Instrumentos e estratégias para o mercado. Colóquio ACBM Ovibeja. 29 de Abril de 2012



Documentos relacionados
PAC pós-2013 e Pacote Leite

Apresentação pela Comissão Europeia das propostas legislativas de reforma da PAC e análise de impacto a 12 Outubro de 2011

Reforma pós-2013 e Pacote Leite

Política Agrícola Comum. PAC pós Impacto Futuro da PAC OVIBEJA ACOS. Eduardo Diniz Diretor do GPP. Auditório do NERBE 28 Abril 2012

Proposta de Reforma da Política Agrícola Comum

Estratégias Futuras na Região Autónoma dos Açores

Desenvolvimento Local. Aula 15. Política de desenvolvimento Rural em Portugal: Principais instrumentos de financiamento para o período

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

Revisão da PAC pós 2013 Impacto e consequências na Agricultura Portuguesa

VII Congresso Ibérico sobre Recursos Genéticos Animais

Cofinanciado pela Comissão Europeia

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

O Futuro da PAC pós 2013 Ponto de situação das negociações

A agricultura portuguesa e o futuro da PAC pós 2013

PROGRAMAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO RURAL

A Política Agrícola Comum pós 2013

2007 / 2013 Novos Desafios

(Atos não legislativos) REGULAMENTOS

o Futuro da PAC pós 2013

Perspectivas do MADRP para a aplicação do LEADER pós 2013

Programa Operacional

Futuro da PAC pós 2013

O Futuro da Agricultura Portuguesa com a nova PAC Perspectiva da Administração

Programa Operacional. Rodrigo Brum Ilhavo 25 de maio de UNIÃO EUROPEIA. Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas

Programa de Desenvolvimento Rural

O Mar no próximo QFP

O Impacto da nova PAC na produção de milho em Portugal

Roteiro do Mar. UNIVERSIDADE DE AVEIRO 23 de fevereiro de 2015 UNIÃO EUROPEIA

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO RURAL PDR 2020

A próxima geração de políticas de coesão para o período

BASE JURÍDICA MISSÃO E PRIORIDADES

Política de Coesão da União Europeia: Processos de negociação e programação

Orçamento Plurianual da UE

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para

Política de Coesão da UE

Reforma do sector das Frutas e Produtos Hortícolas. Reforma do sector das Frutas e Produtos Hortícolas

Colóquio Perspetivar o Montado: Gestão & Ambiente, Economia, Políticas

Política de Coesão

Os fundos e o Desenvolvimento Sustentável. Maria da Graça Carvalho

Programa de Desenvolvimento Rural do Continente para

Política de. Coesão da UE Propostas da Comissão Europeia. Política de. coesão

PAC e Desenvolvimento Sustentável

IV Jornadas da Engenharia Civil Água Pública O Futuro do Regadio em Portugal

PAC POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM.

PROJETO DE RELATÓRIO

O Novo Fundo Europeu na Comissão das Pescas

ACORDO DE PARCERIA PORTUGAL 2020

A Nova PAC: Que implicações na produção de pequenos ruminantes?

Bibliografia:

O PAPEL DA REDE RURAL NACIONAL

PAC Ajudas Diretas aos Agricultores e Programa de Desenvolvimento Rural. Dr. Bruno Dimas. Colóquio PAC e Fiscalidade Agrícola

A PAC pós 2013 e os Desafios para Portugal

Quadro Comum de Acompanhamento e Avaliação - questões comuns de avaliação relação com os domínios Folha 5

Seminário Hortofruticultura A PAC e as ORGANIZAÇÕES de PRODUTORES. A Posição de Portugal nas Negociações da PAC

Seminário Hortofruticultura A PAC e as ORGANIZAÇÕES de PRODUTORES. A Posição de Portugal nas Negociações da PAC

aplicação dos instrumentos financeiros dos FEEI O Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural Instrumentos financeiros

RETIFICAÇÕES. («Jornal Oficial da União Europeia» L 347 de 20 de dezembro de 2013)

Um futuro mais sustentável apoiado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas

nº4 Aumentar a produção agrícola para combater a dívida e a dependência Dados e factos:

Agricultura Biológica Rumo a um novo modelo de produção. Jaime Ferreira Presidente da Agrobio

Agroalimentar, Florestas e Biodiversidade

BASE JURÍDICA MISSÃO E PRIORIDADES

HORTICULTURA ORNAMENTAL ANÁLISE DA ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DO SETOR DA PRODUÇÃO À COMERCIALIZAÇÃO

O PRIMEIRO PILAR DA PAC: I A ORGANIZAÇÃO COMUM DOS MERCADOS

Integração da atividade resineira na (próxima) Política Agrícola Comunitária

PT Unida na diversidade PT A8-0178/12. Alteração. Jacques Colombier, Angelo Ciocca, Olaf Stuger em nome do Grupo ENF

ONDE ESTAMOS A INOVAR? Paisagem de investimento 2020

PERÍODO DE PROGRAMAÇÃO

Agricultura Familiar e Sustentabilidade dos Territórios Rurais Évora, 9 de julho de 2014

O PAPEL ESTRATÉGICO DA AGRICULTURA BIOLÓGICA Jaime Ferreira Lisboa, 19 Abril 2013

UNAC - SEMINÁRIO ANUAL DA FILEIRA DA PINHA/PINHÃO 2016

Os fundos estruturais e o Fundo de Coesão surgem no âmbito da política comunitária que visa reduzir as diferenças de desenvolvimento entre as regiões

O Futuro da PAC. Pagamentos Diretos. Eduardo Diniz 31ª OVIBEJA. Diretor do GPP. Beja / Auditório NERBE / ACOS. 2 de maio de 2014

TOMATE PARA INDÚSTRIA

O Desenvolvimento Rural na PAC pós 2013

PAC: Perspectivas

AgroGLOBAL- Feira do Milho e das Grandes Culturas

DIREÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DO NORTE Direção de Serviços de Controlo e Estatística 2013

O Futuro da PAC. Posição sobre PAC

O papel da abordagem LEADER no DR pós-2013 no contexto do Quadro Estratégico Comum

BOLETIM INFORMATIVO Nº 1

Nota informativa: Comunicação da Comissão sobre o futuro da PAC

A Política de Desenvolvimento Rural da UE para Adelina Moreira dos Reis

VALORIZAÇÃO DA PRODUÇÃO NACIONAL

BOLETIM INFORMATIVO Nº 4

EVOLUÇÃO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS DO SECTOR DAS CARNES

O PRIMEIRO PILAR DA PAC: I A ORGANIZAÇÃO COMUM DOS MERCADOS

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO. de

Medida de apoio à inovação

AGROGLOBAL Aplicação da reforma da PAC 1º Pilar. DATA 10/09/2014 Valada do Ribatejo

Apoio Internacional ao Plano Nacional de Investimento do Sector Agrário (PNISA) e Nutrição. Junho de Matthew Brooke, Delegação da UE, Moçambique

Testes de Diagnóstico

Sistemas de Incentivos do QREN

Desafios para o PDR2020 para o Regadio

SEMINÁRIO NACIONAL DIREITO DA AGRICULTURA E DA PRODUÇÃO AGRO-INDUSTRIAL COIMBRA 9 OUTUBRO 2015 COMENTÁRIOS PEDRO SERRANO O PDR 2020

PORTUGAL 2020 NOVAS OPORTUNIDADES DLBC RURAL DESENVOLVIMENTO LOCAL DE BASE COMUNITÁRIA

Titulo da Apresentação da DRAPLVT

O principal objectivo da Reforma da PAC é o de promover uma agricultura capaz de desempenhar as seguintes funções:

educação TAGUS, 21 de Janeiro de 2015

Programa de Desenvolvimento Rural

Transcrição:

Instrumentos e estratégias para o mercado David Gouveia Director de Serviços de Produção e Mercados Agrícolas Gabinete de Planeamento e Políticas-MAMAOT Colóquio ACBM Ovibeja 29 de Abril de 2012

Produção do ramo agrícola, a preços correntes (Base 2000) 10 6 euros 2008 2009 2010* Bovinos de Carne 515,61 516,29 498,02 Produção Animal 2.746,55 2.597,78 2.615,35 Produção Agrícola 7.037,12 6.761,36 6.998,14 Fonte: I.N.E. (* dados provisórios)

Balanço de aprovisionamento (1.000 t) Fonte: I.N.E. (* dados provisórios)

Fonte: I.N.E. (* dados provisórios)

2004: 253 Kg Fonte: I.N.E.

Perspectivas de evolução futura Aumento produção UE 27 Aumento consumo mundial Redução exportações Maior competição mundial Manutenção de preços altos nas matérias-primas para alimentação animal UE assume-se como driver pelo lado da importação na maioria das matérias-primas agro-alimentares

Objetivos do Governo para o setor agrícola Produzir para reduzir o défice da balança comercial, substituindo importações e aumentando exportações Reforço da organização da produção e aumento da concentração da oferta Regulação da fileira agroalimentar para melhor equilíbrio na distribuição de valor e reforço da posição da produção

1. procura cada vez mais exigente e sofisticada 2. tendências apontam para um crescimento em valor e não em volume 3. maior procura de produtos de melhor qualidade e desejo de consumo de alimentos de maior prestígio 4. constante aumento do número de consumidores que privilegiam, na sua alimentação, a qualidade em detrimento da quantidade Tendências do consumo 5. maior selectividade ao adquirir produtos alimentares de produção industrial 6. substituição e/ou redução do consumo de alguns tipos de produtos 7. crescimento dos adeptos pelo consumo de produtos da agricultura biológica 8. maior procura de produtos tradicionais ou artesanais, preocupação com matéria-prima e processo de produção Cenário económico pode condicionar toda esta evolução remetendo a escolha para o critério preço

Nova realidade: Mercado Global O objectivo de uma maior competitividade das produções agrícolas e pecuárias vai exigir um esforço de adaptação só possível através de: 1. obtenção de escala e/ou de ganhos de produtividade com a introdução de novas tecnologias, para compensar custos mais elevados e preços mais baixos 2. diferenciação do produto com vista à obtenção de uma remuneração mais elevada no mercado Exigência acrescida à produção, identidade da agricultura europeia

1. Ganhos de escala e de produtividade Aumentar grau de concentração da oferta: Organizações de Produtores Aumentar grau de organização da fileira: Organizações Interprofissionais

1. Ganhos de escala e de produtividade Aumentar grau de concentração da oferta: Organizações de Produtores Aumentar grau de organização da fileira: Organizações Interprofissionais

1. Ganhos de escala e de produtividade Concentração da oferta: 25 OP reconhecidas para Carne de Bovino Produção Comercializada 2007 2008 2009 2010 Cabeças abatidas 51.298 84.456 nd 55.436 % da produção total 14% 19% nd 14% Instrumentos: Apoio à comercialização por OP Carne de Bovino (art.º 68) 2007 2008 2009 2010 2011 N.º beneficiários 2.277 1.344 1.745 1.147 2.748 * N.º Animais 40.460 58.085 61.084 49.845 --- Montante (1.000 euros) 494 649 716 1.209 --- % Produção total 11% 13% 14% 12% Fonte: IFAP

2. Diferenciação Equivalência reconhecida entre as partes Reciprocidade na transação de bens Satisfação Sucessivas transacções Fidelização Comportamento recorrente de compra com atitude de defesa face à marca

2. Diferenciação Custos da Qualidade Análise Custo/Benefício custo valor mercado custo valor acrescentado máximo nível da qualidade

2. Diferenciação Qualidade Valor de um produto alimentar remunerável no mercado Standard Segurança alimentar Rastreabilidade Normalização food safety Controlada Rotulagem Facultativa Flexibilidade operador Certificada Privada EUREPGAP Leaf Pública food quality

2. Diferenciação

2. Diferenciação

2. Diferenciação Valor das DOP de Carne de Bovino Carne Mertolenga DOP 2007 2009 Produção (t carcaça novilho) 32 32 Explorações 42 78 Preço ao agrupamento (euro/kg) 3,15 3,55 Fonte: GPP, Inquéritos anuais aos Agrupamentos Gestores

3. Sustentabilidade

3. Sustentabilidade

4. Papel dos operadores 1. Produzir para o mercado Avaliar posicionamento dos produtos Definir objectivos e estratégias próprios Produzir com qualidade 2. Organização Sectorial Consenso e coerência interna Interlocução efectiva e eficaz Integração horizontal e vertical

5. Abordagem Integrada Melhoria do rendimento da atividade sustentabilidade e valor Uso mais eficiente de recursos e redução de custos de produção soluções integradas e organizadas

Estratégias Europa 2020 Perspetivas Financeiras Coesão Competitividade Sustentabilidade Eficácia Produção agrícola Equilíbrio Fileira Objetivos Rendimento agrícola Segurança alimentar Ambiente Território Bem-Estar animal Envolvente Volatilidade OMC e mercado mundial Situação Económica Em curso Propostas Reforma Negociação Aplicação Pacote Leite Normas comercialização Política Qualidade Política Promoção Alinhamento TFUE Pagamentos Diretos Transição 2013 OCM Única RPU viticultores Ajudas art. 43.3 Regulamento Horizontal Financiamento Condicionalidade Gestão e controlo Desenvolvimento Rural Conselho Grupos Trabalho CSA Parlamento Europeu COMAGRI Comissão Europeia Normas aplicação Atos delegados Atos execução Decisões nacionais

Redistribuição das ajudas diretas Aproximação de um terço da diferença entre o nível médio do EM e 90 % da média comunitária Condicionalidade Realinhada Alterações climáticas Apoio não dissociado Ampla gama de setores Até 5% ou 10% das dotações dos pagamentos diretos a decidir pelos Estados- Membros Regime para os jovens agricultores Até 2 % das dotações das ajudas diretas < 40 anos Diversificação das culturas Pastagens permanentes Superfície de interesse ecológico Durante 5 anos Início da atividade Pagamento «ecológico» Apoio aos condicionalismos naturais Para as zonas com condicionalismos naturais Até 5 % das dotações das ajudas diretas 30 % das dotações dos pagamentos diretos Regime de pagamento de base Pagamento nacional ou regional fixo por hectare elegível Escolha de critérios e regiões pelos EM s Novos direitos em 2014 Definição de actividade agrícola Definição de agricultor activo Degressividade e limites máximos (todos os níveis excepto o pagamento ecológico) OU Regime para os pequenos agricultores Simplificação dos pedidos e controlos Pagamento forfetário a determinar pelos Estados- Membros em determinadas condições Aplicação a partir de 2014 com adesão única Até 10 % das dotações dos pagamentos diretos

Estratégia Europa 2020 Quadro Estratégico Comum (QEC) FEADER, FEDER, FSE, Fundo de Coesão, Fundo Europeu Mar e Pescas Reflete Estratégia 2020: Objetivos Temáticos traduzidos em acções chave para os diversos Fundos Contrato de Parceria Documento nacional com a relação entre os fundos e os objectivos UE2020 FEADER Outros Fundos (FEADER, FEDER, FSE, FC, FEMP) Inovação, Ambiente e alterações climáticas temas horizontais Prioridades Promoção Transferência do Conhecimento e Inovação agricultura, Floresta e zonas rurais Melhoria da Competitividade de Todos os tipos de agricultura agriculture E viabilidade das explorações Promoção da Organização da cadeia alimentar e Gestão do risco Melhoria e preservação dos ecossistemas Dependentes da Agricultura e floresta M. ficiência dos recursos e apoio economia de baixo Carbono, risiliente Às alterações climáticas Sectores agrícola, Alimentar E florestal Programa de Desenvolvimento Rural Promoção da Inclusão social, Redução da Pobreza e Desenvolvimento Económico nas zonas rurais

NOVAS DISPOSIÇÕES (DESTAQUE RELEVANTE PARA O SETOR DA CARNE DE BOVINO) Medidas de investimento/modernização das estruturas produtivas A organização do setor e reforço da posição na cadeia de valor das fileiras Gestão de riscos seguros agrícolas O reforço da inovação e cooperação aproximação da investigação e tecnologia da produção projetos em parceria

NOVAS DISPOSIÇÕES (DESTAQUE RELEVANTE PARA O SETOR DA CARNE DE BOVINO) Melhoria da posição negocial da produção Reconhecimento de Organizações de Produtores, Associações de OP s e Organizações Interprofissionais para todos os setores Ligação aos fundos de desenvolvimento rural (medidas de arranque e cooperação) Rede de segurança melhorada Medidas atuais de intervenção e armazenagem ajustadas para melhor resposta Medidas excecionais alargadas a todos os setores Reserva financeira de emergência fora do QFP 2014-2020 para resposta a crises Questões sensíveis para Portugal Falta ambição nos mecanismos de regulação de mercado em todas as etapas da fileira para permitir distribuição equilibrada de valor Concentração da oferta e organização da produção as medidas previstas para o leite devem ser alargadas a todos os setores (relações contratuais e negociação pelas OP) O apoio às Organizações de Produtores no DR deve garantir coerência com objetivos do 1.º Pilar para apoiar aumentos de dimensão e escala e não apenas novas entidades Necessidade de assegurar o acesso a matérias-primas agrícolas nos Estados-Membros tradicionalmente deficitários com recurso aos stocks de intervenção e regimes preferenciais de importação, para redução de custos de produção

Obrigado pela atenção dgouveia@gpp.pt