PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Colorado do Oeste Rua Humaitá, 3879, Centro,

Documentos relacionados
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Porto Velho - Fórum Cível Av Lauro Sodré, 1728, São João Bosco,

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL

SENTENÇA. A petição inicial foi instruída com os documentos de fls. 15/81.

Wzi 1 Incorporação Imobiliária Ltda. (w.zarzur)

COMARCA DE PORTO ALEGRE VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL ALTO PETRÓPOLIS Av. Protásio Alves, 8144

Vistos. 1018XXX lauda 1

SENTENÇA. Processo Digital nº: Procedimento Comum - Responsabilidade Civil. Vistos.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Preparo efetuado. 1. Data e assinatura.

AGRAVANTE: BANCO FIAT S/A

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

SENTENÇA. Os pressupostos de existência e desenvolvimento válido e regular estão presentes.

1ª VARA JUDICIAL DE CHARQUEADAS (RS)

DECISÃO. (Fundamentação legal: artigo 557, caput, do CPC)

Aula 76. O indeferimento da petição inicial ocorre no nascedouro/no início do processo.

O Juízo deferiu a antecipação dos efeitos da tutela (fls. 384).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

SENTENÇA Procedimento Comum Marcos Luis Miranda da Costa e outro Esp 91/13 Empreendimentos Imobiliários Ltda.

APELAÇÃO CÍVEL nº , DA COMARCA DE CASCAVEL 2ª VARA CÍVEL. ANDERSON JEFFERSON PEREIRA DE QUADROS

Autora: Minas Pneus Ltda. Ré: Google Brasil Internet Ltda. Espécie: Ação Cominatória COMARCA DE BELO HORIZONTE/ MG SENTENÇA I RELATÓRIO

APELAÇÃO CÍVEL DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL - SERVIÇO DE APOIO À JURISDIÇÃO AMAURI DE OLIVEIRA SALES A C Ó R D Ã O

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE PERNAMBUCO JUÍZO DE DIREITO DA 26ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE RECIFE- SEÇÃO B SENTENÇA

014/ (CNJ: ) Juíza de Direito - Dra. Vanessa Nogueira Antunes

PROCESSO CIVIL V 12/05/2019 AULA 9. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - Introdução. Denis Domingues Hermida I- INTRODUÇÃO

Autos: ª Vara da Fazenda Pública do Estado de São Paulo Autores: SINDIPROESP e APESP Ré: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

Vistos. Foi indeferido o pedido de tutela de urgência (fls. 130/133). Citada, a requerida não apresentou resposta (fls. 139/140). Esse é o relatório.

CÍRIO ADMINISTRADORA DE VALORES LTDA.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente) e ARTUR MARQUES. São Paulo, 14 de agosto de 2017.

Processo nº: Classe - Assunto Procedimento Comum - Rescisão do contrato e devolução do dinheiro

THAYANI CRUZ NANNINI e RODRIGO MACHADO GOMES ajuizaram "ação de rescisão contratual" contra GAFISA SPE-127 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 38ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO. Registro: ACÓRDÃO

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Consulta de Processos do 1ºGrau

/ (CNJ: )

SENTENÇA VISTOS. A antecipação dos efeitos da tutela foi deferida, conforme decisão de p. 47/48.

SENTENÇA. Foi deferida a tutela antecipada (fls. 77).

/2013/ / (CNJ: )

Ação: Procedimento Ordinário

ANDRÉ ANDRADE DESEMBARGADOR RELATOR

lauda 1

XXI Encontro Institucional de Magistrados do TRT 14 Região. Porto Velho, 24 de junho de 2016.

Direito do Promitente Comprador

SENTENÇA. Vistos. Trata-se de pedido de providências formulado pelo Oficial do 17º Registro de Imóveis da Capital, a requerimento de José Garcia.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

SENTENÇA. Processo Digital nº: Classe - Assunto Procedimento Comum - Rescisão do contrato e devolução do dinheiro

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

SENTENÇA. Com a inicial vieram os documentos de f. 06/08.

Sumário PARTE I ASPECTOS PROCESSUAIS GERAIS

Requerido : CENTRO DE ENSINO TECNOLOGICO DE BRASILIA CETEB

Vistos. Em sua contestação (fls. 108/138), a ré requer, preliminarmente, extinção do lauda 1

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Processo nº235/2008. Sentença. Vistos etc.

SENTENÇA C O N C L U S Ã O

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Joseval Martins Viana (15/10/2018). Embargos de Terceiro.

A Construção da Jurisprudência no Direito Educacional - Como decidem os Tribunais? (Contrato de Prestação de Serviços Educacionais)-

AGRAVANTE: JILSAINE APARECIDA SOARES RELATOR: Juiz Gil Francisco de Paula Xavier Fernandes Guerra (Substituindo o Des.

PARTE I ASPECTOS PROCESSUAIS GERAIS

Trata-se da recuperação judicial deferida à empresa Editora e

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Joseval Martins Viana (10/10/2018). Ação Monitória.

(3) - 10ª Câmara Cível AI nº /2014 decisão - fl. 1

PODER JUDICIÁRIO Mato Grosso do Sul Sidrolândia 2ª Vara Cível

COMARCA DE PORTO ALEGRE 6ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA 2º JUIZADO Processo nº: 001/ Natureza: Autora:

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Cumprimento de sentença. Prof. Luiz Dellore

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ÍNDICE GERAL ABREVIATURAS E SIGLAS USADAS APRESENTAÇÃO DA 19ª EDIÇÃO PREFÁCIO EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

SENTENÇA. Juiz(a) de Direito: Dr(a). Carmen Cristina Fernandez Teijeiro e Oliveira VISTOS.

APELAÇÃO CÍVEL Nº , DE GUARAPUAVA 2ª VARA CÍVEL E DA FAZENDA PÚBLICA NÚMERO UNIFICADO:

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO COMARCA DE SÃO PAULO 2ª VARA CÍVEL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

SUMÁRIO SOBRE OS AUTORES E COLABORADOR... 5

A nossa missão é aprovar você!

APELAÇÃO CÍVEL RECURSO IMPROVIDO. Nº COMARCA DE GARIBALDI MOBIZA INDUSTRIA DE MOVEIS LTDA MOBEZA FACTORING SERVICOS LTDA

i mm um mi um um um um mi nu m

SENTENÇA C O N C L U S Ã O

Direito Civil Direito Civil

SENTENÇA. Uber do Brasil Tecnologia Ltda. Vistos.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. Módulo 24 PROCESSO DE EXECUÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

lauda 1

PODER JUDICIÁRIO. Gabinete do Desembargador Orloff Neves Rocha PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( )

Direito Processual Civil

Vistos etc. I.- Trata-se de AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESTITUIÇÃO proposta por JUDITH GONÇALVES DA SILVA em face de

Processo nº: 001/ (CNJ: )

ÍNDICE GERAL ÍNDICE SISTEMÁTICO

PRIMEIRA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO APELAÇÃO Nº 78348/ CLASSE CNJ COMARCA CAPITAL

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECISÃO MONOCRÁTICA

Vistos e examinados.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

IV - APELACAO CIVEL

Da Aplicabilidade da Multa Prevista no Art.475-J do CPC Necessidade de Intimação Para Cumprimento da Condenação

Súmario APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO REVISAÇO DIREITO PROCESSUAL CIVIL SÚMARIO 5

SOBRE O AUTOR... 5 PRIMEIRA PARTE CONSIDERAÇÕES INTRODUTÓRIAS SOBRE A ADVOCACIA PÚBLICA

Transcrição:

CONCLUSÃO Aos 25 dias do mês de Setembro de 2015, faço estes autos conclusos ao Juiz de Direito Eli da Costa Júnior. Eu, Marina Meiko Saiki - Escrivã(o) Judicial, escrevi conclusos. Vara: 1ª Vara Cível Processo: 0000923-16.2014.8.22.0012 Classe: Procedimento Ordinário (Cível) Requerente: Marcelino Vieira da Silva Requerido: Isaias Panta Barbosa SENTENÇA Marcelino Vieira da Silva ingressou com a presente ação de obrigação de fazer, cumulada com pedido de tutela antecipada, contra Isaias Panta Barbosa, alegando, em síntese, que as partes realizaram um negócio jurídico em junho/2009, em que o requerido cedeu todos os direitos sobre o imóvel denominado lote rural n. 49, da gleba 43, PIC/PAR Colorado, pelo valor de R$ 305.000,00. Afirmou que a título de sinal o comprador efetuou o pagamento de R$ 100.000,00 e que o requerido não cumpriu com sua parte no contrato, visto que não entregou o alvará judicial autorizando a transferência da área dos incapazes, nem outorgou procuração a fim de que o autor assumisse o financiamento. Pugnou ao final pelo cumprimento do contrato, emitindo o requerente na posse do imóvel negociado. Juntou documentos (fls. 15/448). Decisão de folha 466 determinando o bloqueio da matrícula do imóvel. Em 14/10/2014, o requerido se habilitou voluntariamente ao processo (fl. 471), apresentando defesa em 19/11/2014. Na contestação alegou o réu exceção de contrato não cumprido, uma vez que o autor não cumpriu com sua obrigação no contrato, de liquidar os financiamentos que envolvia o imóvel. Aduziu que a venda do imóvel nas condições anteriores trariam prejuízos aos menores. Requereu a condenação do autor em litigância de má-fé e a improcedência da ação. Juntou documentos (fls. 483/495). Impugnação a contestação (fls. 500/502). Em provas deferiu-se a oitiva de testemunhas. Alegações finais pelo autor (fls. 544/548) e réu (fls. 551/556). Parecer ministerial pugnando pela procedência da ação (fls. 557/569). Após, vieram-me os autos conclusos. É o relatório. Decido. Inicialmente, tenho que razão assiste ao autor, sendo o requerido revel. Pág. 1 de 6

Conforme consta dos autos o demandado compareceu ao processo em 14/10/2014, requerendo a juntada da procuração e vistas dos autos para fins de defesa. Neste momento, portanto, diante da ciência inequívoca da ação, começou a correr para o réu o prazo da contestação, a partir desta data de habilitação em Juízo. Nesta toada, verifico que o prazo de defesa do réu iniciou-se em 15/10/2014 e se escoou no dia 29/10/2014. Não obstante, a contestação foi apresentada em 19/11/2014, portanto, manifestamente intempestiva. Assim, decreto a revelia da parte ré e tomo por verdadeiros os fatos narrados na petição inicial. Concentrando-se no mérito da causa, verifico que a ação deve ser julgada procedente. De início, verifico que o contrato firmado pelas partes foi reconhecido judicialmente como válido e apto a gerar seus efeitos, uma vez que presente os requisitos legais do art. 104 do Código Civil Brasileiro (autos 0000609-12.2010.8.22.0012). Assim, descabe qualquer fundamentação quanto aos seus termos, devendo o contrato ser cumprido. Não obstante isso, verifico claramente dos autos que esta obrigação se mostra impossível de ser cumprida. Conforme consta do caderno processual, o requerido alienou o imóvel em questão também para outros interessados, inclusive com autorização judicial, no bojo do inventário, tendo estes procedido com o seu devido registro, junto ao Cartório de Imóveis. É consabido que a escritura pública, enquanto não registrada, não comprova a efetiva transferência da propriedade, ao menos, perante terceiros. No caso, como a escritura pública do autor não foi registrada no Cartório de Registro de Imóveis competente, a transferência da propriedade não ocorreu efetivamente. É o que diz a expressão popular quem não registra não é dono. Ou seja, se uma pessoa tem uma escritura de um imóvel, não levada a registro, essa pessoa não tem ainda a efetiva propriedade do imóvel. Assim, visto que no caso vertente o imóvel em questão foi alienado para terceiros de boa-fé, sendo que estes novos adquirentes levaram a registro pública a escritura, certo é que estes últimos são os novos proprietários do imóvel. O artigo 1.227 do Código Civil dispõe que os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por ato entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos.. Pág. 2 de 6

O artigo 1.245, do mesmo diploma legal, dispõe o seguinte: Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como o dono do o imóvel. Sendo fato que o nosso ordenamento jurídico resguarda o adquirente do imóvel que primeiro realizar o registro, sendo este o entendimento, inclusive, da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, no Recurso Especial nº 104200-SP, cabendo ao caso somente a conversão da presente obrigação em perdas e danos, já que impossível o cumprimento do contrato, mormente a transferência da propriedade do imóvel a terceiros de boa-fé. Dispõe o art. 461 caput e parágrafo primeiro do Código de Processo Civil: Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) 1o A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) Neste sentido: Reintegração de posse Restituição de imóvel Conversão em perdas e danos Possibilidade, uma vez que o cumprimento específico da obrigação, conquanto fisicamente possível, não se mostra viável, além de atingir terceiro estranho à lide Aplicação dos arts. 461-A c.c. 461, 1º, do CPC. Valor indenizatório, contudo, que deverá ser apurado na origem, conforme diretrizes ditadas neste acórdão Recurso parcialmente provido. (Apelação nº 0188087-57.2011.8.26.0000, Rel. Reinaldo Caldas, j. em 21.03.2012) AGRAVO DE INSTRUMENTO ARRENDAMENTO MERCANTIL LEASING AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. Pág. 3 de 6

Ação julgada improcedente, com revogação da liminar e determinação de restituição do veículo pela ré à autora. Impossibilidade de cumprimento da obrigação ante a venda do bem a terceiro de boa-fé Possibilidade de conversão de ação de obrigação de fazer em perdas e danos, nos termos do artigo 461, 1º do CPC. Decisão mantida Recurso improvido. (AI nº 0049448-25.2012.8.26.0000. Rel. Luis Fernando Nishi, j. em 29.03.2012) A propósito: Na impossibilidade material de ser cumprida a obrigação na forma específica, o juiz deverá, de ofício ou a requerimento da parte, determinar providências que assegurem o resultado prático equivalente ao adimplemento da obrigação. Dizemos impossibilidade material porque não pode o devedor esquivar-se do cumprimento da obrigação na forma específica (CPC Comentado e Legislação Extravagante, Nelson Nery Jr., Rosa Maria de Andrade Nery, 11ª ed., RT, p. 701, nota ao art. 461). Assim sendo, deve o autor ser ressarcido pelos prejuízos advindos do descumprimento das obrigações contratuais por parte do réu, haja vista a impossibilidade da transferência do bem, mormente a segunda alienação deste, devendo o promovente, na hipótese, receber o valor até então pago pelo bem (R$ 100.000,00). Ressalto, por oportuno, que não objetiva a presente sentença a análise de pedido não formulado, mas da conversão do próprio objeto da causa em quantia indenizatória. Acerca do tema, colhe-se da jurisprudência: Constatada a impossibilidade de cumprimento da tutela específica da obrigação e havendo pedido expresso do credor, a obrigação poderá ser convertida em perdas e danos, nos termos do 1º do art. 461 do CPC (TJ-MG; AGIN 1.0024.07.763918-5/0011; Belo Horizonte; Décima Sétima Câmara Cível; Rel. Des. Irmar Ferreira Campos; Julg. 12/02/2009; DJEMG 13/03/2009). Não há nulidade de sentença ante a possibilidade de conversão da obrigação de fazer em perdas e danos, mormente quando for impossível a tutela específica ou a obtenção do Pág. 4 de 6

resultado prático correspondente (art. 879 do Código Civil de 1916, C.C art. 461, 1º, do CPC). (TJMS; AC 2004.000418-4/0000-00; Bataguassu; Quinta Turma Cível; Rel. Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva; DJEMS 19/03/2009; Pág. 18). Entrementes, demonstrada a impossibilidade de cumprimento do contrato, impõese a conversão da obrigação em perdas e danos, com o depósito do equivalente em dinheiro, corrigido e atualizado desde a data do contrato, já que ausente prova literal do pagamento. Dispositivo. Diante do exposto e do mais que dos autos constam, julgo procedente o pedido formulado na ação promovida por Marcelino Vieira da Silva contra Isaias Panta Barbosa, condenando o requerido a obrigação de fazer consistente em transferir o imóvel denominado lote rural n. 49, da gleba 43, PICPAR, Colorado. Não obstante, diante da impossibilidade de obtenção da tutela específica, mormente a venda de terceiros de boa fé, na forma do art. 461, 1º, do CPC, converto a obrigação em perdas e danos, condenando o requerido a indenizar o autor no valor de R$ 100.000,00, acrescido de juros e correção desde a data do contrato. Como consequência, declaro resolvido o mérito, nos termos do art. 269, inciso I, do CPC. Condeno o reqeurdido nas custas processuais e honorários dsucumbência no importe de 10% sobre o valor da condenação. Transitada esta em julgado, intime-se a parte requerida para cumprir a sentença, no prazo previsto no art. 475J do CPC, sob pena de execução forçada do débito e inclusão de multa de 10% prevista no mesmo diploma legal. Transcorrido o prazo da intimação, intime-se a parte exequente para que requeira o que de direito em 05 (cinco) dias, sob pena de extinção e arquivamento. P.R.I.C. -RO, quinta-feira, 22 de outubro de 2015. Eli da Costa Júnior Pág. 5 de 6

Juiz de Direito RECEBIMENTO Aos dias do mês de Outubro de 2015. Eu, Marina Meiko Saiki - Escrivã(o) Judicial, recebi estes autos. REGISTRO NO LIVRO DIGITAL Certifico e dou fé que a sentença retro, mediante lançamento automático, foi registrada no livro eletrônico sob o número 1268/2015. Pág. 6 de 6