UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas Lab. Regulação Central do Sistema Cardiovascular Prof. Hélder Mauad FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR Aula 6 DÉBITO CARDÍACO E RETORNO VENOSO 1. VEIAS 2. DÉBITO CARDÍACO 3. RETORNO VENOSO 1
FUNÇÕES: VEIAS Recolher o sangue da periferia e conduzí-lo de volta ao coração. Armazenar grande quantidade de sangue, mobilizando-o para o coração quando necessário. CAMADAS 1. TÚNICA ÍNTIMA: Endotélio e Tecido Subendotelial. 2. TÚNICA MÉDIA: Fibras musculares lisas. 3. TÚNICA ADVENTÍCIA: Fibras Colágenas e Elásticas. Vasa vasorum = vasos sangüíneos que nutrem as túnicas média e adventícia das veias de grande calibre. 2
SISTEMA VENOSO: trabalha em regime de baixa pressão Pressão Sangüínea 10 a 15 mmhg 0 mmhg Extremidade Venosa dos Capilares Veias Centrais e Átrio Direito (AD) PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC) Não existe barreira mecânica entre o AD e as veias. Qualquer fator que afete a Pressão Atrial Direita (PAD), afeta a PRESSÃO VENOSA em qualquer parte do corpo. PRESSÃO ATRIAL DIREITA é regulada pelo balanço entre: Quantidade de sangue que chega ao coração Quantidade de sangue que o coração consegue bombear para a circulação pulmonar. PAD normal = 0 mmhg PAD = 20 a 30 mmhg => Transfusões maciças de sangue ou Insuficiência Cardíaca Grave PAD = -3 a -5 mmhg => Ocorre quando o coração bombeia com extremo rigor ou o Retorno Venoso diminui muito. 3
EFEITOS DA COLUNA HIDROSTÁTICA NA DETERMINAÇÃO DA PRESSÃO VENOSA Pressão 1 mmhg para cada 1,36 cm abaixo da superfície em uma coluna hídrica. RESISTÊNCIA DAS VEIAS Vênulas = 4% da RPT Restante do Sist. Venoso = 3% da RPT Veias Terminais (logo após as vênulas) RPT = 3 mmhg Veias Cavas 4
Veias no interior do Abdome = compressão manobras de esforço => EXERCÍCIO FÍSICO, DEFECAÇÃO, TOSSE, etc. CAPACITÂNCIA DAS VEIAS Muito distensíveis. Mínimas variações na PRESSÃO VENOSA acarretam grandes mudanças no conteúdo das veias. Podem armazenar grandes quantidades de sangue causando pequenos aumentos na PRESSÃO VENOSA. Sistema Nervoso ( A.N.Simpática)* pode mobilizar grandes volumes sem alterações significantes na PRESSÃO VENOSA. * Não há invervação parassimpática nas veias 5
VÁLVULAS: estruturas direcionadoras do FLUXO SANGÜÍNEO nas veias CONTROLE NEURO-HUMORAL DO TÔNUS VASOMOTOR Influenciam criticamente o DÉBITO CARDÍACO por meio de alterações na PRESSÃO ATRIAL DIREITA e no ENCHIMENTO CARDÍACO 6
TÔNUS VASOMOTOR S.N.A. Simpático ESTIMULAÇÃO VENOCONSTRIÇÃO SECÇÃO DOS NERVOS SIMPÁTICOS OU TRANSECÇÃO MEDULAR VENODILATAÇÃO Complacência Venosa e Volume no Sistema Venoso Retorno Venoso nas Grandes Veias e Átrio Direito DÉBITO CARDÍACO NORADRENALINA Neurotransmissor simpático liberado na parede das veias. Atuam em adrenoreceptores α pós-sinápticos = VENOCONSTRIÇÃO. Participam da mobilização de sangue para a Circulação Central. ADRENALINA Tem sido proposto a participação de adrenoreceptores β em resposta à Adrenalina ou Ativação Simpática Reflexa na mobilização de sangue para a Circulação Central. ANTAGONISTAS β-adrenérgicos = mobilização de sangue para o Átrio Direito AGONISTAS β-adrenérgicos = mobilização de sangue para o Átrio Direito Mecanismo: Agonistas relaxam o músculo liso vascular => VASODILATAÇÃO ARTERIOLAR => mobilização de sangue para o ÁTRIO DIREITO. 7
TÔNUS VASOMOTOR S.N.A. Simpático EXERCÍCIO FÍSICO ESTIMULAÇÃO VENOCONSTRIÇÃO Complacência Venosa e Volume no Sistema Venoso Retorno Venoso nas Grandes Veias e Átrio Direito Pressão Média de Enchimento Circulatório DÉBITO CARDÍACO Pressão Média de Enchimento Circulatório É a pressão média medida em todos os pontos da circulação se o coração fosse subitamente parado e o sangue fosse instantaneamente redistribuído no sistema circulatório inteiro. Reflete o grau de enchimento do sistema circulatório com o sangue circulante. Valor Normal = 7 mmhg. 8
Curva de Retorno Venoso Pressão Média de Enchimento Sistêmico Principais Fatores que Alteram a Pressão Média de Enchimento Circulatório Alterações na VOLEMIA TÔNUS SIMPÁTICO COMPRESSÃO EXTRÍNSECA DOS VASOS PELA MUSCULATURA ESQUELÉTICA, etc. 9
Volume Sangüíneo (ml) * Contração de todos os vasos sangüíneos sistêmicos e grandes vasos pulmonares, além das câmaras cardíacas. Quanto mais cheio estiver o sistema, mas fácil será para o sangue fluir para o coração. 10
DÉBITO CARDÍACO É a quantidade de sangue bombeada pelo coração para a aorta a cada minuto. Também representa a quantidade de sangue que flui através da circulação. RETORNO VENOSO É a quantidade de sangue que flui das veias para o átrio direito a cada minuto. DÉBITO CARDÍACO = RETORNO VENOSO Valores Normais de DC Homens = 5,6 l/min. Mulheres = -10 a -20% O Débito Cardíaco varia conforme a atividade do organismo ÍNDICE CARDÍACO (IC) IC = DC/ m 2 da área da superfície corporal (70 kg) = 1,7 m 2 = 3 l/min./m 2 11
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Fatores que alteram a atividade do organismo Metabolismo Corporal Exercício Físico Idade Superfície Corporal Controle do Débito Cardíaco & Retorno Venoso CAPACIDADE DE BOMBEAMENTO CARDÍACO: Papel do Mecanismo de Frank-Starling do Coração Reflexo de Bainbridge CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO CIRCUITO VOLUME TOTAL DE FLUIDO (SANGUE) NO SISTEMA Curva de Função Ventricular Normal 13
ALTERAÇÕES AGUDAS QUE PODEM AFETAR TRANSITORIAMENTE O DÉBITO CARDÍACO E/OU RETORNO VENOSO CONTRATILIDADE CARDÍACA RESISTÊNCIA PERIFÉRICA TOTAL VOLUME SANGÜÍNEO Efeito da Resistência Periférica Total sobre o nível do Débito Cardíaco a longo prazo DC = PA RPT Quando a PA é controlada normalmente, o nível do DC a longo prazo varia exatamente conforme às alterações de RPT. 14
A regulação do Débito Cardíaco é a soma de todas as regulações dos Fluxos Sanguíneos Locais Papel da auto-regulação conforme o metabolismo tecidual local 15
Papel do Sistema Nervoso no controle do DC DINITROFENOL aumenta o metabolismo de todos os tecidos do corpo intensa vasodilatação periférica SISTEMA NERVOSO Reflexos Cardiovasculares Impede a queda da PA DC 16
Limites definidos para a quantidade de sangue que o coração pode bombear: Hiper- e Hipoefetividade Fatores de HIPEREFETIVIDADE: Estimulação nervosa Hipertrofia do Músculo Cardíaco Fatores de HIPOEFETIVIDADE: Inibição da excitação nervosa Arritmias Valvulopatias Miocardite Lesão Miocárdica Aumento da PA contra a qual o coração deve bombear 17
Curvas de Débito Cardíaco e Retorno Venoso Ponto de Equilíbrio Circulatório Principais Fatores que afetam a Curva de Retorno Venoso Pressão Média de Enchimento Circulatório, pois reflete o grau de enchimento da circulação sistêmica. Resistência Periférica Total, reflete principalmente o tônus vasomotor arteriolar. 18
DÉBITO CARDÍACO, RETORNO VENOSO, PRESSÃO ATRIAL DIREITA & EXERCÍCIO FÍSICO 19
Ponto A = Equilíbrio Circulatório Ponto B = Contração da Musculatura Esquelética = Compressão Extrínseca sobre os vasos = PMEC de 7 10 mmhg) = DC e RV Ponto C = A.N. Simpática para o coração: Inotropismo positivo Cronotropismo positivo Venoconstricção: PMEC de 10 12 mmhg) = DC e RV Ponto D = Vasodilatação metabólica dos músculos ativos (principalmente no exercício aeróbico) = RPT = RV F I M 20