Emprego Clínico do Aparelho para Projeção da Mandíbula



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Transcrição:

Tópico Especial Tema desenvolvido pelo conselho editorial e/ou convidados especiais abordando assuntos de interesse da classe ortodôntica Emprego Clínico do Aparelho para Projeção da Mandíbula As forças direcionais geradas pelo posicionamento anterior da mandíbula através do uso de aparelhos ortopédicos fixos tem sido amplamente empregadas desde a década passada. Entre as opções existentes para o tratamento da Classe II cita-se o Aparelho de Protração Mandibular, o qual é um dispositivo de concepção doméstica que pode ser fabricado e instalado pelo próprio ortodontista ao lado da cadeira do paciente em não mais que trinta minutos. Sua seqüência de construção assim como sua aplicação em cinco diferentes casos clínicos são demonstrados. UNITERMOS: APM; Má-oclusão Classe II; Protração Mandibular. Clinical Applications of the Mandibular Protaction Appliance The directional forces generated by anterior mandibular positioning through the use of fixed orthopaedic appliances has been strongly employed since last decade. Among the existing treatment options for Class II treatment is the Mandibular Protraction Appliance. This is a domestic device that can be made by the own orthodontist at the patient s chairside in just about thirty minutes including installation. Its construction sequence and application in five different clinical situations are demonstrated. UNITERMS: MPA; Class II maloclusion; Mandibular protration. Carlos Martins Coelho Filho MESTRADO EM ORTODONTIA PELA UNICAMP EX-PROFESSOR RESPONSÁVEL PELA DISCIPLINA DE ORTODONTIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO DURANTE 28 ANOS. CRIADOR DO APARELHO DE PROTRAÇÃO MANDIBULAR, DIVULGADO ATRAVÉS DE TRABALHOS PUBLICADOS NAS EDIÇÕES DE MAIO/1995, FEVEREIRO/1997 E JUNHO/1998 NO JOURNAL OF CLINICAL ORTHODONTICS MESAS CLÍNICAS DEMONSTRATIVAS E MESAS REDONDAS SOBRE O APM APRESENTADAS NOS CONGRESSOS INTERNACIONAIS DE DENVER (EE.UU-1996), SÃO PAULO (1996) PHILADELPHIA (EE.UU-1997) E DALLAS (EE.UU-1998), SÃO LUIS-MA (JUNHO-1998) E BELÉM-PA (JUNHO-1998) CURSOS SOBRE O APM APRESENTADOS EM RECIFE (1995), BRASÍLIA (1996) E A APRESENTAR EM FORTALEZA (AGOSTO 1998), MARINGÁ-PR (SETEMBRO 1998) REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 69

O Aparelho para Protrusão da Mandíbula surgiu como uma alternativa doméstica e artesanal que permitisse gerar uma postura mesial temporária da mandíbula durante o tratamento dos casos de maloclusão da Classe II. Sua eficácia está demonstrada tanto em tais casos como até mesmo nos casos de Classe I onde se possa ter uma pequena sobressaliência que permita sua ativação. É possível ativá-lo assimetricamente e unilateralmente, permitindo a correção das sub-divisões de Classe assim como os desvios de linha média. Apesar de seu modo de operação ortopédico, sua proposta primária de ação não é corrigir os desvios da relação maxilo-mandibular através do estímulo do crescimento da mandíbula, mas sim ajustar a oclusão através de movimento dentoalveolar em mas- sa. Tal hipótese se fundamenta no fato de que no contexto do tempo total de tratamento, a média de uso do aparelho gira em torno de 6 meses, o que não é tempo suficiente para suportar a hipótese de que a correção teria sido feita por crescimento. Ressalte-se ainda que este mesmo tempo tem sido eficaz na correção de maloclusões severas de adultos, onde o crescimento é um fator excluído. Figura 1. APM 1 (Boca fechada). Figura 2. APM 1 (Boca aberta). O APM 1, ilustrado nas figs.1 e 2 foi o primeiro modelo de APM. Apesar de sua simplicidade e de sua facilidade de construção e instalação, limitava bastante a abertura de boca, e, por esse motivo, apesar de apresentar resultados clínicos excelentes, foi logo substituído. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 70

O APM tem sido modificado constantemente no sentido de aperfeiçoamento mecânico e aumento do conforto do paciente, estando atualmente em sua terceira versão. A filosofia de tratamento, porém, permanece inalterada, podendo ser resumida da seguinte forma: 1) A mandíbula é posturada mesialmente de modo a compensar uma sobressaliência horizontal existente. 2) O retorno da mandíbula à sua posição original distal por ação da musculatura de suporte gera uma força que é transferida à maxila através do APM, causando a distalização da maxila em massa. A maior preocupação no uso do APM consiste na preservação da inclinação axial dos incisivos inferiores cuja inclinação labial não deve ser permitida. Por outro lado é um meio seguro de mesializar o segmento póstero-inferior sem permitir a lingualização dos incisivos. As figuras de nº 1 a nº 7 ilustram os modelos existentes de APM. No momento estamos usando o que está representado na figura 6, que é soldado somente a ponto e conseqüentemente não é enfraquecido por destêmpera em virtude do calor da chama durante a soldagem, se usada tal alternativa. Figura 3. APM 2 (Boca fechada). O APM 2 veio em seguida, com um desenho que permitia melhor abertura de boca (Figs. 3 e 4), sendo por conseguinte mais confortável para o paciente. Mesmo assim durante seu funcionamento às vezes interferia sobre a oclusão, o que nos levou a substituí-lo pelo pelo APM 3 3. Figura 4. APM 2 (Boca aberta). REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 71

As figs. 5 e 6 mostram o APM3, com pequenas variações em sua construção. Esta variação refere-se a ser o aparelho soldado ou somente caldeado e envolvido por fitas de construção de bandas. Mais recentemente modificamos também o formato do encaixe do aparelho no arco inferior, o que permitiu que ele funcionasse mais equilibradamente, havendo ficado mais confortável para o paciente e permitindo que se possa usar cadeias de elastômero para fechamento de espaços, sem que a cadeia se deteriore pelo atrito com o aparelho. (Figs 7, 8 e 9). O APM3 em sua versão mais atual será descrito a seguir. Figura 5. APM 3: Versão soldada. Figura 6. APM 3: Versão caldeada. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 72

HISTÓRICO DO APM O Aparelho de Protração Mandibular surgiu em decorrência de nossa ansiedade gerada pelos seguintes fatores: 1. Falta de colaboração dos pacientes quanto ao uso do aparelho extraoral ou outros acessórios. 2. Situação estressante gerada entre os pacientes e seus pais devido à insistência destes para que seus filhos usassem os acessórios. Tal situação acaba por se transferir ao profissional. 3. Resultados clínicos finais menos que satisfatórios nos casos de não colaboração. Entretanto, não havíamos encontrado na literatura especializada disponível para nós até então, qualquer referência sobre o que precisávamos, ou seja, que concomitantemente exercesse as funções abaixo: 1. Um aparelho que aplicasse uma força distal sobre a maxila. 2. Que posicionasse a mandíbula mesialmente. 3. Que fosse fixo, não dependendo da colaboração do paciente para ser usado em tempo integral. 4. Que ao mesmo tempo que fosse fixo, permitisse ao paciente abrir, fechar a boca, mastigar e falar confortavelmente. Na década de 80 tomamos conhecimento dos trabalhos de Pancherz 4,5,6,7,8 onde o aparelho de Herbst * era revivido e reapresentado à comunidade ortodôntica. A falta de dados sobre a instalação do mesmo e a inexistência em nossa cidade de laboratórios especializados que funcionassem como suporte para sua instalação nos impediu de experimentar este novo recurso. Além disso, apesar de a partir de então o aparelho de Herbst haver atraído interesse intenso, a nível nacional ainda levaria algum tempo para receber atenção adequada. A soma destas dificuldades nos mostrou a necessidade de criar algo que não precisasse de laboratório especializado para instalação, ou melhor ainda, se possível, que o profissional não precisasse comprar ou importar, que ele próprio pudesse fabricar. O primeiro modelo do APM foi bastante simples, constando de uma simples haste de fio 0,09mm com duas alças em Figura 7. Figura 8. *Dentaurum Inc. Pforzeim, Alemanha Figura 9. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 73

suas extremidades, nas quais eram inseridos tanto o arco inferior como o superior antes de serem introduzidos em seus respectivos tubos molares (Fig. 1 e 2). Apesar dos resultados clínicos positivos apresentados( JCO 1 ) o APM1 causava grande limitação de abertura da boca para alguns pacientes, o que fazia com que a força sobre os arcos fosse intensa, gerando sua quebra com freqüência. Isto nos levou à criação do APM2(2) (Fig. 3 e 4). A nova versão se apresentava bastante vantajosa em relação à anterior, principalmente no que se refere a melhorar a extensão da abertura da boca. Entretanto como sua concepção mecânica era mais complexa, muitos profissionais da área tiveram dificuldades em construir a nova versão ou então em adaptá-la individualmente, o que permitia interferências que também causavam muitas quebras. Apesar disso, os resultados clínicos eram também excelentes 1, 2. Os problemas que ainda existiam no APM2 foram, se não totalmente solucionados, pelo menos bastante minorados na mais recente versão, o APM3 (3). Esta versão se mostrou mais simples de construir, menor, mais leve e confortável para o paciente. Em função da configuração de instalação é possível quase que reduzir totalmente qualquer interferência sobre a abertura da boca. Em virtude de a sequência de construção e instalação dos modelos APM1 e APM2 já haverem sido publicados na literatura (1) e também pelo fato de o APM3 haver tornado os modelos anteriores obsoletos, apresentaremos abaixo os passos de construção e instalação deste último. MATERIAL NECESSÁRIO PARA A CONSTRUÇÃO DO APM3 ARCO SUPERIOR 1. Dois pedaços de tubo telescópico com aproximadamente 27 mm de comprimento e 1 mm de diâmetro interno. 2. Dois pequenos pedaços de fio de aço inoxidável de calibre 0,09 mm com uma alça em uma das extremidades. Por conveniência de descrição vamos chamar estas partes de "alças maxilares". A alça maxilar será soldada ao tubo telescópico de modo a formar uma peça única que será chamada de "tubo maxilar". 3. Dois pedaços de fio de 0,09 mm de calibre com uma alça em uma das extremidades e destemperado na outra. Esta peça servirá como trava para o "tubo maxilar" quando o mesmo for adaptado ao tubo 0,045" soldado ao anel do molar superior, e a denominamos de TRAVA MOLAR. 4. Dois pedaços de fita inox 0,004" para formação de anéis. (As quais serão soldadas a ponto em redor das partes anteriormente unidas também por solda). Figura 10. Figura 11. Solde a alça maxilar ao tubo telescópico de diâmetro interno de 1 mm. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 74

Figura 12. A solda entre a alça maxilar e o tubo telescópico deve ser feita em uma máquina eletrônica de boa qualidade que não oxide nem destempere o fio. Figura 13. Aqui o tubo telescópico e a alça maxilar já aparecem soldados. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 75

Figura 14. Fita 0,004" para bandas, em posição para ser soldada em redor das partes também anteriormente soldadas. Figura 15. Componente superior do APM3. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 76

CONSTRUÇÃO DOS COMPONENTES MANDIBULARES Os componentes mandibulares do APM3 são: 1. Um arco inferior 0,019"X 0,025" com alças em "O" distais a cada canino. Estas alças devem ficar para o lado oclusal. (Fig. 16) 2. Dois pedaços de fio 0,09 com uma dobra em 90 na extremidade. Após a preparação esta parte será chamada "haste mandibular" Faça duas alças em "O" no arco inferior, as quais devem ser posicionadas distalmente aos caninos e viradas para o lado oclusal. Tais dobras devem contornar duas vezes o degrau do alicate "Tweed loop". Figura 16. Preparo do arco mandibular. Tome um pedaço apropriado de fio 0,09 e faça uma dobra de 90 em uma de suas extremidades. Insira um pequeno pedaço de fio telescópico no segmento mais curto, comprima-o e solde-o, fazendo com que o mesmo se fixe lá. Figura 17. Insira a perna mais longa da haste mandibular na alça do arco inferior a partir de lingual. Figura 18. Engate da haste mandibular no arco inferior. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 77

Manipule a haste mandibular para cima até que ela assuma a posição demonstrada na figura. Figura 19. Aqui a haste mandibular aparece inserida no tubo maxilar, representando o APM3 pronto para ser usado. Figura 20. O tubo maxilar se adapta superiormente ao tubo 0,045" do molar superior por meio da "trava molar", que consta de um pedaço de fio 0,09 mm com uma alça em uma extremidade.a outra extremidade é dobrada do lado oposto do tubo após inserida por distal (ou mesial). A extremidade a dobrar deve ser destemperada. Figura 21. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 78

O comprimento do aparelho é determinado pela distância de distal do molar superior à alça em "O" feita no arco inferior distal ao canino. Figura 22. As figuras 23 e 24 ilustram a abertura de boca permitida pelo APM3. Figura 23. Figura 24. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 79

APRESENTAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS CASO 1 Paciente do sexo feminino portadora de maloclusão da Classe II, div.2, complicada por discrepância dentoalveolar acentuada e mordida cruzada. Estratégia de tratamento: Extração dos primeiros prémolares; Emprego do APM Tempo ativo de tratamento: 30 meses As figuras de n o 25 a 32 mostram as fotografias da face e intraorais antes do iníco do tratamento. Figura 25. Figura 28. As figs 31 e 32 mostram o APM desativado para verificação durante o tratamento. Observar os seguintes aspectos de realce neste estágio do tratamento: a) A sobremordida foi corrigida b) O cruzamento posterior esquerdo foi corrigido pelo simples efeito expansivo do APM e pela anulação da interferência oclusal, já que este aparelho eleva a mordida naturalmente, sendo por conseguinte desnecessário o emprego de placas de mordida. c) A relação dos molares terminou em Classe I e os espaços foram fechados. d) Não foi usado nenhum aparelho extraoral. Figura 31. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 80

Figura 26. Figura 27. Figura 29. Figura 30. Figura 32. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 81

As fotografias da face e intraorais ao término do tratamento estão representadas nas figuras de n o 33 a 38. As telerradiografias ao início e ao final do tratamento são mostradas nas figuras 39 e 40. Figura 33. Figura 36. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 82

Figura 34. Figura 35. Figura 37. Figura 38. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 83

Figura 39. Caso 1- Telarradiografia lateral (Inicial). REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 84

Figura 40. Caso 1- Telarradiografia lateral (Final). REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 85

Traçados cefalométricos Figura 41. Antes Figura 42. Depois REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 86

SUPERPOSIÇÃO Figura 43. Superposição total Figura 44. Superposição de maxila Figura 45. Superposição de mandíbula Dados cefalométricos Antes Depois Antes Depois SNA 81 78,5 S - Ar 34mm 35mm SNB 76 75 Ar-Go 42mm 42mm ANB 5 3,5 Go-Gn 73mm 73mm S 114 111,5 AOBO 4mm 3mm Âr 157 151,5 41 - NPg 2mm 0mm Go 117 121 41-NB : Pg-NB 3,5:2mm 3: 4mm 1 - SN 90 86 IMPA 93,5 93 S - N 76mm 77mm Eixo-Y 116mm 122mm REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 87

CASO 2 Paciente adulta, sexo feminino, portadora de oclusão de Classe I prejudicada por bloqueio vestibular do canino superior direito. Estratégia de tratamento: APM unilateral, sem extrações. Tempo ativo de tratamento: Aproximadamente 24 meses. As figuras 46 a 51 mostram as fotografias inicias do caso. Figura 46. Figura 49. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 88

Figura 47. Figura 48. Figura 50. Figura 51. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 89

Os diversos estágios de emprego do APM2 neste caso estão representados nas figuras de n o 52 a 57. Figura 52. A ativação do lado direito causou um desvio da mandíbula para o lado esquerdo a ponto de gerar um cruzamento nesse lado. Ao mesmo tempo o APM distalizava o 16 para dar espaço para o 13. Figura 53. Após 8 meses de uso do APM a mandíbula voltou para a sua postura normal e abriu espaço para o canino que aqui já aparece na posição normal. Nesta foto o APM ainda aparece instalado. Figura 54. Aqui foi feito o desligamento do APM para observar se a mandíbula continuaria na posição normal. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 90

Figura 55. Lado direito podendo-se observar o APM unilateral. Figura 56. Lado esquerdo que chegou a cruzar pela ativação do APM. Figura 57. Espaço gerado por distalização do 16. Após a retração de 15 e 14, o 13 assumiria sua posição correta. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 91

As fotos de nº 58 a 63 mostram o caso ao final do tratamento. Figura 58. Figura 61. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 92

Figura 59. Figura 60. Figura 62. Figura 63. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 93

Figura 64. Caso 2 - Telarradiografia lateral (Inicial). REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 94

Figura 65. Caso 2 - Telarradiografia lateral (Final). REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 95

Traçados cefalométricos Figura 66. Antes Figura 67. Depois REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 96

SUPERPOSIÇÕES Figura 68. Superposição total Figura 69. Superposição de maxila Figura 70. Superposição de mandibula Valores cefalométricos Antes Depois Antes Depois SNA 83 81 SNB 81,5 79 ANB 1,5 2 S 121,5 122,5 Ar 140,5 140 Go 122 122 1-SN 108 108 S-N 70 71 S-Ar 32 35,5 Go-Gn 72 72 Ar-Go 47 47 AO-BO 1,5 1,5 1-NB : Pg-NB 5 : 1 5 : 15 REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 97

CASO 3 Sexo feminino, 12 anos de idade, Classe II, div. 1. Tratamento: APM2, sem extrações. Tempo de tratamento: 28 meses. O caso está ilustrado nas figuras de nº 71 a 76. ASPECTO FACIAL INICIAL Figura 71. FOTOGRAFIAS INTRAORAIS INICIAIS Figura 74. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 98

Figura 72. Figura 73. Figura 75. Figura 76. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 99

Melhora na harmonia facial devida exclusivamente à instalação do APM2 - Fig. 77 e 78. Figura 77. APM2 INSTALADO Figura 79. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 100

Figura 78. Figura 80. Figura 81. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 101

FOTOGRAFIAS FINAIS Fig. 82 a 87 Figura 82. Figura 85. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 102

Figura 83. Figura 84. Figura 86. Figura 87. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 103

Figura 88. Caso 3 - Telarradiografia lateral (Inicial). REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 104

Figura 89. Caso 3 - Telarradiografia lateral (Final). REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 105

Traçados cefalométricos Figura 90. Antes Figura 91. Depois REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 106

SUPERPOSIÇÕES Figura 92. Total Figura 93. Maxila Figura 94. Mandíbula Dados cefalométricos Antes Depois Antes Depois SNA 85 87 SNB 78 80 ÂNB 7 7 Ar 139 151 Go 133 123,5 1-SN 113 94 S-N 70 73 S-Ar 35 35 Ar-Go 40 46 Go-Gn 69 74 AO-BO _ 6,5 2,5 _ 1 -NPg 5 7,5 1 -NB:Pg-NB 6:1,5 8:1 IMPA 99 98 Y-Axis 116 125 REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 107

CASO 4 Sexo masculino, 11 anos de idade, classe II, div.1. Tratamento: APM2, sem extrações. Tempo de tratamento: 3 anos. FOTOGRAFIAS DE FACE INICIAIS Fig. 95 a 97 Figura 95. FOTOGRAFIAS INTRAORAIS INICIAIS Fig. 98 a 100 Figura 98. APM2 INSTALADO Figura 101. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 108

Figura 96. Figura 97. Figura 99. Figura 100. Figura 102. Figura 103. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 109

FACE AO FINAL DO TRATAMENTO Fig. 104 a 106 Figura 104. VISTA INTRAORAL AO FINAL DO TRATAMENTO Figura 107. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 110

Figura 105. Figura 106. Figura 108. Figura 109. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 111

Figura 110. Caso 4 - Telarradiografia lateral (Inicial ). REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 112

Figura 111. Caso 4 - Telarradiografia lateral (Final). REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 113

Traçados cefalométricos Figura 112. Antes Figura 113. Depois REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 114

SUPERPOSIÇÕES Figura 114. Total Figura 115. Maxila Figura 116. Mandíbula Dados cefalométricos Antes Depois Antes Depois SNA 80 82 SNB 76 81 ANB 4 1 S 121 120 Ar 142 137 Go 126 130 1-SN 122 109 S-N 72 74 S-Ar 35 38 Ar-Go 36 40 Go-Gn 75 82 AO-BO _ (Witts) 2-0,5 _ 1 -NPg -2-1 1 -NB:Pg-NB 3.5:5 2.5:4.5 Y-Axis 113 124 IMPA 84 91 REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 115

CASO 5 Idade no início: 12 anos. Diagnóstico: Classe II, div.1. Tempo de tratamento ativo: 32 meses. Estratégia de tratamento: APM, sem extrações. Devido a múltiplas interrupções de tratamento em decorrência de viagens e estágios no exterior, o tratamento desta paciente prolongou-se além do esperado, permitindo por outro lado o emprego dos 3 tipos até então existentes de APM. As figuras de n O 117 a 125 mostram o aspecto facial e intraoral antes do tratamento. Figura 117. Figura 120. Figura 123. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 116

Figura 118. Figura 119. Figura 121. Figura 122. Figura 124. Figura 125. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 117

APM1 INSTALADO As figuras de n o 126 a 130 mostram a 1 a tentativa de emprego de mecânica protrusiva de mandíbula nesta paciente, através da 1 a versão do APM. Observar a abertura de boca restrita.a instalação do aparelho determinou visível modificação da harmonia da face. Figura 126. Figura 128. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 118

Figura 127. Figura 129. Figura 130. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 119

APM2 No sentido de melhorar o conforto da paciente através da permissão de uma maior abertura de boca, foi posteriormente instalado um APM 2, ilustrado nas figuras 133, 134 e 135. A face da paciente com este modelo instalado aparece nas figuras 131 e 132. Figura 131. Figura 133. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 120

Figura 132. Figura 134. Figura 135. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 121

APM3 Aproximadamente 3 meses antes do final do tratamento foi instalado um APM3, com o qual o caso foi finalizado. A opinião manifestada pela paciente com relação à comparação de conforto entre os 3 modelos de APM foi de que o último modelo sobrepujava em extensa margem os modelos anteriores que ela também teve oportunidade de usar. As figuras de 136 a 140 mostram o aspecto intraoral e facial da paciente com o APM3 instalado. Figura 136. Figura 138. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 122

Figura 137. Figura 139. Figura 140. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 123

As figuras de n o 141 a 146 mostram as fotografias da face e intraorais ao final do tratamento. Figura 141. Figura 144. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 124

Figura 142. Figura 143. Figura 145. Figura 146. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 125

Figura 147. Caso 5 - Telarradiografia lateral (Inicial). REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 126

Figura 148. Caso 5 - Telarradiografia lateral (Final). REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 127

As figuras de 149 a 153 mostram os traçados cefalométricos correspondentes. Figura 149. Antes Figura 150. Depois REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 128

Figura 151. Superposição total Figura 152. Superposição de maxila Figura 153. Superposição de mandíbula * Valores cefalométricos * Antes Depois Antes Depois SNA 80 81 SNB 73,5 77 ANB 6,5 4 S 129 128 Ar 138.5 138 Go 121 119 1-SN 122 96 S-N 72 74 S-Ar 33 35 Ar-Go 46 52 Go-Gn 71 74 AO-BO 4 1.5 41-NPg 1 4 41-NB : Pg-NB 04:04 06:03 Eixo Y 112 120 IMPA 102 103 REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 129

CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos dizer que o grau de satisfação por nós conseguido em virtude do uso do APM desde 1989 é bastante estimulante. Não somente pelos resultados obtidos, mas porque estes quase que podem ser considerados previsíveis, já que com o APM os nossos pacientes não mais usam aparelhos extraorais, excluindo assim um dos maiores problemas do tratamento ortodôntico, que é a falta de colaboração no uso desse acessório. À freqüente pergunta sobre se temos tido seqüela prejudicial ao nível da ATM, respondemos negativamente, ao mesmo tempo que relatamos que pelo contrário, os pacientes que no início do tratamento apresentam quadro negativo relativo a essa estrutura, tem apresentado melhora dos sintomas. Outra pergunta é se em realidade o que o aparelho faz não é nada mais que condicionar o paciente a apresentar uma mordida dupla, a qual, se desprogramada mostraria que em realidade nunca teria deixado de ser Classe II. Respondemos dizendo que em nossa experiência de já aproximadamente 9 anos e acompanhando alguns casos até mesmo 4 anos após o término do tratamento, não temos tido esse tipo de ocorrência. Mesmo porque acreditamos que a mandíbula do paciente terminou onde começou, isto é, distal. A maxila é que foi distalizada em bloco. A mandíbula somente foi até a posição mesial para buscar a maxila, para que, depois, se ocorresse algum crescimento, os dois crescessem juntos a partir de distal. Apesar de compartilharmos do grande desejo de que todo paciente cresça favoravelmente, não podemos nos iludir sobre nossa capacidade de controlar ortopedicamente o crescimento da mandíbula. Mas isto não corresponde a qualquer deficiência nossa ou de qualquer aparelho que usemos. É simplesmente uma característica do ser biológico que somos. Outro ponto importante: A grande vantagem do APM sobre outros aparelhos que usam a mesma mecânica protrusiva de mandíbula é seu custo zero e rapidez de fabricação e instalação. Mas somente isso. Queremos deixar claro que consideramos fabricá-lo somente um procedimento comum como fazer uma dobra em um fio ou soldar um tubo em um anel. O que valorizamos nele não é o aparelho em si, mas a filosofia mecânica que ele nos permite empregar. Felizmente ele é um acessório ortodôntico que podendo ser construído na hora por qualquer um (Minhas assistentes o constroem e me ajudam a instalar em 30 minutos) não se inclui entre tantos lançamentos cujos destinos são mais a exploração econômica do que realmente o ataque aos aspectos prioritários das maloclusões. E considere-se que entre tais aspectos o estabelecimento da correta relação maxilo-mandibular é um dos prioritários e mais difíceis de ser conseguido. Como prova disto citese a grande variedade de propostas de dispositivos semelhantes presentes nos eventos e mercados internacionais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 01 - COELHO FILHO, C.M. Mandibular Protraction Appliance for Class II treatment. J Clin Orthod, v.29, p.319-336, mar. 1995. 02 - COELHO FILHO, C.M. Clinical applications of the Mandibular Protraction Appliance. J Clin Orthod, v.31, p.92-102, fev. 1997. 03 - COELHO FILHO, C.M. Mandibular Protraction Appliance. J Clin Orthod, v.32, n.3, p.379-384, june 1998. 04 - SARNAS; PANCHERZ; RUNE; SELVIK. Hemifacial microsomia treated with Herbst appliance. Am J Orthod, v.82, p.68-74, 1968. 05 - PANCHERZ, H. The Herbst appliance. Am J Orthod, v.78, n.3, p.321-329, sep. 1980. 06 - PANCHERZ, H. Class II correction in Herbst appliance treatment. Am J Orthod, v.82, n.2, p.104-113, aug. 1982. 07 - PANCHERZ, H. Muscle activity in ClassII, div.1 malocclusions treated by bite jumping with the Herbst appliance. Am J Orthod, v.87, n.1, p.1-20, jan. 1985. 08 - PANCHERZ; ANEHUS-PANCHERZ. Headgear effect of the Herbst appliance. Am J Orthod, p.510-520, june 1993. REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL VOLUME 3, Nº 5 SETEMBRO / OUTUBRO - 1998 130