Relatório de Inflação II Trimestre de 2013

Documentos relacionados
BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Boletim Mensal Situação Monetária e Cambial

BOLETIM MENSAL JANEIRO DE 2017 Situação Monetária e Cambial. BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Disponível em:

CONJUNTURA ECONÓMICA. - Novembro

Angola. Evolução dos principais indicadores económicos e financeiros entre 2008 e 2012 e perspectivas futuras. Junho 2013

BOLETIM MENSAL FEVEREIRO DE 2017 Situação Monetária e Cambial

EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE ECONÓMICA Atividade global Atividade setorial Produção Volume de negócios... 5

Em março de 2014, o indicador de sentimento económico aumentou +0.3 pontos na União Europeia e +1.2 pontos na Área Euro.

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Em Junho, o indicador de sentimento económico aumentou +1.8 pontos na União Europeia e na Área Euro.

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Relatório de Inflação IV trimestre de 2011

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Av. 4 de Fevereiro nº 151, Luanda, Angola Caixa Postal 1243 Telefone/Fax: (+244)

BOLETIM MENSAL Maio DE 2017 Situação Monetária e Cambial

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Sumário da apresentação. Indicadores Económicos. Regime Cambial do Sector Petrolífero, Impactos e desafios. Perspectivas da Política Monetária

Indicador de Sentimento Económico. 80 Portugal. Dez-08. Dez-07

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Boletim Mensal Outubro 2017

Relatório Política Monetária. Maio de 2011

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Boletim de Estatísticas. Janeiro de Banco de Cabo Verde

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Relatório de Inflação I Trimestre de 2013

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Novembro Indicador de Sentimento Económico

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Boletim de Estatísticas. Abril de Banco de Cabo Verde

Boletim de Estatísticas. Março de Banco de Cabo Verde

Boletim de Estatísticas. Setembro de Banco de Cabo Verde

Apresentação ao Corpo Diplomático

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Relatório de Inflação III Trimestre 2013

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Boletim Mensal Abril 2018

Indicadores Económicos & Financeiros Setembro Banco de Cabo Verde

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Boletim de Estatísticas. Outubro Banco de Cabo Verde

Indicadores Económicos & Financeiros Abril Banco de Cabo Verde

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Indicadores Económicos & Financeiros Outubro Banco de Cabo Verde

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Indicadores Económicos & Financeiros Julho Banco de Cabo Verde

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

BANCO DE CABO VERDE DEPARTAMENTO DE ESTUDOS ECONÓMICOS E ESTATISTICAS. Boletim de Indicadores Económicos e Financeiros

UNIÃO GERAL DE TRABALHADORES

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Boletim de Estatísticas. Janeiro Banco de Cabo Verde

Índices de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas nos Serviços Março de 2011

BOLETIM MENSAL ABRIL DE 2017 Situação Monetária e Cambial. BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Disponível em:

UNIÃO GERAL DE TRABALHADORES

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Boletim de Estatísticas. Fevereiro Banco de Cabo Verde

Relatório de Inflação IV Trimestre de 2012

Boletim de Estatísticas Mensal Junho Banco de Cabo Verde

Indicadores Económicos & Financeiros

Boletim Mensal Agosto 2017

Boletim Mensal Janeiro 2018

Boletim de Estatísticas. Junho Banco de Cabo Verde

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Av. 4 de Fevereiro nº 151, Luanda, Angola Caixa Postal 1243 Telefone/Fax: (+244)

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Aumento dos preços da carne, seguros e transportes públicos

Indicadores Económicos & Financeiros. Julho Banco de Cabo Verde

A taxa de variação média do IPC foi 1,0% em 2018 e a taxa de variação homóloga situou-se em 0,7% em dezembro

PRODUTO INTERNO BRUTO REGISTOU UMA QUEBRA DE 1,1% EM VOLUME

Resumo do Relatório de Política Monetária

SÍNTESE DE CONJUNTURA

Boletim Mensal Julho 2017

BANCO CENTRAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Transcrição:

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013

2 Av. 4 de Fevereiro, nº 151 - Luanda, Angola Caixa Postal 1243 Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125 www.bna.ao Objectivo do Relatório de Inflação

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 3 Índice Geral Sumário Executivo 5 O Estado da Economia Nacional 9 Projecções Anuais do PIB 9 Inflação 9 Índice de Preços no Consumidor de Luanda 9 Índice de Preços no Grossista de Luanda 12 Políticas Macroeconómicas 15 Política Fiscal 15 Receitas 15 Despesas 18 Saldos Fiscais e Fontes de Financiamento 21 Crédito Líquido ao Governo Central (CLGC) 22 Perspectivas 23 Política Monetária 23 Base Monetária 23 Depósitos do Sistema Bancário 33 Crédito 25 Meios de Pagamento 29 Economia Internacional 34 Actividade Económica 34 Inflação das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola 36 Mercado das Commodities 37 Relações com o Exterior 42 Mercados Cambiais Internacionais 42 Taxas de câmbio AKZ/USD nos diversos mercados 43 Comércio Externo e Reservas Internacionais 44 Considerações Finais 46 Perspectivas 47

4 Sumário Executivo O presente Relatório apresenta inicialmente uma avaliação da economia angolana, incluindo uma breve análise da inflação de preços. Na secção seguinte, é considerada a execução da política macroeconómica, onde são feitos um acompanhamento e uma análise dos seus principais indicadores. Em seguida são considerados os condicionantes externos, como o comportamento dos preços das commodities, em particular as alimentares e o petróleo. As relações com o exterior são analisadas a seguir, com especial atenção para a relação do dólar americano com as moedas dos principais parceiros comerciais de Angola. Finalmente algumas perspectivas sobre a economia angolana são apresentadas, destacando-se as previsões optimistas de crescimento do País apresentadas por organismos internacionais. Para o caso de Angola, o Banco Mundial e a OCDE prevêem que o PIB crescerá a um ritmo médio de 7,1% em 2013 (Banco Mundial: 7,2% e OCDE: 8,2%). De acordo com as projecções do Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial, a taxa de crescimento projectada para este ano é de 5,1%, inferior às estimativas do Banco Mundial e da OCDE. Em termos acumulados, é possível constatar que a inflação, no final do mês de Junho, se encontra 0,16 pontos percentuais acima daquela que tinha sido registada no mesmo período do ano passado. No trimestre em estudo verifica-se que apenas no mês de Abril se registou uma inflação acumulada inferior à do ano passado, sendo que, mesmo assim, esta diminuição teve uma dimensão muito inferior aos aumentos registados em Maio e Junho. Teoricamente, pela própria relação comercial que os liga, espera-se que o IPC varie de acordo com as variações do IPG em períodos anteriores. Assim sendo, tendo em conta o facto da variação homóloga do IPG estar em queda desde o início do ano seria de esperar que a variação do IPC seguisse também essa tendência. Entretanto, as variações homólogas do IPG, no período considerado, são consistentemente inferiores às do IPC, indicando que não há convergência de variação entre os dois índices. Esse facto pode estar a indicar fortes distorções no processo de comercialização de bens, em especial alimentos, no mercado interno. Conclui-se que, a Política Fiscal contribuiu ao longo dos dois primeiros trimestres para uma contracção da liquidez agregada, entretanto, nos próximos trimestres, a Política Fiscal exercerá uma pressão expansionista na liquidez, acompanhando a tendência presente na fase final dos exercícios fiscais, em que o levantamento de verbas na CUT para financiar a execução do OGE tende a ser superior do que na primeira metade do ano. No II Trimestre de 2013, verificou-se uma diminuição do Saldo da Conta de Bens (-8,16%), devido a uma contracção das quantidades de petróleo exportadas e a menores preços. A queda do valor das exportações totais foi superior à queda das importações totais (FOB), de -6,61% contra -2,05%, impulsionadas pela redução das exportações petrolíferas (queda dos preços do petróleo) e das exportações de diamantes (redução das quantidades e do preço). Do lado das importações observou-se uma redução da categoria dos combustíveis (34,66%), reactores nucleares (12,76%), obras de ferro fundido, ferro e aço (14,50%), veículos automóveis (2,14%) e outros (22,60%). As reservas internacionais líquidas (RIL) atingiram os USD 32.443,13 milhões em Junho de 2013, uma diminuição de 5,65% face ao mês anterior e um aumento de 0,52% em termos trimestrais. Diversos factores contribuíram para a redução mensal das RIL, nomeadamente, a redução das entradas de divisas e realização de pagamentos que conduziram à desmobilização das RIL. Para o terceiro trimestre de 2013 prevê-se uma variação trimestral no IPC entre 1,72% (limite inferior) e 2,10% (limite superior) e uma variação trimestral média de 1,91%. Em termos homólogos, prevê-se, para Setembro, uma variação entre 9,09% e 9,50%, sendo que o limite superior desta previsão se encontra abaixo do registado no terceiro trimestre de 2012 (9,65%);

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 5 Gráfico 1 Projecção da Inflação 1,20 1,00 0,80 % 0,60 0,40 0,20 0,00 Jan/12 Feb/12 Mar/12 Apr/12 May/12 Jun/12 Limite Inferior Jul/12 Aug/12 Set/12 Oct/12 Nov/12 Dec/12 Jan/13 Feb/13 Mar/13 Previsão central Abr/13 May/13 Jun/13 Jul/13 Ago/13 Sep/13 Limite Superior Inflação Observada O exercício da previsão da inflação teve como base: a) A programação financeira do Tesouro do III trimestre que evidencia um défice no trimestre, cuja maior parte será financiada a partir da Utilização de Saldos de Exercícios Anteriores e Recursos Consignados ; b) Uma estabilidade pouco acentuada do Kwanza face ao Dólar dos Estados Unidos da América (EUA), fruto do Nova Lei Cambial do sector petrolífero; c) Um ligeiro aumento na procura interna efectiva em relação ao trimestre anterior devido ao aumento nos gastos do governo; d) A pressão moderada e decrescente dos preços externos sobre os preços internos; No entanto, apontam-se a seguir vários riscos associados às previsões da inflação, propensos a acelerar a taxa de inflação: a) Concentração da Despesa Fiscal no último quadrimestre do ano; b) Factores estruturais relacionados com a cadeia de distribuição e importação de alimentos; c) Início da época de chuvas; d) Subida considerável do preço das commodities alimentares no mercado internacional. Essa previsão condicionada da inflação de preços é um indicador importante para a condução da política monetária ao longo do terceiro e quarto trimestres. A manutenção da Política Monetária de modo a neutralizar o aumento de liquidez a ser provocado pelas contas públicas é fundamental para que a inflação permaneça na média aqui prevista. O Banco Nacional de Angola dará continuidade ao processo gradual de migração para um sistema de metas de inflação flexível, visando a redução da taxa de inflação e atingir o objectivo de médio prazo que se situa no intervalo de 7 9%. O facto de nos mantermos no limite superior desse intervalo leva a considerar algumas medidas, incluídas no capítulo sobre as Considerações Finais.

6 O Estado da Economia Nacional Projecções Anuais do PIB De acordo com as projecções feitas pelo Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial no PIB para o ano de 2013 será de Kz 11.764 mil milhões, o que representa um valor superior àquele que tinha sido estimado para o ano anterior (Kz 10.876 mil milhões). Estas mesmas projecções indicam um aumento do volume do PIB petrolífero na ordem dos Kz 887,9 mil milhões e um aumento do PIB não petrolífero de cerca de Kz 1.018,3 mil milhões, comparativamente a 2012. Relativamente à taxa de crescimento real do PIB, foi projectado um valor de 5,1%, o que representa uma diminuição de 0,1 p.p. face ao ano anterior e que reflecte uma perspectiva de crescimento mais acentuado no sector não petrolífero (6,5%) que no sector petrolífero (2,6%). Comparativamente ao ano anterior, apesar de a taxa de crescimento do produto ter sido menor, a taxa de crescimento do sector não petrolífero aumentou 0,9 p.p. De referir ainda que, de acordo com estas projecções, a estrutura percentual do PIB se alterou, tendo o petróleo diminuído a sua contribuição para 40,18% do PIB, 4,31 p.p. abaixo do valor estimado para o ano anterior, enquanto os serviços mercantis registaram um aumento da sua contribuição de 21,68% para 23,98%. Apesar das projecções mais optimistas do Banco Mundial e da OCDE (7,2% e 8,2%), o FMI prevê um crescimento mais modesto de 6,2%. Inflação Índice de Preços no Consumidor de Luanda Por ausência de dados relacionados com a variação dos preços em todo o território nacional, neste capítulo procede-se apenas à análise da variação do Índice de Preços na cidade de Luanda. No trimestre em análise, a inflação situou-se nos 2,11%, mantendo-se, portanto, inalterada face ao trimestre anterior. Contudo, face ao mesmo trimestre do ano passado, registou-se um aumento de 0,07 p.p.. No trimestre em análise, a inflação situou-se nos 2,11%, mantendose, portanto, inalterada face ao trimestre anterior. Contudo, face ao mesmo trimestre do ano passado, registou-se um aumento de 0,07 p.p.. Gráfico 2 Análise da Inflação Trimestral Inflação Trimestral 4,00% 3,50% 2,11% 3,00% 2,5% 2,00% 1,50% 1,00% 0,50% 0,00% 2,98% 2,04% 2,11% ITRI11 IITRI11 IIITRI11 IVTRI11 ITRI12 IITRI12 IIITRI12 VITRI12 ITRI13 IITRI13 Fonte: DEE/ INE

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 7 A inflação trimestral é resultado de uma variação do IPC de Junho em relação a Março de 2013. Nos meses do trimestre em análise a inflação situou-se em 0,60%, 0,87% e 0,63%, respectivamente. Tabela 1 Variação trimestral dos preços por classes Variação Trimestral 2012 2013 CLASSES I Trim. II Trim. III Trim. IV Trim. I Trim. II Trim. 01. Alimentação e bebidas não alcoólicas 2,36% 2,66% 2,40% 2,96% 2,67% 2,44% 02. Bebidas alcoólicas e tabaco 2,68% 1,82% 1,63% 2,38% 2,19% 1,63% 03. Vestuário e calçado 2,46% 2,41% 1,97% 2,58% 2,03% 2,23% 04. Habitação, água, electr., Gás e combust. 1,05% 0,86% 0,89% 5,19% 1,47% 1,95% 05. Mobiliario,equip. Domestico e manutenção 3,31% 2,42% 1,84% 2,40% 1,98% 2,19% 06. Saúde 1,91% 1,88% 1,88% 2,08% 1,88% 2,05% 07. Transportes 0,95% 0,93% 0,65% 2,36% 0,96% 1,44% 08. Comunicações 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 09. Lazer, recreaçao e cultura 1,95% 1,27% 1,38% 2,03% 1,75% 1,85% 10. Educaçao 0,63% 0,00% 0,00% 0,01% 1,11% 0,00% 11. Hotéis,cafés e restaurantes 2,09% 2,43% 2,08% 2,42% 2,32% 2,46% 12. Bens e serviços diversos 2,51% 2,29% 1,99% 2,55% 2,17% 2,36% Fonte: DEE-BNA/INE De acordo com os dados apresentados na Tabela 1, as classes onde os preços mais variaram no 2º trimestre de 2013 foram a Classe 11-Hotéis, Cafés e Restaurantes (2,46%), seguida da Classe 01-Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas (2,44%) e da Classe 12-Bens e Serviços Diversos (2,36%). Comparativamente ao primeiro trimestre do ano verifica-se que as Classes 01-Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas, 02-Bebidas alcoólicas e tabaco e 10-Educação registaram uma variação mais baixa, sendo nula a variação dessa última, enquanto nas restantes se registou o contrário. As Classes 04-Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustível e 07-Transportes foram aquelas onde o aumento da variação foi maior (0,48 p.p.). Por outro lado, como tem vindo consistentemente a acontecer, a classe que mais contribuiu para o IPC foi a Classe 01-Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas, cuja contribuição de 1,12% representa mais de metade da variação do IPC (2,11%). Para além desta, registam-se contribuições 0,23% para a Classe 04-Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustível e de valores acima de 0,15% para as Classes 03-Vestuário e Calçado e 12-Bens e Serviços Diversos. Tabela 2 Variações mensal, acumulada no ano e homóloga do IPC Período Variação Período Variação mensal homóloga acumulada mensal homóloga acumulada Jan.12 0,73% 11,48% 0,73% Jan.13 0,61% 8,90% 0,61% Fev.12 0,69% 11,32% 1,42% Fev.13 0,82% 9,04% 1,44% Mar.12 0,60% 11,12% 2,03% Mar.13 0,66% 9,11% 2,11% Abr.12 0,70% 10,88% 2,74% Abr.13 0,60% 9,00% 2,72% Mai.12 0,65% 10,51% 3,41% Mai.13 0,87% 9,25% 3,62% Jun.12 0,68% 10,11% 4,11% Jun.13 0,63% 9,19% 4,27% Jul.12 0,66% 10,02% 4,80% Ago.12 0,60% 9,87% 5,42% Set.12 0,55% 9,65% 6,00% Out.12 0,91% 9,76% 6,97% Nov.12 0,93% 9,83% 7,96% Dez.12 0,99% 9,02% 9,02% A inflação mensal do mês de Junho caiu face ao seu valor no mês de Maio, situando-se em 0,63%, um valor próximo daquele que tinha sido registado nos meses de Março e Abril. Embora a inflação mensal tenha diminuído ligeiramente, quando comparada com o mês de Junho do ano passado, verifica-se que nos primeiros seis meses deste ano esta tem sofrido mais oscilações comparativamente ao mesmo período do ano passado.

8 Gráfico 3 - Inflação Mensal e Homóloga Inflação Mensal e Homóloga 1,20% 10,11% 0,63% 14,00% 1,00% 12,00% 0,80% 0,60% 0,40% 0,20% 0,68% 9,19% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% 0,00% Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12 Mai/12 Jun/12 Jul/12 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13 Fonte: DEE-BNA/INE. Inflação mensal Inflação Homóloga Por seu lado, a inflação homóloga tem apresentado um percurso tendencialmente descendente e sem grandes variações de mês para mês. No mês de Junho de 2013 esta foi de 9,19%, tendo sido de 9,00% e 9,25% em Abril e Maio, respectivamente. O valor observado em Junho corresponde a uma diminuição de 0,92 p.p. em relação ao valor que havia sido registado no mesmo mês do ano de 2012. Em termos acumulados, é possível constatar que a inflação, no final do mês de Junho, se encontra 0,16 p.p.acima daquela que tinha sido registada no mesmo período do ano passado. No trimestre em estudo verifica-se que apenas no mês de Abril se registou uma inflação acumulada inferior à do ano passado, sendo que, esta diminuição teve uma dimensão muito inferior aos aumentos registados em Maio e Junho. Apesar disto, todos os valores deste ano são inferiores quando comparados com a inflação acumulada de 2011. Índice de Preços no Grossista de Luanda No trimestre em análise, o índice de preços no grossista aumentou 1,56%, o que corresponde a uma diminuição na ordem dos 0,85 p.p. face ao trimestre anterior e a um aumento de 0,04 p.p. comparativamente ao mesmo trimestre do ano passado. Gráfico 4 Variação trimestral do IPG 3,50% 3,00% 2,57% 2,41% 2,50% 2,00% 1,50% 1,00% 2,50% 0,00% ITRI11 IITRI11 IIITRI11 IVTRI11 ITRI12 1,52% IITRI12 IIITRI12 IVTRI12 1,56% ITRI13 IITRI13 IPG

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 9 No Gráfico 4 percebe-se que o comportamento registado no segundo trimestre foi idêntico nos três anos analisados, ou seja, apresentou um movimento de diminuição da variação do IPG. Tabela 3 Variações mensal, acumulada no ano e homóloga do IPG Período Variação Período Variação mensal homóloga acumulada mensal homóloga acumulada Jan.12 0,67% 9,73% 0,67% Jan.13 0,89% 8,39% 0,89% Fev.12 0,95% 9,62% 1,63% Fev.13 0,82% 8,25% 1,72% Mar.12 0,57% 9,26% 2,21% Mar.13 0,72% 8,42% 2,45% Abr.12 0,43% 8,80% 2,64% Abr.13 0,64% 8,65% 3,11% Mai.12 0,52% 8,42% 3,18% Mai.13 0,50% 8,62% 3,62% Jun.12 0,56% 8,15% 3,75% Jun.13 0,41% 8,46% 4,05% Jul.12 0,69% 8,16% 4,47% Ago.12 0,68% 8,06% 5,18% Set.12 0,65% 7,98% 5,86% Out.12 0,60% 7,91% 6,50% Nov.12 0,47% 7,74% 7,00% Dez.12 1,11% 8,18% 8,19% Este aumento trimestral de 1,56% dos preços no grossista reflecte uma variação de 0,64% no mês de Abril, 0,50% no mês de Maio e 0,41% no mês de Junho. As variações mensais foram menores no trimestre em análise do que no trimestre anterior. Comparativamente ao ano passado, em Abril deste ano registou-se uma maior variação do IPG, tendo o oposto acontecido relativamente aos meses de Maio e Junho. Por seu lado, a variação homóloga do IPG foi de 8,46% no mês de Junho, o que representa uma diminuição na ordem dos 0,16 p.p. face ao mês de Maio que, por sua vez, tinha registado também uma diminuição, ainda que menor (0,03 p.p.), em relação a Abril. Comparativamente ao ano passado, a variação homóloga do IPG foi menor no mês de Abril porém mais elevada nos meses de Maio e Junho. De acordo com a Tabela 3, a variação do IPG acumulada até Junho deste ano é superior àquela que se havia registado no ano passado em 0,30 p.p.. Também nos anteriores meses do ano se verificou uma variação acumulada superior à do ano passado. Tabela 4 Variação trimestral por Secções dos Produtos Nacionais e Importados Secção % Prod. Nacionais % Prod. Importados Agric. Prod. Animal, Caça e Silvicultura 1,97% 4,36% Pescas 2,34% Indústria Transformadora 1,06% 1,47% Total 1,50% 1,58%

10 Como pode ser visto na tabela 4, a variação dos preços dos produtos importados foi de 1,58%, superior à registada para os produtos nacionais em 0,08 p.p.. Dentro dos produtos nacionais, foi a secção das pescas a que registou uma variação maior. Por outro lado, a variação dos preços nos produtos importados revelou-se especialmente elevada na secção Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura. De acordo com o INE, para a variação de 0,41% do IPG, os produtos importados contribuíram com 0,35 p.p., o que representa 84%, enquanto os produtos nacionais explicaram apenas 0,07 p.p. da mesma, o que corresponde a uma participação de 16%. Gráfico 5 Variações mensais do IPC e do IPG 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 O,OO Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12 Mai/12 Jun/12 Jul/12 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13 IPC IPG Fonte: DEE-BNA/ INE No Gráfico 5, pode-se comparar a variação mensal do IPC com a do IPG. Teoricamente espera-se que o IPC varie de acordo com as variações do IPG em períodos anteriores. Assim sendo, tendo em conta o facto da variação do IPG estar em queda desde o início do ano seria de esperar que a variação do IPC seguisse também essa tendência. Entretanto, contrariando a lógica, ao longo do corrente ano, as variações homólogas do IPG têm sido consistentemente inferiores às correspondentes variações no IPC. Esse facto pode estar a indicar fortes distorções no processo de distribuição e comercialização de bens, em especial alimentos, no mercado interno.

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 11 Políticas Macroeconómicas Política Fiscal Receitas A execução da programação Financeira do II trimestre de 2013, teve em conta, a taxa de câmbio média de Kz/USD 96,12 (Kz 0,40 acima do programado), as exportações de petróleo bruto, que se situaram em 161,55 milhões de barris (1,3% acima do programado) e o preço médio do petróleo que atingiu USD 103,12 barril (2,1% abaixo do programado). Assim, o Fluxo de Recursos no Período em análise foi de Kz 1.270.794,18 milhões, o que agrega 92% de Receitas do Exercício (Kz 1.171.171,50 milhões) e 8% de Desembolsos de Financiamentos (Kz 99.622,68 milhões). Os desembolsos de Financiamentos, consubstanciaram-se em desembolsos de Financiamentos Externos, essencialmente linhas de crédito e desembolsos de Financiamentos Internos, correspondentes a Obrigações do Tesouro. Tabela 5 : Receitas Realizadas, em milhões de Kwanzas - Informação Preliminar Receitas (Milhões de Kz) II Trim-12 I Trim-13 II Trim-13 III Trim-13¹ Prog. Exec. Grau de Exec. Prog. Exec. Grau de Exec. Prog. Exec. Grau de Exec. Prog. Saldos Livres Acumulados 70.177,13 70.177,13 100,00 0,00 0,00-50.000,00 0,00-162.000,00 Receitas de exercícios anteriores 0,00 202.271,49-0,00 0,00-0,00 0,00-0,00 Desembolso de Financiamento 224.993,61 91.626,79 40,72 153.659,34 35.071,79 22,82 260.207,27 99.622,68 38,29 247.599,02 Receitas do Período 1.107.667,02 1.064.557,51 96,11 1.014.062,11 936.083,68 92,31 1.127.114,77 1.171.171,50 103,91 1.017.164,11 Receitas Correntes 1.107.186,02 1.064.557,51 96,15 1.013.544,11 936.083,68 92,36 1.126.607,77 1.170.943,28 103,94 1.016.651,11 Receitas de Capital 481,00 0,00 0,00 518,00 0,00 0,00 507,00 228,22 45,01 513,00 Receitas consignadas 284.150,23 244.365,25 86,00 169.578,55 299.807,88 176,80 184.584,78 162.375,43 87,97 103.918,03 Total das Receitas 1.402.837,76 1.428.632,92 101,84 1.167.721,45 971.155,47 83,17 1.437.322,04 1.270.794,18 88,41 1.426.763,13 Total das Receitas Líquidas 1.118.687,53 1.184.267,67 105,86 998.142,90 671.347,59 67,26 1.252.737,26 1.108.418,75 88,48 1.322.845,10 ¹Programação Financeira do Tesouro, III Trim-13. Fonte: Ministério das Finanças A execução das receitas totais correspondeu a cerca de 88,41% do programado, quando no trimestre anterior e no período homólogo cifrou-se em 83,17% e 101,84%, respectivamente, o que representou um aumento de 30,85% em relação ao trimestre anterior e uma diminuição de 11,05% em relação ao período homólogo de 2012. Por seu turno, as receitas totais deduzidas das receitas consignadas resultaram num total de receitas líquidas no montante de Kz 1.108.418,75 milhões, ficando a sua execução em 88,48%.

12 Gráfico 6: Receitas previstas e realizadas, em milhões de Kwanzas 1.600.000 1.400.000 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.OO0 200.000 0 II Trim12 I Trim13 II Trim13 Receita Prevista Receita Executada Fonte: Ministério das Finanças Dentre as receitas do exercício, cerca de 99.98%, correspondeu às receitas correntes, uma vez que se verificou uma baixa arrecadação de receitas de capital, sendo que no trimestre anterior e no período homólogo de 2012, as receitas do exercício, foram compostas apenas pelas receitas correntes. Gráfico 7: Estrutura das Receitas Estrutura da Receita Fiscal II Trim13 99,98% 0,02% I Trim13 100,00% II Trim12 100,00% 0% 20% 40% Correntes 60% 80% 100% Capital Fonte: Ministério das Finanças

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 13 Despesas No trimestre em análise, os fluxos de saídas do exercício alcançaram Kz 1.137.342,78 milhões (face aos Kz 1.425.861,53 milhões programados) distribuídos em Kz 1.131.010,78 milhões, despesas do período e Kz 6.332,00 milhões, despesas do período anterior. Tabela 6 : Despesas Realizadas, em milhões de Kwanzas - Informação Preliminar Despesas (Milhões de Kz) II Trim-12 I Trim-13 II Trim-13 III Trim-13¹ Prog. Exec. Grau de Exec. Prog. Exec. Grau de Exec. Prog. Exec. Grau de Exec. Prog. Despesas do Periodo Anterior 58.094,35 75.333,64 129,67 0,00 0,00-0,00 6.332,00-0,00 Despesas do Periodo 1.387.818,43 909.862,19 65,56 1.042.009,08 715.160,10 68,63 1.425.861,53 1.131.010,78 79,32 1.689.756,00 Despesas Correntes 573.398,08 509.509,05 88,86 642.361,90 468.823,76 72,98 719.967,71 708.219,61 98,37 837.043,17 Despesas de Capital 482.486,29 153.380,20 31,79 304.018,38 132.159,96 43,47 493.086,03 271.420,82 55,05 551.350,92 Serviço da Dívida 331.934,06 246.972,94 74,40 95.628,80 114.176,38 119,40 212.807,79 151.370,35 71,13 301.361,91 Total da Despesa 1.445.912,78 985.195,83 68,14 1.042.009,08 715.160,10 68,63 1.425.861,53 1.137.342,78 79,77 1.689.756,00 ¹ Programação Financeira do Tesouro, III Trim-13. Fonte: Ministério das Finanças As despesas do exercício, foram executadas em 79,32% em relação ao programado, contra uma execução de 68,63% e 65,56% no trimestre passado e período homólogo de 2012. A execução alcançada representou um aumento de 58,15% e um aumento de 24,31%, comparativamente aos períodos anteriormente referidos. As despesas correntes tiveram um maior grau de execução (98,37%), face ao programado, seguindo-se as despesas com o serviço da dívida (71,13%) e despesas de capital (55,05%).

14 Gráfico 8: Despesas Previstas e Realizadas, em milhões de Kwanzas 1.600.000 1.400.000 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.OO0 200.000 0 II Trim12 I Trim13 II Trim13 Despesa Prevista Despesa Executada Fonte: Ministério das Finanças No que respeita a estrutura das despesas totais, pode-se observar no gráfico 9 que as despesas correntes do exercício tiveram maior participação, seguidas das despesas de capital e com o serviço da dívida. Gráfico 9: Estrutura das Despesas Estrutura Despesa Total - II Trim-13 13,38% 24,00% 62,62% Despesas Correntes Despesas de Capital Serviço da Dívida Fonte: Ministério das Finanças

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 15 Saldos Fiscais e Fontes de Financiamento Quanto ao desempenho das contas fiscais, no II trimestre de 2013, apurou-se um défice do saldo do exercício na ordem de Kz 28.924,01 milhões. Gráfico 10: Saldos fiscais previstos e realizados, em milhões de Kwanzas 500000,0 Saldos Fiscais e Financiamento 400000,0 300000,0 200000,0 100000,0,0-100000,0-200000,0-300000,0 PFT EXEC PFT EXEC PFT EXEC I trim-13 II trim-13 II trim-12-400000,0 Saldo do Exercício Financiamento Fonte: Ministério das Finanças Assim, para financiar o défice fiscal, o Tesouro recorreu à emissão de Bilhetes do Tesouro e desmobilização de Reservas internacionais Líquidas. Deste modo, a fonte de financiamento usada não gera pressão nem expansão sobre os Meios de Pagamentos.

16 Crédito Líquido ao Governo Central (CLGC) Gráfico 11: Crédito Líquido ao Governo Central 2012-2013 (Milhões de Kz) 2.500.000,00 2.000.000,00 1.500.000,00 1.000.000,00 500.000,00 0,00-500.000,00-1.000.000,00-1.500.000,00 I trim-2012 II trim-2012 III trim-2012 IV trim-2012 I trim-2013 II trim-2013 Fonte: DES - BNA Obs: Os dados estão expressos em Kz milhões CLGC Crédito ao Governo Geral Depósitos O crédito líquido ao governo central contraiu em cerca de 4,40% no trimestre em análise, valor inferior ao registado no trimestre anterior (45,88%) e período homólogo de 2012 (39,21%). A contracção registada no trimestre, decorre do aumento dos depósitos do Governo no sistema bancário em 2,16%.

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 17 Política Monetária Base Monetária Como é observável no Gráfico 14, a Base Monetária Ampla e a Base Monetária em Moeda Nacional expandiram-se ao longo do II trimestre em 4,84% e 6,50%, respectivamente. Quando comparadas com o período homólogo de 2012, observa-se, igualmente, uma expansão da Base Monetária Ampla na ordem dos 5,43% e da Base Monetária em Moeda Nacional na ordem dos 6,91%. Gráfico 12 Comportamento da Base Monetária 2011 a 2013 1200000,000 1000000,00 800000,000 600000,000 600000,000 400000,000 200000,000,000 II trim-11 III trim-11 IV trim-11 I trim-12 II trim-12 III trim-12 IV trim-12 I trim-13 II trim-13 BM Ampla BM (MN) Reserva Bancária MN Reserva Bancária ME Fonte: DES - BNA A expansão da Base Monetária faz-se reflectir no aumento trimestral das Reservas Bancárias em Moeda Nacional, na ordem dos 8,74%, bem como pelo aumento de 1,7% das Reservas Bancárias em Moeda Estrangeira. Tabela 7 Componentes da Base Monetária Base Monetária III Trim 11 IV Trim 11 I Trim 12 II Trim 12 III Trim 12 IV Trim 12 I Trim 13 II Trim 13 BM Ampla 0,30% 23,30% -10,32% 5,43% 4,32% 5,82% -6,92% 4,84% BM (MN) -0,12% 29,87% -14,97% 6,91% 7,24% 7,42% -11,35% 6,50% Depósitos Bancários MN -4,11% 27,02% -12,33% 9,13% 4,73% -3,92% -7,79% 8,74% N.Moedas em Circulação 6,49% 34,14% -18,71% 3,51% 11,29% 24,59% -15,49% 3,65% Depósitos Bancários ME 1,23% 9,10% 1,61% 2,24% -2,27% 1,87% 4,60% 1,17% Fonte: DES - BNA Também as notas e moedas em circulação aumentaram 3,65% recuperando-se da quebra acentuada de -15,49% verificada no I trimestre. Essa quebra parece dever-se a um movimento de contracção da liquidez na economia no I trimestre do ano, após o aumento sazonal que se verifica devido à propensão para serem efectuados maiores gastos e devido ao pagamento dos subsídios aos trabalhadores, no último trimestre do ano anterior. Da análise ao Gráfico 15, verifica-se que ao longo do trimestre, a Base Monetária apresentou uma expansão moderada provocada pela expansão dos Activos Externos Líquidos (AEL) que compensou a contracção dos Activos Internos Líquidos do BNA.

18 Gráfico 13 Evolução das Contrapartes da Base Monetária (Kz em Milhões) 4000000 800 000,00 3500000 700 000,00 3000000 600 000,00 2500000 2000000 1500000 1000000 500 000,00 400 000,00 300 000,00 200 000,00 500000 100 000,00 0 0,00 dez/10 fev/11 Milhõesde Kwanzas abr/11 jun/11 ago/11 out/11 dez/11 fev/12 abr/12 jun/12 ago/12 out/12 dez/12 fev/13 abr/13 jun/13 AEL AIL BM (Eixo à direita) Crédito No II Trimestre do ano de 2013, o Crédito à Economia continuou o seu percurso ascendente, crescendo 2,90%, um valor superior aos 0,007% do trimestre anterior, mas obtendo, ainda assim, um crescimento inferior aos 11% registados no período homólogo de 2012. Gráfico 14 Crédito em MN e ME 3.000.000,00 2.500.000,00 2.000.000,00 1.500.000,00 1.000.000,00 500.000,00 0,00 836.787,07 1.101.470,24 996.692,19 1.065.401,80 1.090.755,13 1.064.893,60 1.189.653,57 1.078.494,10 1.406.853,48 1.111.864,77 1.398.711,02 1.129.540,59 1.517.314,42 1.156.010,22 1.573.978,25 1.101.236,00 1.632.079,63 1.120.840,78 II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013 Crédito à Economia em MN Crédito à Economia em ME Crédito à Economia Obs: Dados expressos em Kz milhões Como é perceptível no Gráfico 18, no período em análise, o crédito à economia em MN expandiu-se em 3,69%, e o crédito à economia em ME expandiu-se cerca de 1,78%;

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 19 Tabela 8 Peso do Crédito por Sector de Actividade Peso (%) I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013 Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura. 1,42 1,71 1,44 2,79 2,88 6,27 Pescas 0,08 0,09 0,11 0,14 0,17 0,19 Indústria Extrativa 3,11 4,47 4,77 4,18 4,47 3,62 Indústrias Transformadoras 8,05 8,23 9,71 8,27 8,47 6,16 Prod. e Distrib.de Electricidade, de Gás e de Àgua 0,17 0,09 0,13 0,08 0,08 0,10 Construção 8,72 11,09 11,20 10,08 10,05 10,23 Comércio por Grosso e a Retalho 16,40 17,07 18,82 16,95 16,25 16,33 Alojamento e Restauração (Restaur. e Similares) 0,91 1,09 1,20 1,30 1,48 1,74 Outros 61,14 56,15 52,62 56,21 56,15 55,37 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Fonte: BNA Na Tabela 9, verifica-se que os sectores que apresentaram um aumento no peso do crédito total concedido foram a Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura (+ 3,39 p.p.), as Pescas (+ 0,02 p.p.), a Produção e Distribuição de Electricidade, de Gás e de Água (+ 0,02 p.p.), a Construção (+0,18p.p.), o Comércio por Grosso e a Retalho (+ 0,08p.p.), e o Alojamento e Restauração (+0,26 p.p.). Por outro lado, os sectores que diminuíram o seu peso relativo no crédito total foram a Indústria Extractiva (-0,85 p.p.), a Indústria Transformadora (-2,31 p.p.) e o crédito concedido a Outros sectores (-0,78 p.p.). Deste modo, verificamos que em termos de investimento na produção de bens transaccionáveis cuja produção superior pode ter um maior impacto na queda dos preços pela via da redução das exportações, apenas o sector alimentar parece ter ganho peso, uma vez que o sector industrial apresentou um decréscimo no peso relativo no crédito total. Da comparação da evolução das taxas de juros activas para com o sector empresarial em ME e MN (Gráfico 19) verificase que desde o II trimestre de 2011, há uma tendência de aproximação entre as taxas nas diversas maturidades dos empréstimos, indicando deste modo, que as expectativas dos agentes económicos face à inflação interna se têm vindo a reduzir. Excepção foi o presente trimestre, não parecendo que o aumento deste gap se fique a dever a revisões de expectativas dos agentes face à inflação futura na economia angolana, mas porque houve um aumento considerável dos depósitos em Moeda Estrangeira no Sistema Financeiro devido à entrada em vigor da Nova Lei Cambial. Gráfico 15 Evolução Mensal das Taxas de Juro Activas ME e MN Sector Empresarial 25,00 20,00 (%) 15,00 10,00 5,00 0,00 II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013 Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MN Até 180 dias ME De 181 dias a 1 ano ME Mais de 1 ano ME

20 Gráfico 16 Evolução Mensal das Taxas de Juro Activas ME e MN Particulares 25,00 20,00 (%) 15,00 10,00 5,00 0,00 II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013 Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Mais de 1 ano MN Até 180 dias ME De 181 dias a 1 ano ME Mais de 1 ano ME Ao nível do gap entre as taxas de juro activas em ME e MN praticadas pelos bancos face aos particulares (Gráfico 20), verifica-se que tem uma menor tendência de queda do que o gap entre as taxas de juros suportadas pelo sector empresarial. Nas diferentes maturidades estas apresentam uma maior oscilação do que as taxas de juro activas suportadas pelas empresas. Estes factos, parecem ficar mais a dever-se a expectativas de risco relativamente ao cumprimento das obrigações creditícias por parte dos particulares (comparando com as empresas), do que propriamente à extracção de um sinal que indique expectativas de inflação na economia angolana. Gráfico 17 Taxa de Transformação 5.000.000,00 74,63 76,00 4.500.000,00 72.66 74,00 4.000.000,00 72,00 3.500.000,00 70,00 69,18 66,82 3.000.000,00 68,00 66,58 2.500.000,00 66,00 65,37 66,00 2.000.000,00 63,17 63,44 64,00 1.500.000,00 62,00 Rácio de Transformação (%) 1.000.000,00 60,00 500.000,00 58,00 0,00 0,00 II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013 Crédito à Economia Depósitos Rácio de Tranformação (CE/D) A taxa de transformação situou-se nos 63,44%, um valor inferior aos 66,58% apresentados no I Trimestre de 2013 (diminuição de 3,14 p.p.). Quando comparado com o período homólogo de 2012 (72,66%), esta queda cifra-se nos 9,22 p.p., evidenciando a tendência decrescente deste indicador desde o início do ano. Esta queda fica mais a dever-se ao aumento dos depósitos totais no SFA (+14,52% DO e + 0,86% DP) do que a um decréscimo na concessão de crédito à economia, uma vez que esta rubrica apresentou um crescimento de 2,9%.

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 21 Meios de Pagamento Analisados que estão as contrapartes dos meios de pagamento, falta analisar a evolução dos mesmos ao longo do trimestre. Como pode ser visto no gráfico 22, comparativamente ao trimestre anterior, no trimestre em análise o M3, M2 e M1 variaram 7,7%, 7,81% e 13,04%, respectivamente. Estas variações são superiores àquelas que se haviam registado no mesmo trimestre do ano passado e apresentam ainda uma mudança de sentido na variação dos mesmos face ao I trimestre do ano. Gráfico 18 Variação Trimestral dos Meios de Pagamento 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% -5,00% -10,00% -15,00% -20,00% I Trim 2011 II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2013 I Trim 2013 II Trim 2013 M3 M2 M1 A expansão do M2 no trimestre em análise foi reflexo da expansão da componente M1, pese embora a expansão da Quase Moeda de 0,86%. Por seu turno, a variação do M3 deveu-se essencialmente à evolução de M2, dada a quebra de 1% de OIF. Gráfico 19 Variações Trimestrais dos Meios de Pagamento em Moeda Nacional 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% -5,00% -10,00% -15,00% -20,00% dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 M3 M2 M1 Os agregados M3, M2 e M1 em MN expandiram-se 4,64%, 4,72% e 4,27% respectivamente, em relação ao trimestre passado. No mesmo trimestre do ano passado as variações dos meios de pagamento tinham registado igualmente valores próximos entre si, mas próximos dos 10%.

22 Gráfico 20 Evolução Homóloga do M2 040% 035% 030% 025% 020% 015% 010% 005% 000% dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 Fonte: DES/BNA. M2 Variação 12 meses De acordo com o Gráfico 24, constata-se que, em termos homólogos, o M2 apresenta uma trajectória com tendência descendente desde o ano passado. Este comportamento reflecte o fraco crescimento do crédito à economia. Com os meios de pagamento a crescer cada vez menos. A diferença do crescimento destes face ao crescimento do produto diminui, o que se reflecte numa menor pressão sobre a inflação. Gráfico 21 M3 e Multiplicador Monetário 4.500.000,00 4,50 3,96 3,96 4.000.000,00 4,00 3,59 3,52 3.500.000,00 3,39 3,42 3,43 3,50 3,21 3,27 3.000.000,00 3,00 2.500.000,00 2,50 2.000.000,00 2,00 1.500.000,00 1,50 1.000.000,00 1,00 500.000,00 0,50 0,00 0,00 II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013 III Trim 2013 Fonte: DES - BNA M3 RM Multiplicador Monetário Em relação ao multiplicador monetário (Gráfico 25), este aumentou em relação ao trimestre passado (4,12%), sendo este o culminar duma subida iniciada no IV Trimestre de 2011. Este aumento do multiplicador deveu-se ao aumento do M3, uma vez que a reserva monetária manteve-se quase inalterada.

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 23 Gráfico 22 Evolução de Indicadores Seleccionados: M1/M2 e NMPP 80,00% 30,00% 60,00% 20,00% 40,00% 10,00% 20,00% 0,00% 0,00% -10,00% dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12-20,00% -20,00% -40,00% -30,00% out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 m1/m2 (à esquerda) NMPP (à Direita) De acordo com o Gráfico 26, o rácio entre M1 e M2 tem tido um comportamento relativamente estável em torno dos 60%, tendo sido de 57,02%, 56,56% e 59,81% em Abril, Maio e Junho, respectivamente. Por outro lado, a variação do volume de Notas e Moedas em Poder do Público (NMPP) teve, no trimestre em análise, um comportamento idêntico ao que se havia registado no mesmo trimestre do ano passado, contudo, em torno de valores um pouco mais baixos. No mês de Abril este indicador não variou, tendo diminuído 1,55% em Maio e aumentado 0,69% em Junho, o que se traduziu numa variação trimestral de -0,87%. As variações neste trimestre foram mais ténues que as registadas no trimestre anterior e registaram uma trajectória idêntica ao II trimestre do ano passado. Tendo em conta a variação negativa das NMPP registada no trimestre, o aumento da relação entre M1 e M2 registado em Junho poderá ter sido causado pelo aumento dos depósitos à ordem. Este facto porém, não anula o alerta quanto a tendência crescente da preferência dos agentes económicos por activos mais líquidos. Depósitos do Sistema Bancário Os depósitos totais do sistema bancário, no trimestre em análise, registaram uma expansão na ordem dos 8,31%, comportamento contrário ao trimestre anterior, tendo-se registado uma contracção de 3,48%. Se comparar com o período homólogo de 2012 (5,73%), verifica-se que o II trimestre de 2013 apresentou uma expansão mais forte dos depósitos, em linha com a maior execução do Tesouro que se verificou nesse período. Gráfico 23 Evolução dos Depósitos por Moeda 2.500.000,00 60,00% 51,15% 54,13% 53,41% 52,91% 51,90% 53,26% 50,55% 51,32% 55,21% 54,51% 45,87% 46,59% 47,09% 48,10% 2.000.000,00 44,85% 49,45% 44,79% 45,49% 48,68% 46,74% 50,00% 1.500.000,00 400,00% 30,00% 1.000.000,00 20,00% 500.000,00 10,00% 0,00 I Trim 2011 II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013 0,00% Fonte: DES - BNA Depósito em MN Depósito em ME % Depósito em MN %Depósito em ME

24 No Gráfico 16, é possível verificar que, no período em análise, a percentagem de depósitos em MN diminui, passando de 54,51% para 53,26% do total. Em sentido oposto, evoluiu a percentagem de depósitos em ME passando de 44,79% no trimestre anterior para 46,74% dos depósitos totais. Esta evolução parece estar relacionada com a entrada em vigor da Nova Lei Cambial. Consubstanciando a afirmação anterior, verifica-se também que os depósitos em MN cresceram, neste trimestre, 5,39%, enquanto os denominados em ME apresentaram uma expansão substancialmente mais expressiva sendo esta de 11,05%. Gráfico 24 Evolução Trimestral dos Depósitos por Tipologia 4000000,000 3500000,000 3000000,000 2500000,000 1.189.884,99 1.303.739,43 8,27% 1.355.664,34 17,26% 1.687.927,75-18,08% 1.793.767,36 5,16% 1.56.396,71 9,17% 1.691.425,29 5,90% 1.590.375,96-1,29% 1.604.070,89 14,52% 2000000,000 1500000,000 1000000,00 500000,000 3,55% 1.529.568,49 1.656.052,18 15,17% 9,57% 1.941.809,34 3,98% 1.590.656,90 24,51% 1.672.766,31 6,27% 1.826.155,96 1.933.852,70 1.908.851,55-12,95% 8,33% 5,97% 2.186.062,91 0,86%,000 II Trim 2011 III Trim 2011 IV Trim 2011 I Trim 2012 II Trim 2012 III Trim 2012 IV Trim 2012 I Trim 2013 II Trim 2013 Fonte: DES - BNA Dep. à Ordem (MN+ME) Dep. a Prazo (MN+ME) Economia Internacional Actividade Económica No dia 9 de Julho de 2013, o FMI divulgou novas projecções para o crescimento económico global para 2013, um pouco acima dos 3,0%, no mesmo ritmo de crescimento do ano passado, abaixo da previsão de 3,3% divulgada em Abril. Para 2014, o Fundo também reduziu a sua previsão de crescimento para 3,8%. Esse valor é inferior ao previsto no trimestre anterior, em grande parte devido à queda da procura interna e consequentemente do crescimento em várias economias consideradas críticas e o prolongamento da recessão na Zona Euro. Algumas das economias dos BRICS, que tinham sido até então o motor da recuperação a nível global, contribuíram para agravar a situação, reforçada por uma redução do crescimento potencial destas economias, pela desaceleração do crédito e pela possibilidade de as condições financeiras mundiais se tornarem menos acomodatícias. A África do Sul, o Brasil e a Rússia foram as economias emergentes que sofreram maiores revisões em baixa. Prevendo-se que estas economias cresçam 2,5% em 2013. O crescimento económico da China foi também revisto em baixa, passando de uma previsão de 8,0% para 7,8% em 2013. A África Subsaariana não escapou a esta tendência, dado que muitas economias africanas reviram em baixa as perspectivas de crescimento, incluindo a sul-africana. A previsão actual é a de que o PIB da região da SADC cresça em média 4,9% em 2013 e 5,7% em 2014. O agravamento das perspectivas para a economia mundial penaliza os preços do petróleo, que representam o principal canal de transmissão da evolução da actividade económica global para Angola. Estes foram revistos em baixa, estimandose uma redução anual de 4,7% nos próximos dois anos (de 100,09 dólares em 2013 para 95,36 dólares em 2014). Vide o Relatório World Economic Outlook, Fundo Monetário Internacional, Julho de 2013 [http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2013/update/02/index.htm].

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 25 Tabela 9 Principais projecções económicas do FMI (2012-2014) Jan 13* Abr 13* Jul 13* Países/Região 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2014 Economia Mundial 3,20 3,50 3,20 3,30 3,20 3,10 3,80 Economias Avançadas 1,30 1,40 1,20 1,20 1,20 1,20 2,10 EUA 2,30 2,00 2,20 1,90 2,20 1,70 2,70 Reino Unido -0,20 1,00 0,20 0,70 0,20 0,90 1,50 Zona Euro -0,40-0,20-0,60-0,30-0,60-0,60 0,90 Japão 2,00 1,20 2,00 1,60 2,00 2,00 1,20 Economias Emergentes e em Desenvolvimento 5,10 5,50 5,10 5,30 5,10 5,30 5,40 China 7,80 8,20 7,80 8,00 7,80 7,80 7,70 Índia 4,50 5,90 4,00 5,70 4,00 5,60 6,30 Brasil 1,00 3,50 0,90 3,00 0,90 2,50 3,20 Rússia 3,60 3,70 3,40 3,40 3,40 2,50 3,30 Nigéria** 6,30 6,30 7,10 6,30 7,20 7,00 África do Sul 2,30 2,80 2,50 3,00 2,50 2,50 2,90 SADC 4,86 4,79 4,76 5,13 4,76 4,92 5,70* Inflação das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola Para complementar a análise dos factores que terão contribuído para a inflação importada, analisou-se a variação do Índice de Preços do Consumidor (IPC), dos últimos 12 meses, nos principais parceiros comerciais de Angola. Nos EUA, a variação do IPC acelerou no último mês do trimestre, tendo-se situado nos 1,8%, em Junho de 2013, contra os 1,5% em Março de 2012, permanecendo ainda abaixo da meta dos 2,0%. A inflação da Zona Euro, principal parceiro comercial de Angola, do ponto de vista das importações (com destaque para Portugal e Bélgica) reduziu ao passar de 1,8% no final do I Trimestre de 2013 para 1,4% no final do II trimestre de 2013, por força da redução do consumo e do aumento do desemprego, sobretudo nos países periféricos, onde as políticas de austeridade pesam na economia. No que respeita a taxa de inflação chinesa, observou-se um aumento, passando de 2,1% em Março de 2013 para 2,7% em Junho de 2013, com o consumo privado a manter-se forte e a taxa de desemprego a apresentar-se estável. Por sua vez, o Renminbi foi a única moeda dos BRIC a apreciar-se face ao dólar norte-americano. A economia brasileira registou uma aceleração da sua taxa de inflação no trimestre, passando de 6,6% em Março para 6,7% em Junho de 2013. A inflação voltou a subir para cima do limite superior de 6,5% definida pelo Conselho Monetário do Brasil, desde o início do ano.

26 Gráfico 25 Evolução dos preços das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola 08 07 06 Percentagem 05 04 03 02 01 00 Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12 Mai/12 Jun/12 Jul/12 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13 EUA Zona Euro Brasil China África do Sul Finalmente, a inflação da África do Sul, que no final do I Trimestre de 2013 se situava nos 5,9% diminuiu para os 5,5% no final de Junho de 2013, mantendo-se dentro das bandas de objectivo [3% - 6%] da Reserva Federal. O efeito da queda do Rand (ZAR) sobre a inflação foi mais do que compensada pela diminuição do preço do petróleo (como se poderá ver mais à frente). Mercado das Commodities O II Trimestre de 2013 foi marcado por oscilações nos índices de preços das principais commodities, apresentando uma tendência decrescente face ao trimestre anterior. O próprio índice de preços de combustíveis (energia), calculado pelo FMI registou uma diminuição de 5,06% em relação ao I Trimestre de 2013. Enquanto o índice de preços das commodities diminuiu 4,42% no trimestre. Em termos médios, o índice de preços das commodities, no II Trimestre de 2013 situou-se em 179,07 pontos, tendo sido inferior ao verificado no trimestre anterior (187,36 pontos). Essa queda foi provocada pela redução da procura por parte da China, sobretudo prejudicada pela diminuição das importações chinesas de produtos energéticos. Gráfico 26 Comportamento do Índice de preços das Commodities (2005 = 100) 250 225 200 175 150 Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12 Mai/12 Jun/12 Jul/12 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13 Commodities Não-petrolíferas Alimentos e Bebidas Energia * Petróleo

Relatório de Inflação II Trimestre de 2013 27 Commodities de Petróleo De acordo com os dados da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) para 2013, a procura global de petróleo registou poucas alterações, tendo apresentado uma queda de 0,2 milhões de barris/dia face ao trimestre anterior e um aumento face a igual período de 2012, situando-se em 88,7 milhões barris/dia. A procura de petróleo nos países da OECD entre o I e II Trimestre de 2013 diminuiu 0,7 milhões de barris/dia, enquanto a procura nos países fora da OECD cresceu ligeiramente 0,5 milhões de barris/dia. A queda registada na procura global de petróleo, no período em análise, foi maioritariamente influenciada pelas: (i) expectativas de desaceleração do crescimento global, (ii) diminuição da procura na China, (iii) redução do investimento estrangeiro por parte das economias avançadas, e (iv) crise da dívida soberana de alguns países periféricos da Zona Euro, apesar da divulgação de dados positivos sobre o mercado de trabalho nos EUA. A Tabela 11 indica que a oferta global de petróleo no II Trimestre de 2013 subiu ligeiramente em relação ao trimestre anterior em cerca de 0,2 milhões de barris, passando de 89,8 milhões de barris/dia no I Trimestre de 2013 para 90 milhões de barris/dia no II trimestre de 2013. Tabela 10 Comportamento da Oferta e Procura Global: período entre 2012-2014 (em milhões de barris/dia) Petróleo 2010 2012 2013 2014* 1 trim 2 trim 3 trim 4 trim anual 1 trim 2 trim 3 trim* 4 trim* anual* Países da OECD 46,3 46,30 45,60 46,00 46,40 45,60 45,80 45,10 45,60 45,80 45,60 45,40 Países Fora da OECD 40,9 41,80 42,40 43,20 43,70 42,40 43,10 43,60 44,5 45 44 45,30 Procura Global 87,2 88,10 88,00 89,20 90,10 88,00 88,90 88,70 90,10 90,80 89,60 90,70 Países da OPEP 29,2 31,20 31,50 31,20 30,60 31,20 30,20 30,50 Países Fora da OPEP 52,3 53,20 52,60 52,30 53,70 53,00 53,80 53,60 53,90 54,40 53,90 55,10 OPEP Gás Natural** 5 5,60 5,70 5,80 5,90 5,70 5,80 5,80 5,90 5,90 5,90 6,00 Oferta Global 86,5 90,00 89,8 89,4 90,3 89,90 89,80 90,00 A subida da oferta trimestral acima referida deveu-se sobretudo ao aumento da oferta da OPEP. Dados preliminares sobre a oferta da OPEP no II Trimestre de 2013, indicam um aumento na produção dos seguintes países: Arábia Saudita, Emirates Árabes Unidos e Quatar. No que toca os preços do petróleo, observou-se uma redução a partir do mês de Março, ainda assim, o WTI manteve-se acima dos níveis observados comparativamente a Dezembro de 2012. O Brent, WTI e Ramas angolanas exibiram uma variação trimestral negativa na ordem dos -5,6%, -3,1% e -4,0%, respectivamente.

28 Gráfico 27 Evolução dos preços do petróleo (Janeiro/2012 Junho/2013) 130,0 120,0 110,0 100,0 90,0 80,0 Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12 Mai/12 Jun/12 Jul/12 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13 Ramas Angolanas WTI BRENT Tabela 11 Projecção dos preços de petróleo de referência para 2013 Preços de Petróleo 2012 I Trim 2013 II Trim 2013 Estimativas Variações de Referência Jun-12 Sep-12 Dec-12 Jan-13 Feb-13 Mar-13 Apr-13 May-13 Jun-13 2013 Trim Acum. Anual 12 Meses BRENT $95,93 $113,03 $109,20 $112,32 $116,07 $109,54 $103,43 $103,28 $103,34 $107,43-5,66% -5,09% 7,73% WTI $82,41 $94,56 $88,25 $94,83 $94,83 $92,96 $92,07 $94,81 $95,80 $94,19 3,06% 8,55% 16,25% Ramas angolanas $95,63 $112,13 $108,79 $111,66 $114,61 $106,81 $100,59 $102,19 $102,57-3,97% -5,39% 7,26% Commodities Alimentares No Gráficos 30 pode-se observar que o índice geral de preços de alimentos da FAO foi em termos médios de 211,3 pontos em Junho de 2013, situando-se 1 ponto (-0,52%) acima do valor de Março (212,4 pontos), mas ainda quase 11 pontos a mais do que em Junho de 2012 (5,36%). Ao longo do trimestre observou-se um aumento do índice dos bens alimentares em Abril e consequente queda nos dois meses seguintes (Maio e Junho). Gráfico 28 Evolução dos Índices Alimentares da FAO (Base 100 = 2002-2004) 230 350 220 210 300 250 200 200 150 Jan/12 Fev/12 Mar/12 Abr/12 Mai/12 Jun/12 Jul/12 Ago/12 Set/12 Out/12 Nov/12 Dez/12 Jan/13 Fev/13 Mar/13 Abr/13 Mai/13 Jun/13 índice de bens alimentares (lado esquerdo) índice de preços dos lacticínios (lado direito) índice de preços do óleo (lado direito) índice de preços da carne (lado direito) índice de preços dos cereais (lado direito) índice de preços do açucar (lado direito) Ver a Situação Alimentar Mundial, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Junho de 2013 [http://www.fao.org/worldfoodsituation/wfs-home/foodpricesindex/en/].