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Transcrição:

CRIMES CONTRA O CONSUMIDOR LEI N. 8.078/90 VALDINEI CORDEIRO COIMBRA Mestrando em Direito Penal Internacional pela Universidade de Granada (Esp) Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF Especialista em Gestão Policial Judiciária APC/Fortium Professor de Preparatórios para Concursos Públicos Coordenador do www.conteudojuridico.com.br Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal Ex-analista judiciário do TJDF Ex-agente de polícia civil do DF Ex-agente penitenciário do DF Ex-policial militar do DF vcoimbr@yahoo.com.br Crimes contra as Relações de Consumo Lei n. 8.078/90 Disposições Gerais Art. 1 O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. CF/88, Art. 5º, XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. CF/88, Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...] V - defesa do consumidor. CF/88 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: [..]VIII [...] consumidor, [...]; CF/88, Art. 150, 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. Art. 2 Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Art. 3 Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,

construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 1 Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 2 Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. Crimes Contra as Relações de Consumo Art. 61 - Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste Código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes. Art. 7º da Lei n. 8.137/90 Omissão de Alerta à Produto Nocivo ou Perigoso Art. 63 - Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade: Pena - Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. 1. - Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado. 2. - Se o crime é culposo: Pena - Detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a saúde a integridade física do consumidor. Sujeito Ativo: É o fornecedor do produto ou serviço. Sujeito Passivo: É o consumidor, a coletividade que fica exposta à omissão. Tipo Objetivo: A conduta típica é omitir dizeres ou sinais ostensivos. Dizeres são frases de alerta e sinais são marcas que por si só indicam o perigo do material. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de colocar os produtos à venda sem os dizeres ostensivos. Pune-se a modalidade culposa. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime no momento em que o produto é posto no mercado sem as informações mencionadas. Tentativa não é cabível por se tratar de delito omissivo próprio. Conflito aparente de norma: Há quem diga que o artigo 63 fora derrogado pelo Art. 7º, inc. II da Lei n. 8.137/90.

Omissão de Comunicação ou Retirada do Mercado de Produtos Nocivos ou Perigosos Art. 64 - Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: Pena - Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. Parágrafo único - Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. Objetividade Jurídica: Protege-se a saúde do consumidor. Sujeito Ativo: É o fornecedor do produto ou serviço. Sujeito Passivo: É o consumidor. Tipo Objetivo: A conduta típica é: deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos já colocados no mercado; deixar de retirar do mercado imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de omitir-se perante a situação. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com a omissão da comunicação à autoridade e aos consumidores. Não se admite a forma tentada. Execução de Serviço Perigoso Contrariando Autoridade Art. 65 - Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente: Pena - Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. Parágrafo único - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte. Objetividade Jurídica: Protege-se a vida, a integridade física e a saúde. Sujeito Ativo: É o prestador do serviço. Sujeito Passivo: É aquele que se utiliza do serviço. Tipo Objetivo: A conduta típica é a execução de serviço de alto grau de periculosidade sendo que este deverá contrariar determinação expressa de autoridade competente. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de executar o serviço com consciência de se estar contrariando determinação de autoridade competente.

Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com o início da execução de serviço. Tentativa é possível, embora de difícil caracterização. Omissão de Informação ou Afirmação Falsa ou Enganosa Art. 66 - Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços: Pena - Detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano e multa. 1. - Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta. 2. - Se o crime é culposo: Pena - Detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa. Derrogação: segundo a doutrina dominante, este artigo está derrogado pelo art. 7º, inc. IV, da Lei n. 8.137/90. Objetividade Jurídica: Protege-se o consumidor da falsidade e do engano, bem como a saúde e a vida do consumidor (crime pluriofensivo). Sujeito Ativo: É o anunciante, o fornecedor e o patrocinador do produto ou serviço. Sujeito Passivo: É o consumidor enganado ou não informado. Tipo Objetivo: Há duas condutas típicas (uma omissiva e outra comissiva): a) omitir informações relevantes; b) fazer afirmação falsa ou enganosa. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de fazer afirmação falsa ou enganosa ou omitir informações relevantes. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com a afirmação falsa ou enganosa ou a omissão da informação. Admite-se a tentativa no caso de afirmação falsa ou enganosa pela forma escrita. Publicidade Enganosa Art. 67 - Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva: Pena - Detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano e multa. Derrogação: segundo a doutrina dominante, este artigo está derrogado pelo art. 7º, inc. IV, da Lei n. 8.137/90. Objetividade Jurídica: Protege-se o consumidor. Sujeito Ativo: Pode ser o próprio fornecedor, o publicitário ou o responsável pela divulgação.

Sujeito Passivo: É a coletividade consumidora. Tipo Objetivo: Há duas condutas típicas: a) fazer (criar, realizar) publicidade abusiva ou enganosa; b) promover (colocar em prática) publicidade abusiva ou enganosa. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de fazer ou promover a publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com a realização da publicidade, independente do resultado danoso. O crime é formal. Tentativa na forma escrita é possível. Obs1.: A publicidade enganosa e a publicidade abusiva estão conceituadas nos arts. 37, 1.º e art. 37, 2.º, respectivamente, do Código do Consumidor. Obs2.: O artigo quando usou a expressão deveria saber acabou acolhendo a teoria da culpa presumida, já abolida de nosso Direito Penal moderno. Publicidade Perigosa Art. 68 - Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança: Pena - Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. Derrogação: segundo a doutrina dominante, este artigo está derrogado pelo art. 7º, inc. IV, da Lei n. 8.137/90. Objetividade Jurídica: Protege-se a saúde e a integridade física do consumidor. Sujeito Ativo: Pode ser o fornecedor, o publicitário ou o divulgador da publicidade. Sujeito Passivo: É o consumidor induzido. Tipo Objetivo: A conduta típica é fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de fazer ou promover a publicidade que sabe ser capaz de induzir o consumidor. Adota-se a culpa presumida na modalidade deveria saber. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com a realização da publicidade indutiva. Dados da Publicidade Art. 69 - Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade: Pena - Detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa.

Objetividade Jurídica: Protege-se o patrimônio e a saúde do consumidor. Sujeito Ativo: É o publicitário. Sujeito Passivo: É o consumidor. Tipo Objetivo: A conduta típica consiste na omissão de organizar um banco de dados fáticos, técnicos e científicos, relativos aos produtos fabricados, que irão dar lastro necessário à publicidade a ser feita. Tipo Subjetivo: O dolo é genérico, consistente na vontade de praticar a omissão prevista em lei. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime no momento e no lugar em que deveria ter sido organizado o banco de dados e não foi. O crime é instantâneo. A forma tentada não é admitida. Emprego de Peças de Reposição Usadas Art. 70 - Empregar, na reparação de produtos, peças ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor: Pena - Detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se o patrimônio do consumidor. Sujeito Ativo: É o fornecedor do serviço. Sujeito Passivo: É o consumidor. Tipo Objetivo: A conduta típica é o empregar peças ou componentes de reposição usados, sem a autorização do consumidor, Tipo Subjetivo: O dolo é genérico, consistente na vontade de empregar as peças ou componentes usados. Consumação e Tentativa: Consuma-se no momento do emprego da peça ou componente usado, sem a autorização do consumidor. Admite-se a tentativa. Cobrança Abusiva de Dívidas Art. 71 - Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas, incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer: Pena - Detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano e multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a honra, a liberdade pessoal e a paz individual do consumidor. Sujeito Ativo: É o fornecedor de mercadorias ou serviços. Sujeito Passivo: É o consumidor. Tipo Objetivo: A conduta típica é a cobrança de dívidas através de: a) ameaças: intimidação através do anúncio de mal injusto e grave; b) coação:

pode se verificar através de ameaça (redundância da lei) ou violência física; c) constrangimento físico ou moral: novamente a lei é redundante, pois a ameaça é constrangimento moral e a coação é constrangimento tanto físico como moral; d) afirmações falsas, incorretas ou enganosas: qualquer procedimento que exponha o consumidor ao ridículo ou interfiram injustificadamente em seu trabalho. Tipo Subjetivo: O dolo é a vontade de empregar as formas de cobrança descritas no artigo em estudo. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com o emprego do procedimento ilícito que venha expor a ridículo o consumidor, ou interferir em seu trabalho, descanso ou lazer. Embaraço à Informação Art. 72 - Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros: Pena - Detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano ou multa. Objetividade Jurídica: Protege-se o direito à informação. Sujeito Ativo: É aquele que impede ou dificulta o acesso do consumidor às informações existentes sobre ele em banco de dados, cadastros, fichas ou registros. Sujeito Passivo: É o consumidor impedido de ter acesso ao banco. Tipo Objetivo: A conduta típica é impedir ou dificultar o acesso do consumidor. Tipo Subjetivo: O dolo é genérico, consistente na vontade de dificultar ou impedir o acesso do consumidor. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com a criação da dificuldade ou o impedimento, independentemente do dano efetivo ocorrido ao consumidor. Não admite-se a forma tentada. Omissão na Correção de Informações Art. 73 - Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata: Pena - Detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa. Objetividade Jurídica: Protege-se a honra e o patrimônio do consumidor, e a lisura nas relações comerciais. Sujeito Ativo: É aquele que deixa de corrigir a informação. Sujeito Passivo: É o consumidor.

Tipo Objetivo: A conduta típica é de natureza omissiva: o agente não lança sobre o cadastro, ficha, registro ou banco de dados a retificação que lhe incumbia lançar. Tipo Subjetivo: Há dois tipos de elemento subjetivo, um é o dolo genérico, consistente na vontade de não proceder à correção e o outro é a culpa presumida, representada pela expressão deveria saber inexata. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime com o atraso injustificado. Não é admitida a forma tentada. Omissão na Entrega de Termo de Garantia Art. 74 - Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo: Pena - Detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa. Objetividade Jurídica: Protege-se o patrimônio do consumidor e a lisura nas relações de consumo. Sujeito Ativo: É o fornecedor que deixa de entregar o termo de garantia preenchido. Sujeito Passivo: É o consumidor prejudicado com a omissão. Tipo Objetivo: A conduta típica é omissiva, consistente na não entrega do termo de garantia devidamente preenchido. Tipo Subjetivo: O dolo é genérico, consistente na vontade de não entregar ao consumidor o termo de garantia, adequadamente preenchido. Consumação e Tentativa: Consuma-se o crime no ato da venda desacompanhado do termo de garantia, devidamente preenchido. Não se admite a tentativa. Regras Gerais Concurso de Pessoas: Art. 75 - Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código incide nas penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas. Circunstâncias Agravantes: Art. 76 - São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste Código: I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade; II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;

Multa: III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento; IV - quando cometidos: a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico social seja manifestamente superior à da vítima; b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental, interditadas ou não; V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais. Art. 77 - A pena pecuniária prevista nesta Secção será fixada em dias multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, 1., do Código Penal. Outras Penas: Fiança: Art. 78 - Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o disposto nos artigos 44 a 47, do Código Penal: I - a interdição temporária de direitos; II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação; III - a prestação de serviços à comunidade. Art. 79 - O valor da fiança, nas infrações de que trata este Código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre 100 (cem) e 200.000 (duzentas mil) vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional - BTN, ou índice equivalente que venha substituí-lo. Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser: a) reduzida até a metade de seu valor mínimo; b) aumentada pelo juiz até 20 (vinte) vezes. Assistentes: Além do Ministério Público, poderão intervir como assistentes a União, os Estados, os Municípios, o DF ou associações constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos pelo Código do Consumidor. Art. 80 - No processo penal atinente aos crimes previstos neste Código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consumo,

poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, incisos III e IV, aos quais também é facultado propôr ação penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal. EXERCÍCIOS DIRIGIDOS 1) Procurador Municipal de Natal/RN - 2008 - CESPE (Penal, questão 36). Acerca das disposições criminais do CDC Lei n.º 8.078/1990, assinale a opção correta. (cód. Q20532) a) O fato de qualquer crime previsto na referida norma ser cometido em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade determina a incidência de aumento de pena de um a dois terços. b) A pena pecuniária prevista para os crimes contra as relações de consumo definidos no referido código deve ser calculada em dias-multa e ser, no mínimo, de 10 dias-multa e, no máximo, de 360 dias-multa, por aplicação subsidiária do CP. c) Caracteriza circunstância agravante o fato de o crime ser cometido em detrimento de operário ou rurícola. d) O fato de um comerciante deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia de um produto, adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo, não constitui crime, mas mera infração administrativa. 2) DEFENSOR PÚBLICO - RN - 2006 - PRÓPRIA (Penal,questão 10). Nos crimes contra o consumidor (cód. Q03078) a) o tipo que encerra a execução de serviços de alto grau de periculosidade é absorvido pelos crimes de lesão corporal e homicídio, quando estes resultados ocorrerem. b) constitui agravante o fato de ter sido o delito praticado por pessoa de condição sócioeconômica superior a vítima. c) não há responsabilização penal dos administradores e gerentes de pessoas jurídicas. d) não se admite a forma culposa. 3) PROCURADOR FUNDAÇÃO ESTADUAL DA SAÚDE - SE - 2009 - CESPE (questão 119). Julgue os itens seguintes, relativos aos crimes contra as relações de consumo. 119 Constitui crime a conduta de empregar, na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor. (cód. Q24583) 4) DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DE ALAGOAS - AL - 2009 - CESPE (questão 142). A respeito dos direitos do consumidor, julgue o item que se segue. 142 Considere que Carla tenha firmado contrato de prestação de serviços de engenharia com a XY Engenharia Ltda. e, na execução dos serviços, a fornecedora tenha carreado à consumidora danos

materiais e morais. Nesse caso hipotético, ajuizada ação de reparação de danos, o juízo competente deve inverter o ônus da prova automaticamente em favor de Carla. (cód. Q57816) 5) PROMOTOR DE PERNAMBUCO/PE - 2008 - FCC (questão, 83). NÃO é crime contra as relações de consumo: (cód. Q20150) a) impedir ou dificultar o acesso do consumidor a informações sobre ele constantes de cadastros, banco de dados, fichas e registros. b) deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade. c) fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a comportamento prejudicial ou perigoso a sua saúde ou segurança. d) restringir direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou o equilíbrio contratual. e) deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo. 6) DEFENSOR PÚBLICO - DPE/PA - 2006 - UNAMA (Penal, questão 32). O empregado da empresa Vende Tudo Ltda., responsável pelo setor de cobrança, ao abordar um devedor da empresa utilizouse de palavras ofensivas, chegando, mesmo, a ameaçá-lo. Diante de tal fato o empregado poderá ser enquadrado no crime: (cód. Q18033) a) de Injúria - art. 140 CP. b) de Ameaça - art. 147 CP. c) contra o Consumidor - art. 71 da Lei 8078. d) de Constrangimento Ilegal - art. 146 - CP. 7) AGENTE PENITENCIÁRIO - PCDF - 2004 - NCE/UFRJ (Legislação Especial, questão 66). Fazer publicidade que se sabe ou deveria saber enganosa é crime previsto no Código do Consumidor: (cód. Q05793) a) sempre doloso; b) doloso ou culposo; c) sempre culposo; d) sempre preterdoloso; e) preterdoloso ou culposo. 8) PROCURADOR DE ESTADO - PGE/ES - 2008 - CESPE (Legislação Especial, item 144). Quando do envio do Código de Defesa do Consumidor à sanção presidencial, um de seus dispositivos foi vetado em sua integralidade, sendo esta a sua redação original: Colocar no mercado, fornecer ou expor para fornecimento produtos ou serviços impróprios. Pena detenção, de 6 meses a 2 anos e multa. Com base nos princípios que norteiam o direito penal, é correto afirmar que a razão invocada

no veto foi a inobservância do princípio da legalidade. (cód. Q10065) 9) JUIZ SUBSTITUTO - PIAUI - 2012 - CESPE (Questão 23). Assinale a opção correta com referência às sanções administrativas e às infrações penais disciplinadas no CDC. (cód. Q89744) a) Fazer ou promover publicidade que se sabe (ou se deveria saber) enganosa ou abusiva constitui infração meramente administrativa. b) Compete exclusivamente aos estados e ao DF, nas respectivas áreas de atuação administrativa, baixar normas relativas à produção, à industrialização, à distribuição e ao consumo de produtos e serviços. c) A aplicação cumulativa das sanções administrativas depende de prévia instauração de procedimento administrativo e reiteração da falta do fornecedor infrator. d) A sanção de contrapropaganda deve ser divulgada pelo infrator da mesma forma, na mesma frequência e dimensão e, necessariamente, no mesmo veículo, de modo a desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva. e) O crime consistente na omissão de dizeres ou sinais ostensivos a respeito da nocividade ou periculosidade de produtos em recipientes, embalagens, invólucros ou publicidade comporta as modalidades dolosa ou culposa. 10) PROMOTOR DE JUSTIÇA - MPMG - 2006 - PRÓPRIA (Legislação Especial, questão 70). Assinale a alternativa CORRETA: (cód. Q08312) a) os órgãos públicos da administração direta e autárquica destinados à Defesa do Consumidor podem celebrar termos de ajustamento de condutas, que implicarão a promoção do arquivamento do processo administrativo, se instaurado, ao Conselho Superior do Ministério Público, segundo a legislação que regulamenta a organização do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor - SNDC. b) nos termos do Código de Defesa do Consumidor, nas ações civis públicas que tenham por objeto obrigação de fazer ou não fazer, o juiz converterá a obrigação em perdas e danos quando o réu optar pela conversão, comprovando que o pagamento da indenização é equivalente à realização da obrigação pretendida. c) na ação civil coletiva julgada procedente que tenha por objeto a defesa de direitos individuais homogêneos, após o trânsito em julgado, decorrido o prazo de um ano, sem habilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano, o processo aguardará no arquivo, pelo prazo prescricional correspondente à obrigação devida. d) os fornecedores de produtos de consumo duráveis, no caso de vício de qualidade, que os tornem inadequados ao consumo, não sanado no prazo de 30 dias, poderão convencionar com o consumidor a ampliação deste prazo, desde que não seja superior a 180 dias e nos contratos de adesão, tal cláusula seja convencionada em separado, com manifestação expressa do consumidor. e) as infrações da ordem econômica, como a prevista no artigo 20 da Lei nº 8.884/94, que dispõe que os atos sob qualquer forma manifestados que tenham por objeto ou possam produzir efeitos como o de limitar ou falsear a livre concorrência ou a livre iniciativa, por sua própria natureza jurídica, para se configurarem, necessitam da comprovação do elemento subjetivo do tipo, ou seja, dolo ou culpa. 11) PROCURADOR FEDERAL - AGU - 2010 - CESPE (questão 185).

Acerca dos crimes relativos a licitação, crimes contra a fé pública e crimes contra as relações de consumo, julgue: 185 Segundo o STJ, o crime de exposição à venda de mercadoria em condições impróprias ao consumo é material, não bastando, para a sua caracterização, a potencialidade lesiva. (cód. Q68101) 12) OAB - TO - CESPE - 2007 - Edição 1 (Penal, Questão 60). Acerca do direito penal, assinale a opção correta. (cód. Q10947) a) Constitui crime contra as relações de consumo vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação oficial. b) O crime de quadrilha ou bando possui natureza de delito instantâneo, mas de efeitos permanentes. c) A pesca proibida pelo local ou época da atividade, ou pelo uso de petrechos proibidos, é crime material. d) A ocultação, em proveito próprio, de coisa que se sabe ser produto de crime configura o delito de condescendência criminosa. 13) DELEGADO DE POLÍCIA PCDF - 2009 - FUNIVERSA (Questão 16). Com a finalidade de impulsionar as vendas e atrair consumidores, a empresa Construlegal fez publicar, em jornal de grande circulação, anúncio de venda promocional de cimento com entrega imediata do produto. João, atraído pelo anúncio, efetuou a compra de 100 sacos do produto. Contudo, somente após a concretização do negócio, ele tomou conhecimento de que o comerciante não detinha o produto para entrega imediata. Com base nessa situação hipotética, é correto afirmar (cód. Q40757) a) que o comerciante cometeu delito de afirmação falsa ou enganosa contra as relações de consumo, ocorrendo, no presente caso, a consumação da infração penal com a publicação enganosa. b) que a conduta do comerciante configura propaganda enganosa, prática comercial não tipificada como criminal, sendo passível apenas de multa. c) que, após a decisão do Supremo Tribunal Federal que reconhece a impossibilidade de prisão civil, o crime praticado pelo comerciante é passível tão-somente da pena de multa. d) que, tratando-se de infração penal, só poderão ser considerados sujeitos passivos do delito, os consumidores que, acreditando no anúncio, efetuaram a compra. e) que a conduta adotada pela empresa Construlegal configura mero inadimplemento civil, não estando, portanto, enquadrada nas infrações penais cometidas contra o consumidor. 14) PROCURADOR FUNDAÇÃO ESTADUAL DA SAÚDE - SE - 2009 - CESPE (questão 120). Julgue os itens seguintes, relativos aos crimes contra as relações de consumo. 120 Por ausência de previsão expressa no Código de Defesa do Consumidor, não é possível a punição na modalidade culposa pela prática de crimes contra as relações de consumo. (cód. Q24585)

15) DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DE ALAGOAS - AL - 2009 - CESPE (questão 145). A respeito dos direitos do consumidor, julgue o item que se segue. 145 Segundo o CDC, o fabricante de produto que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento de sua efetiva periculosidade tem apenas o dever de comunicar o fato às autoridades competentes. (cód. Q57819) 16) PROCURADOR ESTADUAL/ES - 2009 - CESPE (Questão 144). Ainda acerca do direito penal e do direito processual penal, julgue os itens a seguir. 144. Quando do envio do Código de Defesa do Consumidor à sanção presidencial, um de seus dispositivos foi vetado em sua integralidade, sendo esta a sua redação original: Colocar no mercado, fornecer ou expor para fornecimento produtos ou serviços impróprios. Pena detenção, de 6 meses a 2 anos e multa. Com base nos princípios que norteiam o direito penal, é correto afirmar que a razão invocada no veto foi a inobservância do princípio da legalidade. (cód. Q23304) 17) FISCAL ESTADUAL AGROPECUÁRIO - BIOLOGIA - ADAGRI/CE - 2009 - CESPE (questão 50). O item a seguir, apresenta uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada com base no que dispõe o CDC. João, mecânico de automóveis, empregou peças de reposição já usadas ao efetuar o conserto de certo automóvel, sem autorização do proprietário do veículo. Nessa situação, João praticou crime contra as relações de consumo, estando sujeito a multa e a pena de três meses a um ano de detenção. (cód. Q33614) 18) DELEGADO DE POLÍCIA - RJ - 2009 - PCRJ - (Questão 09). 09. Seguem descritos abaixo três tipos previstos como crime na Lei 8078/90: 1) Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado. 2) Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor. 3) Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas, incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer. Com relação aos mesmos, afirma-se que: I- todos são crimes de menor potencial ofensivo; II- o tipo descrito no item 1 é crime omissivo próprio; III- apenas o tipo descrito no item 1 é crime próprio;

IV- o crime descrito no item 2 é punido unicamente na forma dolosa; V- o crime descrito no item 3 tem por objeto jurídico a proteção nas relações de consumo e, especialmente, alguns direitos fundamentais do consumidor; Marque abaixo a resposta correta: (cód. Q54666) a) Todas as afirmativas são verdadeiras. b) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras. c) Apenas as afirmativas III e V são verdadeiras. d) Apenas as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. e) Apenas as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras. 19) DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DE ALAGOAS - AL - 2009 - CESPE (questão 143). A respeito dos direitos do consumidor, julgue o item que se segue. 143 Considere a seguinte situação hipotética. Em razão de falha no sistema de freios do automóvel de sua propriedade, recém-adquirido e com poucos quilômetros rodados, Fábio atropelou Silas. Nessa situação hipotética, Silas pode acionar a montadora do veículo, sob o argumento da ocorrência de acidente de consumo, em virtude de ser consumidor por equiparação. (cód. Q57817) 20) DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DE ALAGOAS - AL - 2009 - CESPE (questão 141). A respeito dos direitos do consumidor, julgue o item que se segue. 141 Não é considerada relação de consumo, mas atividade de consumo intermediária, a aquisição de bens ou a utilização de serviços por pessoa jurídica para implemento ou incremento de sua atividade empresarial. (cód. Q57815) GABARITO 1) C 2) B 3) Verdadeiro 4) Falso 5) D 6) C 7) A 8) Verdadeiro 9) E 10) D 11) Falso 12) A 13) A 14) Falso 15) Falso 16) Verdadeiro 17) Verdadeiro 18) E 19) Verdadeiro 20) Verdadeiro

REFERÊNCIAS ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. BANCO DE QUESTÕES do WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR. Disponível em: < http://www.conteudojuridico.com.br/?banco_de_questoes>. Acesso em: 13 jan. 2012. GOMES, Luiz Flavio; CUNHA, Rogério Sanches. Legislação criminal especial. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. NUCCI, Guilherme de Souza, Leis penais e processuais penais comentadas. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. SILVA, José Geraldo da. BONINI, Paulo Rogério. Leis Penais Especiais anotadas. Coordenador: Wilson Lavorenti. 12 ed. Campinas, SP: Millennium Editora, 2011.