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CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA 2016.1 Nº DATA DISCIPLINA Direito Constitucional PROFESSOR Paulo Nasser MONITOR Bruna Oliveira AULA Aula 10 TEMA: DIREITOS POLÍTICOS E NACIONALIDADE DIREITOS POLÍTICOS: Democracia = demo: povo / cracia = poder Os direitos Políticos são encontrados na CR/88 a partir do art. 14 da CR/88 Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. O exercício da cidadania é um dos direitos fundamentos da República (art. 1º da CR/88). O poder emana do povo Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 1 A democracia pode ser: direta, indireta, semidireta. 1. Democracia Direta: o poder direto do povo o povo tomando a decisão. Praticada na Roma antiga. 2. Democracia indireta: através de representantes eleitos pelo povo. Também é chamada de democracia representativa. 3. Democracia semidireta: os representantes do povo submetem à votação para o povo; são modelos de democracia semidireta: Plebiscito: opções prévias para que o povo promova a escolha. Ex. plebiscito parlamentarismo/presidencialismo (plebiscito de 1993). Referendo: os representantes tomam a decisão e o povo decide se chancelará ou não a decisão do Estado (referendo de 2005 comercialização de armas no Brasil). Projeto de Lei de iniciativa popular: apresentação de projeto de lei ao Congresso Nacional e este irá converter em lei ou não Recall: somente nos EUA. Da mesma forma que o povo vota para eleger, a população poderia votar para retirar o representante. Este modelo não é adotado no Brasil. O exercício da democracia passa pela qualidade de cidadão: pleno exercício da cidadania, capacidade para votar (capacidade eleitoral). Os Direitos políticos se dividem em dois grupos: ambos são exercícios do direito político, mas que possuem características diferentes: - Ativo: se dá através do exercício da alistabilidade (alistamento eleitoral): é o exercício da capacidade eleitoral ativa direito de votar. A regra no Brasil é votar (art. 14 caput). Ao maior de 18 anos é obrigatória a votação até os 70 anos. Analfabetos, maiores de 70 anos e maiores de 16 anos e menores de 18 anos o voto é facultativo. Os menores de 16 anos, os estrangeiros e os conscrito (garoto que presta serviço militar obrigatório aos 18 anos) não podem votar. A alistabilidade não é automática tem que requerer o título de eleitor Art. 14 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. - Passivo: elegibilidade: capacidade eleitoral passiva direito de ser votado. Art. 14 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: 1 Vide art. 14 CR/88.

I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; 2 III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: 3 a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 4 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a 2 Vide art. 15 CR/88 3 A idade deve ser comprovada na data da posse. 4 Vide Súmula Vinculante 18 STF

moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 5 Observações importantes: O 4º refere-se à inelegibilidade absoluta. Já os 5º a 9ª inelegibilidade relativa 5º e 6º A CR/88 vedação de mais de 01 reeleição CONSECUTIVA para chefe do executivo. Não há limite de reeleição para membros do legislativo. Os Chefes do Executivo para concorrer ao mesmo cargo podem permanecer no cargo para concorrer. Para outro cargo é necessário renunciar ao cargo 6 meses antes das eleições. Ex. Presidente para reeleição pode permanecer no cargo Governador para concorrer ao cargo de Senador deve renunciar 6 meses antes das eleições. IMPORTANTE! Esta regra somente se aplica aos CHEFES DO EXECUTIVO!!!!!!! Ou seja, se um Senador quiser concorrer ao cargo de Presidente, ele não precisará renunciar ao seu cargo. 7º - Regra aplicável apenas ao chefe do poder executivo (presidente, governador e prefeito): Dentro da MESMA área territorial em que exerce o mandato, cônjuge e parentes consanguíneos ou afins ou por adoção até o 2º grau não podem concorrer à nada. Se o vice assumir o cargo, ainda que por alguns minutos até 6 meses antes das eleições, os seus parentes estarão incluídos neste parágrafo (antes dos 6 meses não tem problema). Todavia, se o parente for titular de mandato eletivo e candidato à reeleição este inciso não se aplica. Vale ressaltar que a dissolução do vínculo conjugal não afasta o 7º (Súmula Vinculante 18 STF). 8º - O militar é elegível (exceto o conscrito). Se tiver menos de 10 anos de serviço, deverá se afastar da carreira militar para concorrer. Se contar mais de 10 anos, será agregado, ou seja, é considerado como militar ativo, mas não pode exercer as funções de militar, se for eleito, automaticamente passará para a inatividade se não ganhar as eleições será recolocado. Importante ressaltar que para concorrer às eleições é necessário se filiar a partido político, todavia, o militar enquanto ativo não pode se filiar a partido político (142, 3º, V). O militar quando agregado ele não se filiará ao partido, o partido apenas lança a candidatura, a filiação somente ocorrerá na diplomação. 9º - o rol não é taxativo, é exemplificativo. 5 Vide art. 16 CR/88

NACIONALIDADE (art. 12 CR/88) Vínculo jurídico do indivíduo com o Estado. A nacionalidade se divide em duas formas de aquisição: Originária e derivada. 1. Originária: Se dá de forma involuntária, ou seja, a nacionalidade é imposta pela legislação do País. Natos. a. Jus Sanguinis: filho de português, português é. Nacionalidade pautada no sangue. b. Jus Solis: a nacionalidade é conferida para aquele que nasce no Estado, mesmo que com pais estrangeiros. Exceção 1: Se ambos os pais forem estrangeiros e um dos dois estiver a serviço do seu país, o filho não será considerado brasileiro. Exceção 2: Nascidos no estrangeiro, de pai OU mãe brasileira à serviço da República Federativa do Brasil (administração direta ou indireta entendimento STF). Exceção 3: Nascidos no estrangeiro de pai OU mãe brasileira desde que levado à registro em repartição brasileira OU resida no Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade pela nacionalidade brasileira. Obs: O Brasil adota um critério misto de nacionalidade, todavia, prepondera o jus solis. Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 2. Derivada: nacionalidade voluntária. A legislação não deu de forma voluntária é uma vontade do indivíduo. Naturalizados - Art. 12, II - naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 6 6 Vide art. 112 do Estatuto do Estrangeiro

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. Observações: Alínea a: ato de soberania do Estado, não é obrigatória a concessão da nacionalidade, todavia, quando o estrangeiro é originário de país com língua portuguesa, a concessão da nacionalidade não é ato de soberania do Estado, portanto, quando solicitado não pode ser negado. Alínea b: tem que ser visto de permanência. Aquisição extraordinária não pode ser negado. O fato do estrangeiro sair do Brasil por pouco tempo (ex. férias), não interrompe a contagem do prazo de 15 anos. 1º. Português com visto de permanência devidamente legalizado - se houve reciprocidade em favor de brasileiros (Tratado de reciprocidade e amizade entre Brasil e Portugal), ou seja, os direitos devem constar neste Tratado de reciprocidade será equiparado à brasileiro naturalizado. A equiparação não é automática, tem que ser solicitada. O requerimento de equiparação pode ser com direitos políticos ou não. Com direitos políticos, este português terá direito a votar, apresentar projeto de lei de iniciativa popular, etc. 2º não há distinção entre brasileiro nato ou naturalizado, salvo os cinco casos previstos na CR/88, são eles: 1. Art. 5º LI CR/88 LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 2. Art. 12, 3º CR/88 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa 3. Art. 12, 4º, I CR/88 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; 4. Art.89, VII CR/88 Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. 5. Art.222 CR/88 Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. Perda da nacionalidade brasileira: Via de regra, a aquisição de outra nacionalidade impõe a perda da nacionalidade brasileira, há, contudo, algumas exceções trabalhadas no art. 12, 4º da CR/88. Observações: Art. 12 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; A perda da nacionalidade brasileira não é automática, tem que passar por processo administrativo com direito ao contraditório e à ampla defesa. Se por sentença transitada em julgado um brasileiro perder a nacionalidade somente poderá reaver por ação rescisória. A imposição de naturalização pela norma estrangeira não incorre na perda da nacionalidade brasileira.