EDUCAÇÃO BRASILEIRA NO PERÍODO

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Transcrição:

EDUCAÇÃO BRASILEIRA NO PERÍODO REPUBLICANO Profª Tathiane Milaré INTENÇÕES DO GOVERNO IMPERIAL Manter latifúndio escravista Preservar privilégios da elite rural Mas, a partir de 1870...... evolução dos meios de transporte: ferrovias e navios a vapor... mecanização da produção de café... modernização das usinas de açúcar... crescimento populacional... crise do sistema escravista; substituição por trabalhador assalariado... surgimento de indústria 1

CONTEXTO Movimento Republicano: início em pleno Império (a partir de 1870) Lei Áurea (1888) Críticas ao sistema imperial: Poder pleno do Imperador diferença racial, posição econômica e manutenção dos privilégios da elite Movimento: 77 jornais e 273 clubes republicanos Elite participante das mudanças População analfabeta; difusão oral do movimento Discussão deixada de lado para atrair mais adeptos A República, como nós a queremos e como a temos proclamado em vários dos nossos manifestos, tem de ser e deve ser um governo de liberdade, de igualdade, de fraternidade, de justiça, de paz, de progresso e de ordem; de garantia para todos os direitos e de respeitos para todos os interesses legítimos. Na alma nacional, fixou-se com a aspiração da ideia republicana a ideia de que o fim da monarquia deve fatalmente coincidir com o fim do Segundo Reinado. Julgo poder assegurar que somos chegados ao período agudo da crise social e política da nossa pátria e que a nação brasileira tem demonstrado a sua firme intenção de repelir energicamente a hipótese do Terceiro Reinado. Rio de Janeiro. 22 de maio de 1889. Quintino Bocaiúva (O País, 22 de maio de 1889). 2

15 DE NOVEMBRO DE 1889 Proclamação da República Marechal Deodoro da Fonseca REPÚBLICA Separação entre Igreja e Estado Ensino público laico Liberdade de crenças e de ensino Direito ao voto aos alfabetizados Criação do Ministério da Instrução Pública, Correios e Telégrafos (1890) 1891/2 diretoria do Ministério da Justiça e Negócios Interiores Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio Ensino Profissional (1909) 3

PRESIDENTES Marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891), Marechal Floriano Peixoto (1891-1894), Prudente Moraes (1894-1898), Campos Salles (1898-1902), Rodrigues Alves (1902-1906), Affonso Penna (1906-1909), Nilo Peçanha (1909-1910), Marechal Hermes da Fonseca (1910-1914) Wenceslau Bráz (1914-1918), Delfim Moreira da Costa Ribeiro (1918-1919) Epitácio Pessoa (1919-1922) Artur Bernardes (1922-1926) Washington Luiz (1926-1930) REPÚBLICA regime presidencialista e representativo força política elitista não incorporação das classes sociais populares à política Influências das oligarquias cafeeiras de São Paulo, Minas Gerais e do Rio de Janeiro Política do café com leite 4

REFORMA BENJAMIN CONSTANT (1890) Primeira Reforma Republicana Princípios: liberdade e laicidade do ensino e gratuidade da escola primária Organização escolar Escola Primária: 1º grau (7 a 13 anos de idade); 2º grau (13 a 15 anos de idade) Escola Secundária: 7 anos Ensino Superior REFORMA BENJAMIN CONSTANT (1890) Ensino Superior Criação do Conselho de Instrução Superior Aprovação dos programas de ensino das escolas federais Regulamentação Ensino Secundário Parte tradicional do currículo: Latim e Grego Estudo das Ciências Fundamentais 5

ENSINO SECUNDÁRIO 1º ano 2º ano 3º ano Aritmética; álgebra elementar Geometria preliminar; trigonometria retilínea e geometria espacial Geometria geral e seu complemento algébrico; CDI 4º ano Mecânica Geral 5º ano Física e Química Geral Desenho; música; prática de ginástica Latim e Francês Grego Português Geografia Inglês e Alemão 6º ano Biologia Zoologia; botânica; metereologia; mineralogia; geologia História natural 7º ano Sociologia e moral; noções de direito pátrio e de economia política História do Brasil e da Literatura Nacional RESULTADO??? Falta de interesse Ideia contrária à concepção preparatória do ensino secundário Como colocar em prática? 6

CONSTITUIÇÃO DE 1891 Poucas mudanças em relação à educação União legislar sobre o Ensino Superior Direito de criar e manter escolas (todos os níveis) Não contemplava a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino elementar REFORMAS EM SÃO PAULO Criação da Escola Normal Caetano de Campos (1891) em São Paulo Criação do Grupo Escolar (Decreto Estadual nº 248, de 26 de setembro de 1894) 7

GRUPO ESCOLAR Ensino primário organização curricular e administrativa ensino seriado Um professor Método intuitivo Criação do cargo de Diretor escolar (1894) Renovação dos saberes escolares Estrutura arquitetônica escolar A base desse sistema estava a mecânica eleitoral excludente e corrupta. Os analfabetos não votavam; num país quase sem escolas, apenas 6% da população constituía o eleitorado. E a maior parte desse eleitorado era manipulada. Primeiro pelo voto de curral, predominante no interior, onde o incontestado poder dos coronéis agrupava os submissos eleitores em grupos fechados, votando em quem o potentado escolhesse. Segundo pelo voto de cabresto, na cidade e no campo, voto comprado por meio de favores, ou mesmo através de dinheiro vivo. Finalmente, nas mesas eleitorais os coronéis e seus prepostos faziam votas fantasmas, ausentes, falsificavam as atas e fazia sumir o menor traço de oposição. Se algum coronel dissidente da política estadual conseguisse fazer representantes ao Congresso, a degola se encarregava do resto.(love, 1975:63). LOVE, Joseph, Autonomia e Interdependência: São Paulo e a Federação Brasileira: 1889-1937, In: História Geral da Civilização brasileira. São Paulo: Difel, 1975, p.63. 8

CÓDIGO EPITÁCIO PESSOA (1901) Direito de equiparação Ensino Secundário Acentua parte literária do currículo Caráter preparatório Redução de 7 para 6 anos REFORMA RIVADÁVIA CORRÊA (1911) Liberdade de ensino Desoficialização Ensino de frequência não obrigatória Abolição dos diplomas Exames de admissão às Faculdades 9

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918) dificuldades de importação de mercadorias Estímulo do desenvolvimento interno Novas classes sociais ligadas ao setor urbano e industrial REFORMA MAXIMILIANO (1915) Apontada como reforma mais inteligente: Manter reformas precedentes Conciliação com experiências anteriores Mantém exame de admissão ao ensino superior; ensino seriado; redução do currículo; equiparação; caráter preparatório. Criação da Universidade do Rio de Janeiro (Escola Politécnica + Faculdade de Medicina + Escola de Direito) 10

REFORMA JOÃO LUIZ ALVES (1925) Reforma de consolidação da anterior Ensino Secundário: caráter de Ensino Regular seriado Preparo fundamental e geral para a vida Concluintes do 5º ano: ingresso ao Ensino Superior Concluintes do 6º ano: bacharel em ciências e letras Quais conclusões podemos obter sobre a Educação nesse período? 11

PRÓXIMA AULA... Educação no período de 1930-1945 Item 3.3 A Educação Básica após 1930 BIBLIOGRAFIA CLARK, J.U. A primeira república, as escolas graduadas e o ideário do iluminismo republicano: 1889-1930. Disponível em: < http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/periodo_ primeira_republica_intro.html> FILHO, J.C.P. A República e a Educação no Brasil: Primeira República (1889-1930). Disponível em: http://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/106/3/ 01d06t04.pdf Navegando na História da Educação Brasileira. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/periodo _primeira_republica.html> 12