Caixa Econômica Federal, em nome do Ministério Público do Estado do Piauí, o valor da multa arbitrada, correspondente a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a ser aplicada com redutor de 50% para pagamento sem recurso e no prazo deste, ou apresentar recurso, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar de sua notificação, na forma do art. 24, da Lei Complementar Estadual nº 036/2004; - Na ausência de recurso ou após o seu improvimento, caso o valor da multa não tenha sido pago no prazo de 30 (trinta) dias, a inscrição do débito em dívida ativa pelo PROCON Estadual, para posterior cobrança, com juros, correção monetária e os demais acréscimos legais, na forma do caput do artigo 55 do Decreto 2181/97; - Após o trânsito em julgado desta decisão, a inscrição do nome dos infratores no cadastro de Fornecedores do PROCON Estadual, nos termos do caput do art. 44 da Lei 8.078/90 e inciso II do art. 58 do Decreto 2.181/97. Teresina-PI, 23 de Janeiro de 2013. CLEANDRO ALVES DE MOURA Promotor de Justiça Coordenador Geral do PROCON/MP/PI