EXECUÇÃO E FAZENDA PÚBLICA NO NOVO CPC ROGERIO MOLLICA 10/03/2016



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Transcrição:

EXECUÇÃO E FAZENDA PÚBLICA NO NOVO CPC ROGERIO MOLLICA 10/03/2016

Execução serve para a satisfação efetiva do Credor A Execução se faz no interesse do credor e não para proteger o mau pagador (RESP nº 152.892/PR, Min. Garcia Vieira) Art. 797 Princípio da Efetividade da Execução (Art. 612 atual) Princípio da Efetividade da Execução X Menor Onerosidade

CPC Atual Menor Onerosidade Execução Art. 620. Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor. Novo CPC Menor Onerosidade na Execução Art.805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.

Incumbe agora ao Exequente: Indicar os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível (art. 798, II, c do Novo CPC) Art. 829 2o A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante demonstração de que a constrição proposta lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.

CPC Atual Art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II - veículos de via terrestre; III - bens móveis em geral; IV - bens imóveis; V - navios e aeronaves; VI - ações e quotas de sociedades empresárias; VII - percentual do faturamento de empresa devedora; VIII - pedras e metais preciosos; Novo CPC Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; ( ) III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; ( ) IV - veículos de via terrestre; V - bens imóveis; VI - bens móveis em geral; VII - semoventes; VIII - navios e aeronaves; IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;

CPC Atual IX - títulos da dívida pública da União, Estados e Distrito Federal com cotação em mercado; X - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; XI - outros direitos. Novo CPC X - percentual do faturamento de empresa devedora; XI - pedras e metais preciosos; XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; XIII - outros direitos. 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto. 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.

CPC Atual Substituição Penhora Art. 656. A parte poderá requerer a substituição da penhora: I - se não obedecer à ordem legal; II - se não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o pagamento; III - se, havendo bens no foro da execução, outros houverem sido penhorados; IV - se, havendo bens livres, a penhora houver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame; V - se incidir sobre bens de baixa liquidez; VI - se fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou Novo CPC Substituição Penhora Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se: I - ela não obedecer à ordem legal; II - ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o pagamento; III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados; IV - havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame; V - ela incidir sobre bens de baixa liquidez; VI - fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou

CPC Atual VII - se o devedor não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações a que se referem os incisos I a IV do parágrafo único do art. 668 desta Lei. 1 o É dever do executado (art. 600), no prazo fixado pelo juiz, indicar onde se encontram os bens sujeitos à execução, exibir a prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus, bem como abster-se de qualquer atitude que dificulte ou embarace a realização da penhora (art. 14, parágrafo único). 2 o A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, mais 30% (trinta por cento). Novo CPC VII - o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações previstas em lei. Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.

Melhor Regulamentação da Penhora on line Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução. 1 o No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, o que deverá ser cumprido pela instituição financeira em igual prazo. 2 o Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será intimado na pessoa de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente. 3 o Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que: I - as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis; II - ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos financeiros. 4 o Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do 3 o, o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade irregular ou excessiva, a ser cumprido pela instituição financeira em 24 (vinte e quatro) horas.

Execução Contra a Fazenda Pública Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução (...) 4 o Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo, objeto de cumprimento. 5 o Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considerase também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.

6 o No caso do 5 o, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica. 7 o A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no 5 o deve ter sido proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda. 8 o Se a decisão referida no 5 o for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. Mesma previsão no art. 525, 15º, no cumprimento de sentença entre particulares.

Honorários Advocatícios Título EXTRAJUDICIAL Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado. [...] 2º O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente.

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: [...] 2o A multa e os honorários a que se refere o 1o do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. (Entendimento atual do STJ é contrário)

Constrangimento do Devedor Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e o oficial de justiça os cumprirá. [...] 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes. 4o A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo. 5o O disposto nos 3o e 4o aplica-se à execução definitiva de título judicial.

Medidas Atípicas Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: (...) IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

Protesto de Decisão Transitada em Julgado Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão. 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado. 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.

O PROBLEMA DAS EXECUÇÕES FISCAIS Quase 1/3 dos processos em tramitação são Execuções Fiscais. Em Estados como SP, as EFs são quase 50% dos processos em tramitação Muitos Processos, com tramitação Demorada e resultados arrecadatórios muito baixos Não há como se propagar celeridade processual sem uma profunda alteração na Lei de Execuções Fiscais Novo CPC só será aplicado de forma subsidiárias às Execuções Fiscais

O PROBLEMA DAS EXECUÇÕES FISCAIS Comunicado IPEA 83 (2011): Tempo médio de tramitação das EFs na JF: 8 anos, 2 meses e 9 dias Tempo médio gasto com o processo: 10 h e 26 min Muito tempo parado Arrecadação Média nas EFs PGFN - R$ 23.751,18 Conselhos Fiscalização: R$ 1.228,16 Custo efetivo de cada EF (excluídos custo de processamento, embargos e Recursos): R$ 4.368,00

O PROBLEMA DAS EXECUÇÕES FISCAIS Na Justiça Federal: UF é autora de 59,02% das EFs Conselhos de Fiscalização de 36,40% Problema das cobranças dos Conselhos de Fiscalização: - valores baixos (em média R$ 1.000,00) - custo do processo maior do que o valor a ser arrecadado - muito volume - utilizam estrutura do Judiciário para cobrar de graça as suas dívidas

Problemas no Contencioso Administrativo repercutem nas Execuções Fiscais Viés pró-fisco nas decisões administrativas Desempate em Conselhos Paritários geralmente por parte de representante do Fisco (exceção TIT / SP) Suspeitas de corrupção e o Novo CARF Sucessivos parcelamentos incentivados (ex. REFIS) que estimulam que contribuintes não paguem os tributos em dia e paguem posteriormente com expressiva redução de multa, juros e encargos.

Ineficiência no recebimento dos valores Dívida Ativa da União (DAU) corresponde a 50% do valor de toda dívida da União Federal Números da Dívida Ativa inchados, pois incluem muitos débitos prescritos, em duplicidade, etc. Arrecadação de menos de 1% do estoque da dívida só aumentando quando abertos parcelamentos incentivados. Não recebimento além de causar impactos nas contas públicas, distorce os mercados, pois os que não pagam e não são cobrados ficam em vantagem em relação aos bons pagadores

Problemas no recebimento via EFs: Execução dos Créditos perto do prazo prescricional, sendo que muitas vezes as empresas não mais existem (muitas fecham nos primeiros anos) Não localização do devedor ou de bens processo arquivado prescrição intercorrente somente 60% das EFs vencem a etapa da citação somente 15% conduzem a penhora e 2,5% resulta em leilão Varas Especializadas em EFs com enorme acervo e com problemas estruturais e de falta de funcionários Não existe um monitoramento dos bens dos grandes devedores

Proposta para instituir a penhora administrativa para União, Estados, Municípios e respectivas autarquias, como modo alternativo à execução fiscal prevista pela Lei nº 6.830/80. - Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 174, de 1996, do Senador Lúcio Alcântara - PLS nº 10/2005, do Senador Pedro Simon Proposta para execução administrativa, não apenas a penhora: - Projeto de Lei da Câmara de Deputados n. 5.615, de 2005, do Deputado Celso Russomano - Projeto de Lei 2.412/2007, do Deputado Regis de Oliveira Proposta de constrição preparatória da execução judicial - Projeto de Lei 5.080/2009

Execução administrativa Espanha, França, Bolívia Execução judicial com constrição administrativa de bens (penhora administrativa) México, Peru, Chile, Argentina Execução exclusivamente judicial - Brasil Dualidade de meios execuções administrativas e judiciais - EUA Execução judicial com fases administrativas para atos de notificação e outras providências pela Administração

Lei de Execuções Fiscais No dia 14/11/2014, foi publicada a Lei nº 13.043/14, que em seu artigo 73 alterou a Lei de Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80) para prever expressamente a possibilidade de garantia de Execuções Fiscais por meio de seguro garantia. Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá: I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de crédito, que assegure atualização monetária; II - oferecer fiança bancária ou seguro garantia; III - nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou IV - indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda Pública. (...) 2 o Juntar-se-á aos autos a prova do depósito, da fiança bancária, do seguro garantia ou da penhora dos bens do executado ou de terceiros. 3 o A garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia, produz os mesmos efeitos da penhora.

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. SEGURO-GARANTIA. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. LEI 13.043/2014. MODALIDADE EXPRESSAMENTE INSERIDA NA LEI DE EXECUÇÃO FISCAL. ART. 9, II, DA LEF. NORMA PROCESSUAL. APLICABILIDADE IMEDIATA. CABIMENTO. 1. Cinge-se a controvérsia a definir se o seguro garantia judicial pode ser utilizado, em Execução Fiscal, como modalidade de garantia da dívida. 2. A jurisprudência do STJ, em atenção ao princípio da especialidade, era no sentido do não cabimento, uma vez que o art. 9 da LEF não contemplava o seguro-garantia como meio adequado a assegurar a Execução Fiscal. 3. Sucede que a Lei 13.043/2014 deu nova redação ao art. 9, II, da LEF para facultar expressamente ao executado a possibilidade de "oferecer fiança bancária ou seguro garantia". A norma é de cunho processual, de modo que possui aplicabilidade imediata aos processos em curso. 4. Não merece acolhida, portanto, a pretensão da Fazenda Pública do Estado de São Paulo de impedir que a dívida seja garantida mediante oferecimento de seguro-garantia. 5. Recurso Especial não provido. (REsp 1508171/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/03/2015, DJe 06/04/2015 (g.n.)

Portaria PGFN nº 164, de 27 de fevereiro de 2014 Só aplicável para débitos inscritos em dívida ativa (art. 1º) Não se aplica o acréscimo de 30% previsto no CPC (art. 3º, 2º) Art. 5º O seguro garantia judicial para execução fiscal somente poderá ser aceito se sua apresentação ocorrer antes de depósito ou da efetivação da constrição em dinheiro, decorrente de penhora, arresto ou outra medida judicial. Parágrafo único. Excluindo-se o depósito e a efetivação da constrição em dinheiro decorrente de penhora, arresto ou outra medida judicial, será permitida a substituição de garantias por seguro garantia judicial para execução fiscal, desde que atendidos os requisitos desta Portaria.

Art. 10. Fica caracterizada a ocorrência de sinistro, gerando a obrigação de pagamento de indenização pela seguradora: I- no seguro garantia judicial para execução fiscal: a) com o não pagamento pelo tomador do valor executado, quando determinado pelo juiz, independentemente do trânsito em julgado ou de qualquer outra ação judicial em curso na qual se discuta o débito, após o recebimento dos embargos à execução ou da apelação, sem efeito suspensivo; b) com o não cumprimento da obrigação de, até 60 (sessenta) dias antes do fim da vigência da apólice, renovar o seguro garantia ou apresentar nova garantia suficiente e idônea.

Aplicação Subsidiária do Novo CPC às Execuções Fiscais Novo CPC: manteve as mesmas regras quanto à atribuição de efeito suspensivo aos Embargos à Execução Fiscal: a) da demonstração dos requisitos para concessão da tutela provisória (art. 300, abaixo); b) apresentação de garantia à execução Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. 1o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. 2o Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. 3o Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. 4o A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante. 5o A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens.

CPC 2015 Competência para Julgar Execução Fiscal é do foro do domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. (...) 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.

MUITO OBRIGADO rmollica@crsa.com.br