CAPA TRIO ELÉTRICO CLAUDIA LEITTE Trio elétrico. Agora é trio



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Transcrição:

Trio elétrico 48 Agora é trio

não Desde quando foi inventado, em 1950, até hoje, pouca coisa mudou no espírito do trio elétrico: acompanhar a caminhada dos foliões incendiando o carnaval com som amplificado. Mas nestes mais de 60 anos, deu tempo para muitos aperfeiçoamentos técnicos. O capítulo mais recente desta história é o trio elétrico que será usado pela equipe da cantora Claudia Leitte no Carnaval 2011 em Salvador. São 110 amplificadores para 150 caixas acústicas, entre subs e line array. O total da potência usada próxima do público. O projeto do trio é do arquiteto Nunes da Matta. Para aproximar a artista do público, ele criou passarelas nas laterais e um elevador, no meio do palco, que pode descer até ficar bem perto do bloco. Este elevador também dá acesso a dois dos três camarins: um para a artista, outro para a banda. O terceiro é para convidados. O projeto é do arquiteto Nunes da Matta. Para aproximar a artista do público, ele criou passarelas nas laterais e um elevador, no meio do palco, que pode descer até ficar bem perto do bloco Para possibilitar estas inovações, o trio precisava de um sistema de áudio que tivesse o máximo de rendimento ocupando pouco espaço. Robério Oliveira, dono da Axé eletrônico Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: divulgação Projeto da empresa Axé & Cia, que será usado por Claudia Leitte no Carnaval 2011, alia sistema digital, otimização de espaço e economia de energia nisto tudo é de 160 mil watts RMS. O número de caixas e a potência podem até impressionar, mas não são o verdadeiro diferencial. Em tempos digitais, importa mais a configuração do sistema e o uso correto do equipamento do que a quantidade de caixas ou a potência. ORIGEM A ideia do trio surgiu nas conversas da equipe da empresa Axé & Cia com a de Claudia Leitte. O objetivo inicial era que a artista ficasse mais & Cia, fez, juntamente com a equipe de áudio da empresa, um estudo dos produtos disponíveis no mercado. O empresário chegou à conclusão de que o melhor, levando em conta as demandas do projeto, além de qualidade sonora e integração do equipamento, seria o sistema da FZ Audio. Foi assim que, um dia, Fábio Zacarias, dono da FZ, recebeu, em seu escritório, um telefonema do dono da Axé & Cia dando conta dos desafios para a sonorização do novo trio elétrico. 49

50 A montagem do trio (no alto), que inclui passarelas laterais e elevador. No detalhe, uma coluna com algumas das 150 caixas do projeto Robério me falou de um trio totalmente digital. Mas o termo digital não seria usado de uma forma vaga, e sim para definir um conceito inteiramente novo, ressalta Fábio. A intenção era dar o máximo de controle ao técnico de som, passando pelo alinhamento do sistema e funcionamento dos componentes, até chegar ao controle do volume emitido pelas caixas nas laterais do trio. Além da questão do espaço, havia outros problemas que deveriam ser resolvidos no projeto, tais como o peso elevado, que provoca Os trios elétricos e o áudio no Brasil Foto: Internet / Divulgação O precursor Osmar ao lado do calhambeque que deu origem aos trios Do calhambeque de Dodô e Osmar ao projeto de concepção inteiramente digital, é fato que os trios elétricos carregam um pouco da história do áudio no Brasil. Tudo começou com o pau elétrico de Dodô e Osmar ligado a um alto-falante em um calhambeque. Veio então a psicodélica Caetanave, nos anos 1970, com alto-falantes para todos os lados. Mais tarde, surgiram os primeiros divisores de frequência eletrônicos brasileiros, com filtros Linkwitz-Riley implantados por Framklim Garrido no Trio Tapajós, em 1980. A evolução prosseguiu com as caixas cornetadas de Carlos Correa para trios elétricos e com os equipamentos projetados na João Américo Sonorização. Finalmente, o uso de sistemas digitais completos de fabricação nacional no trio da Axé & Cia mostra que mais um importante capítulo da história do áudio brasileiro é escrita na Bahia, em cima destes cada vez maiores e mais poderosos palcos itinerantes.

Amplificadores Série X, da Studio R, no coração do trio Foto: Divulgação Rack com os amplificadores Studio R X12 Dezoito amplificadores Studio R, modelo X12, com 11 mil watts RMS cada em 2 ohms, além de quatro X8 com 8 mil watts RMS em 2 ohms e quatro XD de 3.600 watts RMS em 2 ohms nas vias de graves, médios e agudos fazem o som do trio elétrico usado por Claudia Leitte. A Série X foi a escolha ideal para o trio não apenas por usar os amplificadores que atualmente concentram a maior quantidade de potência da forma mais leve e compacta possível, mas também por serem hoje os modelos mais eficientes do mercado nacional, o que significa menor consumo de energia e emissão de calor, algo fundamental para um projeto tão audacioso e potente como este. Outro ponto crítico em um trio é a segurança. Se alguma coisa der errada em um equipamento deste porte, estão em risco a integridade física não só de grandes ídolos do carnaval, mas de todos os que estão a bordo do trio e à sua volta na avenida. Os modelos Série X também oferecem grande vantagem neste sentido, já que são os únicos amplificadores nacionais a passar pelos severos testes de certificação e conformidade internacional nos laboratórios do IPT e do INPE. Apenas estes testes podem aferir oficialmente e com validade se um equipamento se adequa ou não às normas de qualidade e segurança válidas em todo o mundo. 51

52 desgaste de pneus e alto consumo de óleo diesel. Não obstante, também existia uma preocupação em economizar energia elétrica. SOLUÇÕES Para chegar aos resultados desejados, foram usadas caixas de line array amplificadas modelo J08A, distribuídas em quatro colunas, com 12 caixas em cada, nas quinas do trio. O projeto tem outras duas colunas com 14 caixas cada, ligadas no caminhão, sendo que estas últimas oferecem uma cobertura horizontal de 60 graus, por conta da distância reduzida entre as colunas. As caixas das laterais têm cobertura horizontal de 110 graus. As caixas do line array têm amplificação própria e seu processamento é todo digital. Um DSP interno controlado por meio do software da FZ PodWare possibilita o ajuste de parâmetros de crossover, limitação, equalização e impedância de alto-falantes. Além do ajuste de parâmetros, o sistema também torna possível monitorar possíveis problemas. Se uma caixa parar de funcionar, por exemplo, o sistema avisa. O uso de amplificadores de rack foi mantido apenas para os subs L60. São 24 Studio R X12. Mesmo com o uso de amplificadores de rack, no entanto, a Alex, técnico de Claudia Leitte; Marcos Rocco, técnico da FZ Audio; e Mika, técnico da Axé & Cia sala dos amplificadores pôde ser eliminada. Isto porque eles foram colocados em racks com seis equipamentos cada, distribuídos pelo trio. A configuração do sistema de amplificação do projeto representou uma economia de até 50% na energia. Mesmo assim, continuamos a usar o gerador de 250 KVA, conta o técnico de áudio Mika, da Axé & Cia, um dos oito profissionais que viajam com o trio. Em outras palavras, com menor consumo de energia o sistema trabalha com mais folga. NA PONTA DOS DEDOS As mesas do trio também são digitais. São duas DigiVenue de 56 canais cada, uma para o PA, outra para o sistema de monitoração. Com isto, o técnico de monitor pode fazer uma mixagem para cada músico. Robério Oliveira destaca ainda a possibilidade de ter o controle sobre cada aspecto do áudio: desde o processamento até a timbragem. O bom técnico faz o que quiser com o som do trio, entusiasma-se o empresário. Ele cita o controle do volume de cada coluna de caixas por meio das saídas matrix da mesa, o que é importante devido à variedade de situações encontrada em um circuito de carnaval. Em ruas com prédios, por exemplo, o técnico de som pode diminuir o volume das colunas laterais para que o som rebata menos, ilustra. O idealizador do projeto destaca ainda uma característica particular deste trio. Ele é todo estéreo, enfatiza Robério Oliveira. Ou seja, em cada um dos quatro lados do carro, existe a possibilidade de o técnico brincar com uma mixagem em L&R. Para saber online www.trioaxeecia.com.br www.fzaudio.com.br