Movimento para a Democracia. O Presidente



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Transcrição:

Movimento para a Democracia O Presidente Caros militantes e simpatizantes do MpD Ilustres convidados Minhas senhoras e meus senhores Em nome de todos os membros dos órgãos nacionais do MPD ora cessantes, as minhas primeiras palavras são de saudação e agradecimento. Saudação aos ilustres representantes do corpo diplomático, agradecendo não só a sua presença aqui, mas também a atenção e consideração que mostraram pelo MpD ao longo do nosso mandato. E agradecendo mais, o apoio nunca recusado ao nosso país por parte dos nossos parceiro internacionais que representam. Saudação ao ilustre representante da Internacional Democrática do Centro, IDC, Coordenador Geral, Alberto Ruiz Thierry, que nos veio trazer o apoio da organização que congrega os partidos do mundo que comungam dos princípios e valores da democracia do Centro. Muito obrigado Alberto, por teres vindo. Saudação às ilustres delegações dos partidos de países amigos que nos deram a honra da sua presença neste evento e daqueles que, não podendo estar presentes, nos enviaram mensagens de apoio e incentivo. Refiro-me às delegações dos partidos de São Tomé e Príncipe, as do Aliança Democrática Independente (ADI), chefiada pelo seu Presidente, Patrice Trovoada, e do Partido da Convergência Democrática (PCD), chefiada pelo seu Secretário Geral, Alzemiro dos Prazeres; de Angola, a da Coligação Ampla para a Salvação de Angola Coligação Eleitoral (CASA-CE), chefiada pelo seu Presidente, Abel Chivucuvuko; da Guiné Bissau, a do Partido da Renovação Social (PRS), chefiada pelo seu Secretário Geral, Florentino Mendes Pereira; de Moçambique, a do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), chefiada pelo seu Presidente Davis Simango; de Portugal, Movimento Partido da Terra (MPT), chefiada pelo seu membro da Comissão Política, José Inácio Faria; da China, o Partido Comunista da China (PCC), representado por S.E o Embaixador da China em Cabo Verde; do Senegal, em representação do Presidente da Câmara de Dakar, Barthelemy Diaz. Importa ainda referir, também de Portugal, a delegação do Partido Social Democrata (PSD), que chegará amanhã, chefiada pelo seu Secretário Geral, Matos Rosa. De Cuba, o Partido Comunista de Cuba (PCC), e do Brasil, o Partido dos Democratas do Brasil, enviaram mensagens. A todos vós, caros amigos, os nossos agradecimentos sinceros pela honra, distinção e encorajamento que nos deram, com a vossa presença e com as vossas mensagens. 1

Saúdo a presença aqui dos representantes dos partidos cabo-verdianos,.., agradecendo o gesto e reafirmando o nosso comprometimento sincero com a concertação política em matérias de interesse fundamental para o país. Igualmente saúdo os parceiros sociais aqui representados, associações sindicais, patronais e profissionais, exprimindo-lhes o nosso reconhecimento do seu papel fundamental na sociedade cabo-verdiana e na promoção de um Cabo Verde cada vez mais democrático, mais justo e inclusivo e mais desenvolvido em ambiente de paz e estabilidade. Saúdo mais, todas as instituições e personalidades que nos honraram e nos encorajam, com a sua presença ou mensagem. Saúdo calorosamente, a presença aqui de todos os ex-presidentes do MpD, dizendo-lhes quão a sua nos alegra e nos distingue tê-los conosco hoje e como nos sentimos gratos eternamente pelo que fizeram pelo nosso partido comum, pelos sacrifícios pessoas que consentiram e pelas contribuições fundamentais que deram para que sejamos o que hoje somos: um partido com uma história brilhante e inigualada de serviço a Cabo Verde, sempre! Saúdo, também e com alegria, todos ex-dirigentes do partido e todos os ex-deputados e exautarcas em listas do partido ou por ele apoiadas que aqui vieram, agradecendo-lhes o contributo que integrados no sistema MpD, deram para a história gloriosa do partido e para o progresso de Cabo Verde. E porque os últimos são os primeiros, saúdo agora, em nome de todos os militantes e simpatizantes o novo Presidente do MpD, Dr. José Ulisses Correia e Silva, agradecendo-lhe profundamente o ter-se disponibilizado para a missão espinhosa mas exaltante de liderar o nosso partido neste momento de desafios tão grandes e para encarnar as esperanças renovadas que todos temos no MpD e em Cabo Verde. Saúdo, ainda, os delegados à X Convenção Nacional exprimindo a confiança de que saberão estar á altura do momento histórico que vivemos no MpD. E saúdo finalmente a grande massa de militantes, simpatizantes e amigos do MpD ou de simples amigos da democracia que se apresentou nesta sessão de abertura e, através deles, a todas e todos militantes e simpatizantes do partido e a todas as cabo-verdianas e caboverdianos espalhados pelas ilhas e pela Diáspora, pelo apoio que nunca deixaram de dar aos valores, princípios e bandeiras da nossa organização e pela contribuição fundamental que têm dado em prol deste Cabo Verde di nôs. Caros militantes e simpatizantes Ilustres convidados Minhas senhoras e meus senhores O MpD embora ainda jovem de apenas 23 anos, já tem uma história brilhante, de que todos nos devemos orgulhar, ao serviço de Cabo Verde, sempre. Tirando-lhes as grilhetas do medo e da opressão, devolvemos aos cabo-verdianos a sua liberdade confiscada pelo regime de partido único: a liberdade de consciência e de ter opinião própria, diferente da de outras pessoas e contrária á do Poder; a liberdade de a exprimir pelos 2

mais diversos modos; a liberdade de se reunir com outras pessoas e de se manifestar publica e pacificamente; a liberdade de se associar a outros para promover interesses coletivos. Nós entregámos de novo aos cabo-verdianos a sua liberdade de deslocação e de emigração, que o regime do partido único havia coartado. Nós trouxemos aos trabalhadores cabo-verdianos a liberdade e o pluralismo sindicais, Nós abrimos aos homens de cultura cabo-verdianos o espaço da liberdade de criação intelectual, artística e cultural que o regime de partido único havia encerrado. Nós garantimos aos professores, às famílias, aos jovens e à sociedade civil a liberdade de aprender, de educar e de ensinar libertando-os da formação, da escola e do ensino programados segundo diretrizes ideológicas do partido único; Nós criámos as condições para a liberdade e o pluralismo da comunicação social e para a emergência da comunicação social privada. Contra o sistema em que o partido único era a força política dirigente do Estado e da sociedade e nele concentrava, centralizava e unificava todos os poderes, com a arma da lei nós destruímos a organização institucional desse sistema e sobre elas instituímos e institucionalizamos, de raiz, o Estado de direito democrático, com pluralidade de partidos e organizações políticas, com separação de poderes e a sua subjugação à lei e com um Poder Local democrático e autónomo forte, próximo das populações e abrimos espaço a uma sociedade civil também autónoma e ativa. Contra a conceção que via os nossos emigrantes como estrangeirados e mera fonte de divisas, nós restituímos aos nossos irmãos da diáspora a dignidade de serem parte integrante da Nação cabo-verdiana e participarem ativamente na vida política, económica, social e cultural de Cabo Verde Nós devolvemos aos tribunais e aos juízes a sua independência imanente. Nós demos às Forças Armadas e à Policia a dignidade constitucional e institucional que devem ter numa sociedade democrática, elevando-os da condição mero braço armado do partido único à de instituições republicanas fundamentais ao serviço da soberania, da paz e da segurança de Cabo Verde e dos cabo-verdianos, submetidas exclusivamente aos órgãos legítimos do poder político. Nós dignificámos a Função Pública, designadamente no que respeita à formação, à remuneração, à carreira e às condições de trabalho, com especial destaque para os docentes, o pessoal da saúde, os polícias e os militares. Na busca da igualdade de oportunidades para todos, a nós se deve o acesso universal ao ensino básico, o alargamento do ensino secundário a todos os concelhos, a institucionalização da formação profissional, o acesso à formação superior no estrangeiro a milhares de atuais quadros do país e o lançamento das bases para o ensino superior publico e privado em Cabo Verde; A nós também se deve a universalização do acesso a cuidados primários de saúde, a instalação de centros de saúde e a colocação de médicos em todos os concelhos; 3

A nós se deve ainda o lançamento das bases para a estruturação, a consolidação e alargamento de um sistema de Segurança Social universal e inclusivo e a ideia e a instituição da pensão social de regime não contributivo para os mais vulneráveis e pobres da nossa sociedade. A nós se deve igualmente a atenção para o problema habitacional e a instituição de um sistema de fomento da habitação social e económica, envolvendo o Estado e os municípios, bem como a montagem de um sistema de crédito bonificado à habitação jovem. No plano internacional, graças ao MpD entrámos no concerto das Nações democráticas do Mundo: fomos considerados o farol da democracia em Africa e, pela primeira e única vez, fizemos parte da governação mundial, como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU. Sobre as ruinas do descalabro em que se traduziu a economia estatizada montada pelo regime de partido único, nós lançámos as bases de uma economia de mercado, baseada na iniciativa privada, nacional e estrangeira. Editando leis, privatizando empresas públicas e criando mecanismos de diversos tipos, promovemos o surgimento de um setor privado dinâmico, na agricultura, na indústria, na pesca, na construção civil, nas telecomunicações, na banca e seguros, na energia, na marinha mercante e nos mais variados serviços. Criámos um sistema financeiro normal, pondo termo à aberração que era o sistema de banco único. Abrimos o país ao investimento externo direto e iniciámos o desenvolvimento do turismo, até então ignorado pelo regime de partido único, unicamente com base em considerações ideológicas. Criámos um ambiente de negócios favorável ao investimento em geral. Para unificar o mercado interno e potenciar as condições de desenvolvimento de todas as ilhas e de atração do investimento, construímos portos de raiz na Boavista, no Maio e na Brava, reconstruimos o do Fogo, concluímos o de São Nicolau e modernizámos o de São Vicente; modernizamos o aeroporto internacional do Sal, construímos o novo aeroporto da Praia, melhorámos os de S.Vicente, S.Nicolau, Maio, Mosteiros e Santo Antão, recuperámos o de São Filipe e concluímos o da Brava; adquirimos barcos de cabotagem construídos de raiz para as condições do nosso país. E as nossas políticas produziram resultados concretos em benefício do dia a dia dos caboverdianos. Nos dez anos em que o MpD esteve no poder, a economia cresceu a um ritmo acelerado e sustentado, com taxas de crescimento largamente superiores aos da década de oitenta e aos dos anos 2000. A década de noventa é claramente a que maior número de postos de trabalho criou, e aquela em que o crescimento médio anual do emprego foi mais acentuado (4,7%), tanto em relação à década de 80 ( 3,7%) como em relação à década 2000 ( 2,3%). Durante os dez anos de governo do MpD, fomos capazes de fazer baixar o desemprego em sentido lato de 25% para 17%, e pela primeira e única vez na história de Cabo Verde independente, a taxa de desemprego em sentido estrito situou-se abaixo de 9%; o PIB per capita subiu vincadamente e os rendimentos das famílias, bem como o nível de vida médio das pessoas melhoraram de modo efetivo e substancial; e Cabo Verde subiu de forma consistente e sustentada no Índice de Desenvolvimento Humano. 4

Infelizmente, treze anos passados o país vai mal. E até mesmo os que sempre estiveram em estado de negação, os que enterraram a cabeça na areia, os que não quiseram ver os sinais de alarme, os que continuaram e continuam a vender ilusões, os que se deixaram iludir pela propaganda incessante do Governo, são agora obrigados a reconhecer que Cabo Verde está em profunda crise. O desemprego é o problema social mais grave do país. Atinge neste momento uma das taxas mais elevadas de sempre. Mais de 38 mil desempregados procuram um posto de trabalho sem sucesso. E se contarmos os desempregados desencorajados, que o Governo retirou das estatísticas de desemprego por conveniência própria, mas que não deixam de estar desempregados, o número real de desempregados é de quase 60 mil. É uma situação de desastre nacional! Nos dois últimos anos, o número de desempregados em sentido estrito aumentou 80%! E só em 2012, aumentou 52%! É obra! O que me leva a reafirmar aqui o que já disse noutra ocasião: os Governos do PAICV transformaram-se em fábricas de produção de desempregados em série. Aconteceu na década de oitenta, está a acontecer desde 2001. Perante este gravíssimo problema social, o que faz o Governo? Muito pouco, para além da retórica e da desresponsabilização. Mas o desemprego aumenta porque a economia não cresce. Desde 2008, a taxa de crescimento médio anual da economia foi inferior a 0,5%, o que é no mínimo ridículo, para um país que precisa urgentemente de criar postos de trabalho para os milhares de jovens que chegam todos os anos ao mercado. A grande mentira do crescimento robusto propagandeado pelo Governo, afinal, não era mais do que isso mesmo, uma grande mentira! E a economia não cresce porque o Governo não tem política de crescimento e só pensa no Estado e no investimento público. Depois de dezenas e dezenas de milhões de contos de investimento público, temos uma economia que não cresce, não cria emprego, não cria rendimento para as famílias e está sobre endividada. O Governo é, assim, inteiramente responsável pelo desperdício na utilização de recursos públicos em investimentos sem rentabilidade económica ou social. É também responsável pela má utilização dos impostos que os contribuintes pagam todos os dias em investimentos públicos de duvidosa rentabilidade social, realizados sem concurso e que regra geral excedem largamente os orçamentos iniciais, mesmo quando não são concluídos. E é ainda responsável pela má gestão do investimento público, denunciada pelo próprio FMI e pelo Banco de Cabo Verde. Os rendimentos reais das famílias caíram dramaticamente nos últimos anos, a pobreza e a desigualdade social aumentaram enormemente, devido ao drástico agravamento do desemprego, que deixa dezenas de milhares de famílias sem salários, a principal fonte de rendimento das famílias cabo-verdianas. Acresce o peso da carga fiscal a que estão sujeitos os rendimentos familiares, para compor um quadro muito negativo da situação financeira da maior parte das famílias cabo-verdianas. A violência, a delinquência e a insegurança tomaram conta das principais cidades do país. Os cabo-verdianos assistem, impotentes e muito preocupados a crimes cada vez mais hediondos, ao aumento desmesurado da criminalidade contra os cidadãos e os seus bens, à proliferação de gangs e, sobretudo à incapacidade do Governo para fazer frente a esta degradação das condições de vivência social e para dar cumprimento à principal obrigação de qualquer Estado: dar segurança às pessoas e comunidades. 5

A justiça continua cada vez mais morosa e de difícil acesso, criando um sentimento de revolta perante a impunidade e a denegação da justiça a que todos têm direito. Os indicadores de saúde mostram que Cabo Verde não atingirá os objetivos do milénio que foram fixados pelas Nações Unidas para o ano 2015. Pelo contrário, as tendências dos principais indicadores apontam claramente em sentido inverso, seja quanto à incidência da tuberculose, à epidemia de SIDA, à mortalidade infantil e à mortalidade materna. As empresas privadas vivem momentos extremamente difíceis, sufocadas pela carga fiscal e parafiscal a que estão sujeitas, pelo marasmo económico e pelas dificuldades de acesso ao crédito, o qual nos últimos 18 meses tem sido quase que absorvido exclusivamente pelo Estado. O INPS foi transformado pelo Governo no principal financiador interno do Estado e instrumento da política do Governo, descurando a solvabilidade a longo prazo do sistema de proteção social, em particular as pensões dos trabalhadores. Com uma arrogância sem limites, o INPS não publica as contas nem dá quaisquer satisfações às empresas e aos trabalhadores que são afinal quem o financia, através das contribuições que mensalmente pagam. O Estado deixou de se comportar como pessoa de bem, recusando reembolsar o IVA e IUR de 2008 a esta parte, cobrados a mais às empresas e pessoas singulares, apesar de inúmeras e reiteradas promessas do Governo. A corrupção e o nepotismo ganham cada vez mais expressão e abarcam todas as esferas da atividade económica e social, assumindo particular relevância em certas áreas chave da governação, como foi recentemente noticiado. O sistema financeiro encontra-se muito fragilizado, como consequência do elevado nível de crédito mal parado, que por seu lado reflete a estagnação da economia e as dificuldades das empresas e das famílias em honrar os seus compromissos com a banca. O endividamento do Estado, das empresas e das famílias, atingiu patamares insustentáveis, numa espiral extremamente perigosa para a saúde da nossa economia. O endividamento externo do país no seu conjunto, público e privado, atinge níveis nunca alcançados desde a Independência. O défice das contas do Estado atinge proporções insuportáveis, nunca antes vistos em Cabo Verde, num processo infernal que obriga a recorrer a empréstimos internos e externos para cobrir os excessos da despesas do Estado, o que por seu turno se traduz em aumento da despesa pública pela via do substancial agravamento dos juros da dívida pública. A acentuada quebra do Investimento externo, consequência direta do mau ambiente de negócios no país e da muito fraca competitividade externa de Cabo Verde, pode revelar-se desastrosa para o único sector da economia com potencial de crescimento a curto e longo prazo, o turismo. Essa quebra do IDE, num momento em que tanto o continente africano como a região oeste africana beneficiam de fluxos crescentes desse investimento, demonstram a incapacidade e falta de visão das políticas para o turismo, bem caracterizadas elo recente agravamento da carga fiscal que incide sobre o sector, num momento em que este se encontra bem longe da consolidação. 6

É este o panorama global da situação atual do país. Uma situação de crise que há muito se havia anunciada e que foi provocada essencialmente pelas políticas erradas de um Governo, que se revelou surdo e cego perante as evidências, e que teimosamente continua a trilhar os mesmos caminhos que nos estão a conduzir ao abismo. Reafirmo agora tudo o que o MpD tem dito ao longo dos últimos anos e os avisos que sistematicamente fizemos sobre os perigos e riscos das políticas desastradas e desajustadas do Governo. Alertámos para a necessidade de mudar de rumo, não fomos ouvidos. Pelo contrário, de cada vez que exercemos o direito de nos expressar sobre as políticas míopes do Governo, recebemos como resposta a arrogância, a intolerância, o rancor, a vaidade, o ódio mesmo, de quem se julga único detentor da verdade. Mas os factos são teimosos, e contra factos não há argumentos. Nem a manipulação mais abjeta da comunicação social do Estado por parte do Governo, nem as declarações bombásticas e a propaganda permanente, podem esconder por muito tempo a realidade tal como ela é. Para trás ficam o tempo perdido, as oportunidades desperdiçadas, as promessas de crescimento económico de dois dígitos, de desemprego de um dígito, de décimo terceiro mês. Para trás ficam as declarações otimistas e insensatas do Governo, sobre a blindagem e a boa saúde da economia cabo-verdiana, que hoje fazem rir, para não chorar, tal era a sua falta de fundamento Para trás fica a mentira do pretenso crescimento robusto da economia, como afirmava o Governo ainda recentemente aquando da discussão do Orçamento do Estado de 2013, crescimento robusto que os números recentemente publicados pelo INE e pelo Banco de Cabo Verde vieram desmentir frontalmente. Para trás fica a vaidade, a petulância e a insensatez dos que, iludidos pela bonança da ajuda externa e das receitas do IVA, julgaram que tudo lhes era permitido, que todos os excessos podiam ser absorvidos, que não tinham contas a prestar a ninguém. Passada a euforia, esfumada a cortina de ilusões, a dura realidade impõe-se a todos, exceto ao Governo que, em estado de permanente negação, continua a desresponsabilizar-se perante a crise que alimentou com as suas políticas desastrosas. Para o Governo, os responsáveis pela crise atual são sempre os mesmos, ou seja, os anos noventa e a crise internacional. É como se não tivesse existido Governo nos últimos 13 anos. Ou melhor, é como se o Governo dos últimos 13 anos fosse constituído pelos anos noventa e pela crise internacional. O primeiroministro, os ministros, os dirigentes do Estado, esses, nada têm a ver com a situação atual, é tudo culpa dos outros. A verdade é completamente diferente e a responsabilidade pela situação dramática que o país vive neste momento é do Governo que governou 13 anos seguidos sem impedimentos institucionais ou de outra natureza. 7

Como oposição, fizemos o nosso trabalho. Alertámos, denunciámos, explicámos, propusemos com sentido de responsabilidade. Não fomos ouvidos! O Governo deve, pois, assumir inteiramente as suas responsabilidades. Mas, em vez de arrepiar caminho e rever a sua estratégia, o Governo continua cegamente a conduzir o país para o precipício. É preciso mudar de rumo, antes que a situação atinja um ponto de ebulição que seria desastroso para o nosso país. Caros amigos Cabo Verde precisa de uma outra visão da política, em todas as suas dimensões. E em primeiro lugar, é preciso fazer a economia crescer de novo e crescer muito, apoiar o sector privado nacional e atrair investimento externo, para criar emprego e diminuir o flagelo do desemprego. O partido no poder não tem soluções para os graves problemas que o país enfrenta. As receitas que conhece são mais do mesmo, ou seja, mais investimento público em infraestruturas, mais despesa pública, mais défice orçamental, maior endividamento externo, mais subordinação do empresariado nacional, mais clientelismo, mais mãos estendidas à caridade internacional, mais impostos, mais taxas, mais burocracia, mais entraves à atividade empresarial, mais centralização, concentração e partidarização da Administração. O poder atual não consegue sair desta teia em que voluntariamente, e por opção ideológica, se enredou, e cujos resultados estão hoje à vista de todos que tenham olhos para ver. O país precisa de uma política de investimento público diferente, mais seletiva, rigorosa e equilibrada. Precisa de uma política nacional de suporte ao empresariado nacional, de combate determinado à corrupção e ao tapete vermelho. Cabo Verde precisa de reformas profundas que transformem as instituições do Estado em servidoras da sociedade e não em mestres e pretensos donos da sociedade civil. O país precisa de uma visão diferente do desenvolvimento e de uma política de investimentos públicos dirigida prioritariamente à qualificação dos recursos humanos, não pela criação de universidades e mais cursos a esmo, mas pela via de um sistema de ensino de alto nível, exigente, com forte componente científica e técnica, um sistema educativo moderno e de qualidade, da pré-primária ao ensino superior. Precisamos de uma política educacional ao serviço de uma visão estratégica para o país, concertada entre todos os atores da nossa sociedade e não imposta de cima, como acontece atualmente. Cabo Verde precisa de reforçar a sua aposta no turismo, o único sector com o potencial adequado para servir de motor do desenvolvimento, sem esquecer outras áreas que podem aumentar a autonomia do país na geração de recursos externos de que tanto necessitamos. O MpD é o partido que pode trazer um novo elan à economia, à democracia e à sociedade cabo-verdiana. O seu ideário, as suas opções políticas, a sua matriz de pensamento, a sua experiência e os resultados que alcançou, nunca igualados, permitem-lhe levar a cabo as profundas reformas indispensáveis para fazer o país sair do marasmo, do atoleiro e do beco sem saída a qua conduziram as opções políticas do Paicv. 8

Nós somos a esperança dos cabo-verdianos para mudar a situação calamitosa a que o nosso país foi conduzido! Cabo Verde precisa do MpD a governar! Caros amigos O partido terminou este ciclo em boa posição e em boa forma. Se é certo que não ganhámos as eleições legislativas, soubemos recuperar e, com humildade, aprender com os erros cometidos nessas eleições. Por isso, logo a seguir, fomos determinantes para colocar como Presidente da Republica uma personalidade democrática com o perfil desenhado pela Constituição, com manifesta e já sentida vantagem para a consolidação da nossa democracia. E um ano depois vencemos de forma categórica as eleições autárquicas, gerindo agora o dia a dia de mais de 70% da população residente. Temos sido uma oposição séria, responsável e patriótica que foi a primeira a alertar e nunca deixou de alertar quanto às consequências negativas das políticas adotadas pelo Governo e das ilusões demagógicas em que os cabo-verdianos têm sido embalados pela situação; e que primeiro apresentou propostas de políticas alternativas para inverter o curso descendente em que o país se encontra, políticas que agora são assumidas explicita ou implicitamente pela generalidade dos que observam o país, dentro e fora. Como organização dispomos agora de condições infraestruturais para uma ação política permanente e eficaz em todos os cantos do país e nos Estados de acolhimento das nossas comunidades e para melhor comunicar com as nossas bases e a sociedade. Elegemos um novo Presidente consensual e estamos a fazer a renovação e a transição itergeracional de modo tranquilo e em ambiente de responsabilidade e comunhão de valores, princípios e objetivos. Sentimos, à nossa volta, um bom nível de participação e mobilização. Podemos, pois, ambicionar fazer mais e melhor do que até aqui. Temos essa responsabilidade e obrigação perante os cabo-verdianos e os desafios com que Cabo Verde está confrontado. É neste contexto e com a ambição legítima de vencer em toda a linha o próximo ciclo eleitoral, em 2016, que se inicia a nossa X Convenção Nacional. Convenção que debaterá e aprovará importantes instrumentos orientadores, os quais farão o nosso partido estar cada vez mais aberto e ligado á sociedade e ser cada vez mais transparente. Convenção que também dotará o nosso partido de uma direção nova e rejuvenescida, sob uma nova liderança dotada de legitimidade democrática insofismável, dada pelo voto direto altamente expressivo dos militantes em eleições internas sérias e regulares. Vivemos, um ambiente positivo de grandes esperanças no futuro próximo do nosso partido, sob a liderança do Dr. José Ulisses Correia e Silva. O seu percurso político e as qualidades pessoais de liderança, capacidade de trabalho, honestidade e probidade e determinação, associadas à sua visão política, ao espírito de 9

diálogo, à capacidade de trabalhar em equipa e à maturidade demonstrada no exercício de altos cargos políticos, fazem dele um líder de líderes e são a garantia de uma liderança para os novos tempos e os grandes desafios que esperam o MpD e Cabo Verde. Não tenha dúvidas, senhor Presidente do Mpd. Os próximos tempos serão difíceis para o país, e irão testar as suas qualidades de liderança e a sua visão política. As expectativas de todos nós, membros do MpD são muito elevadas. Mas as nossas esperanças e confiança são ainda maiores, de que conseguirá fazer o partido triunfar Também o são as da sociedade cabo-verdiana que o conhece e o aprecia. Por isso mesmo, os nossos adversários já se lançaram, em desespero, numa campanha baixa, anti-democrática e abjeta de ataques pessoais e de assassinato de carater, sob a cobertura cobarde da imunidade parlamentar de alguns deputados da Nação. Mas não se intimide, nem se perturbe. No enorme esforço que terá que consentir e na luta tremenda que terá de liderar, estou certo de traduzir o sentimento geral ao afirmar que pode contar com o apoio forte, corajoso e consequente de todos nós, a geração anterior e a nova geração de membros e dirigentes do MpD. Estou também seguro de que a sociedade caboverdiana terá uma nova oportunidade para apreciar as suas qualidades de liderança e saberá transmitir-lhe o encorajamento de que precisará para levar o barco a bom porto. Estou absolutamente convicto de que o MpD está em boas mãos. Pessoalmente sabe que poderá contar comigo onde, quando e como julgar útil, necessário ou conveniente. Vou terminar com uma saudação muito especial a todos os militantes e simpatizantes, que sempre estiveram com o MpD, e que sempre e em todas as circunstâncias o apoiaram com convicção, coerência e desprendimento, dando tudo e nada pedindo. Novos tempos se avizinham. As mudanças políticas necessárias para repor Cabo Verde no caminho certo, exigem que o MpD seja Governo. É este o grande desafio do partido: preparar-se para ganhar as eleições legislativas de 2016 e insuflar nova vida à democracia, à economia e à sociedade cabo-verdianas. Nesta luta, não nos devemos esquecer de que a sociedade cabo-verdiana é plural, e de que o nosso ideário político indica-nos o caminho da autonomia como o único capaz de libertar as energias criadoras da sociedade. Chega de criar dependência nas pessoas e na sociedade, como tem feito o Paicv! É tempo de retomar as bandeiras do humanismo, da liberdade, da autonomia, da ousadia, do empenho individual e coletivo e do mérito como padrão de avaliação! É tempo de libertar a sociedade do medo e da auto censura! É tempo de nos libertarmos das amarras de ideologias que secundarizam o indivíduo em relação ao Estado! 10

É mais do que tempo de voltar a permitir à sociedade civil o papel central que deve ter no desenvolvimento do nosso país! É tempo de acabar com a dependência, a subserviência, o clientelismo, a compra de consciências. É tempo de voltar a apostar na descentralização do poder, na atenuação dos desequilíbrios regionais e no desenvolvimento humano o sustentado destas ilhas. Todos juntos, na diversidade de opiniões, mas em unidade de ação, em prol de Cabo Verde, sempre! Não poderia, porém, concluir sem um agradecimento pessoal especial: ao Secretário Geral, José Moreira, ao Conselho de Administração e ao pessoal da sede nacional, com quem privei quase diariamente ao longo dos últimos três anos e nove meses; e aos membros dos órgãos nacionais cessantes e de todos os órgãos do sistema MpD, incluindo as estruturas concelhias, regionais e da diáspora, o grupo parlamentar, os autarcas, a JPD ou as Mulheres Democráticas, pela vossa dedicação e lealdade ao partido e pelos sucessos que assim permitiram ao MpD. Tive muita honra em partilhar responsabilidades e trabalhar convosco. Muito obrigado. Parque 5 de Julho, 12 de Julho de 2013 Carlos Veiga Presidente do MpD 11