RELATÓRIO Nº, DE 2016

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Transcrição:

RELATÓRIO Nº, DE 2016 Da COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL, sobre a Mensagem nº 3, de 2016 (Mensagem nº 582, de 29 de dezembro de 2015, na origem), da Senhora Presidente da República, que submete à apreciação do Senado Federal o nome do Senhor FERNANDO JACQUES DE MAGALHÃES PIMENTA, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Quadro Permanente do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil junto à República da Costa Rica. RELATOR: Senador CRISTOVAM BUARQUE Com base no art. 52, inciso IV, da Constituição Federal e na legislação ordinária pertinente, a Senhora Presidente da República, por meio da Mensagem nº 582, de 29 de dezembro de 2015 (aqui protocolizada como Mensagem nº 3, de 2016), submete à apreciação do Senado Federal a escolha que faz do nome do Senhor FERNANDO JACQUES DE MAGALHÃES PIMENTA, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Costa Rica. Do curriculum vitae do indicado, consta que nasceu no Rio de Janeiro/RJ, em 2 de junho de 1952, filho de Jacques da Costa Pimenta e Malvina Magalhães Pimenta. Formado em Direito, em 1974, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, tornou-se Mestre em Ciência Política pela Universidade George Washington (Washington-DC/EUA), onde defendeu tese sobre o Tratado de Cooperação Amazônica, em 1983. O diplomata em apreço cursou, igualmente, o Curso de Preparação da Carreira de Diplomata do Instituto Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores (1974), onde concluiu também o Curso de Altos Estudos, em 1992, com a tese: Perspectivas da Cooperação Brasil-CEE em Ciência e Tecnologia.

2 Nomeado Terceiro-Secretário em 1974, foi promovido a Segundo-Secretário em 1978, a Primeiro-Secretário em 1981, a Conselheiro em 1988, a Ministro de Segunda Classe em 1997 e a Ministro de Primeira Classe em 2006, sempre por merecimento. Em sua carreira, exerceu funções de relevo na estrutura administrativa do Ministério das Relações Exteriores e na Presidência da República. Dentre elas, a de assistente (1975-1978) e mais tarde Chefe, entre 1995 e 1999, da Divisão da América Meridional II; assistente na Divisão da Organização dos Estados Americanos (1982-1985); e assessor da Subsecretaria-Geral de Assuntos Políticos (1985). De 1985 a 1988 foi assessor do Gabinete Civil da Presidência da República. Ainda na Presidência da República, foi Assessor da Área Internacional, entre 1988 e 1990. De volta ao Itamaraty, chefiou a Divisão da África III daquele Ministério, de 2004 a 2007, e foi Diretor do Departamento da África, em 2007. No exterior, o diplomata serviu na Embaixada em Luanda, como Terceiro-Secretário em missão transitória (1976-1977); em Washington, na Missão do Brasil junto à OEA - Organização dos Estados Americanos - como Terceiro, Segundo e Primeiro-Secretário (1978-1982); na Missão junto à então CEE Comunidade Econômica Europeia, em Bruxelas, como Conselheiro (1990-1993); na Delegação do Brasil junto à ALADI Associação Latino-Americana de Integração, em Montevidéu, como Conselheiro (1993-1995); no Consulado-Geral em Montreal, como Cônsul-Geral (1999-2004); no Consulado-Geral em Vancouver, como Cônsul-Geral (2007-2011) e no Consulado-Geral em Assunção a partir de 2011, também como Cônsul-Geral. Chefiou a delegação brasileira a várias reuniões internacionais, como as do GT Brasil-Peru sobre Desenvolvimento Fronteiriço (1995); do GT Brasil-Peru sobre Meio Ambiente (1995 e 1998); do GT Brasil-Peru sobre Cooperação Técnica (1995 e 1998); do GT Brasil-Venezuela sobre Mineração Ilegal em Brasília e Caracas (1995-1999); do GT Ad Hoc sobre a Secretaria Permanente do Tratado de Cooperação Amazônica em Lima e Caracas (1996 e 1998); Reunião do grupo Ad Hoc sobre conhecimentos tradicionais da Convenção sobre Diversidade Biológica em Montreal (2002); da VIII e IX Reunião do Órgão Subsidiário de Assessoramento da Convenção sobre Diversidade Biológica em Montreal (2003); da Reunião Aberta Intersecional da Convenção sobre Diversidade Biológica, em Montreal (2003) e à I Reunião Extraordinária das Partes no Protocolo de

3 Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (2004), entre outras. O diplomata em apreço é portador de importantes condecorações brasileiras e estrangeiras. Entre elas, a Ordem de Rio Branco e a Ordem do Mérito Aeronáutico (Brasil); a Ordem do Libertador e a Ordem de Francisco de Miranda (Venezuela); a Ordem ao Mérito por Serviços Distinguidos (Peru) e a Ordem Van de Palm (Suriname). Sobre a República da Costa Rica, nos aspectos políticos e econômicos de seu relacionamento com o Brasil, cabe registrar alguns dados fornecidos pela Divisão do México e América Central do Departamento da América Central e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, anexados à mensagem presidencial. A Costa Rica é o principal parceiro comercial brasileiro na América Central e o único país do istmo centro-americano que manteve, até 2014, superávit na balança comercial com o Brasil. O saldo costarriquenho sofreu, contudo, queda de 97,4% em 2014 (de US$ 146 milhões para US$ 30 milhões), em virtude do fechamento da fábrica da Intel no país. O intercâmbio comercial registrou queda em 2009, recuperando-se entre 2010 e 2012, para novamente apresentar retração em 2013 (US$ 750,8 milhões) e 2014, quando caiu a US$ 527,1 milhões (- 29,8% em relação a 2013). O Brasil exporta para a Costa Rica basicamente produtos industrializados, que representaram 94,3% do total do perfil das exportações brasileiras para aquele país em 2014. Há várias empresas brasileiras presentes na Costa Rica, entre elas a Andrade Gutierrez; o grupo Ibope; a Via Uno (calçados); a Totvs (informática); a Dumond (acessórios e calçados); a Fábrica Di Chocolate (alimentos e bebidas) e a OAS, que tem a seu cargo o Projeto Hidrelétrico Balsa Inferior. O Brasil tem interesse em ver aumentado o perfil da participação de empresas brasileiras na Costa Rica. Em setembro de 2014,

4 realizou-se missão prospectiva do BNDES a São José, com o objetivo de identificar oportunidades de negócios. Também em 2014 foi realizada visita de delegação empresarial brasileira organizada pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina FIESC, para familiarizar empresários brasileiros com o ambiente de negócios da Costa Rica, o sistema de zonas francas local e o funcionamento do Mercado Comum Centro-Americano (MCCA) No plano regional, o Brasil vem apoiando a proposta de assinatura de Acordo-Quadro de Associação MERCOSUL-SICA (Sistema da Integração Centro-Americana), atualmente sob análise dos membros do SICA. No que diz respeito à cooperação técnica, o programa de cooperação Brasil-Costa Rica é composto atualmente de 4 projetos, que contemplam as áreas de saúde, energia e desenvolvimento agrário. A Costa Rica tem interesse em estabelecer cooperação com o Brasil nas áreas de agricultura e saúde. Outras áreas de cooperação são a esportiva, a humanitária e a de comunicações, uma vez que o governo costarriquenho adotou oficialmente o sistema nipo-brasileiro de TV Digital (ISDB-T). Nesse sentido, o Brasil tem apoiado a implementação do sistema na Costa Rica por meio de eventos de divulgação e treinamento sobre migração digital, além do compartilhamento da experiência na matéria por parte de instituições como o Ministério das Comunicações, a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e o Instituto Nacional de Telecomunicações (INATEL). O informe do Itamaraty registra que há 1.300 nacionais brasileiros residindo na Costa Rica, sendo que um deles encontra-se preso. Registra, ainda, que a Costa Rica desfruta de longa tradição de democracia e estabilidade, mantida desde 1949, quando foi promulgada a nova Constituição e abolidas as Forças Armadas, sendo os recursos assim liberados direcionados para a educação e a saúde.

5 No plano internacional, a sua política externa caracteriza-se pela postura de neutralidade, não intervenção, adesão ao princípio da solução pacífica das controvérsias e defesa dos direitos humanos. Em virtude do exposto, entendemos que os Senhores Senadores, membros da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, estão inteirados dos elementos informativos necessários e suficientes para a apreciação do nome do Senhor FERNANDO JACQUES DE MAGALHÃES PIMENTA, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Quadro Permanente do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil junto à República da Costa Rica. Sala da Comissão,, Presidente, Relator