ANÁLISE DA PRECISÃO DE BRAQUETES AUTOLIGADOS



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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO EM ORTODONTIA RACKEL HATICE MILHOMENS GUALBERTO ERDURAN ANÁLISE DA PRECISÃO DE BRAQUETES AUTOLIGADOS São Paulo 2014

RACKEL HATICE MILHOMENS GUALBERTO ERDURAN ANÁLISE DA PRECISÃO DE BRAQUETES AUTOLIGADOS Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado da Universidade Cidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ortodontia. Orientador: Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho São Paulo 2014

FICHA CATALOGRÁFICA Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID E66a Erduran, Rackel Hatice Milhomens Gualberto. Análise da precisão de braquetes autoligados. / Rackel Hatice Milhomens Gualberto Erduran. --- São Paulo, 2014. 116 p. Bibliografia Dissertação (Mestrado) Universidade Cidade de São Paulo - Orientador: Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho. 1. Ortodontia corretiva. 2. Braquetes ortodônticos. 3. Precisão da medição dimensional. 4. Torque. I. Carvalho, Paulo Eduardo Guedes, org. II. Título. BLACK D4

RACKEL HATICE MILHOMENS GUALBERTO ERDURAN ANÁLISE DA PRECISÃO DE BRAQUETES AUTOLIGADOS Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado da Universidade Cidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ortodontia. Data da defesa: 17 de dezembro de 2013 Resultado:... BANCA EXAMINADORA: Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho... Universidade Cidade de São Paulo Prof. Dr. Paulo Francisco César... Universidade de São Paulo Prof ª. Drª. Tarcila Triviño... Universidade Cidade de São Paulo

DEDICATÓRIA A DEUS, pela vida e com ela o saber, pelas dádivas recebidas, pela força interior para vencer os obstáculos e atingir os objetivos. Aos meus amados pais, Nonato e Cristina, responsáveis pela formação do meu caráter e que me ensinaram as primeiras lições sobre viver e amar a honestidade, a humildade, num ambiente fraternal. Poderia escrever um livro e não conseguiria dizer o quanto sou grata por tudo o que fizeram por mim. Vocês, que me viram nascer, crescer, dizer a primeira palavra, dar o primeiro passo e caminham comigo até hoje. Vocês que não foram apenas pais, mas amigos e companheiros, mesmo nas horas mais difíceis. Tantas foram às vezes que tomaram para vocês meus problemas, incentivando-me a prosseguir, que dedicaram cada gota de seu suor para um futuro incerto, mas sempre depositando esperança. Vocês, que não se deixam vencer pelo cansaço para me dar forças, que são meus verdadeiros amigos, que me guiam, me protegem. É por vocês que estou aqui, para dizer que tudo o que tenho e o que sou, devo a vocês e a Deus. Obrigada por tudo, obrigada pela mão que me ampara nos momentos difíceis, pelo apoio incondicional, pelo amor, carinho e dedicação, pelos exemplos e lições de vida dados. Enfim, talvez um muito obrigado não seja suficiente. Mas saibam que vos amo muito. Ao meu amado marido, Muhammet Ali, pelo constante incentivo, carinho e apoio neste caminho por mim trilhado, por compartilhar de minhas lágrimas e sorrisos. Muito obrigada por sofrer o meu sofrimento, chorar as minhas lágrimas, mas as enxugar com ternura, por silenciar quando reclamamava e sempre encontrar as palavras certas que eu precisava ouvir. Aos meus irmãos, Arthur e Junior, a minha avó, Zelinda, que estiveram sempre comşigo, me apoiando incondicionalmente a cada passo, sendo pacientes e dedicados, por terem compreendido e aceitado minhas ausências para que pudesse levar adiante a efetivação do meu ideal. Sei que, muitas vezes, deixei de estar presente para abraçá-los, mas fiquem certos de que sempre tinha o pensamento e o coração ligados em vocês. Dedico este trabalho.

AGRADECIMENTO ESPECIAL Ao Prof. Dr. Flávio Vellini Ferreira, agradeço pela oportunidade de realizar este curso. Ao Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho, meu orientador, que com paciência e sabedoria soube exigir, apoiar e orientar, tornando prazerosa a realização deste projeto. Minha sincera gratidão e respeito.

AGRADECIMENTOS Agradeço aos professores, Prof. Dr. Acácio Fuziy, Profª Drª Ana Carla Raphaelli Nahás Scocate, Prof. Dr. André Luiz Ferreira Costa, Prof. Dr. Claudio Froes de Freitas, Prof. Dr. Fernando César Torres, Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim Ferreira, Prof. Dr. Hélio Scavone Júnior, Profª Drª Karyna Martins do Valle Corotti e Profª Drª Rívea Inês Ferreira Santos. A Universidade Cidade de São Paulo pela oportunidade oferecida. Agradeço a todos os pacientes da clínica pela parcela de contribuição no aprendizado e a todos os funcionários da instituição. Aos colegas de Mestrado Ana Carolina Rangel de Carvalho, Erika Alves de Siqueira, Fernanda Silva Mattos, Gabriela Sobral de Figueiredo Melke, Marcelo Tavares Roque, Mércia Regina de Lima Dantas Wu, Sandra Golin e Wendel Minoro Muniz Shibasaki. A TODAS as pessoas que de uma maneira ou de outra me ajudaram na realização deste trabalho.

ERDURAN, RHMG. Análise da precisão de braquetes autoligados. [Dissertação]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2013. RESUMO O presente estudo teve por objetivo avaliar a precisão no torque, paralelismo entre as paredes internas e altura das canaletas de braquetes autoligados na dimensão.022 de diferentes marcas comerciais. Verificou-se se estas características encontram-se de acordo com os valores definidos pela respectiva prescrição, além de comparar os valores encontrados entre as marcas pesquisadas. Foram selecionados oitenta braquetes de incisivos centrais superiores de oito modelos comerciais: Portia, In-Ovation R, BioQuick, SLI, Empower, Damon Q, Carriere e Orthoclip SLB. As imagens ampliadas dos braquetes foram obtidas por meio de um Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) e mensuradas pelo software AutoCAD 2011. Utilizou-se como referência os parâmetros de tolerância presentes na norma ISO 27020. Os resultados demonstraram que somente os grupos de braquetes Portia e In-Ovation R mostraram resultados compatíveis com a prescrição quanto ao torque. Quanto ao paralelismo das paredes internas da canaleta, a maioria dos modelos avaliados tiveram resultados em consonância com a prescrição da técnica, exceto o grupo SLI. Na avaliação da altura da canaleta dos braquetes, somente os braquetes BioQuick, Damon Q e In-Ovation R apresentaram-se em acordo com os parâmetros de prescrição. Ao comparar os valores do torque, do paralelismo entre as paredes internas e da altura das canaletas encontrados entre as oito marcas comerciais analisadas, observou-se grande variabilidade de resultados quanto a todas as variáveis analisadas. Palavras chave: Ortodontia Corretiva; Ortodontia, Braquetes Ortodônticos; Precisão da Medição Dimensional; Torque.

ERDURAN, RHMG. Accuracy analysis of self-ligating brackets. [Dissertation]. São Paulo: University of São Paulo City; 2013. ABSTRACT The present study aimed to evaluate the accuracy in torque, parallelism between the inner walls of the slots and height of slots of.022 self-ligating brackets of different brands. It was intended to verify whether these characteristics are in accordance with the values set by the respective prescription and to compare the values found among the the searched brands. Eighty upper central incisors brackets of eight commercial models were selected: Portia, In-Ovation R, BioQuick, SLI, Empower, Damon Q, Carriere e Orthoclip SLB. Enlarged images of the brackets were obtained by a Scanning Electron Microscope (SEM) and measured by AutoCAD 2011 software. We used as reference the tolerance parameters present in the ISO 27020 standard. The results showed that only the groups of brackets Portia and In-Ovation R showed results consistent with a limitation on the torque. As for the parallel internal walls of the slots, most of the models studied had results in line with the prescription of vehicles, except the SLI group. In assessing the height of the slot of the brackets, only BioQuick, Damon Q and In-Ovation R brackets presented in accordance with the prescription parameters. By comparing the values of torque, the parallelism between the inner walls and the height of the slots found between eight commercial brands tested, there was great variability of results as all variables. Keywords: Orthodontics Corrective; Orthodontics, Orthodontic Brackets; Dimensional Measurement Accuracy; Torque.

LISTA DE FIGURAS Figura 01: Base de prova em alumínio... 39 Figura 02: Estrutura de madeira com canaleta guia...... 40 Figura 03: Estrutura de madeira com papel milimetrado colado em sua superfície, com linhas paralelas e perpendiculares às bases de prova posicionadas para colagem.... 41 Figura 04: Estrutura de madeira com os segmentos de fio guia para colagem e posicionamento dos braquetes sobre a base de prova, padronizada pela estrutura de madeira.... 42 Figura 05: Braquetes posicionados na base de alumínio, colados com éster de cianoacrilato, prontos para obtenção das imagens com as faces mesiais voltadas para cima.... 42 Figura 06: Microscópio Eletrônico de Varredura MEV, modelo Quanta 600 FEG... 43 Figura 07: Figura 08: Figura 09: Figura 10: Representação das linhas cervical, incisal e da base, com suas respectivas projeções; ângulos das paredes cervical e incisal e ilustrações dos pontos I1 e I2.... 45 Demonstração da padronização do posicionamento dos braquetes sobre as bases de prova... 56 Representação das linhas cervical, incisal e da base, com suas respectivas projeções; ângulos das paredes cervical e incisal e ilustrações dos pontos I1 e I2.... 57 Ilustração da demarcação das linhas cervical, incisal, da base e suas projeções; Ângulos da parede cervical e incisal; Medidas da altura da canaleta nas regiões mais e vestibular (ponto I1) e mais profunda (ponto I2) nos oito modelos de brauquetes autoligados analisados... 58

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS Quadro 01: Relação dos modelos de braquetes, suas respectivas marcas comerciais... 37 Quadro 02: Relação dos modelos de braquetes, suas respectivas marcas comerciais... 55 Tabela 01: Variável torque: análise descritiva gerais dos dados de comparação entre os fabricantes (média, desvio padrão, mediana, valores gerais e relativos ao intervalo de confiança de 95%, valores mínimo e máximo)... 61 Gráfico 01: Representação gráfica do intervalo de confiança de 95% em relação aos parâmetros da prescrição para o torque... 62 Tabela 02: Variável paralelismo: análise descritiva gerais dos dados de comparação entre os fabricantes (média, desvio padrão, mediana, valores gerais e relativos ao intervalo de confiança de 95%, valores mínimo e máximo)... 63 Gráfico 02: Representação gráfica do intervalo de confiança de 95% aos parâmetros da prescrição para o paralelismo... 63 Tabela 03: Variável altura: análise descritiva gerais dos dados de comparação entre os fabricantes (média, desvio padrão, mediana, valores gerais e relativos ao intervalo de confiança de 95%, valores mínimo e máximo)... 64 Gráfico 03: Representação gráfica do intervalo de confiança de 95% aos parâmetros da prescrição para a altura... 65

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA... 5 2.1 Braquetes autoligados... 9 2.2 Precisão dos braquetes ortodônticos... 15 3. 4. PROPOSIÇÃO... MATERIAL E MÉTODOS... 34 36 4.1 Material... 37 4.2 Métodos... 38 5. ARTIGO CIENTÍFICO... 50 REFERÊNCIAS ANEXO

1. INTRODUÇÃO

2 1. INTRODUÇÃO A Ortodontia vem ao longo do tempo em busca de conhecimento e aprimoramento dos procedimentos mecânicos, por meio de uma ciência meticulosa e bem fundamentada, objetivando a correção das más formações dentárias e faciais, com base no princípio científico da oclusão dentária normal (VILELLA, 2007). A mecânica ortodôntica é composta por braquetes que transmitem força por meio dos fios conectados aos mesmos, promovendo a movimentação da coroa e da raiz dos dentes. Ao longo dos anos foram desenvolvidos diferentes formas de aparelhos ortodônticos com diferentes filosofias. Desde a introdução dos ideais de Andrews (1972), os sistemas de braquetes mais utilizados são os pré-ajustados, oriundos de diversas prescrições, todas buscando incorporar as características de fabricação de cada braquete a um posicionamento mais adequado do dente, por estarem os torques e angulações inseridos em seu processo de construção. Os aparelhos autoligados ganharam popularidade nas últimas décadas, mas a história dos braquetes autoligados quase se sobrepõe à do sistema Edgewise, iniciando com Russel, na década de 1930. Atualmente, quase todos os fabricantes de braquetes ortodônticos desenvolveram sistemas com braquetes autoligados, demonstrando que existe uma clara tendência a esse tipo de acessório se manter em evidência nos próximos anos (BERGER, 2000; HARRADINE, 2008; SATHLER et al., 2011). Os braquetes autoligados possuem um dispositivo que faz com que o fio ortodôntico fique contido por quatro superfícies no interior da canaleta, ao invés das três presentes nos braquetes convencionais, o que elimina a necessidade de ligaduras metálicas ou elastoméricas. Isto acarreta na ausência de degradação da força de ativação dos elastômeros e na diminuição de atrito durante a movimentação

dentária. O pressuposto deste sistema é que o controle adicional dado pelo fechamento do braquete provoca um assentamento total do fio dentro da canaleta, propiciando melhor controle tridimensional na posição dos dentes, além de outras vantagens reivindicadas por esse sistema de braquetes (BARBOSA, 2013; BERGER, 2000; CHEN et al., 2010; HARRADINE, 2008; TREVISI, 2007). A parte mais importante de um braquete é sua canaleta, onde ocorre o encontro com o fio e se tem o efeito da força com consequente movimentação dentária. Uma característica importante da canaleta é sua dimensão que, quando alterada, pode afetar fatores de eficiência da mecânica ortodôntica, como a resistência friccional e a aplicação de momentos de torque, podendo comprometer os movimentos de primeira, segunda e terceira ordem (AZEVEDO, 2011; GOMES FILHO, 2007; JONES, TAN, DAVIES, 2002; LEMOS, 2013; MATTAR, 2011; MELING; ODEGAARD, SEQNER,1998; STREVA, 2005; ZANESCO, 2008). Para um melhor aproveitamento dos aparelhos pré-ajustados mostra-se necessário que os fabricantes produzam acessórios precisos, com qualidade de acabamento e com a maior exatidão dimensional dos braquetes, principalmente na canaleta. Deste modo, clinicamente, os ortodontistas minimizariam a necessidade de dobras compensatórias realizadas nos fios ortodônticos (MELING; ODEGAARD; SEQNER, 1998). Pesquisadores como Streva (2005), Cornejo (2005), Bóbbo (2006), Gomes Filho (2007), Zanesco (2008), Ramos (2009), Streva et al. (2011), Azevedo (2011), Mattar (2011), Almeida (2011) e Lemos (2013) realizaram estudos referentes à confiabilidade da precisão da canaleta dos braquetes convencionais pré-ajustados, em diversas prescrições. Compararam diferentes marcas de braquetes, mostrando que cada uma delas, com maior ou menor grau de significância estatística, estavam

4 em desacordo com os valores da prescrição, por eles pesquisados. Da mesma forma, Meling, Odegaard e Segner (1998), Kusy e Whitley (1999), Fischer-Brandies et al. (2000), Cash et al. (2004), Demling, Dittmer, Schwestka-Polly (2009), Assad- Loss et al. (2010), Bhalla et al. (2010), Joch e Pichelmayer (2010), Major et al. (2010) e Dolci et al. (2013) observaram em seus estudos falta de precisão em relação as canaletas dos braquetes estudados. Frente a essas considerações, esse trabalho integra uma linha de pesquisa com objetivo de avaliar a precisão de braquetes autoligados de incisivos centrais superiores, de diferentes marcas comerciais disponíveis no mercado, sejam elas nacionais ou importadas. Isto faz com que a pesquisa torne-se relevante para o controle de qualidade dos materiais e, consequentemente, para o sucesso dos tratamentos clínicos.

2. REVISÃO DE LITERATURA 5

6 2. REVISÃO DE LITERATURA A evolução dos braquetes ortodônticos tem sido marcada por uma busca incessante em se posicionar os dentes nos planos sagital, transversal e axial. Em 1728, foram dados os primeiros passos para a construção dos aparelhos ortodônticos, pelo francês Pierre Fauchard, empregando uma lâmina metálica, de ouro ou prata, perfurada em suas extremidades, a qual se fixava aos dentes por um fio de seda. Em 1757, Bourdet, aperfeiçoou esse procedimento aumentando o comprimento desta lâmina metálica e o número de perfurações (VELLINI-FERREIRA et al., 2013). Angle (1928) foi o primeiro a organizar um sistema de ações que possibilitassem um tratamento ortodôntico com respostas mais significativas. Seus estudos originaram a técnica Edgewise (arco de canto). A denominação Edgewise se deu à utilização de fios retangulares inseridos no interior dos braquetes que apresentavam uma canaleta no centro no sentido horizontal do braquete. O fio ortodôntico de secção retangular era amarrado em uma canaleta de dimensão.022 x.028 com ligaduras de metal, o que proporcionava um mecanismo mais eficiente de controle axial do dente. Nesta técnica, os ortodontistas deveriam incorporar dobras nos fios retangulares nos três planos espaciais, para obtenção de uma oclusão ideal. Tais dobras seriam uma forma de adaptação do arco retangular ativado na canaleta do braquete (ANGLE, 1928; ANDREWS, 1972). Holdaway, em 1952, indicou a inclusão de uma leve angulação nos braquetes na Técnica Edgewise para um melhor posicionamento dos dentes, nos quais foram propostas algumas modificações em relação aos conceitos básicos, com o intuito de substituir as dobras de segunda ordem realizadas nos fios ortodônticos,

7 simplificando o manuseio dos arcos. Relatou que muitos ortodontistas discutiam as angulações da técnica e também as dobras de terceira ordem, que eram necessárias para uma correta finalização do caso. Concluiu que, apesar da grande importância da angulação dos braquetes, muitos outros fatores deveriam ser aprofundados para resolver os problemas com os quais os ortodontistas se defrontavam como a preparação de ancoragem nos casos de extrações, no fechamento de espaços, para que as raízes fossem finalizadas de forma a ficarem paralelas entre si, e a posição ideal dos incisivos, mantendo uma boa inclinação vestíbulo-lingual. Andrews (1972) em seu artigo As seis chaves para a oclusão normal relatou que fez um estudo de quatro anos (1960 a 1964) em 120 modelos de oclusão normal de indivíduos que nunca haviam sido submetidos a tratamento ortodôntico, de forma a avaliar a morfologia da face vestibular da coroa com uso de um gabarito geométrico com círculos de vários diâmetros, posicionando contra o contorno vestıbular do dente. Por meio deste estudo, o autor observou características que contribuiriam para a harmonia oclusal dos dentes, como a angulação (sentido mésiodistal) e a inclinação ou torque (vestíbulo-lingual) dos dentes previsíveis para cada tipo dentário individual. E assim desenvolveu um sistema de braquetes ortodônticos incorporando angulações e torques nos mesmos, chamada de Técnica Straight-Wire (arco reto), que, teoricamente, não necessitaria de dobras nos fios ortodônticos. O estudo de Meyer e Nelson (1978) teve como objetivo avaliar a aplicação dos princípios biomecânicos, estabelecendo uma relação entre teoria e prática com a utilização do aparelho pré-ajustado. Os autores discorreram que o torque em Ortodontia seria uma força rotacional do dente no sentido vestibular ou lingual para se obter um encaixe dos dentes superiores com os inferiores no final do tratamento

8 e que essa força de torque seria obtida pela interação do fio retangular nas canaletas retangulares dos braquetes, produzindo forças iguais em sentidos opostos causando rotação do braquete. Por isso o posicionamento final do dente, dependeria da máxima expressão do braquete pré-ajustado, em interação com um fio retangular de diâmetro igual ao da canaleta do braquete (full-size). Os autores afirmaram que seria necessário o uso de fios full-size no final do tratamento para obter o torque desejado, já que fios retangulares de menor calibre produziriam uma folga na canaleta que alteraria o torque. Também afirmaram que a magnitude de variação de torque feita pelo posicionamento errado do braquete no dente, no sentido vertical, seria igual à variação de torque produzida pelo jogo existente entre a canaleta e o fio retangular no momento do encaixe. Por este motivo os autores relataram a importância dos braquetes pré-ajustados, sua interação com o fio retangular e que o mesmo devesse preencher totalmente a canaleta, pois este conjunto seria o que possibilitaria a obtenção do torque adequado ao final do tratamento. Relataram ainda que os tratamentos realizados com braquetes pré-ajustados não deveriam ser vistos clinicamente de forma fácil, quando comparados àqueles com os braquetes Edgewise. Andrews (1983) afirmou que os aparelhos pré-ajustados melhorariam a finalização dos tratamentos, pois estes aparelhos, por terem sido inseridos em seu processo de construção os torques e angulações, proporcionariam um menor tempo de correção e consulta, facilitando o trabalho do ortodontista no que diz respeito à confecção de dobras nos arcos. Quando descreveu a técnica dos braquetes préajustados enfatizou que, desde que a canaleta fosse colocada no centro da coroa clínica e as bases dos braquetes apresentassem corretas inclinações, seria proporcionado um torque adequado ao dente.

9 Considerando-se a evidente modernidade dos sistemas de braquetes autoligados e a importância da precisão dos braquetes na Ortodontia moderna, especialmente quando aplicados acessórios de técnicas pré-ajustadas, optou-se a partir de então em dividir esta revisão da literatura entre estes dois tópicos: braquetes autoligados e precisão dos braquetes ortodônticos. 2.1 Braquetes Autoligados Os braquetes autoligados seriam aqueles que não requerem o uso de uma ligadura elástica ou metálica, mas teriam um mecanismo embutido que poderia ser aberto e fechado para prender o arco no interior da canaleta. Na maioria dos modelos de braquetes autoligados, este mecanismo seria uma face de metal, aberta e fechada com a ponta de um instrumento (HARRADINE, 2008). Nos últimos anos, os braquetes autoligados têm despertado bastante interesse, causando um forte impacto na Ortodontia, uma vez que, desde os primeiros aparelhos ortodônticos, têm-se introduzido modificações objetivando melhorar a liberação de forças e eficiência do operador. Nos dias atuais, um atendimento clínico mais rápido, consultas em intervalo de tempo mais espaçosos e tempo de tratamento diminuído seriam necessários, posto que desde o mais jovem dos pacientes enfrentariam uma quantidade enorme de compromissos. Dentro desta nova postura clínica e científica, poderiam ser incluídos os braquetes autoligados com um dos avanços tecnológicos da Ortodontia moderna (BARBOSA, 2013). Os aparelhos autoligados surgiram no início da década de 30, com o dispositivo de Russel, aplicado por Jacob Stolzenberg. Este braquete consistia em

10 um parafuso horizontal e uma porca que fixava o arco, o que permitia graduar a pressão sobre ele. Devido à dificuldade de sua fabricação, os mesmos não se desenvolveram e caíram no esquecimento (BERGER, 2008; CLOSS et al., 2005). Segundo Berger (2000), o mecanismo deste braquete revolucionário estava contrastando com a abordagem tradicional de amarrar firmemente com ligaduras cada braquete. E para os pacientes do Stolzenberg, que usaram os braquetes de Russell, o tratamento foi consideravelmente mais confortável, com visitas mais curtas ao consultório e tempo mais curtos de tratamento ortodôntico (STOLZENBERG, 1935; STOLZENBERG, 1946). Somente na década de 70, quando os processos manufaturáveis foram mais elaborados, a complexidade mecânica e o refinamento da técnica dos braquetes autoligados foram possíveis. Reapareceram por meio de Wildman et al., em 1972, com o braquete Edgelock, comercializado pela Ormco, que apresentava uma tampa vestibular deslizante, que se abria no sentido oclusal para inserção do arco, com auxílio de um instrumento especial e para fechar usava-se a pressão digital, transformando o braquete em um tubo, criando assim o sistema de braquetes passivo. O Edgelock foi o primeiro braquete autoligado passivo e o primeiro a desfrutar de qualquer tipo de sucesso comercial (BERGER, 2000; WILDMAN et al., 1972). Os fabricantes começaram a se interessar pelo tema e um novo impulso na criação de novos produtos aconteceu. Em 1973, a Forestadent lançou os braquetes Mobil-Lock, projetado por Franz Sander, que precisava de um instrumental específico para abrir e fechar a canaleta, por meio da rotação da tampa vestibular semicircular, possuindo um sistema passivo, assim como o Edgelock. Talvez devido à introdução das ligaduras elásticas, nem um nem o outro ganharam mercado

11 (BERGER, 2000). Em 1980, a Strite Industries lançou no mercado o Speed, com Hebert Hanson, sendo este o primeiro braquete com êxito comercial (HANSON,1980). Na sequência, vários braquetes autoligados foram lançados, aumentando ainda mais a competitividade e oferta de modelos e alternativas para melhor desempenho do profissional na condução do tratamento ortodôntico. De acordo com o grau de pressão do sistema aplicado ao fio, os braquetes autoligados poderiam ser classificados em dois tipos: 1) ativos, quando o sistema pressionaria o fio dentro da canaleta e 2) passivos, quando o sistema permitiria liberdade do fio na canaleta. Outra classificação, mais atual, dividiria os autoligados de acordo com o tipo de sistema de fechamento da canaleta: braquetes autoligados com parede ativa (spring clip) e os autoligados com parede passiva (passive slide) (SATHLER et al., 2011). Braquetes autoligados ativos possuiriam uma mola (spring clip) que armazenaria energia quando pressionada contra o arco, o que garantiria um melhor controle de rotação e de torque. In-Ovation (GAC International, Central Islip, NY), Speed (Strite Industries, Cambridge, Ontario, Canada), e Time (Adenta, Gilching/Munich, Germany) seriam exemplos deste tipo de braquete autoligado (CHEN et al., 2010). Os braquetes autoligados passivos teriam geralmente um clipe ou uma estrutura de deslize rigida que poderia ser fechada e que não invade o lúmen da canaleta, sendo assim, nenhuma força ativa é exercida no arco. Os braquetes Damon (Ormco, Glendora, California) e SmartClip (3M Unitek, Monvoria, California) seriam dois modelos populares de braquetes passivos, apesar da aparência do SmartClip se assemelhar com a de um braquete convencional e não possuir uma

12 estrutura deslizante (CHEN et al., 2010). Porém, Rinchuse e Miles (2007) alegaram que o termo "passivo" seria um tanto inapropriado, posto que, o braquete se comportaria de forma passiva apenas quando os dentes estivessem idealmente alinhados em três dimensões (angulação, torque e in/out) e um fio de menor calibre que não tocasse nas paredes da canaleta. Acreditou-se que as vantagens dos braquetes autoligados estariam relacionadas a baixos níveis de atrito e consequente uso de forças leves. O menor atrito produzido nos braquetes autoligados durante a movimentação ortodôntica, quando comparados com os braquetes convencionais, teria sido demonstrado e quantificado em diversos trabalhos científicos (CACCIAFESTA et al., 2003; KRISHNAN; KALATHIL; ABRAHAM, 2009; LEAL, 2009; LOFTUS et al., 1999; PACHECO et al., 2011; PIZZONI; RAVNHOLT; MELSEN, 1998; READ-WARD; JONES; DAVIES, 1997; REICHENEDER et al., 2007; REICHENEDER et al., 2008; SATHLER et al., 2011; TECCO et al., 2005; TECCO et al., 2007; VOUDOURIS, 1997; VOUDOURIS et al., 2010). Outras vantagens reinvindicadas pelos fabricantes de braquetes autoligados estariam relacionadas à: Menor acúmulo de biofilme dental, de acordo com o estudo de Pellegrini et al. (2009). Porém, Pejda et al. (2013) concluíram em sua pesquisa que os diferentes tipos de braquetes não apresentaram diferenças estatisticamente significativas em parâmetros periodontais clínicos e concluiram que o modelo do braquete não aparentaria uma forte influência nos parâmetros periodontais clínicos e em patógenos periodontais no biofilme subgengival.

13 A habilidade de assegurar um completo e seguro encaixe do arco na canaleta dos braquetes autoligáveis, concomitantemente ao uso de arcos de alta tecnologia, faria do aumento dos intervalos entre as consultas uma etapa possível (SATHLER et al., 2011). Segundo Harradine (2003), um intervalo de oito a dez semanas seriam geralmente apropriados. Menor tempo de tratamento, no qual, segundo Harradine (2001), os braquetes autoligados reduziriam em média 4 meses do tempo de tratamento, diminuem em 24 segundos a colocação e a remoção do fio por arcada e diminuiriam em média 4 visitas por tratamento. Sathler et al. (2011) acreditaram que essa diminuição no tempo total do tratamento ortodôntico se daria, provavelmente, à redução do atrito. Porém, há trabalhos científicos que relataram que não houve uma diferença significante do tempo de tratamento (MILES, 2007; PANDIS; POLYCHRONOPOULOU; ELIADES, 2007; HAMILTON; GROONEWARDENE; MURRAY, 2008; ONG et al., 2010; PANDIS, POLYCHRONOPOULOU; ELIADES, 2010). Menor tempo de cadeira com o paciente (SHIVAPUJA; BERGER, 1994; TURNBULL; BIRNIE, 2007; PADUANO et al., 2008). Maior conforto ao paciente (TECCO et al., 2009; SATHLER et al., 2011). Porém para Scott et al. (2008) não houveram diferenças estatisticamente significantes nos níveis de desconforto percebidos entre aparelhos de sistemas autoligados e convencionais. Maior controle de torque, graças ao completo encaixe do arco no interior da canaleta do braquete autoligado devido à quarta parede ou

14 ao dispositivo embutido, seja num braquete ativo ou passivo, o que permitiria maior controle de rotação. Porém essa possível vantagem não foi comprovada no trabalho realizado por Morina et al. (2008). Menor reabsorção radicular. Apesar das empresas fabricantes alegarem tal vantagem, não houveram diferenças estatisticamente significantes na reabsorção radicular entre os sistemas de braquetes convencionais e autoligados (BLAKE; WOODSIDE; PHAROAH, 1995; PANDIS et al., 2008). Segundo o Dr. Robert Keim (2005), editor da Journal of Clinical Orthodontics, o futuro da Ortodontia se concentra em três áreas: imagens tridimensionais (3D) substituindo a cefalometria bidimensional, braquetes autoligados e minimplantes como ancoragem endóssea (dispositivo de ancoragem temporária). No entanto, Keim (2005) advertiu que há necessidade de provas científicas sólidas antes de aceitarmos as vantagens dos fabricantes sobre braquetes autoligados e que, infelizmente, estariam faltando evidências para a maioria das afirmações atribuidas a estes braquetes. Segundo Noble et al. (2009) a nova geração de ortodontistas tenderia ao uso do sistema de braquetes autoligados, no qual 63,04% dos residentes de Ortodontia dos EUA planejaram utilizar este sistema em sua prática clínica associados à ancoragem absoluta e imagens em 3D. O uso de braquetes autoligados aumentou exponencialmente, quando mais de 42% dos dentistas norte-americanos pesquisados relataram o uso de pelo menos um sistema em 2008, enquanto este valor foi apenas de 8,7% em 2002 (FLEMING; JOHAL, 2010).