1. LEI PENAL NO ESPAÇO. REGRA: PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE TEMPERADA Relativizado pelas normas, regras e tratados internacionais.

Documentos relacionados
Princípio da Territorialidade (regra): É o espaço em que o Estado exerce a sua soberania política. Compreende: - espaço delimitado por fronteiras,

TEORIA DA NORMA PENAL (ART. 2º - 12, CP).

LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

Direito Penal. Eficácia Espacial

índice Teoria da Norma Penal

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei

Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Interpretação da Lei Penal; Conflito Aparente de normas; Tempo e lugar do crime; Lei penal no

DIREITO CONSTITUCIONAL AULA DEMONSTRATIVA TJPE

CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS PENAIS

DIREITO PENAL 1) APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO: Art. 5º, CP este princípio é relativo, uma vez que há as exceções.

Direito Penal. Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço. Prof.ª Maria Cristina

UNIP-Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto. Direito Penal. Geraldo Domingos Cossalter

Profº Leonardo Galardo Direito Penal Aula 02

Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 49

DIREITO CONSTITUCIONAL

CURSO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ DATA 13/08/2016 DISCIPLINA DIREITO PENAL PARTE GERAL PROFESSOR FRANCISCO MENEZES

Direito Penal. Aplicação da Lei Penal. Professor Joerberth Nunes.

DIREITO CONSTITUCIONAL

Direito Penal. Parte Geral Teoria do Delito Conflito da lei penal no espaço. Prof.ª MariaCristina

A Lei Penal no Espaço.

EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se. eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no

26/08/2012 PROCESSO PENAL I. PROCESSO PENAL I Relação com os outros ramos do direito

Ana Cristina Mendonça. Processo Penal. Resumos p Conc v13 -Mendonca -Proc Penal-1ed.indd 3 25/04/ :35:43

PODER LEGISLATIVO ESTATUTO DO CONGRESSISTA. Direito Constitucional II Profª Marianne Rios Martins

DIREITO CONSTITUCIONAL

CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

Aula 1 DIREITO PENAL

DIREITO CONSTITUCIONAL

SEFAZ DIREITO PENAL Da Aplicação Penal Prof. Joerberth Nunes

Ana Cristina Mendonça. Processo Penal. 2ª edição revista e atualizada

PRINCÍPIOS. (continuação)

POLÍCIA FEDERAL. Agente da Polícia Federal

Crime Circunstância Órgão competente Fundamento

COLEÇÃO DESCOMPLICANDO

TERRITORIALIDADE - Artigo 5 o do Código Penal A lei penal, como qualquer lei de Estado, é elaborada para ter vigência em seu território.

EFICÁCIA DA LEI PENAL NO ESPAÇO

Direito Penal. Da Ação Processual Penal

MATERIAL DE APOIO MONITORIA

DA NORMA PENAL. Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Turma PRF Normas Penais Princípios norteadores do Direito Penal

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Intervenção Mínima: O Direito Penal deve tutelar os bens jurídicos mais relevantes

DIREITOS HUMANOS. Estatuto de Roma e o Tribunal Penal Internacional Parte 2. Profª. Liz Rodrigues

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DE ORDEM PODER LEGISLATIVO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

1 LEI PENAL NO TEMPO RESUMO DA AULA LEI PENAL NO TEMPO TODAVIA, PODE OCORRER CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO, POIS... ART.5, INC.XL, DA C.F.

Organização dos Poderes Poder Legislativo

(TRT-RJ / TÉCNICO JUDICIÁRIO ÁREA ADMINISTRATIVA / CESPE / 2008) DIREITO CONSTITUCIONAL

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA IV

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO PENAL Professor: Eduardo Fernandes - Dudu

Aula nº. 06. Art. 102 da C.F. (COMPETÊNCIAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL) Pontos de interseção com o

XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA

NOÇÕES GERAIS DE PARTE GERAL DO CP E CPP ESSENCIAIS PARA O ENTENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL


Professor Wisley Aula 10

Professor Wisley Aula 08

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

Direito Constitucional

Prof. Raul de Mello Franco Jr. - UNIARA PODER EXECUTIVO. 3ª aula. Prof. Raul de Mello Franco Jr.

Pós Penal e Processo Penal. Legale

DIREITO PROCESSUAL PENAL

PODER LEGISLATIVO PODER LEGISLATIVO PODER LEGISLATIVO DIVISÃO DE FUNÇÕES ESTATAIS ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ESTUDO DOS PODERES SEPARAÇÃO DE PODERES

Apresentação Capítulo I

Vamos hoje começar a falar sobre o lugar do crime (art. 6º CP) Lugar do crime

I Princípio da Legalidade: Constituição Federal: Art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

Garantias do Poder Legislativo. Prof. Gilberto Júnior Curso Atualizado ( )

Contravenção Penal (Decreto nº 3.688/41) Crime anão Delito liliputiano Crime vagabundo

tempo do crime lugar do crime LEIS DE VIGÊNCIA TEMPORÁRIA Art. 3º do CP

Disciplina: IED (Introdução ao Estudo do Direito)

Sumário. Capítulo I INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO... 17

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Direito Processual Penal

07/10/2012 PROCESSO PENAL I. Processo penal I

Juizados Especiais Criminais

Conteúdo: Competência: Justiça Militar; Justiça Federal. Foro por Prerrogativa de Função: Prefeito. - Competência -

DIREITO CONSTITUCIONAL

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO CONSTITUCIONAL

Direito Penal. Contravenção Penal e Lei de Drogas

Direto do concurso NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DIREITO PENAL

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Rodada #1 Direito Processual Penal MPU

Sumário. Introdução. Parte I História do Direito Penal. 1. Período Primitivo 1.1 Vingança divina 1.2 Vingança privada 1.

Direito Penal Parte IV Lei Penal

- Jurisdição - Competência é o limite dentro do qual juízes e tribunais exercem jurisdição.

DIREITO CONSTITUCIONAL II Prof. Raul 2 o BIMESTRE - EXERCÍCIO EM GRUPO E COM CONSULTA 2015 RESPOSTAS

CARLOS MENDONÇA DIREITO CONSTITUCIONAL

REINALDO ROSSANO LÉO MATOS INFORMÁTICA EXERCÍCIOS QUADRIX LINUX DIREITO PROCESSUAL PENAL

PROCESSO PENAL ANTONIO DOS SANTOS JUNIOR.

DIREITO CONSTITUCIONAL


TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal Militar - Artigos 1 a 28.

Direito Penal III. Aula 10 04/04/2012. Exercícios de Revisão para a prova 11/04/2012 1ª V.A. Aula 11 18/04/ Difamação art.

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS SISTEMAS PROC PENAIS e LEI PROC PENAL. Profª. Karem Ferreira Facebook: Karem Ferreira OAB

PONTO 1: Introdução PONTO 2: Crimes contra honra PONTO 3: Crimes contra honra em espécie. 1. Introdução:

CONFLITO APARENTE DE NORMAS

Transcrição:

1 DIREITO PENAL PONTO 1: Lei Penal no Espaço PONTO 2: Local do Crime PONTO 3:Eficácia da Lei Penal em Relação a Pessoas que exerçam certas funções públicas - Imunidades PONTO 4: Conflito Aparente de Normas 1. LEI PENAL NO ESPAÇO REGRA: PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE TEMPERADA Relativizado pelas normas, regras e tratados internacionais. EXCEÇÕES: Demais princípios: A) PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE/PERSONALIDADE se aplica a lei da nacionalidade do agente. Nacionalidade pode ser: a.1) Ativa aplica-se a lei da nacionalidade do agente qualquer que seja a nacionalidade da vítima. a.2) Passiva somente é aplicada a lei da nacionalidade do sujeito ativo se ele ofender bem jurídico do seu próprio país, ou de um co-cidadão. Discussão sobre o princípio da Personalidade Passiva: seria o único princípio que não está no CP. Nucci e Capez entendem que está no art. 7º, 3º do CP. B) PRINCÍPIO DA DEFESA, REAL OU PROTEÇÃO aplica-se a lei da nacionalidade do bem jurídico ameaçado ou exposto a risco. C) JUSTIÇA PENAL UNIVERSAL, COSMOPOLITA, UNIVERSALIDADE aplica-se a lei da nacionalidade do local em que se encontrar o agente. É muito utilizado em tratados internacionais de repressão ao tráfico. D) PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO, SUBSTITUIÇÃO, BANDEIRA OU PAVILHÃO - aplica-se a lei da nacionalidade do meio de transporte privado em que foi praticado o crime.

2 TERRITÓRIO NACIONAL pode ser: a) Efetivo, real ou concreto três hipóteses: a.1) a superfície terrestre (solo e subsolo). a.2) as águas territoriais, marítimas, lacustres e fluviais. a.3) o espaço aéreo correspondente. b) Ficto ou por Presunção as embarcações e as aeronaves por ficção legal. Sedes consulares e diplomáticas são invioláveis, mas não são extensão do território nacional. Aeronaves ou Embarcações brasileiras públicas aplica-se a lei brasileira em qualquer lugar. Aeronaves ou Embarcações brasileiras privadas aplica-se a lei do país onde se encontra. Aeronave ou Embarcação Militar aplica-se a lei do país a que pertencem, mesmo em território brasileiro. MAR TERRITORIAL Lei n. 8.617/93 Delimitado em 12 milhas incide a lei brasileira. ZONA CONTÍGUA de 12 a 24 milhas. ZONA DE EXPLORAÇÃO ECONÔMICA até 200 milhas. Na zona contígua e na zona de exploração econômica, aplica-se os princípios supletivos para aferição da competência. 2. LOCAL DO CRIME LOCUS DELICTI TEORIAS: 2.1 TEORIA DA ATIVIDADE, AÇÃO OU CONDUTA lugar do crime é o lugar onde foi cometida a conduta. 2.2. TEORIA DO RESULTADO, EFEITO OU EVENTO lugar do crime é o lugar da produção do resultado.

3 2.3 TEORIA DA UBIQUIDADE Teoria Mista ou Teoria da unidade lugar do crime é tanto o lugar da conduta quanto o da produção do resultado. tentativa. Art. 6º do CP adotou expressamente a Teoria da Ubiqüidade, mesmo no caso de CRÍTICA A UBIQUIDADE: o bis in idem. Afastado pelo art. 8º do CP é o PRINCÍPIO DA DETRAÇÃO PENAL. (art. 42 do CP). É compensada ou atenuada a pena de acordo com a natureza da mesma. Art. 8º do CP Ne bis in idem. Art. 9º do CP Só há necessidade de homologação pelo STJ nas hipóteses de: I obrigar o condenado à reparação do dano, a restituição e a outros efeitos civis; II sujeitá-lo a medida de segurança. EXTRATERRITORIALIDADE Art. 7º do CP é a aplicação da lei penal brasileira a fatos que não ocorreram dentro do território nacional. I EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA não há nenhuma condição para aplicar a lei brasileira, nem mesmo o ingresso no Brasil. Obs.: TPI (Tribunal Penal Internacional) criado pelo Estatuto de Roma, possui quatro frentes de atuação: a) crimes contra direitos humanos; b) crimes de guerra; c) crimes de genocídio; d) crimes de agressão ainda não definidos pelo TPI. O TPI foi ratificado pelo Dec. 4.388/02, acrescido na CF, no art. 5º, 4º da CF, por reflexo do art. 7º da ADCT. II EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA deve reunir todas as condições do 2º do art. 7º do CP. No CP há apenas duas hipóteses de requisição pelo Ministro da Justiça: art. 7º, 3º do CP; art. 141, I c/c art. 145, parágrafo único do CP.

4 3. EFICÁCIA DA LEI PENAL EM RELAÇÃO A PESSOAS QUE EXERÇAM CERTAS FUNÇÕES PÚBLICAS - IMUNIDADES 3.1 IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS E CONSULARES Fundamento: Convenção de Genebra de 1961 e de 1963, ambas ratificadas. DIPLOMATAS no exercício das suas funções, não podem ser presos e nem processados no Brasil Imunidade Absoluta. Essa imunidade alcança: todo corpo administrativo, familiares e representantes estrangeiros quando em visita ao Brasil. Os empregados particulares do diplomata não estão abrangidos pela imunidade, pois não possuem função representativa. EMBAIXADAS não são extensão do território estrangeiro, mas são invioláveis. Quando embaixada não está sendo utilizada para o fim a que se destina (função representativa), não será inviolável Relativização da inviolabilidade das embaixadas. CÔNSULES Convenção de Genebra de 1963 Imunidade está ligada ao exercício da função. A imunidade não abrange: familiares, o cônsul honorário e o adido consular e funcionários particulares. 3.2 IMUNIDADES PARLAMENTARES Não é um direito subjetivo do parlamentar, é do parlamento. É irrenunciável. Vale enquanto for parlamentar. Súmula 4 do STF está cancelada. A) ABSOLUTAS, PENAIS, SUBSTANCIAIS OU MATERIAIS Art. 53, caput da CF Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A manifestação pode ser escrita ou falada, dentro ou fora da casa. Limitação: deve ter ligação com a função de parlamentar. Imunidade não se estende ao suplente, só quando ele assumir o cargo. Natureza Jurídico Penal do Instituto: é causa de atipicidade, conforme posição majoritária.

5 B) RELATIVAS, FORMAIS OU PROCESSUAIS. Art. 53, 3º da CF Controle posterior pelo Legislativo, com possibilidade de sustação da ação penal. Art. 53, 1º da CF Privilégio de foro: processados pelo STF. Art. 53, 4º e 5º da CF Deliberação em 45 dias, com suspensão da prescrição. Súmula 394 do STF Cancelada. Art. 84 do CPP, 1º, acrescido pela Lei n. 10.628/02 tentativa de represtinar a súmula 394 do STF. ADI 2.797 e 2.860 declararam inconstitucional a Lei n. 10.628. Hoje: se deputado ou senador está sendo processado na comarca de origem, expedido o diploma, processo é remetido ao STF, não se reelegendo, processo baixa à comarca de origem. Deputados e Senadores não podem ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável art. 53, 2º da CF. No caso de prisão civil por alimentos, ele não pode ser preso, pois não é inafiançável. Art. 53, 6º e 8º da CF Deputados e Senadores não são obrigados a testemunhar e não perdem as imunidades durante o estado de sítio. DEPUTADOS ESTADUAIS - art. 27, 1º da CF. Todas as imunidades do deputados federais se estendem aos deputados estaduais. PREFEITOS Não possuem imunidade, art. 29, X da CF, possuem prerrogativa de foro. (TJ). VEREADORES art. 29, VIII da CF possuem imunidade penal, substancial e material por: opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município. Ministério Público não precisa de autorização para denunciar vereadores pois é imunidade penal e não processual. ADVOGADO art. 133 da CF só terá eficácia plena com a Lei n. 8.906/94, art. 7º. STF entendeu que o art. 7º, 2º não é inconstitucional, mas suspendeu a expressão ou desacato. IMUNIDADE JUDICIÁRIA art. 142, I do CP Ofensas em juízo, na discussão da causa, para a maior parte dos autores é causa de exclusão da ilicitude.

6 4. CONFLITO APARENTE DE NORMAS 4.1 Requisitos: a) pluralidade de normas; b) vigência contemporânea de todas elas; c) unidade de fato. Qual a diferença entre o conflito aparente de normas e o conflito de leis penais no tempo? No conflito aparente de normas todas as normas estão vigendo ao tempo do fato, e, no conflito de lei penais no tempo apenas uma das normas está vigendo ao tempo do fato. Qual a diferença entre concurso aparente de normas e o concurso de crimes? São expressões sinônimas, no primeiro, apenas uma das normas violadas será imposta ao agente ao passo que, no concurso de crimes, todas as normas violadas serão impostas ao agente. PRINCÍPIO DA SUCESSIVIDADE Lex posterior derogat priori esse princípio prejudica o concurso aparente de normas. Se lei posterior revogou ou ab-rogou a lei, não há conflito aparente de normas. 4.2 PRINCÍPIOS: A) PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE Lex specialis derogat legi generali. Lei especial afasta a aplicação da lei geral. Lei especial contém todos os elementos da lei geral e ainda acrescenta outros: ELEMENTOS ESPECIALIZANTES. Cabe a aplicação de lei especial e geral entre crimes diversos, desde que ambos tutelem o mesmo bem jurídico. Ex: infanticídio (homicídio está incluso). B) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE Lex Primaria Derogat Legi Subsidiariae. Uma norma que prevê uma ofensa maior a um bem jurídico, afasta a aplicação de outra norma que prevê uma ofensa menor a esse mesmo bem jurídico. Expressão: Soldado de Reserva (Hungria).

7 Princípio da Subsidiariedade pode ser: B.1) Expresso ou Explícito a própria lei, formalmente já declara que só terá incidência se o fato não constituir crime mais grave. Ex: art. 132 do CP crime de perigo só incide se não houver crime mais grave. Outros exemplos: art. 238, 239, 307, 325 do CP; art. 21 e 46 da LCP. B.2) Tácita ou Implícita a norma subsidiária já funciona como elementar ou circunstância da norma mais grave. Ex: art. 163 e 155, 4 do CP; art. 163 e 250 do CP; art. 148 e 159 do CP; art. 158 e 159 do CP. DIFERENÇAS PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE Um tipo é espécie do outro. Um tipo não é espécie do outro. A relação em tipo geral e especial se dá em A relação entre a norma subsidiária e a mais abstrato. grave se dá em concreto. Aplica-se sempre a lei especial, mesmo que A norma subsidiária (menos grave) é sempre menos grave. afastada pela mais grave. especiais: Art. 12 do CP Trata do Princípio da Especialidade Especialidade entre lei Cabe homicídio qualificado privilegiado? Sim, desde que a qualificador tenha caráter objetivo (meios e modo de execução, em regra).