1. Introdução. Impregnação por íons Prata M.E. M.L.



Documentos relacionados
DNA RNAm (núcleo células eucariontes) proteinas (citoplasma) Síntese de proteínas polirribomos livres e polirribossomos aderidos às membranas do RER.

1. O que é citoplasma e quais são suas subdivisões? 3. O que é citoesqueleto, do que ele é composto e qual sua função?

Lisossomos. Os lisossomos são organelas citoplasmáticas possuem cerca de 40 enzimas hidrolíticas.

24/02/2014. É o limite externo da célula. Vera Andrade

Eucarioto: Organelas Celulares

A CÉLULA. Natércia Charruadas Biologia e Geologia 10º ano

Digestão intra e extracelular

Características gerais

A CÉLULA EUCARIÓTICA

Aula 3 Organelas. Níveis de organização dos seres vivos: Observe, abaixo, a célula animal com as principais organelas. Citoplasma Membrana plasmática

Ribossomos e síntese protéica

COMPLEXO DE GOLGI. PROF. Dra. FABÍOLA KEGELE

Estrutura Celular. Célula Animal

Retículo Endoplasmático

FICHA (IN)FORMATIVA Nº 3 Biologia e Geologia Módulo 2. Célula

- CAPÍTULO 10 - O citoplasma. Prof. Daniel Magalhães

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS PROGRAMA DE ENSINO DE DISCIPLINA

Membranas Biológicas. Profª Eleonora Slide de aula

Unidade 5: Citoplasma e Compartimentos Intracelulares

Capítulo 2: ESTRUTURA CELULAR. Biologia I Prof. João

Citoplasma: Organelas Celulares

Prof. Giovani - Biologia

Membranas Biológicas. Profª Eleonora Slide de aula

Metabolismo dos Carboidratos

UNIDADE 3 ENDEREÇAMENTO DE PROTEÍNAS

Anhanguera Educacional Centro Universitário Plínio Leite Faculdade de Ciências da Saúde Curso de Farmácia. A célula vegetal

Célula Procarionte X Célula Eucarionte

TRANSPORTE DE SOLUTOS ATRAVÉS DAS MEMBRANAS CELULARES. Prof. Dr. ROBERTO CEZAR LOBO DA COSTA

Professor: Paulo Disciplina: Biologia Campus Aquidauana CITOLOGIA

19/03/2015. Organelas celulares

Conteúdos dos estudos independentes dos 1 s anos e 1 EJA

Obtenção de matéria pelos seres heterotróficos transportes transmembranares

CÉLULA VEGETAL - PAREDE CELULAR

1. Os principais carboidratos de reserva nos vegetais e animais são, respectivamente:

Exercícios de Respiração e Fermentação

Todos os procariontes são classificados ou no domínio Archaea ou no domínio Bactéria.

A Célula. Depois do aprimoramento desse instrumento tornou- se possível o estudo da célula. É a área da Biologia responsável pelo estudo da célula.

Exercícios sobre Organelas. Professor Fernando Borella - Biologia

ORGANELAS CELULARES - PROF. GUSTA

MATRÍCULA: EXERCÍCIOS SOBRE CITOPLASMA. Questões objetivas. Considerando-se A a célula vegetal e B a célula animal, indique o que for correto.

FRENTE III QUÍMICA ORGÂNICA BIOQUÍMICA: CARBOIDRATOS E LIPIDEOS

Transporte através de membrana plasmática

Secreção e Digestão Celular

Transporte através da membrana plasmática

INTEGRAÇÃO E REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO

21/07/2015 CITOLOGIA E CITOPLASMA CITOESQUELETO ORGANELAS

Obtenção de matéria pelos seres heterotróficos

Material de estudo. Série/Ano Turma(s) Turno Nota 7º A Vespertino. Disciplina: Ciências Professor(a): ALINY INOCÊNCIO Data Aluno (a): Nº

BIOLOGIA CITOLOGIA E DIVISÃOCELULAR PROF ESTEVAM

CITOPLASMA DE UMA CÉLULA PROCARIONTE

HISTOLOGIA DO TECIDO EPITELIAL - 2

Modificação Covalente

Organelas envolvidas na síntese de macromoléculas

MÓDULO DIDÁTICO DE BIOLOGIA Nº19

Início: 14/03 Término: 11/04. Horário de aulas: 2ª e 4º de 08:00 às 12:00 horas

Biologia e Bioquímica II 2009/2010

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Fisiologia Gastrintestinal - Digestão e Absorção -

Definição: Catalisadores biológicos; Longas cadeias de pequenas moléculas chamadas aminoácidos.

Dra. Maria Izabel Gallão

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA HORMÔNIOS E REGULAÇÃO METABÓLICA

Fisiologia do Exercício. cio. Aula 1

Ciências E Programa de Saúde

UNIDADE 4 RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO E COMPLEXO GOLGIENSE

2. (Ufrgs 2016) O quadro abaixo refere-se aos mecanismos de transporte através da membrana.

Origem da vida. Professor Fláudio

MORFOLOGIA CELULAR. Dra. MARIA RAQUEL MARÇAL NATALI HISTOLOGIA/DCM 2009

FISIOLOGIA DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. Katia Christina Zuffellato-Ribas

AULA 2 CAPÍTULO 2 A CÉLULA VEGETAL

ESCOLA ADVENTISTA SANTA EFIGÊNIA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

LISTA DE EXERCÍCIOS ORGANIZAÇÃO CELULAR E ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS

a) I, II e III. b) II, III e I. c) III, I e II. d) II, I e III. e) III, II e I.

Glândulas e hormônios. Profª Talita Silva Pereira

LIPÍDIOS. 1º ano Pró Madá

A disposição da vida na Terra

CITOPLASMA E ORGANELAS. Prof. Piassa

Transporte Intracelular Tráfego vesicular: secreção e endocitose

Membrana e organelas celulares

Sistema de Endomembranas e Transporte de Proteínas

TECIDO NERVOSO. Profa. Daniela Carrogi Vianna

ESCOLA CIDADE DE CASTELO BRANCO

1) (Fuvest-SP) 2) (Mackenzie-SP) 3) (UDESC-SC) 4) (ENEM) 5) (UNIOESTE-PR)

Transporte vesicular: transporte de substâncias através de vesículas. Aparelho de Golgi

PlanetaBio Resolução de Vestibulares UNICAMP ª fase

A CÉLULA VEGETAL: estrutura

FISIOLOGIA DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. Katia Christina Zuffellato-Ribas

Membrana celular: Transporte

ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA / BIOLOGIA

7ª série Ciências Naturais

BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR 1º S_2009_2010_1º Teste 16/11/2009

Biologia Celular. Organitos

Colágeno. O principal tecido conjuntivo que interfere na qualidade da carne é o COLÁGENO (30% das proteínas dos organismos)

FISIOLOGIA ANIMAL - UERJ

Estudo Sobre As Substâncias Químicas Em Alimentos: Relato De Atividade Interdisciplinar

Geralmente é arredondado e único por célula, mas existem núcleos com outras formas e células com mais de um núcleo

Estrutura de duas células extraídas de tecidos diferentes, observadas ao microscópio.

SISTEMA TEGUMENTAR. Pele e anexos. Pele e anexos 14/04/2015

10/10/2012 CARBOIDRATOS CARBOIDRATOS CARBOIDRATOS

Concurso de seleção Química Página 1 QUÍMICA

A Química da Vida. Anderson Dias Felipe Knak

BIOLOGIA - 3 o ANO MÓDULO 21 SISTEMA HUMANA

Transcrição:

Complexo de Golgi

1. Introdução a) Histórico 1898 Camilo Golgi aparelho reticular interno - impregnação por íons prata - células secretoras, neurônios e células metabolicamente ativas - críticas: artefato 1955 M.E.= aspectos ultraestruturais confirmam a organela Impregnação por íons Prata M.E. M.L.

b) Ocorrência e localização Na maioria das células eucarióticas (exceção: hemáceas e espermatozóides) Próximo ao núcleo Dispersos no citoplasma Célula Vegetal Célula Animal

Localização do Complexo de Golgi Próximo ao núcleo Entre RE e a membrana plasmática Microscopia de Contraste de Fase

2. Ultraestrutura (ME) Arranjo organizado das membranas que envolvem suas cavidades Sáculos achatados, aproximadamente circulares = cisternas = dictiossomos Sobrepostas em corte transversal Número de cisternas variável tipo e estado fisiológico da célula (4 a 8 cisternas de 10nm) Sem comunicação física entre as cisternas espaçadas por 20 a 30nm (matriz protéica difusa)

Ultraestrutura

Ultraestrutura Organização das cisternas: - cisternas cis (RE) - médias - trans (sítio secreção) Rede Golgi cis e rede Golgi trans - rede Golgi cis localiza-se entre RE e cisternas cis sítio de entrada do CG parte convexa - rede Golgi trans sítio de saída de substâncias (secreção) parte côncava Cisternas e redes Golgi composição química diferente

3. Métodos de Estudo a) Microscopia eletrônica de transmissão Face cis: cromofílica Face trans: cromofóbica

b) Estudo in situ por métodos citoquímicos ML resultados incertos ME informações precisas - Polissacarídeos sulfo e sialomucinas e mucopolissacarídeos: cavidades dos dictiossomos, sáculos da face trans e nas vesículas do Golgi - Existência de diversas enzimas subdivisão funcional do CG de acordo com o conteúdo enzimático de cada cisterna c) Análise bioquímica das frações de Golgi Isolamento da organela: centrifugação diferencial e gradientes em sacarose microssomos Enzimas específicas marcadoras do CG várias glicosiltransferases (adição de açúcares às proteínas e aos lipídios)

4. Composição química a) Membranas - Composição e espessura (5 e 10nm) difere entre os compartimentos - Lipídios 35-40% fosfolipídios - Proteínas 60-65% enzimas, proteínas estruturais e transferases - Conteúdo enzimático específico para cada compartimento do CG Compartimento Rede Gogi cis Cisterna cis Cisterna média Cisterna trans Rede Golgi trans Conteúdo enzimático Fosfatase Manosidases I Manosidases II e III N-acetilglicosamina transferase Galactosiltransferase Fosfatase ácida, tiamina pirofosfatase (TPPase), nucleosídeo fosfatase (NDPase), sialiltransferase, sulfotransferase

b) Luz das cisternas do Complexo de Golgi - Carboidratos: monossacarídeos (glicose, galactose, manose, frutose, ácido siálico, xilose e N- acetilglicosamina) - Polissacarídeos (pectina, hemicelulose - células vegetais e glicosaminoglicanas - células animais) - Proteínas de secreção: conteúdo varia com o tipo celular estudado A. Célula secretora de muco B. Célula de testículo C. Célula da glândula adrenal D. Célula de mucosa intestinal

5. Aspectos funcionais a) Processamento de proteínas e lipídeos (glicosilação, sulfatação, fosforilação) b) Síntese de polissacarídeos c) Transporte, seleção e endereçamento de substâncias secretadas da célula d) Formação do acrossomo

5. Aspectos funcionais a) Processamento de proteínas e lipídios a 1 ) Glicosilação - adição de açúcares às proteínas e lipídios - processamento dos açúcares N-ligados provenientes do RE - elongação e terminalização das cadeias polissacarídeas - glicosiltransferases proteínas de membrana Dois tipos principais de oligossacarídeos N-ligados: Ricos em manose Não sofrem adição de açúcar durante seu transporte Complexos Sofrem adição seqüencial açúcares

5. Aspectos funcionais a) Processamento de proteínas e lipídios a 2 ) Sulfatação Na luz da rede trans: Certas proteínas de secreção destinadas à membrana plasmática sofrem sulfatação Adição de sulfato: Cadeias glicídicas ligadas a essas proteínas e lipídeos Resíduos do aminoácido Tirosina (proteína) Ex.: proteoglicanos (matriz extracelular animal) a 3 ) Fosforilação - ocorre apenas na face cis do CG - formação dos resíduos de manose-6-fosfato em enzimas lisossomais - direcionamento das enzimas lisossomais

5. Aspectos funcionais b) Síntese de polissacarídeos Sintetizados na luz do CG hemicelulose e pectina (vegetais) e glicosaminoglicanas (animais) Ex.: célula caliciforme - secretam grande quantidade de muco para o intestino - encontradas na face trans

5. Aspectos funcionais c) Transporte CG faz parte da via biossintética secretora da célula Proteínas e lipídios produzidos RE CG Destino final (lisossomos, vesículas de secreção ou membrana plasmática)

5. Aspectos funcionais c) Transporte - Transporte antetrógrado RE CG destino final - Transporte retrógrado CG RE (reciclagem)

5. Aspectos funcionais c) Transporte Via secretora Secreção regulada produtos ficam retidos em vesículas de secreção, aguardando um sinal específico para sua liberação - produto sofre condensação ou agregação, com eliminação de água - reserva de material para exocitose - secreção mais eficiente Secreção constitutiva produtos secretados de forma contínua e não regulada, logo após deixarem CG - não dependem de sinalização específica SECREÇÃO CONSTITUTIVA SECREÇÃO REGULADA

Exemplo de secreção regulada: célula caliciforme - Material a ser secretado: acumulado - Sinal externo dispara a liberação TRAQUÉIA INTESTINO

c) Transporte Via secretora Vesículas de transporte: - Responsáveis pelo transporte através da Via Biossintética Secretora - Classificadas de acordo com o tipo de substância que carregam e do seu endereçamento em: a) vesículas que selecionam os produtos de secreção (cobertura protéica: clatrina) b) vesículas que não selecionam os produtos de secreção (cobertura protéica: COP I e COP II Coatômeros)

5. Aspectos funcionais c) Transporte 1 2 3 Fusão de vesículas Reconhecimento entre a vesícula de transporte e o alvo (especificidade) -Proteínas SNARES: - V-SNARE - T-SNARE -Proteínas de ancoragem - Rabs (GTPases) 1. Ancoragem 2. Acoplamento 3. Fusão

5. Aspectos funcionais d) Formação do acrossomo As proteases e glicosidases (enzimas hidrolíticas) do acrossomo são sintetizadas na luz do CG Essas enzimas facilitam a penetração do espermatozóide no ovócito II, por digestão da zona pelúcida

6. Biogênese dos sáculos do Complexo de Golgi - Vesícula Retículo endoplasmático Região de transição (alinhamento em fileira) - Novos sáculos são formados pela face cis (face de formação) fusão das vesículas alinhadas - Número de sáculos: - muda de acordo com as condições fisiológicas - decresce em células em jejum - aumenta quando a formação de grânulos de secreção é bloqueada Durante a mitose: - Fragmentação das vesículas - Distribuição das células-filhas

Resumo dos processos que ocorrem no Complexo de Golgi

FIM!