PERCEPÇAO E INSATISFAÇÃO CORPORAL EM ESCOLARES DA REDE PRIVADA DE ENSINO, DA CIDADE DE MARINGÁ-PR



Documentos relacionados
ESTADO NUTRICIONAL EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA, USUÁRIAS E NÃO USUÁRIAS DE TERAPIA HORMONAL

ESTADO NUTRICIONAL DE COLABORADORES DE REDE HOTELEIRA

INSATISFAÇÃO CORPORAL E COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE PRIVADA DE ENSINO, DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

IMAGEM CORPORAL DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Avaliação nutricional e percepção corporal em adolescentes de uma escola pública do município de Barbacena, Minas Gerais

Avaliação do Índice de Massa Corporal em crianças de escola municipal de Barbacena MG, 2016.

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO RISCO CARDIOVASCULAR DA CORPORAÇÃO DE BOMBEIROS DE MARINGÁ/PR

PREVALÊNCIA DO TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA EM UNIVERSITÁRIAS

25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas

QUAL O IMC DOS ALUNOS CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS AO ENSINO MÉDIO NO IFTM CAMPUS UBERLÂNDIA?

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE IDOSOS FREQUENTADORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA

RELAÇÃO ENTRE O NOVO ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS. Ivair Danziger Araújo

FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE CAMBIRA- PR

PERFIL NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS QUE FREQUENTAM OS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE JANDAIA DO SUL PR

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

XX Encontro Anual de Iniciação Científica EAIC X Encontro de Pesquisa - EPUEPG

TÍTULO: ACURÁCIA DA ESTIMAÇÃO DO PRÓPRIO TAMANHO CORPORAL E DE OUTROS INDIVÍDUOS E ATIVIDADE FÍSICA EM UNIVERSITÁRIOS

Avaliação da Imagem Corporal de adolescentes estudantes do IF Sudeste MG - Câmpus Juiz de Fora

RELAÇÃO ENTRE INDICADORES DE MUSCULATURA E DE ADIPOSIDADE COM MASSA CORPORAL E RISCO CARDIOVASCULAR EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

ÍNDICE. CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO Introdução Pertinência do trabalho Objectivos e Hipóteses de Estudo...

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

PERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL EM ESCOLARES DE 06 A 10 ANOS DE IDADE DA CIDADE DE UBERLANDIA- MG.

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM CRIANÇAS DE UMA CRECHE NA CIDADE DE FORTALEZA UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

INTERAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, COM FLEXIBILIDADE E FLEXÕES ABDOMINAIS EM ALUNOS DO CESUMAR

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ESCOLARES DA REDE DE ENSINO PÚBLICA E PRIVADA EM UMA CIDADE DA REGIÃO NORTE RESUMO

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DAS ESCOLAS DE CANÁPOLIS/MG E CAMPO ALEGRE DE GOIÁS/GO

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES ATENDIDAS NOS ESF DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO NO ANO DE 2007

ANÁLISE COMPARATIVA DE SOBREPESO E OBESIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA PARTICULAR E UMA ESCOLA PÚBLICA DE FORTALEZA.

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DE ALUNOS DO PROJETO ESCOLA DA BOLA COM BASE NOS TESTES DA PROESP-BR

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DE COLABORADORES DE UMA PANIFICADORA

AUTOR(ES): LUIS FERNANDO ROCHA, ACKTISON WENZEL SOTANA, ANDRÉ LUIS GOMES, CAIO CÉSAR OLIVEIRA DE SOUZA, CLEBER CARLOS SILVA

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

COMPOSIÇÃO CORPORAL: análise e comparação entre alunos do ensino fundamental do município de Muzambinho e Guaxupé

FATORES ASSOCIADOS À DESISTÊNCIA DE PROGRAMAS MULTIPROFISSIONAIS DE TRATAMENTO DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: RELAÇÃO ENTRE INATIVIDADE FÍSICA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS DA REDE MUNICIPAL DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO PE.

Professora adjunta da Faculdade de Nutrição/UFPEL Campus Universitário - UFPEL - Caixa Postal CEP

3. Material e Métodos

Os escolares das Escolas Municipais de Ensino Fundamental

AUTO-PERCEPÇÃO DO PESO E DA IMAGEM CORPORAL EM ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL E AUTOESTIMA EM ADOLESCENTES ESCOLARES

Aluna do curso de Graduação em Nutrição da UNIJUÍ, bolsista PIBIC/ UNIJUI, 3

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS POLICIAIS MILITARES DE UM BATALHÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO RIO DE JANEIRO

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS ATENDIDAS NA USF VIVER BEM DO MUNICIPIO DE JOÃO PESSOA-PB

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

RESUMO INTRODUÇÃO: Pessoas com sintomas de ansiedade apresentam maiores níveis de pressão arterial. A presença de ansiedade está associada com as

V CONGRESSO SUDESTE DE CIÊNCIAS DO ESPORTE

AUTO RELATO DE PERCEPÇÃO CORPORAL E PRÁTICA DE DIETA EM UMA POPULAÇÃO DO NOROESTE GAÚCHO 1. Joseane Pazzini Eckhardt 2, Taiana Bones 3.

ESTADO NUTRICIONAL E RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS

COMO É A PERCEPÇÃO CORPORAL DE USUÁRIOS DE SERVIÇO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE?

A AMAMENTAÇÃO PODE PREVENIR A OBESIDADE INFANTIL?

Determinantes comportamentais do excesso de peso e obesidade em adolescentes de 17 anos estudo EPITeen

PERCEPÇÃO CORPORAL E BIOIMPEDÂNCIA TETRAPOLAR DE ESTUDANTES DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICALO

EXCESSO DE PESO, OBESIDADE ABDOMINAL E NÍVEIS PRESSÓRICOS EM UNIVERSITÁRIOS

PERFIL DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DOS ESCOLARES INGRESSOS NO INSTITUTO FEDERAL DO TOCANTINS Campus Paraíso do Tocantins

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE ESCOLARES DE 10 A 14 ANOS DA CIDADE DE JOAÍMA, SITUADA NA ZONA DO MÉDIO JEQUITINHONHA - MINAS GERAIS RESUMO

Comitê de Gestão de Indicadores de Fatores de Risco e Proteção

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA CONCEPÇÃO DO USO DE SUPLEMENTOS ESPORTIVOS ENTRE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA EM NATAL/RN

EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

Portugal é caracterizado por uma alta prevalência de excesso de peso e obesidade nas mulheres, sendo que o aumento de peso acontece mais abruptamente

INSATISFAÇÃO CORPORAL E COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM FREQUENTADORES DE ACADEMIA

ESTADO NUTRICIONAL E O CONSUMO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA PRIVADA DE MARINGÁ - PR

DESEMPENHO MOTOR DE ADOLESCENTES OBESOS E NÃO OBESOS: O EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR

IMC DOS ALUNOS DO 4º PERÍODO DO CURSO TÉCNICO EM ALIMENTOS DO INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS CAMPI/INHUMAS.

Graduanda do Curso de Nutrição FACISA/UNIVIÇOSA. 2

DIFERENÇAS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES RESUMO

PNS Pesquisa Nacional de Saúde 2013 Ciclos de vida, Brasil e grandes regiões Volume 3

SATISFAÇÃO CORPORAL DE ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA DE REDE PRIVADA ATRAVÉS DO TESTE DE STUNKARD

1 Professores do Curso de Educação Física, NOVAFAPI

INTRODUÇÃO PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO OBJECTIVOS METODOLOGIA RESULTADOS CONCLUSÕES

Correlação entre Índice de Massa Corporal e Circunferência de Cintura de Adolescentes do Município de Botucatu SP

DIAGNÓSTICO DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE INFANTIL NO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CORNÉLIO PROCÓPIO

ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MATRICULADAS EM DUAS ESCOLAS MUNICIPAIS DA CIDADE DE MARIALVA PR

O CLIMATÉRIO, O ESTADO NUTRICIONAL E PERFIL LIPÍDICO NAS DIFERENTES FAIXAS DE IDADE 1

ANÁLISE DO CRESCIMENTO CORPORAL DE CRIANÇAS DE 0 À 2 ANOS EM CRECHES MUNICIPAIS DE GOIÂNIA

PERFIL MOTOR DE ESCOLARES SOBREPESOS E OBESOS DE AMBOS OS SEXOS NA FAIXA ETÁRIA DE 9 E 10 ANOS

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL (RCQ ) E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM ESTUDANTES

LEVANTAMENTO DOS FATORES DE RISCO PARA OBESIDADE INFANTIL E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ENTRE ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE REDENÇÃO-CE

Epidemiologia da Síndrome Metabólica e as Consequências na Obesidade Infantil no T.O.I do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul

ESTILO DE VIDA E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ADOLECENTES DE NÍVEL MÉDIO DE UMA ESCOLA ESTADUAL DA CIDADE DE MARIALVA/PR

RESUMO Dezembro 2013

ANTROPOMETRIA, FLEXIBILIDADE E DESEMPENHO MOTOR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE FUTSAL.

EFEITOS DE DOIS PROTOCOLOS DE TREINAMENTO FÍSICO SOBRE O PESO CORPORAL E A COMPOSIÇÃO CORPORAL DE MULHERES OBESAS

Professores: Roberto Calmon e Thiago Fernandes

Prevalência de sobrepeso e/ou obesidade infantil na cidade de Campos dos Goytacazes/RJ

TÍTULO: ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO QUESTIONÁRIO HOLANDES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

TÍTULO: AUTO IMAGEM E SATISFAÇÃO CORPORAL EM UNIVERSITÁRIOS DAS ÁREAS DE EXATAS E SÁUDE

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE GUARAPUAVA, PR. PALAVRAS-CHAVE: crianças; diagnóstico nutricional; obesidade; desnutrição.

PERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL DE ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA ESTADUAL DE SANTA MARIA (RS) 1

Avaliação da Composição Corporal: Uma importante ferramenta no controle do treino. Me. Ruy Calheiros

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO PERFIL SÓCIO ECONÔMICO DE ADOLESCENTES

Manual Básico. Antho WHO

INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS E O RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM UM GRUPO DE IDOSOS PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO

Transcrição:

25 a 28 de Outubro de 2011 ISBN 978-85-8084-055-1 PERCEPÇAO E INSATISFAÇÃO CORPORAL EM ESCOLARES DA REDE PRIVADA DE ENSINO, DA CIDADE DE MARINGÁ-PR Débora Favoretto¹, Naiara Caleffi Cabral 1, Angela Andreia França Gravena 2, Isabelle Zanqueta Carvalho² RESUMO: A criança, durante a fase escolar começa formar sua própria visão da imagem corporal, reconhecendo que diversos tipos de aparência podem ser mais ou menos desejável. A insatisfação corporal é um problema que afeta ambos os sexos e atualmente tem se agravado devido aos padrões de beleza estabelecidos pela mídia. O objetivo desta pesquisa é analisar a relação entre a percepção e insatisfação da imagem corporal com o estado nutricional e influência dos responsáveis. Para tal análise, como metodologia, foi realizado um estudo quantitativo com coleta de dados transversal, no qual foi feito avaliação da percepção e insatisfação corporal, avaliação do estado nutricional e influência dos responsáveis sobre a imagem corporal de 190 escolares, com idade entre 7 a 10 anos, de ambos os sexos. Foi aplicado um questionário de auto preenchimento com uma escala de imagem corporal - Children's Figure Rating Scale e outro direcionado aos responsáveis das crianças com questões objetivas referentes à percepção e preocupação com o peso dos mesmos. Para a avaliação antropométrica, foi mensurada a estatura, peso e posteriormente classificação do IMC. O valor de IMC encontrado foi analisado na tabela de Escore-Z da World Health Organization (WHO). Para análise estatística, foi utilizado o teste χ 2. O nível de significância foi fixado em p<0,05. As análises foram realizadas no software Statistica 7.0. Teve-se como resultado uma alta insatisfação corporal entre as crianças, um grande número de indivíduos mesmo com o estado nutricional adequado também se encontraram insatisfeitos, e também uma preocupação significativa dos responsáveis em relação ao peso das crianças. PALAVRAS-CHAVE: Escolares, estado nutricional, imagem corporal. 1 INTRODUÇÃO A imagem do corpo humano é a figura de nosso próprio corpo que formamos em nossa mente (SCHILDER, 2000). Esta imagem pode ser influenciada por inúmeros fatores de origem física, psicológica, ambiental e cultural dentro da subjetividade de cada sujeito, tais como sexo, idade, meios de comunicação, crenças, raça e valores (RICCIARDELLI, 2000). Aos dois anos, a maioria das crianças possui auto-percepção e pode reconhecer a imagem de seu corpo refletida num espelho. Estas também formam imagens do que não é atraente, ou seja, de como não deveriam se parecer. Gradualmente, o corpo vai 1 Acadêmicas do Curso de Nutrição do Centro Universitário de Maringá CESUMAR, Maringá Paraná. programa de Iniciação Científica do Cesumar (PICC). b_favoretto@hotmail.com, naiarinha159@hotmail.com 2 Professoras do Curso de Nutrição do Centro Universitário de Maringá CESUMAR. angelafranca_@hotmail.com, isabellezanquetta@ig.com.br

representando, aos seus próprios olhos, a sua identidade e, aos poucos, elas começam a pensar sobre como os outros vêem a sua aparência (CASTILHO, 2001). Diante desses fatos, esta pesquisa tem como objetivo investigar a percepção, insatisfação e a influência do estado nutricional e dos responsáveis na insatisfação corporal em escolares do município de Maringá Pr. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de um estudo quantitativo com coleta de dados transversal, no qual foi realizado avaliação da percepção e insatisfação corporal, avaliação do estado nutricional e influência dos responsáveis sobre a imagem corporal de escolares, com idade entre 7 a 10 anos, de ambos os sexos. A amostra foi calculada a partir do número total de escolares, de uma escola pública da cidade de Maringá, Paraná, regularmente matriculados (N = 213 escolares), levando-se em consideração a prevalência da variável analisada (excesso de peso) embasado nos dados da literatura, estimado em 15,3%, com precisão de 5% e intervalo de confiança de 95%. Adicionou-se 20% no total do cálculo da amostra como critério de confusão totalizando 124 escolares. Ao realizar a coleta de dados, 190 alunos se interessam em participar da pesquisa. O local da coleta de dados foi em Para a avaliação do estado nutricional foram coletados: peso e estatura. Para coleta do peso foi utilizada uma balança digital (Plenna) com capacidade de 150 kg e precisão de 100g, para mensuração da estatura foi utilizada uma fita métrica da marca Sanny com escala em centímetros, com capacidade de 2 m. A partir dos dados obtidos (peso e altura) foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC), (Quetelet, 1942), dividindo o peso em quilogramas (Kg) pela estatura em metro (m²) resultando em um valor expresso em Kg/m². O valor de IMC encontrado foi analisado na tabela de Escore-Z da World Health Organization (WHO), 2007. O Escore-Z obtido foi classificado de acordo com o protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS), 2006, adotado pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) em 2008. Para análise da auto-percepção e prevalência de insatisfação corporal, foi utilizado o questionário de auto preenchimento que contêm uma escala de imagem corporal - Children's Figure Rating Scale. Essa escala contém nove silhuetas numeradas, com extremos de magreza e gordura com altura estável, e apresentada separadamente, segundo o sexo. A criança selecionou uma figura que acreditava ser compatível com seu tamanho real e outra que indicava o tamanho ideal (aquele que ela mais gostaria de se parecer). O grau de insatisfação com o corpo foi dado pela diferença entre as figuras real e ideal, sendo que os valores poderiam variar de - 8 a 8. Graus positivos indicaram que a criança desejava um corpo menor. A variável insatisfação com o corpo foi categorizada em dois estratos - satisfeitos e insatisfeitos, sendo consideradas satisfeitas todas as crianças que tiverem grau zero como resultado da diferença entre as figuras real e ideal na escala de imagem corporal. Para avaliação da influência dos responsáveis na percepção e insatisfação corporal dos escolares, foi enviado um questionário com questões objetivas referentes à percepção e preocupação com o peso dos mesmos. Para análise estatística, foi utilizado o teste χ 2, ou exato de Fisher. O nível de significância foi fixado em p<0,05. As análises foram realizadas no software Statistica 7.0. Também foi utilizado o teste Mann-Whitney para detectar diferenças entre as variáveis idade, peso, estatura e IMC entre o sexo dos estudantes. O teste Exato de

Fischer foi utilizado para analisar a associação entre o estado nutricional e percepção corporal. O nível de significância foi fixado em p<0,05. As análises foram realizadas utilizando o software Statistica 7.0. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário de Maringá (CESUMAR). RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram analisados 190 crianças e adolescentes matriculados em escola privada com idade entre 7 a 10 anos. O estado nutricional analisado através do IMC demonstrou que a maioria dos adolescentes se enquadrou em IMC adequado com 46,3%. Vale ressaltar a prevalência de IMC elevado e excesso de peso, com 28,4% ao sexo feminino e 18,9% ao sexo masculino. Os dados da atual pesquisa demonstram percentuais maiores de excesso de peso (18,9%) quando comparados ao trabalho de Fernandes (2007). Este autor ao avaliar o estado nutricional de crianças e adolescentes encontrou que o excesso de peso (IMC > percentil 85), estava presente em 11,5% da amostra, não havendo diferenças entre ambos os sexos, diferenciando do trabalho em questão no qual o excesso de peso foi maior no sexo masculino (27, 6%). Analisando a autopercepção corporal declarado pelos estudantes, segundo análise de silhuetas, observou-se que 73,2% (139) estão insatisfeitos com o peso corporal, no qual 82,0% (114) desejam ter um corpo menor. A relação entre o estado nutricional e autopercepção mostrou que aqueles com IMC inferior e superior ao ideal apresentaram maior proporção de insatisfação, embora um grande número de crianças com IMC adequado também se encontraram insatisfeitos (63,6%), (tabela 1). Com relação aos questionários preenchidos pelos pais, verificou-se que apenas 79 (41,6%) pais responderam os mesmos. Dentre estes, 47 (59,5%) relataram preocupação quanto ao peso dos filhos. Os mesmos, correspondendo a 57 pais (72,2%), identificam o peso dos filhos como sendo normal, 16 (20,3%) um pouco gordo, 2 (2,5%) gordo e 4 (5,0%) magro. Quanto ao desejo de alteração de peso corporal segundo opinião dos pais que se preocupam com o peso dos filhos, 11 (13,9%) desejam que os filhos mantenham o mesmo peso, 26 (32,9%) que emagreça e 10 (12,7%) que ganhe peso. Observou-se que o grau de insatisfação da percepção corporal dos filhos de pais preocupados com o peso foi de 72,3%. De acordo com Dutra e Lobo (2008) o vínculo entre mãe e filho e o modo com que a mãe demonstra afeto ou preocupação, é um fator de risco para o surgimento de transtornos alimentares. Ou seja, quando a criança não recebe a atenção necessária da mãe, ou quando a família passa por um período de turbulência, o filho terá muito mais chances de ser gordo na infância e assim continuar (TAVARES, 2003).

Figura 1. Distribuição do estado nutricional dos estudantes avaliados segundo sexo. Maringá, Pr, 2011. Tabela 1. Relação entre a autopercepção da imagem corporal e o estado nutricional dos estudantes. Maringá-PR, 2011. IMC Insatisfeito Satisfeito N % n % p* Muito baixo IMC 2 100,0 - - Baixo IMC 1 100,0 - - Vigilância para baixo IMC 7 77,8 2 22,2 0,07 IMC adequado 56 63,6 32 36,4 Vigilância para IMC elevado 41 75,9 13 24,1 Excesso de peso 32 88,9 4 11,1 *Teste Exato de Fischer CONCLUSÃO O presente estudo mostrou que a maioria das crianças apresentou peso adequado para idade, porém, destaca-se um grande número em vigilância para IMC elevado e excesso de peso, sendo este maior no sexo masculino. Altos índices de insatisfação foram constatados, um grande número de crianças mesmo com o estado nutricional adequado também se encontraram insatisfeitos, sendo que o maior desejo era por um corpo menor. Ao se estudar a influência e preocupação dos pais com os pesos dos filhos, encontrou-se que pais preocupados apresentaram filhos com grau de insatisfação da percepção corporal. Esses dados revelam que os pais são influências importantes em relação à aparência de seus filhos. REFERÊNCIAS FRANÇA AP, ALDRIGHI JM, MARUCCI MFT. Fatores associados à obesidade global e à obesidade abdominal em mulheres na pós-menopausa. Rev. Brasileira de Saúde Materno Infantil. 2008.

GAMBACCIANI M, CIAPONI M, CAPPAGLI B, DE SIMONE L, ORLANDI R, GENAZZANI AR. Prospective evaluation of body weight and body fat distribution in early postmenopausal women with and without hormonal replacement therapy. Maturitas. 2001; 39: 125-32. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Índices e Preços. Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003. Rio de Janeiro; 2004. JUNIOR JSTL, NETO AMP, PAIVA LHSC, PEDRO AO. Variação no Índice de Massa Corporal em Usuárias de Terapia de Reposição Hormonal. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. vol.22 no.4 Rio de Janeiro, 2000. MONTEIRO CA. Epidemiologia da obesidade. In: Halpern A, Mattos AFG, Suplicy H, Mancini M, Zanello MT. Obesidade. São Paulo: Lemos; vol.8 no.1 SP./Mar. 1998. PEREIRA RA, MARINS VMR, SICHIERI R. Nutritional profile of adult people in the municipality of Rio de Janeiro, Brazil 1996. In: Abstract of XVI International Congress of Nutrition; 1997 Jul 27-Aug 1; Montréal, Canada. Montréal: International Union of Nutritional Sciences;, v.23(8):1867-1876, 1997. SOWERS M, ZHENG H, TOMEY K, KARVONEN GC, JANNAUSCH M, LI X, et al.. Changes in body composition in women over six years at midlife: ovarian and chronological aging. J Clin Endocrinol Metab. 2007;92(3):895-901.