CARTILHA BOAS PRÁTICAS. Manta de Borracha. volume 2



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Transcrição:

CARTILHA BOAS PRÁTICAS Manta de Borracha volume 2

CARTILHA BOAS PRÁTICAS Manta de Borracha volume 2

créditos Autores Diagramação e arte Revisão Realização Apoio Financiador Patrícia Cota Gomes, Helga Yamaki, Márcio Souza, Pedro Pereira de Castro, Agnaldo do Livramento, Natalia Guerrero Vitor Flynn Paciornik Marcelo Salazar, Jeferson Straatmann, Raquel Santos Instituto Socioambiental (ISA) Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) Associação Cultura Franciscana (ACF) Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP); Scott Tech; Mercur; Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Fundo Vale setembro 2012

sumário apresentação Introdução manta de borracha uma palavrinha final 5 7 11 17

Apresentação Esta cartilha faz parte de uma série de volumes que trata das boas práticas de manejo e beneficiamento de alguns dos principais produtos florestais não madeireiros manejados pelos ribeirinhos moradores das Reservas Extrativistas da Terra do Meio: a Resex do Rio Iriri, a Resex Riozinho do Anfrísio e a Resex do Rio Xingu. Neste segundo volume, trataremos da borracha extraída da Hevea brasiliensis, espécie arbórea cujo látex contribuiu para um dos mais importantes ciclos de desenvolvimento econômico do país, por quase cinquenta anos, a partir da Amazônia.

6 cartilha coco babaçu Esta publicação foi produzida a partir do resultado de um trabalho de estímulo à retomada da produção da borracha nas Resex da Terra do Meio, e busca de mercado diferenciado para a produção extrativista, aliado a desenvolvimento de alternativas para agregação de valor para a produção. O objetivo desta cartilha é registrar, de uma forma simples e visual, o conhecimento desenvolvido sobre as boas práticas para o manejo e fabricação de mantas de borracha, permitindo sua replicação em outras comunidades e contribuindo para a busca de alternativas econômicas para populações que dependem dos produtos da floresta para sua subsistência. Boa leitura!

Introdução A região que ficou conhecida como Terra do Meio está localizada no sudoeste do Estado do Pará, abrangendo os municípios de Altamira e São Félix do Xingu, e é considerada pelo Ministério do Meio Ambiente como uma região de alta prioridade para conservação da biodiversidade. A região é extensa, com florestas bem conservadas e território de muitos povos indígenas, extrativistas e agricultores familiares. Na Terra do Meio estão localizadas três Reservas Extrativistas: a Resex do Rio Iriri, Resex Riozinho do Anfrísio e Resex do Rio Xingu, que juntas totalizam aproximadamente 1,2 milhões de hectares com população de aproximadamente 120 famílias. As populações destas Resex Aveiro!H Placas!H Uruará!H Brasil Novo Medicilândia!H Altamira Anapu!H Itaituba!H BR-230!H Rurópolis Rio i Iri r BR-163!H Trairão RESEX Riozinho do Anfrísio RESEX Rio Iriri RESEX Rio Xingu Ri o Xi n gu!h Sedes Municipais Rodovias Rios Limite da Terra do Meio RESEXs da Terra do Meio Unidades de Conservação Federais São Félix do Xingu!H!H Tucumã Unidades de Conservação Estaduais Terras Indígenas Novo Progresso!H Fontes: Limite da Bacia do Rio Xingu, Terras Indígenas e Unidades de Conservação (ISA 2011); Sedes Municipais, Rodovias e Rios (IBGE 2010). ± 0 50 100 Km Instituto Socioambiental, 2012 Cumaru do Norte

8 cartilha coco babaçu vêm recebendo apoio de instituições da sociedade civil (ISA, IMAFLORA e FVPP) e do órgão gestor da área (ICM- Bio) no desenvolvimento de ações para o fortalecimento das principais cadeias produtivas de produtos extrativistas, dentre eles a borracha, com objetivo de contribuir com a geração de renda, melhoria da qualidade de vida, e manutenção do modo de vida tradicional. A Terra do Meio foi um importante pólo de produção de borracha do Estado do Pará e do Brasil, tendo exercido um papel de grande importância no segundo ciclo da borracha, quando um grande número de migrantes, originários principalmente do Nordeste do país vieram trabalhar na região. Esses migrantes fixaram-se na floresta e se adaptaram ao ambiente amazônico, desenvolvendo um modo de vida peculiar, resultado da convivência com a floresta e com populações indígenas. Mesmo após a decadência do ciclo da borracha, esses ribeirinhos permaneceram em suas colocações, e apesar de muitos terem deixado aos poucos a atividade da borracha, em função da inviabilidade econômica, essa atividade tem sido constantemente apontada por eles como uma das principais atividades que gostariam de retomar. Esta publicação é resultado do trabalho de resgate à produção de borracha na região. Nesse contexto, uma parceria comercial estabelecida com uma empresa do setor levou ao desenvolvimento da manta de borracha seca, um produto de maior valor agregado, com tecnologia simples de produção, capaz de ser realizada pelos extra-

introdução 9 tivistas dentro da própria colocação, sem grandes investimentos e sem risco à saúde. O conteúdo desta publicação foi elaborado durante a realização de uma série de oficinas de boas práticas para a produção de mantas de borracha realizadas nas Resex. A publicação apresenta ainda um conjunto de passos e recomendações de boas práticas, que são o resultado do aperfeiçoamento de técnicas que não ameaçam os recursos e dão maior eficiência, limpeza e segurança para quem faz e para quem compra.

Manta de borracha

12 cartilha coco babaçu 1 Preparação e raspagem Para iniciar a coleta do látex, limpar o caminho da estrada, preparar tigelas e suportes e fazer a raspagem da casca da árvore para limpeza. 2 Corte da casca Cortar a casca em linhas diagonais formando bandeiras, com cuidado para não ferir a madeira. 3 Coleta Retirar o látex das tigelas depois de algumas horas (colheita).

manta de borracha 13 4 Coar Colocar 1 medida de látex para coar em uma bacia de plástico limpa (basqueta). Coar o leite em um pano limpo. 5 Mistura Em outra basqueta, juntar 2 medidas de água limpa com uma medida de leite. Colocar em uma vasilha com um pouco de água uma medida de uma tampinha de refrigerante de ácido e misturar devagar na bacia de leite. atenção! Usar duas medidas de água para uma de leite. Não usar gameleira ou tucupi. Pode ser usado suco de limão e outras frutas ácidas que não deem cheiro ou cor forte na borracha. Os testes feitos com esses sucos devem ser bem identificados antes de enviar. 6 Mexer e descansar 7 Misturar Misturar o látex e balançar a bandeja para baixo e para cima, de maneira que misture bem e não fique muito em um lugar e pouco em outro.

14 cartilha coco babaçu 8 Repouso Deixar repousando em local protegido de insetos e sujeira algumas horas ou até o dia seguinte. Atenção! A manta de MBS não deve ficar mais grossa que um dedo mindinho. 9 Apertar Se necessário, apertar com os dedos limpos para a manta alcançar a espessura máxima.

manta de borracha 15 10 Retirar Retirar com cuidado a manta da bandeja. 11 Pendurar Pendurar a manta para secar em um varal duplo sem pregador, na sombra, com cuidado para não grudar as pontas da manta. 12 Lavar Depois que a manta estiver bem seca, lavar com água limpa para tirar fungos e secar à sombra novamente alguns dias antes de enviar para a venda 13 Embalar Embalar a manta em sacos de ráfia identificados.

Uma palavrinha final Esperamos que o material aqui reunido tenha de fato contribuído com os trabalhos da borracha. Sabemos que há muitos outros produtos florestais não madeireiros que podem ser aproveitados, e esperamos em breve poder contar com as comunidades na elaboração de outras cartilhas para esses produtos, também. Quem é quem? Muitas instituições e entidades vêm contribuindo para que o projeto alcance mais e melhores resultados. Esses parceiros podem ser encontrados nas mais diversas esferas dentro e fora do governo, no plano local, regional, nacional e internacional. A seguir, uma apresentação de cada um desses apoiadores, bem como a forma com que apoiam as comunidades. PROJETO SEMENTES DA FLORESTA Associação Cultura Franciscana Organização religiosa ligada à Congregação Verbo Divino que chegou ao Brasil em 1938. Inicialmente conhecidos como Sociedade Cultura Franciscana, assumem a presente denominação em 2003, quando concentram suas ati-

18 cartilha coco babaçu vidades nos campos social e educacional. Mantém atualmente cinco colégios nos estados de SP, MG e PR, bem como dois centros de acolhimento, também em SP. www.acf.org.br/ Instituto Socioambiental (ISA) O ISA, fundado em 1994, é mundialmente conhecido por seu engajamento na defesa dos direitos de povos indígenas e outras populações tradicionais. Mantém há anos o Programa Xingu na Terra do Meio, com o objetivo de, em parceria com diversas instituições governamentais, não governamentais, associações e comunidades, aumentar a capacidade de interlocução e o protagonismo político dos extrativistas com a sociedade; promover instalação de infraestrutura básica nas Reservas Extrativistas; ampliar a autonomia econômica das comunidades e a capacidade de gestão de suas organizações; promover condições para identificação e registro das práticas de manejo dos recursos naturais tradicionais, além de contribuir para o processo de regularização fundiária nas áreas protegidas. www.socioambiental.org/ Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) O Imaflora é uma organização sem fins lucrativos, criada em 1995 para promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e para gerar benefícios sociais nos setores florestal e agrícola. O Instituto é referência na avaliação de empreendimentos para certificação socioambiental florestal e agrícola no Brasil e realiza ainda

palavrinha final 19 trabalhos de treinamento, incentivo a políticas públicas e ao consumo responsável. Na Terra do Meio o Imaflora atua no fortalecimento das cadeias produtivas extrativistas (castanha, copaíba, borracha, babaçu, e outros), principalmente através da promoção de melhoria dos processos de produção, comercialização e diferenciação da produção no mercado. www.imaflora.org/ Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP) Fundada em 1991, a FVPP é uma organização sem fins lucrativos com sede em Altamira e atuação em cerca de 20 municípios do oeste do Pará, contribuindo para a articulação de movimentos sociais e na formulação de políticas públicas para a região. Nas Resex da Terra do Meio, a Fundação vem realizando ações de cidadania por meio do programa Movimento de Mulheres Trabalhadoras do Campo e da Cidade de Altamira (MMTCCA). www.fvpp.org.br/ Associação dos Moradores da Resex do Rio Iriri Associação dos Moradores da Resex Riozinho do Anfrísio Associação dos Moradores da Resex do Médio Xingu Associação dos Moradores do Porto Maribel

20 cartilha coco babaçu APOIADORES Rainforest Foundation Norway (RFN) Organização da Noruega fundada em 1989 e que tem por missão o combate ao desmatamento, de forma local, assistindo populações tradicionais em seus direitos territoriais, e global, realizando campanhas para influenciar na criação de leis de proteção às florestas tropicais e seus habitantes. Fundo Vale Criado em 2009, o Fundo Vale para o Desenvolvimento Sustentável é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) ligada à empresa Vale (antiga Vale do Rio Doce). Ele atua em parceria com instituições públicas, empresas e organizações do terceiro setor no apoio a projetos que promovam o desenvolvimento sustentável, conciliando a preservação e a conservação do meio ambiente com a melhoria das condições socioeconômicas de países em desenvolvimento. Fundação Moore Criada em 2000, a Fundação Moore é uma organização estadunidense que tem como um de seus objetivos buscar avanços na área de conservação ambiental. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) O ICMBio é um órgão federal, ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), que tem por dever zelar pelas

palavrinha final 21 unidades de conservação ambiental e defender o modo de vida das populações tradicionais que nela habitam, bem como contribuir na elaboração de políticas públicas com esse fim. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Uruará O STTR esteve presente desde o início como apoiador do projeto Sementes da Floresta. Esse apoio, traduzido em contribuições de transporte e intermediação junto a órgãos públicos, se intensificou em 2009, quando a entidade cedeu parte de seu espaço para instalações do projeto secretaria, depósito e pequena venda dos produtos. Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor) O Ideflor foi criado em abril de 2007, atendendo a exigência da Lei Federal de 2006 que versa sobre a Gestão de Florestas Públicas. O Ideflor é uma autarquia, com autonomia técnica, administrativa e financeira. Sua sede situa- -se em Belém, mas sua atuação abrange todo o estado do Pará. A principal atribuição do instituto é o exercício da gestão das florestas públicas estaduais, visando a produção sustentável e a gestão da política estadual para produção e desenvolvimento da cadeia florestal no estado. Secretarias municipais de saúde É junto a esses órgãos de governo que se deve buscar a licença da vigilância sanitária municipal, fundamental para a comercialização dos produtos florestais.

Hino do Seringueiro Vamos dar valor ao seringueiro Vamos dar valor a essa nação Porque com o trabalho desse povo É que se faz pneu de carro e pneu de avião Fizeram a chinelinha fizeram o chinelão Inventaram a botina que a cobra não morde não Tantas coisas da borracha que eu não sei explicar não Encontrei pedaço dela na panela de pressão Não é com chifre de vaca que se apaga letra não É com produtos da borracha feitos pela nossa mão.

Ficha catalográfica Cartilha Boas Práticas: Manta de Borracha / Patrícia Cota Gomes, Helga Yamaki, Márcio Souza, Pedro Pereira de Castro, Agnaldo do Livramento e Natalia Guerrero Piracicaba, SP: Imaflora, ISA e ACF, 2012. ISBN: 978-85-98081-53-3 1. Borracha. 2. Brasil - Floresta. 3. Manejo. 4. Boas práticas. I. Título. Para democratizar ainda mais a difusão dos conteúdos publicados no Imaflora, as publicações estão sob a licença da Creative Commons (www. creativecommons.org.br), que flexibiliza a questão da propriedade intelectual. Na prática essa licença libera os textos para reprodução e utilização da obra com alguns critérios: apenas em casos em que o fim não seja comercial, citada a fonte original (inclusive o autor do texto) e, no caso de obras derivadas, a obrigatoriedade de licenciá-las também em Creative Commons. Essa licença não vale para fotos e ilustrações, que permanecem em copyright. você pode: Copiar, distribuir, exibir e executar a obra; Criar obras derivadas. sob as seguintes condições: Atribuição. Você deve dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante. Uso Não-Comercial. Você não pode utilizar esta obra com finalidades comerciais. Compartilhamento pela mesma Licença. Se você alterar, transformar, ou criar outra obra com base nesta, você somente poderá distribuir a obra resultante sob uma licença idêntica a esta.

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