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1 DIREITO DO CONSUMIDOR PONTO 1: A Defesa do Consumidor na CF/88 PONTO 2: Elaboração do CDC PONTO 3: Campo de Aplicação PONTO 4: Princípios art. 4º do CDC PONTO 5: Direitos Básicos art. 6º, CDC 1. A Defesa do Consumidor na CF/88: a) Direito Fundamental de Proteção pelo Estado - art. 5º, XXXII 1, CF. b) Princípio da Ordem Econômica art. 170, V 2, CF: Temos a Defesa do Consumidor ao lado da livre concorrência. Também temos a proteção ao meio ambiente. Desta harmonização que se atinge o objetivo maior. A defesa do consumidor tem status de garantia constitucional e após elencada para alcançar um melhor desenvolvimento econômico e social. c) A restrição à liberdade de anunciar em relação a determinados produtos e serviços art. 220, 4º 3, CF - na Lei 9294/96. O risco do consumo exagerado/ excesso ou uso indevido a CF já impõe restrição a liberdade de comercializar esses produtos e serviços elecandos no 4º. 2. Elaboração do CDC: - Art. 48 4 da ADCT programada nos finais do trabalho da CF de 88. 1 Art. 5º, XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. 2 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: V - defesa do consumidor. 3 Art. 220, 4º - A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso. 4 Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor.

2 A Lei 11.09/90 foi editada a Lei 8078, publicada após 6 meses ( vacato legis ), ou seja, 12/03/91. - Fontes do direito do Consumidor- art. 7º 5 CDC: Ex: equiparação do torcedor com consumidor Lei 10.671/03. Equiparação do Idoso lei 10.741/03. Lei dos Planos de Saúde Lei 9658/98. Súmula 469 do STJ. Relação do CC com CDC, o qual não revogou o CDC, O CC é Lei geral e o CDC lei especial. Utiliza-se o CC de maneira complementar ou subsidiária. Portarias da ANVISA, ANEEL, entre outras. - A natureza das normas consumeristas - ordem pública; - interesse social. São normas de aplicação imediata. O Juiz de oficio pode inverter o ônus da prova, quando perceber que o consumidor é hipossuficiente, ou quando suas alegações são verossímeis. 3. Campo de Aplicação: - Lei especial a) consumidor b) fornecedor c) Objeto - Produtos e serviços a) Consumidor: Art. 2º, caput 6, CDC. - Adquire ou utiliza. - Destinatário final. 5 Art. 7 Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade. 6 Art. 2 Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.

3 - Encerramento do ciclo econômico. Há discussão porque legislador diz que pode ser consumidor toda pessoa física ou jurídica. Há duas teorias: 1) Subjetiva/finalistas: Mais rigorosa e seletiva na aceitação das pessoas jurídicas para utilização do CDC. Parte da premissa que a lei protetiva tem que proteger a parte mais fraca no mercado de consumo. Deve-se levar em consideração o art. 4º, I 7, CDC, somente se protege a pessoa jurídica vulnerável. Seriam somente pessoas jurídicas que não tem finalidade lucrativa. A destinação final é mais econômica do que fática. 2) Objetiva/ Maximalista: Refere ser irrelevante essa finalidade não lucrativa das pessoas jurídicas. A destinação final tem como preponderante o aspecto fático do que econômico. O STJ adota a teoria finalista mitigada a finalidade lucrativa pode ocorrer no caso concreto, mas quando as pessoas jurídicas com atividade lucrativa que se mostrem vulneráveis no caso concreto. Consumidor por equiparação: - Art. 2º, parágrafo único 8, CDC. - Art. 29 9 CDC finalidade depuração do mercado de consumo. Retirar do mercado de consumo as possíveis praticas abusivas e modificar eventuais contratos de consumo que 7 Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo. 8 Art. 2º. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. 9 Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.

4 tenham cláusulas abusivas (contratos de adesão). Pois não há necessidade dos consumidores serem lesados. Coletividade: - Art. 81 10, parágrafo único, CDC. Incisos I e II transindividuais de natureza indivisível. Direitos difusos e coletivos stricto sensu grupo relação jurídica base. Inciso III indivíduos homogêneos (origem comum da lesão) lesão de massa. Basta a mera exposição. O conceito do art. 29 tem finalidade de buscar tutela coletiva preventiva. Busca-se uma depuração do mercado de consumo. Titulo individual: direito subjetivo do consumidor determinado art. 2º, caput, CDC. - coletivo: art. 2º, parágrafo único, e art. 29, CDC. Legitimados/ MP - art. 82 11 do CDC: - Ação coletiva. - Ação Civil Pública. Art. 17 12 CDC terceiro conceito de consumidor por equiparação. Permite que terceiro, que não contratou/ não adquiriu, mas sofreu uma lesão cuja causa foi uma falha de segurança no produto. Acidente de consumo. 10 Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base; III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. 11 Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: I - o Ministério Público, II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código; IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear. 12 Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.

5 Consumidor: - art. 2º, caput, CDC; - Três conceitos por equiparação: - art. 2, parágrafo único, CDC; - art. 29, CDC; - art. 17 CDC. b) Fornecedor: art. 3º 13 CDC. - Pessoas físicas. - Pessoas jurídicas (privado e público) Entes despersonalizados Nacional/ estrangeiro. Produz, fabrica, distribui, monta, constrói. Comercializa/ presta serviço fornecedor imediato. c) Objeto: - produtos e serviços art. 3º, 1º e 2º. Qualquer bem: - material; - imaterial. remuneração. Serviços são atividades praticadas, próprias do mercado de consumo mediante Serviços públicos chamados uti singuli ou impróprios se inserem no campo de proteção do CDC. Prestados mediante tarifa para poder público. Tem características de contrato sinalagmático. Ex: luz, telefonia, água, entre outros. Há divisibilidade (Serviço de consumido + P. base). Estes serviços são para consumo. 13 Art. 3 Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 1 Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 2 Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

6 Diferentes dos serviços públicos uti universi ou próprios: Indivisibilidade, obrigação geral de prestação de serviço. Pago através da taxa ou contribuição natureza tributária. É compulsória. Ex: segurança pública, iluminação pública, recolhimento do lixo, saúde e educação pública. O STJ entende que os serviços notarias e registrais são de natureza tributária. Súmulas do STJ: - Súmula 297: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras. - Súmula 321: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes. - entidade provada de previdência e o contratante. - Súmula 469: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde. - usuário de plano de saúde é consumidor. - Súmula 285: Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor incide a multa moratória nele prevista. - multa moratória de 2% que se aplicam nas relações de consumo. - Súmulas 323, 359, 385 e 404 Banco de dados. Súmula 323: A inscrição de inadimplente pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito por, no máximo, cinco anos. Súmula 359: Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição. Súmula 385: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento. Súmula 404: É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros.

- Súmula 302: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado. 7 - Súmula 470: O Ministério Público não tem legitimidade para pleitear, em ação civil pública, a indenização decorrente do DPVAT em benefício do segurado. DPVAT MP não tem legitimidade para pleitear em favor do segurado. 4. Principios art. 4º 14 do CDC: I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor. - técnico; - jurídico; - legislativo; - econômico; - psicológico. Não confundir com hipossuficiência. Pois há pessoas vulneráveis sem serem hipossificentes. Hipossuficiente é pouca dificuldade ou sem condições econômica de custeio que pode levar ao inciso VIII facilitação inversão do ônus da prova. II ação governamental. 14 Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: a) por iniciativa direta; b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas; c) pela presença do Estado no mercado de consumo; d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo; V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo; VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores; VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.

8 Presença efetiva do estado, seja editando condutas, exigindo comportamento, estimulando a reunião de particulares para ação civil. III Harmonização do interesse do consumidor e fornecedor: Crescimento para consumidor e fornecedor. Seja no sentido progresso, crescimento, melhoria da qualidade dos produtos, barateamento dos produtos, mais emprego, mais investimento, mais recolhimento de tributos. Observadas sempre a boa-fé objetiva padrão de comportamento exigido no mercado de consumo. Compreende informação, cuidado, zelo. IV Educação e informação tanto fornecedor quanto consumidor dos seus direitos e deveres. VI coibição e repressão da concorrência desleal. 5. Direitos Básicos art. 6º 15, CDC: Direito fundamental de proteção pelo estado. I vida, saúde e segurança. Art. 8º, 9º e 10 16 : 15 Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; IX - (Vetado); X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

9 - Somente os produtos com alto grau de periculosidade art. 10: são defeituosos e perigosos não podem estar no mercado de consumo. Caso estejam em circulação no mercado o fornecedor deve informar o defeito Recall. A simples circulação do recall não exige o dever de indenizar. O STJ já reconhecer se o consumidor tem esses produtos para recall, não se torna objeto de indenização por dano moral. É apenas mero aborrecimento. Nem mesmo a informação adequada e ostensiva vai tornar licito esse produtos. - Produtos com periculosidade ou nocividade presumida ou natural parágrafo único do art. 8º - fabricante. Não são defeituosos. Se industrializados cabe ao fabricante a informação do defeito. - Produtos ou serviços potencialmente perigosos ou nocivos - Art. 9º: risco mais elevado. É preciso que se informe o risco elevado de maneira ostensiva e adequada. Ex: serviço de dedetização, agrotóxicos, bebidas alcoólicas, fumo. Não são defeituosos. A ONU recomenda que sejam usados símbolos internacionalmente reconhecidos. II Consumo adequado. III Informação: 16 Art. 8 Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito. Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto. Art. 9 O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto. Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.

10 Art. 31 17 e 52 18 do CDC. Lei 10.962/04 regulamentada pelo Decreto 5903/06 a respeito da afixação de preços. IV Publicidade enganosa e abusiva: Enganosa é aquela que não diz a verdade. Abusiva explora medo, supertiçao, constrange pessoas, coloca as pessoas em posição de risco. V Revisão: - prestações desproporcionais que colocam o consumidor em desvantagem manifestamente excessiva (cláusulas Leoninas). - fato posterior/ superveniente que torne excessivamente onerosa. Os contratos de consumo não há necessidade de invocar a regra do art. 157 19 do CC. VI Efetiva prevenção ou reparação de danos patrimoniais ou morais, a titulo individual ou coletivo (vide art. 81, parágrafo único, I a III, CDC). A veiculação de uma publicidade abusiva gera um dano moral coletivo. Art. 60 20. VII Amplo acesso ao judiciário e administrativo. Estabelecer ao consumidor carentes assistência jurídica integral e gratuita. VIII facilitar a sua defesa em juízo. 17 Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. 18 Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre: I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; III - acréscimos legalmente previstos; IV - número e periodicidade das prestações; V - soma total a pagar, com e sem financiamento. 19 Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 20 Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.

11 Defesa no sentido da proteção e reconhecimento dos direitos do consumidor em juízo. Através da inversão ope judicis da prova se trata da inversão por critério do Juiz, portanto, depende do caso concreto, não sendo uma inversão automática. CPC art. 333, I 21 imputa a quem alega o direito de provar. No caso, de proteção ao consumidor é possível que este ônus seja transferido ao réu/ fornecedor. Depende de declaração judicial, a tempo do réu saber que é dele o ônus, sob pena de violar o princípio da ampla defesa e contraditório. O autor/ consumidor é hipossuficiente e/ou suas alegações são verossímeis transferese o ônus para o réu/fornecedor. Inversão: ope judicis - art. 6º, VIII, CDC: hipossuficiente ou verossimilhança. ope legis : não necessita de declaração do Juiz. É critério de julgamento. Art. 38, CDC - Provar a veracidade e correção de mensagens publicitárias é ônus do réu. 21 Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito.