A Hidroenergia no Contexto Nacional



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Transcrição:

AcquaLiveExpo Um Desafio Geracional A Hidroenergia no Contexto Nacional Luís Braga da Cruz (FEUP) Lisboa 22 de Março de 2012

Os Primeiros Aproveitamentos Hidroeléctricos em Portugal

O primeiro ciclo da Hidroelectricidade 1. Os primeiros aproveitamentos para abastecimento público: Penide (1891), Biel (1894), Pateiro (1899), Tomar (1901) 2. 1892 Primeiras regulamentação dos Serviços Hidráulicos do Ministério de Obras Públicas estimulando o sector privado 3. Sistema privado do Ave e afluentes 4. As primeiras concessões: Lindoso (1907), Serra da Estrela (1908), Ermal / Guilhofrei (1918) 5. 1919 Lei das Águas (Decreto 5.787-III, 10 de Maio), regime das concessões das águas de domínio público a privados: Hidroeléctrica do Alto Alentejo (1925) Ribeira de Niza 6. 1926 Lei dos Aproveitamentos Hidráulicos (Decr. Lei n.º 12.559) regula a produção, transporte e distribuição de energia eléctrica. 7. 1930 Administração Geral dos Serviços Hidráulicos e Eléctricos

Central de Penide, Barcelos -Cávado (1891)

Pisões, Rabagão (Nov. 1964)

O Ciclo dos Grandes Aproveitamentos Hidroeléctricos

Fases da exploração do Potencial Hidroeléctrico Português - Reforma de Ferreira Dias 1944 A Lei da Electrificação (Lei 2002) e a Lei do Fomento e Reorganização Industrial (Lei 2005) - uma nova concepção de desenvolvimento económico e social. O Estado lidera o sector eléctrico, liberta da dependência térmica, cria condições para a electrificação do País, consagra a produção eléctrica centralizada. Grandes Concessões Hidroeléctricas (1945 e depois)): HICA (Hidroeléctrica do Cávado) HEZ (Hidroeléctrica do Zêzere) HED (Hidroeléctrica do Douro) Estrutura de capital: 51% (Estado) e 49% (privado)

Fases da exploração do potencial Hidroeléctrico Português Algumas das grandes realizações desta época Pracana, Ocreza (1950), HEAA Castelo de Bode, Zêzere (1951), HEZ Venda Nova, Rabagão (1951), HICA Belver, Tejo (1952), HEAA Salamonde, Cávado (1953), HICA Cabril, Zêzere (1954), HEZ Bouçã, Zêzere (1955), HEZ Caniçada, Cávado (1955), HICA Paradela, Cávado (1958), HICA Muitas linhas da rede de Muito Alta Tensão (220kV)

Pracana - Rio Ocreza (1950)

Barragem de Castelo de Bode - Zézere Castelo de Bode, Zêzere (1951)

Venda Nova (Julho de 1951)

Belver, Tejo (1952)

Barragem de Salamonde (Março de 1953)

Cabril Zêzere (1954)

Reconstituição das comunicações na Albufeira de Caniçada, Cávado (1954)

Albufeira de Caniçada Ponte de Rio Caldo (1955)

Grandes Aproveitamentos Hidroeléctricos (1950 1990) Datas de entrada em serviço HEAA Vilar 1968 Varosa Aguieira 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 HICA V.F. HED - Nacional 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 HEZ HED Intern. Fratel CARREGADO

O efeito do petróleo barato na exploração do potencial Hidroeléctrico Português - O calendário das entradas em serviço revela alguma descontinuidade em todas as grandes empresas e em especial entre o final da década de 50 e o início dos anos 80. Pelo efeito do efémero período do petróleo barato, as centrais térmicas iniciam o seu percurso e atrasam o programa hidroeléctrico: Fuel: Carregado (1968), Setúbal (1979) Carvão: Sines (1985), Pego (1993) Gás Natural: Tapada do Outeiro (1998), Ribatejo (2004) Assim se justifica que Portugal tenha aproveitado menos de 50% do seu potencial hidroeléctrico 1997 Quioto faz despertar para a redução das emissões de CO2, para as energias endógenas e para a eficiência energética.

Hidroelectricidade e Políticas Energéticas

Os objectivos de qualquer política energética São sempre: A segurança do abastecimento, A redução da dependência exterior, por recurso ao potencial endógeno e às energias renováveis, A conservação energética e o uso racional da energia Mas também: A liberalização dos mercados Maior concorrência entre os agentes Dissociação de actividades Reforço da regulação independente Tem havido constância nas Políticas Energéticas

O que dizia o E4 Eficiência Energética e Energias Endógenas (RCM N.º 154/2001 27.Setembro. 2001)

O E4 representou um ponto de inflexão nas Energias Renováveis em Portugal. O Sistema energético nacional caracterizava-se por: Uma forte dependência externa Elevada intensidade energética do PIB O nível de emissões reflectia ineficiência e revelava a dominância dos combustíveis fósseis no mix energético nacional Face aos recursos endógenos nacionais seria possível: Duplicar a potência eléctrica instalada por via renovável Satisfazer os objectivos de 39% de energia eléctrica de origem renovável num horizonte de 10 a 15 anos (Directiva daer); Satisfazer parte das necessidades de água quente doméstica e industrial por recurso à energia solar térmica; Atenuar as necessidades de energia para o conforto ambiente, pela promoção de tecnologias solares passivas de climatização e outras vias de arquitectura bioclimática. Desenvolver em paralelo a Utilização Racional de Energia

As Contas que então fizemos Consumo em 2010 (previsão REN)* 39 % do consumo (compromisso) 61 500 GWh 23 996 GWh Grande Hídrica FER 12 105 GWh 12 305 GWh Total Estimado 24 410 GWh * Em 2011, o consumo total foi de 50.503 GWh (82%)

DIRECTIVA COMUNITÁRIA DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS PRODUÇÃO EM REGIME ESPECIAL (PRE) Previsão até 2003 Potência (MW) Previsível até 2010 Total em 2010 Horas de operação Energia liq. Em 2010 (GWh) Eólica 300 + 3 450 = 3 750 2 200 8 250 PCH 1 250 + 150 = 400 2 800 1 120 Biomassa 19 + 181 = 200 7 500 1 500 RSU 71 + 59 = 130 7 500 975 Outras* - + 200* = 200 2 300* 460 Total 560 + 3 790 = 4 680 12 305 1 Pequena Central Hidroeléctrica (< 10 MW) * Estimativa agregada para fotovoltáica e ondas

Em 1995, havia em Portugal 12 pequenos Parques Eólicos com uma potência total instalada de apenas 8,5 MW. Em Dezembro de 2011, a potência ligada atingia os 4.373 MW e, em fase de construção, mais 21 MW!

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Capacidade [MW] Potência Eólica Acumulada (Portugal) 4000 3500 Acumulada Nova capacidade Em construção 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 Fonte - INEGI

A Política Comum de Energia e a Produção Renovável

Estratégia Nacional para a Energia A Estratégia Nacional para a Energia foi sendo sucessivamente apurada: Na RCM n.º 63/2003, actualizada pela RCM n.º 169/2005, RCM n.º 50/2007, RCM n.º 29/2010, aprova a Estratégia Nacional para a Energia (ENE 2020), que considera novas metas para Portugal. Em 2010, Portugal submeteu à Comissão: O Plano de Acção Nacional para as Energias Renováveis ao abrigo da Directiva 2009/28/CE com as as medidas para atingir o objectivo definido na directiva. No sector da eficiência energética o Plano Nacional de Acção da Eficiência Energética (PNAEE) definido na Resolução do Conselho de Ministros n.º 80/2008

A Directiva 2009/28/CE e o PNAER Directiva 2009/28/CE, de 23 de Abril de 2009, para a promoção da utilização de energia proveniente de fontes renováveis (Directiva FER), Todos os Estados-Membros deveriam apresentar à CE um Plano Nacional de Acção para as Energias Renováveis até 30 de Junho de 2010, obedecendo a um modelo estabelecido e responder a um inquérito uniforme feito a todos os EM. O PNAER fixa os objectivos de Portugal relativos à quota de energia proveniente de fontes renováveis consumida, em 2020, e às medidas e acções previstas para cada um dos sectores: Transportes, Electricidade, Aquecimento e Arrefecimento (A&A)

Principais Objectivos da ENE 2020 (FER) Compromissos nacionais para 2020, com origem em FER: 31% do consumo final bruto de energia, 60% da electricidade produzida, 10% do consumo de energia no transporte rodoviário. Reduzir dependência do exterior, para 74% Reduzir em 25% o saldo importador energético (economia de 2.000 M /ano - 60 M barris petróleo) Cluster industrial eólico e outras FER (3.800 M de VAB, 100.000 postos de trabalho) Cumprir os compromissos de redução de emissões

O Potencial Hidroeléctrico O recurso Hidroeléctrico por utilizar é instrumental para a política energética nacional, sobretudo pela disponibilidade de potência A intermitência e a imprevisibilidade da energia eólica, condicionam o seu despacho, podem ser mitigadas pela reversibilidade dos sistemas hidroeléctricos e dos seus reforços de potência. O Plano Nacional das Grandes Barragens Uma resposta 17 Novos empreendimentos; 4.368 novos MW de Potência Hídrica (2.861 MW reversíveis) Conclusão: Este novo ciclo representa uma oportunidade. Há um património técnico e de conhecimento em Portugal no domínio dos Grandes Aproveitamento Hidroeléctricos, que importa preservar e aprofundar.

Hidroelectricidade Cronograma até 2020 Fonte: PNAER

Mecanismos para a Formação da Procura

Diagrama de Carga da RNT (16.Março.2012)

Digrama de carga de Inverno (2005)

Consumo Diário e formas de Contratação MW Perfil de carga a satisfazer SPOT-horas individuais (24 leilões) Futuros/OTC-Ponta Futuros/OTC-Base Futuros/OTC-Base 0 8 12 20 24h

Prazos Produtos Sobreposição de Produtos para Composição Do Diagrama Físico O diagrama de Produção/Consumo é constituído com a sobreposição da contratação efectuada nos diversos mercados (organizados ou bilaterais) Compra Venda Mercado de Ajustes Ponta Base Base Base Longo/Medio Prazo Dia anterior Tempo real Tempo até à entrega física Anos / meses Dias / horas Tempo real

A Relação Específica da Hidroelectricidade com a gestão da energia

Hidroelectricidade Um desafio para o Operador de Sistema Aumenta a margem de manobra do TSO - Operador do Sistema - na gestão diária do diagrama de cargas, o que tem impacto nos preços e nas trocas do MIBEL. A bombagem hidroeléctrica não é útil apenas para valorizar os excedentes eólicos. A bombagem reforça a flexibilidade do TSO A Hidroelectricidade atenua as anomalias pontuais do sistema: Compensa a quebra da produção eólica por ausência de vento. Compensa a saída intempestiva de um grupo térmico de base, por ser a tecnologia de resposta mais rápida. Mantém em níveis aceitáveis o recurso à reserva operacional térmica. A bombagem em períodos de vazio aumenta a capacidade de turbinamento em horas cheias e pode reforçar a exportação.

Energia renovável: desafio para o operador Bombagem 17 Dezembro 2009 1 Decréscimo em 8 horas de mais de 80% da potência eólica colocada 2 Compensação com outras tecnologias de resposta rápida (hídrica)

Reserva para descer Reserva para subir DESAFIOS PARA O TSO - INTERMITÊNCIA Mais flexibilidade de operação do sistema produtor para fazer face ao crescente peso da produção intermitente: RESERVA OPERACIONAL Mais capacidade de ARMAZENAMENTO de energia (hídrica,...) Exportação Elevada capacidade renovável no vazio Problemas ao nível da reserva para descer Bombagem em períodos de vazio Aumento do nível de reserva para subir

DESAFIOS PARA O TSO Renovável em excesso 15 Maio 2011 - Produção em regime especial superior ao consumo (entre as 6h15 e as 7h15) Às 7h45 produção total nacional excedia o consumo em: Bombagem + 704 MW 205 MW- exportação 479 MW consumo em bombagem 71% do consumo abastecido por produção renovável Por razões de segurança do sistema necessidade de manutenção de quantidade mínima de PRO na rede

Relação Energia - Potência Para satisfazer consumos, não precisamos apenas de energia mas de potência O consumo é variável ao longo das horas do dia e dos dias da semana e do ano. O preço spot de energia eléctrica é variável As diferenças entre horas vazias e cheias são normalmente de 1:2 Mas podem ser muitíssimo mais elevadas A Hidroelectricidade é a tecnologia que melhor responde às flutuações da procura

Preços médios mensais do mercado diário MIBEL, para Portugal (ano de 2011) Preço médio Min. 41,26 /MWh Portugal Preço médio Máx. 57,46 /MWh Portugal

Preços médios diários do mercado MIBEL, para Portugal (mês de Março de 2012) Preço médio Máx. 57,92 /MWh Portugal Preço médio Min. 29,99 /MWh Portugal

Preços spot mercado diário MIBEL para Portugal (dia 19 e Março de 2012) Min. 34,07 /MWh 17.274 MW Máx. 60,10 /MWh 30,139 MW

Conclusão A Hidroelectricidade deve ser vista em diferentes perspectivas: de gestão nacional de recursos nacionais, Económica, Energética. 1. Aumentar a dotação de água em quantidade e qualidade é de um enorme benefício social. 2. Em termos económicos, é das tecnologias com maior incorporação nacional e com impactos indirectos mais sensíveis. 3. Sob o ponto de vista energético deve considerar-se: o seu carácter renovável, o valor da energia e da potência, contributo para a gestão flexível de sistema. 4. As novas albufeiras e os reforços de potência vão contribuir para a racionalização dos escalões já instalados.