PROJETO DE LEI N o, DE 2014

Documentos relacionados
Art. 2. O programa fica vinculado à Secretaria Municipal de Saúde e Ação Social e tem por objetivos:

Gabinete do Prefeito

EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO Nº 001/2018 PARA IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA SÃO JOSÉ DO CEDRO.

ESTADO DO PARANÁ PREFEITURA MUNICIPAL DE LUPIONÓPOLIS CNPJ / LEI Nº 52/2010

LEI Nº , DE 13 DE MARÇO DE INSTITUI O PROGRAMA FAMÍLIA ACOLHEDORA NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Câmara Municipal de Itajubá

LEI Nº 4.544, DE 15 DE DEZEMBRO DE CAPÍTULO I Do Serviço Família Acolhedora

MUNICIPIO DE GUARATUBA

EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO PARA IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA

PROJETO DE LEI Nº 34/ 2013

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL MUNICÍPIO DE SENADOR SALGADO FILHO LEI MUNICIPAL Nº 1.209/2015 DE 1º DE DEZEMBRO DE 2015.

PROJETO DE LEI Nº 027/2015. CAPÍTULO I DO PROGRAMA FAMÍLIA ACOLHEDORA

PROJETO DE LEI N.º

ACOLHIMENTO FAMILIAR E REPÚBLICA

FAÇO SABER QUE A CÂMARA MUNICIPAL DE FREI MARTINHO, ESTADO DA PARAÍBA, APROVOU, E EU, PREFEITO MUNICIPAL, SANCIONO A SEGUINTE LEI:

PROJETO DE LEI Nº 059/E/2017, DE 22 DE SETEMBRO DE 2017.

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

HISTORICO DO ACOLHIMENTO FAMILIAR NO BRASIL IMPORTANTES DISTINÇÕES

o acolhimento provisório em residência familiar, respeitando o seu direito a convivência familiar e comunitária; II - Oferecer apoio às famílias de

(Re)integração familiar no contexto de acolhimento

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Adoção: Os desafios de quem ganha. mais... Gagliasso, Titi, Giovanna Ewbank. Professor Roberson

FÓRUM NACIONAL DA JUSTIÇA PROTETIVA

Acerca da modalidade de acolhimento para crianças e adolescentes denominada Casa Lar, indaga o consulente:

ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PREFEITURA MUNICIPAL DE JAÇANÃ

CÂMARA DE VEREADORES DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE ITU SP ESTADO DE SÃO PAULO GABINETE DO VEREADOR JOSIMAR RIBEIRO

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO

Direito à Convivência Familiar e Comunitária. Art. 19 a 38 do Estatuto da Criança e Adolescente. 1 Direito da Infância e da Adolescência

Panorama legal e sistêmico dos cuidados alternativos para crianças afastadas das famílias de origem

Acolhimento Institucional. Realidade e Desafios Aspectos Jurídicos

Questões Aula 2 Noções do ECA Prof. André Vieira

LEI Nº 4.508, DE 06 DE JULHO DE 2017

Nota Técnica nº 02/2016/ SNAS/ MDS

CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA PROVIMENTO Nº 15, DE 11 DE JUNHO DE 2012.

Programa Apadrinhamento Querobem

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA- 1990) regulamenta o Artigo da Constituição Federal de 1988 que prevê:

Estatuto da Criança e do Adolescente

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social. NÚCLEO PROMOCIONAL PEQUENO ANJO

Continuação Direito à Convivência Familiar e Comunitária. Adoção- art.39 a Direito da Infância e da Adolescência

ATOS DO PODER EXECUTIVO MEDIDA PROVISÓRIA Nº 570, DE 14 DE MAIO DE

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Elaborado pela equipe do DPSE/SNAS/MDS CNAS CONANDA MDS

O Direito da Criança e Adolescente de Viver em Família

SUGESTÃO DE PLANO INDIVIDUALIZADO DE ATENDIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

(a) Metropolitana Garanhuns TOTAIS QUANTITATIVO DE VAGAS FUNÇÃO. Metropolitana Garanhuns TOTAIS

PROJECTO DE LEI N.º 512/X APOIOS À PERMANÊNCIA E INTEGRAÇÃO NA FAMÍLIA DE IDOSOS E PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA. Exposição de motivos

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Mostra de Projetos Construindo um Futuro Melhor

CAPACITAÇÃO PARA OS PROFISSIONAIS DAS INSTITUIÇÕES DE ACOLHIMENTO ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA

LEI Nº DE 03 DE DEZEMBRO DE 2013

Ao Fórum de Abrigos Belo Horizonte A responsabilidade legal do dirigente/guardião

Câmara Municipal de Rebouças - Paraná

D E C R E T A: Fica aprovado o Regimento Interno do Centro de Atendimento à Mulher do Município de Dourados, constante no anexo único, deste decreto.

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

PROJECTO DE LEI N.º 221/VIII APOIOS À PERMANÊNCIA E INTEGRAÇÃO NA FAMÍLIA DE IDOSOS E PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA. Exposição de motivos

Precisamos manter o foco naquilo que queremos conquistar, precisamos manter o foco no que é bom, no que nos fortalece, no que nos estimula a

SUAS. Serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social definidos por níveis de complexidade; Território como base de organização;

LEI MUNICIPAL Nº DE 15 DE AGOSTO DE 2016.

AS POSSIBILIDADES DO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO PROGRAMA FAMÍLIA ACOLHEDORA

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

FAMÍLIA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

ORIENTAÇÃO CONJUNTA 03/2018 1

1 A Prefeitura Municipal de Gavião, Estado Da Bahia, Visando a Transparência dos Seus Atos Vem PUBLICAR.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº A DE 2010

CAPACITAÇÃO ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

Curso SUAS Sistema Único de Assistência Social nos CRAS e CREAS

GAADI- Grupo de Apoio à Adoção de Itapetininga

IX CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE CMDCA CAMPINAS II ENCONTRO ESTADUAL DE GESTORES MUNICIPAIS DE CONVÊNIO

XXII EXAME DE ORDEM ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PROF.ª MAÍRA ZAPATER

LEI COMPLEMENTAR Nº 465, DE 28 DE MAIO DE 2012.

A acolhida de mulheres que manifestam intenção de entregar seus bebês para adoção

TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

A PRÁTICA DOS ACADÊMICOS DE SERVIÇO SOCIAL NA VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE, PONTA GROSSA - PR

CONSIDERANDO que é dever todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente (art.

CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PROVA OBJETIVA - CONSELHO TUTELAR CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL MEDIA COMPLEXIDADE

A IMPORTÂNCIA DOS AVÓS NAS AÇÕES DE GUARDA: UMA ANÁLISE EM CASOS CONCRETOS FRENTE À ATUAÇÃO DO NEDDIJ

Conselheira Meliane Higa Cimatti Conselho Tutelar Norte

TESES INSTITUCIONAIS INFÂNCIA E JUVENTUDE INFRACIONAL

LEI Nº690 DE 11 DE ABRIL DE Capítulo I Das Disposições Preliminares. Capítulo II Da Composição

ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL: Qual destino dos adolescentes que atingem a maioridade dentro de unidades de acolhimento em São Luís-MA?

PORTARIA INTERMINISTERIAL MS/SEDH/SEPM 1.426/2004 SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES

PROGRAMA respuc AÇÃO COMUNITÁRIA NORMAS I- DEFINIÇÃO DO OBJETO DO PROGRAMA, DO CONCEITO DE VOLUNTÁRIO E OUTRAS DEFINIÇÕES

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL JANEIRO A DEZEMBRO 2017

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS CONSELHO SUPERIOR DELIBERAÇÃO Nº 006/2011

RESOLUÇÃO N 01/MSM/2014, DE 16 DE JULHO DE 2014

Vem Pra Potere!

NORMA REGULADORA DA RELAÇÃO DO HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE COM A FUNDAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL

Portaria nº 2.874/00

Instruções: iv. O penúltimo candidato a terminar seu teste deverá aguardar a que o último termine para sair da sala. Questões:

LEI Nº DE 29 DE DEZEMBRO DE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

VI FÓRUM NACIONAL DE JUSTIÇA PROTETIVA - FONAJUP. PALMAS TO 27 e 29/03

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Transcrição:

PROJETO DE LEI N o, DE 2014 (Do Sr. Paulo Freire) Cria o Programa Família Acolhedora na Família Extensa, conforme artigo 227 da Constituição Federal e artigos 4º, 25 e 101 do Estatuto da Criança e do Adolescente, visando propiciar o acolhimento de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por decisão judicial. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º. Esta lei institui, em âmbito nacional, o Programa Família Acolhedora na Família Extensa para atender as disposições do art. 227, caput, e seu 3º., inciso VI, e 7 da Constituição Federal, como parte integrante da política de atendimento à criança e ao adolescente, que visa propiciar o acolhimento familiar de crianças e adolescentes, na Família Extensa, afastados do convívio familiar por determinação judicial, com os seguintes objetivos: I - reconstrução de vínculos familiares e comunitários; II - garantia do direito à convivência familiar e comunitária; III - oferta de atenção especial às crianças e adolescentes, bem como às suas famílias, através de trabalho psicossocial em conjunto com as demais políticas sociais, visando preferencialmente o retorno da criança e do adolescente de forma protegida à família de origem; IV - rompimento do ciclo da violência e da violação de direitos em famílias socialmente vulneráveis;

2 V - inserção e acompanhamento sistemático na rede de serviços, visando à proteção integral da criança e/ou adolescente e de sua família; VI - contribuir na superação da situação vivida pelas crianças e adolescentes com menor grau de sofrimento e perda, preparando-os para a reintegração familiar. Art. 2º - As crianças e adolescentes somente serão encaminhados para a inclusão no Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora na Família Extensa, por meio de determinação da autoridade judiciária competente, após prévia seleção e análise dos municípios. Acolhimento. Art. 3º - Compete aos Municípios a gestão do Serviço de Art. 4º - Compete aos executores dos Serviços de Acolhimento em Famílias Acolhedora na Família Extensa: I - selecionar e capacitar as famílias ou indivíduos que serão habilitados como família acolhedora extensa; II - receber a criança ou o adolescente na sede do serviço, após aplicação da medida de proteção pelos órgãos competentes, exceto casos em que a criança já estiver em abrigo e preparar a criança ou o adolescente para o encaminhamento à Família Extensa; III - acompanhar o desenvolvimento da criança e do adolescente na Família Extensa; IV - acompanhar sistematicamente a Família Extensa; V - atender e acompanhar a família de origem, visando a reintegração familiar ou o encaminhamento para família substituta; VI - garantir que a família de origem mantenha vínculos com a criança ou o adolescente, nos casos em que não houver proibição do Poder Judiciário. Art. 5º - São requisitos para que os familiares participem do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora Extensa:

3 I - serem residentes no Município, sendo vedada a mudança de domicílio; II - ao menos um de seus membros seja maior de 21 (vinte e um) anos, sem restrição de gênero ou estado civil; III - apresentarem idoneidade moral, boas condições de saúde física e mental e estejam interessadas em ter sob sua responsabilidade crianças e adolescentes, zelando pelo seu bem estar; IV - não apresentarem problemas psiquiátricos ou de dependência de substâncias psicoativas; V - possuírem disponibilidade para participar do processo de habilitação e das atividades do serviço. Art. 6º - A seleção dos familiares interessados em participar do Programa está vinculada à avaliação preliminar das Supervisões de Assistência Social SAS, seguida da avaliação psicossocial pela Equipe interdisciplinar da Vara da Infância e Juventude, com parecer do Ministério Público e da Defensoria Pública. Art. 7 - A seleção dos familiares capacitados ocorrerá de forma permanente e a avaliação psicossocial do acolhimento, na família extensa, será realizada pela Equipe interdisciplinar da Vara da Infância e Juventude,no máximo, a cada 06 meses. 1º - O estudo psicossocial envolverá todos os membros da família e será realizado através de visitas domiciliares, entrevistas, contatos colaterais, atividades grupais e observação das relações familiares e comunitárias. 2º - Após a emissão de parecer psicossocial favorável à inclusão da família no Serviço, a mesma assinará um Termo de Adesão. Art. 8 - O familiar acolhedor, sempre que possível, será previamente informado com relação à previsão de tempo do acolhimento da criança ou adolescente para o qual foi chamada a acolher, considerando as disposições do art. 19 da Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, devendo ser avisado de que a duração do acolhimento pode variar de acordo com a situação apresentada.

4 Art. 9º - O acompanhamento dos familiares cadastrados será feito por meio de: I - orientação direta nas visitas domiciliares e entrevistas; II - obrigatoriedade de participação nos encontros de estudo e troca de experiência com todas as famílias, com abordagem do Estatuto da Criança e do Adolescente, questões sociais relativas à família de origem, relações intrafamiliares, guarda, papel da família acolhedora e outras questões pertinentes; III - participação em cursos e eventos de formação; Serviço. IV - supervisão e visitas periódicas da Equipe Técnica do Art. 10 - A família acolhedora tem a responsabilidade familiar pelas crianças e adolescentes acolhidos, responsabilizando-se por: I - todos os direitos e responsabilidades legais reservados ao guardião, obrigando-se à prestação de assistência material, moral e educacional à criança e ao adolescente, conferindo ao seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais, nos termos no artigo 33 do Estatuto da Criança e do Adolescente; acompanhamento; II - participar do processo de preparação, formação e III - prestar informações sobre a situação da criança ou adolescente acolhido aos profissionais que estão acompanhando a situação; IV - contribuir na preparação da criança ou adolescente para o retorno à família natural, sempre sob orientação técnica dos profissionais do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora na Família Extensa; V - nos casos de inadaptação, proceder a desistência formal da guarda, responsabilizando-se pelos cuidados da criança ou adolescente acolhido até novo encaminhamento, o qual será determinado pela autoridade judiciária.

5 Art. 12 - A família extensa acolhedora poderá ser desligada do serviço: I - por determinação judicial, atendendo aos encaminhamentos pertinentes ao retorno à família natural ou colocação em família substituta; II - em caso de perda de quaisquer dos requisitos previstos no art. 9º ou descumprimento das obrigações e responsabilidades de acompanhamento; Art. 13 - Fica o Executivo Municipal autorizado a conceder à família extensa acolhedora, através do membro designado no termo de guarda judicial, o valor de 01 (um) salário mínimo, para cada criança ou adolescente acolhido, durante o período que perdurar o acolhimento, nos termos do regulamento. 1 - Em casos de crianças ou adolescentes com deficiência ou com demandas específicas de saúde, devidamente comprovadas com laudo médico, o valor máximo poderá ser ampliado, em até 1/3 (um terço) do montante; 2 - Em caso de acolhimento, pela mesma família, de mais de uma criança e/ou adolescente, o valor do auxílio será proporcional ao número de crianças e/ou adolescentes, até o máximo de 3 (três) vezes o valor mensal, ainda que o número de crianças e/ou adolescentes acolhidos ultrapasse 3 (três). 3 - Nos casos em que o acolhimento familiar for inferior a 1 (um) mês, a família acolhedora receberá auxílio proporcionalmente ao tempo do acolhimento, não sendo inferior a 25 (vinte e cinco por cento) do valor mensal; Art. 14 - O valor do auxílio será repassado através de depósito em conta bancária, em nome do membro designado no Termo de Guarda. Art. 15 - A família acolhedora que tenha recebido o auxílio e não tenha cumprido as prescrições desta Lei fica obrigada ao ressarcimento da importância recebida durante o período da irregularidade.

6 Art. 16 - Fica autorizado o Executivo Municipal a editar normas e procedimentos de execução e fiscalização do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora na Família Extensa, através de Decreto Regulamentar, que deverão seguir a legislação nacional, bem como as políticas, planos e orientações dos demais órgãos oficiais. Art. 17 - A família extensa acolhedora prestará serviço de caráter voluntário não gerando, em nenhuma hipótese, vínculo empregatício ou profissional com o órgão executor do Serviço. Art. 18 - A família extensa acolhedora, em nenhuma hipótese, poderá se ausentar do Município com a criança ou adolescente acolhido sem a prévia comunicação à da Equipe Técnica do Serviço.. Art. 19 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. JUSTIFICAÇÃO A obrigação legal constitucional ( artigo 227 da Constituição Federal - CF ) de garantir às crianças e adolescentes afastadas, temporariamente, do convívio familiar natural (pais), por decisão judicial, motivada pela situação de risco, perigo ou de vulnerabilidade social e/ou familiar, exige alternativas de acolhimento, como expressamente dispõe o artigo 101 do Estatuto da Criança e do Adolescente ECA. Tem-se a verificado que, ao lado ao alto custo financeiro ( em São Paulo Capital R$ 2.900,00, por acolhido ) da criança ou adolescente em instituições ( abrigos ), o afastamento do convívio familiar, conquanto as visitas dos parentes sejam a regra, traz sofrimento psicológico e social às crianças e adolescentes, que se sentem rejeitados pela família, sobretudo, quando a extensa ( avós e tios ), não consegue assumi-los, até que os pais se reorganizem. Um dos motivos que impede a criança ou o adolescente de ficar com a família alargada, tem sido a falta de recursos materiais e, principalmente, financeiros ( rendimentos ) dos parentes que se encontram, por isso, impossibilitados de assumir a guarda de netos ou sobrinhos.

7 O Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária ( Presidência da República Secretaria Especial de Direitos Humanos Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome- 2006 ) propõe a ruptura com a cultura da institucionalização de crianças e adolescentes e fortalece o paradigma da proteção integral ( artigo 4º, do Eca ) e da preservação dos vínculos familiares e comunitários, garantindo não só os vínculos das obrigações mútuas que toda família tem, mas dando ênfase àquelas de caráter simbólico e afetivo. A possibilidade da criança e do adolescente, que tenha de ser retirado ( por determinação judicial) do convívio com os pais ( ainda que provisoriamente ) de permanecer com os avós, tios, ou mesmo padrinhos ( comprovado o laço de afinidade e afetividade ) sobrepuja e prefere ( artigo 100, inciso X, do ECA) a qualquer outra medida de proteção. Daí que a proposta em ser estabelecido um valor, em dinheiro, para que seja destinado ao familiar, previamente selecionado pela Supervisão da Assistência Social (SAS) do domicílio e, em seguida, indicado pelo Juiz da Infância e Juventude, com parecer do Ministério Público, em muito atenderá o compromisso constitucional de garantir o direito fundamental da criança e do adolescente ao convívio familiar. Por outro lado, o elevado custo dos abrigados, para a Assistência Social, será sensivelmente diminuído, vez que o valor aproximado pago, nos convênios da Prefeitura, em São Paulo ( por exemplo ), Capital, de R$ 2.900,00, inclui despesas que vão desde o aluguel, até material de limpeza e roupas dos acolhidos. A Política Nacional de Assistência Social PNAS 2004 - objetiva assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária. A função social da família acolhedora é receber a criança ou o adolescente, sob medida de proteção judicial, atendendo-a(o) em suas necessidades básicas, temporariamente, com a finalidade da futura reintegração familiar. É, portanto, induvidoso o benefício às crianças/adolescentes e suas famílias, a aprovação da sobredita lei. Além de

8 ter reflexos muito positivos nas finanças públicas, a família colhedora, centrada nos componentes da família extensa ( artigo 25, do ECA ) será a medida que garante à criança/adolescente afastados, temporariamente, dos pais, nesse episódio da vida, a certeza salutar do não-rompimento dos laços de origem. Sala das Sessões, em de de 2014. Deputado PAULO FREIRE